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2.5 Sistema de Informações Geográficas 1 Introdução

2.5.2. Conceitos Básicos

O termo Sistema de Informação Geográfica (SIG’s) caracteriza os sistemas projetados para coletar, armazenar, analisar, manipular e exibir dados georreferenciados, ou seja, dados cujo potencial de informação esteja associado a sua localização geográfica inerente (ARONOFF, 1995; BURROUGH, 1986; CÂMARA, 1996). As várias formas de se pensar um SIG podem ser sintetizadas e apresentadas por três perspectivas distintas que se sobrepõem: a produção de mapas, o banco de dados e a análise espacial (MAGUIRE et al., 1992).

Segundo Maguire et al., (1992) a maioria das definições e correntes tem em comum o ______________

24. Outra confusão que se faz é quanto à definição de SIG e Geoprocessamento. O geoprocessamento, de acordo com Teixeira & Christofoletti (1997), é a tecnologia que abrange o conjunto de procedimentos de entrada, manipulação, armazenamento e análise de dados espacialmente referenciados. As atividades envolvendo o geoprocessamneto são executadas por sistemas específicos mais comumente chamados de sistemas de informações geográficas. No Brasil, o termo equivalente para Geomatics seria Geoprocessamento, que é uma área de conhecimento que envolve diversas disciplinas como, por exemplo, Cartografia, Sensoriamento Remoto, Geodésia, Fotogrametria, Geologia e Ciência da Computação.

25. Quatro aspectos caracterizam um dado georreferenciado: a) A descrição da entidade geográfica que cada dado representa; b) A localização geográfica da entidade que o dado representa; c) O relacionamento entre a entidade geográfica com outras entidades representadas no sistema e; d) O momento ou intervalo de tempo em que à entidade geográfica existe ou é válida.

fato do SIG ser um sistema que lida com informações geográficas. A realidade é representada por uma série de feições que são definidas de acordo com dois elementos básicos: o geográfico e o atributo. O elemento geográfico é mais importante que o atributo e este é um dos fatores que diferenciam o SIG dos demais sistemas de informações.

Segundo Cowen (1988), existem quatro abordagens distintas para se definir um SIG: a abordagem orientada a processos, a abordagem da aplicação, a abordagem toolbox (caixa de ferramentas), e a abordagem de banco de dados. A abordagem orientada a processos baseia-se na idéia de que um SIG é constituído de diversos subsistemas integrados, que incluem procedimentos de entrada, armazenamento e recuperação de informações geográficas.

A abordagem da aplicação caracteriza o SIG de acordo com o tipo de informação utilizada (p.ex: gerenciamento de recursos naturais, planejamento urbano). A abordagem toolbox vem da idéia de que um SIG incorpora um sofisticado conjunto de procedimentos e algoritmos, baseados em computador, para manipular dados espaciais (p.ex: produção automática de mapas). Por último, a abordagem de banco de dados define um SIG como um banco de dados não- convencional que permite o armazenamento e a recuperação de informações geográficas.

O SIG pode ser postulado como um conjunto de métodos, ferramentas, e atividades que atuam de forma coordenada e sistemática para processar informação, tanto gráfica quanto descritiva, dos elementos considerados, com a finalidade de satisfazer diversos propósitos entre os quais as questões ambientais. Segundo Smits & Antoni, (2000), citado por Bernardy (2000), os sistemas de informações geográficas são amplamente utilizadas, para a tomada decisão das questões relacionadas aos fenômenos de expansão urbana e analise de questões ambientais.

Os SIG’s26 vêm apresentando uma expansão na sua utilização em áreas mais diversas

como: análise e monitoramento ambiental, planejamento urbano e regional, estudo de recursos terrestres, transporte, e energia (ALVES, 1990), monitoramento de queimadas e de desmatamento (FERREIRA, 2004). Os SIG’s representam, hoje, a mais moderna ferramenta de auxílio ao planejamento do espaço físico.

Uma vez que entre suas principais características encontra-se a de simular e inter- relacionar eventos espacialmente referenciáveis, essa ferramenta permite a projeção de cenários ______________

26. Existem diversos tipos de sistemas que manipulam dados espaciais, como os sistemas de cartografia automatizada e os sistemas de CAD (Projeto Auxiliado por Computador). Os SIG’s se diferenciam desses sistemas por dois motivos principais. Primeiro, por sua capacidade de representar os relacionamentos espaciais (ou topológicos) entre as entidades geográficas. Segundo, por permitir a realização de complexas operações de análise espacial com os dados geográficos. Passos geral de um trabalho em geoprocessamento: a) digitalização das informações; b) extração das informações necessárias dos mapas originais; e c) cruzamento dos mapas derivados para chegar ao resultado final na forma de mapa.

para efeito de planejamento, bem como a modelagem de funções de correlação e a interação de dados de monitoramento, para efeitos de controle e supervisão.

Tradicionalmente, os SIG’s têm sido utilizados por uma gama de instituições públicas (municipais, estaduais e federais) e privadas, em diversas áreas de aplicação, tais como: a ocupação humana, cadastro territorial urbano roteamento de veículos, uso da terra - gerenciamento de bacias hidrográficas, levantamento topográfico, uso de recursos naturais - gerenciamento costeiro e marítimo, meio ambiente - controle de emissão de efluentes, controle de queimadas, atividades econômicas - distribuição de produtos e serviços.

Ao mesmo tempo, o surgimento de equipamentos capazes de armazenar e processar grandes quantidades de dados, assim como o desenvolvimento dos bancos de dados gráficos, alfanuméricos ou mistos tem induzido os SIG’s a ocuparem lugar de destaque junto a entidades que utilizam informações relacionadas com caráter territorial. (MELERO, 1991).

As utilizações de SIG’s pressupõem e induzem o intercâmbio de dados digitais produzidos e usados por instituições diferentes. Esse intercâmbio reduz o custo de criação de bases de informações georreferenciadas digitais e favorece a padronização e a disseminação de base de dados (ALVES & ALMEIDA, 1993).

Os SIG’s têm por objetivo a manipulação de dados georeferenciados como imagens de sensoriamento remoto, cadastros, mapas e outros (Silva, 2003). Segundo Coulson et al.,(1987), o SIG é uma das principais tecnologias disponíveis para estudos ecológicos e de manejo do ambiente. São softwares desenvolvidos para solucionar problemas de manipulação e apresentação de dados geocodificados, principalmente onde está envolvido um grande volume de informações (CARVALHO et al., 1993).

Tipicamente tais sistemas suportam atividades de gerenciamento, manutenção, operação, análise e planejamento. Em conseqüência, podem-se estudar outros aspectos mais complexos como os de vizinhança e contigüidade envolvendo áreas extensas. Pode-se, ainda, retratar a interação e evolução de um fenômeno, inclusive sua dimensão temporal.

Através da integração de dados dos muitos órgãos envolvidos na tomada de decisão ou avaliação de implantação de projetos seriam acelerados os entendimentos multidisciplinares na prática dos projetos. Assim, estaria estabelecida uma etapa nova de gestão, que prioriza o uso em comum de tais dados, muitos deles hoje dispostos isoladamente. O SIG é uma ferramenta fundamental para o passo seguinte, ou seja, a síntese de tais informações, objetivando a elaboração mais adequada de determinada ação em curso.

Segundo Worrall (1990), o principal subsídio do SIG está na sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento de uma maior responsabilidade política e maior eficiência no planejamento urbano, rural e regional. Os SIG’s têm a capacidade de combinar e analisar diversos dados provenientes de imagens digitais de satélite, mapas topográficos, mapas geológicos, sistemas viários, etc. esses dados combinados fornecem importantes subsídios para atividades como analise ambiental, projetos agropecuários, planejamento rural e urbano, monitoramento de recursos naturais e outros. (MENEZES et. al., 1991).