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A manutenção reflete o avanço tecnológico de uma época. A sua evolução se deve em grande parte ao aumento da necessidade de prevenção da falha, cuja conseqüência pode ir além da simples parada do equipamento ou sistema. A sua importância cresce na mesma proporção que aumenta a exigência de se produzir mais e/ou melhor com cada vez menos recursos.

O termo manutenção teve origem no vocábulo militar cujo objetivo era manter nas unidades de combate, o efetivo e o material em um nível constante (MONCHY, 1989). Ao longo do tempo, esta atividade foi sendo mais estudada e hoje desempenha uma função estratégica na maioria das organizações industriais.

TESDAHL (http:// www.sprucenet.com/pdtmtc) em seu artigo Equipment Management

Breakthrough Maintenance Strategy fo r the 21st Century, cita que a maior lição das

organizações para o séc. XXI é a integração da manutenção às metas da organização como condição básica para uma manutenção efetiva.

Atualmente, a norma brasileira NBR-5462/1994 (ABNT, 1994, p.5) define manutenção como sendo “a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida”. É importante destacar que a norma define item como sendo “qualquer parte, conjunto, dispositivo, sub-sistema, unidade funcional equipamento ou sistema que possa

Segundo diversos autores, a manutenção pode ser dividida em duas grandes classes principais. BLANCHARD e FABRYCKY (1990) classificam estas duas categorias, como sendo corretiva e preventiva. BILLINTON e ALLAN (1983) reafirmam este conceito e além da classificação acima, enumeram algumas das atividades típicas de cada categoria. MONCHY (1989) expressa a opinião de que a função manutenção pode ser realizada por dois métodos distintos e complementares: método preventivo e método corretivo.

A diferença básica entre ambas é que a manutenção corretiva envolve ações não planejadas, enquanto a manutenção preventiva envolve ações planejadas, realizadas antes da falha ocorrer.

As ações corretivas são realizadas após a ocorrência da falha, em uma situação que pode gerar prejuízo à produção, ao equipamento e/ou à segurança. Tem caráter predominantemente eventual, o que dificulta o seu planejamento. Deve-se ressaltar porém, que este tipo de intervenção pode e deve fazer parte da política de gestão da manutenção existente em qualquer sistema. Em certos casos, quando estes tipos de ação são mantidos em determinados níveis ou percentuais representa inclusive uma boa opção de gestão.

BILLINTON e ALLAN (1983) citam que a manutenção preventiva é realizada para manter a função do equipamento ou sistema em condições compatíveis com o nível requerido de desempenho e confiabilidade. Segundo MONCHY (1989), é uma intervenção prevista, preparada e programada. Segundo SMITH (1993), o que distingue esta ação é o planejamento antecipado. Dentre tais tarefas podem ser citadas: regulagens, ajustes, lubrificações, inspeções e troca de componentes.

A Figura 3.1 apresentada por MONCHY (1989), expressa de forma clara e detalhada como ocorrem as intervenções nestas duas principais categorias da atividade de manutenção.

Figura 3.1 - Fluxograma da manutenção (MONCHY, 1989)

Os pontos apresentados acima formam a base para o entendimento dos novos métodos e técnicas que recentemente têm surgido. Segundo MOUBRAY (1997), o crescimento da automação e da mecanização têm transformado os conceitos de disponibilidade, confiabilidade, segurança e produtividade em pontos chave para as organizações industriais.

Segundo a norma brasileira NBR-5462/1994 (ABNT, 1994, p.2) “disponibilidade é a capacidade de um item estar em condições de executar uma certa função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção, supondo que os recursos requeridos estejam assegurados”.

Segundo OCONNOR (1985), “confiabilidade é o estudo sobre as falhas que podem ocorrer com o sistema durante o seu ciclo de vida, ou seja, não é um simples cálculo da taxa de falhas ou da probabilidade de um sistema ou componente falhar, mas sim a procura, análise avaliação e correção de todas as falhas que podem ocorrer com o produto no seu ciclo de vida”.

Para BAZOVSKY (1961), segurança seria por sua vez, simplesmente a probabilidade de que nenhum acidente causado por falhas do próprio sistema ou mal funcionamento dos componentes venha a ocorrer. A definição acima permite tratar segurança como o nível de probabilidade de que certas funções irão ser executadas.

Entende-se como produtividade a capacidade de produzir mais e/ou melhor com cada vez menos. Pode-se quantificar a produtividade, como sendo a relação entre o que a empresa produz, e o que a empresa consome.

Segundo MATOS (1999), duas estratégias de gerenciamento da manutenção vem num crescente uso: Manutenção para a Produtividade Total (TPM) e a Manutenção centrada na Confiabilidade (RCM). Pode-se dizer que o alicerce destas estratégias baseia-se nos conceitos apresentados acima.

A TPM visa integrar todos os participantes do sistema de produção às metas de manutenção, buscando romper com a tradicional relação “eu opero, você conserta”. A RCM é uma estratégia que visa manter a confiabilidade do sistema, seja ele qual for, a um custo compatível e tem como objetivo principal preservar a função do sistema.

Ambas as estratégias se baseiam em tarefas pró-ativas, ou seja, tarefas que têm o objetivo não só de evitar o surgimento do problema, mas também de antecipar-se a ele da forma mais eficiente e participativa possível.

Devido à grande utilização do termo sistema, faz-se necessário conceituá-lo formalmente. Neste trabalho, emprega-se a definição apresentada em HUBKA e HEDER (1988), a qual estabelece que “sistema é um conjunto finito de elementos reunidos para formar um todo, sob certas regras bem definidas, por meio das quais existem determinadas relações precisas definidas entre os elementos e para com seü ambiente. É possível que um sistema possa conter elementos isolados (com nenhuma relação com outros elementos) ou grupos isolados de elementos (grupos que não têm relações com outros elementos ou grupos dentro do conjunto). Os termos elemento e sistema são relativos. Um elemento também pode ser considerado como sistema, e um sistema pode ser considerado como elemento dentro de um sistema maior”.