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1 Enquadramento Teórico

1.4 Processo de Auditoria

1.4.3 Conclusão de uma auditoria

De acordo com a ISA 700, o principal objetivo do auditor é poder formar uma opinião independente sobre se as demonstrações financeiras apresentam uma imagem verdadeira e apropriada. Para tal, deve expressar claramente a sua opinião através de um relatório escrito, a Certificação Legal das Contas (CLC) (anexo n.º 13).

De acordo com o n.º 1, do artigo 45º, do EOROC, depois da revisão legal das contas estar concluída é necessário emitir a CLC, de acordo com os termos legais e regulamentos em vigor. Assim, o n.º 2, do artigo 45º, do EOROC menciona como deve ser constituída a CLC.

Após a aprovação do novo EOROC, foi necessário adaptar a estrutura da CLC existente à data. Por esse motivo a OROC emitiu a GAT n.º1- Aplicação das Normas Internacionais de Auditoria- Novos Modelos de Certificação Legal das Contas/Relatório de Auditoria11.

Segundo o n.º 7, da GAT n.º1, a estrutura da CLC passa a ser a seguinte:

Quadro 1.1 - Estrutura de uma Certificação Legal das Contas

Fonte: Guia de Aplicação Técnica n.º 1 (Revisto)

11 A GAT n.º 1, foi aprovada no dia 28 de julho de 2016, tendo sido revista em 8 de fevereiro de 2017.

ENTIDADES DE INTERESSE PÚBLICO OUTRAS ENTIDADES Relato sobre a auditoria das demonstrações

financeiras • Opinião

• Bases para a opinião

• Incerteza material relacionada com a continuidade

• Matérias relevantes de auditoria

• Responsabilidades do órgão de gestão e do órgão de fiscalização pelas

demonstrações financeiras • Responsabilidades do auditor pela

auditoria das demonstrações financeiras Relato sobre outros requisitos legais e regulamentares

• Sobre o relatório de gestão

• Sobre os elementos adicionais previstos no Artigo 10º do Regulamento (UE) n.º 537/2014

Relato sobre a auditoria das demonstrações financeiras

• Opinião

• Bases para a opinião

• Incerteza material relacionada com a continuidade

• Matérias relevantes de auditoria (opcional)

• Responsabilidades do órgão de gestão e do órgão de fiscalização pelas

demonstrações financeiras • Responsabilidades do auditor pela

auditoria das demonstrações financeiras Relato sobre outros requisitos legais e regulamentares

26 O auditor pode emitir os seguintes tipos de CLC, de acordo com o EOROC, com a ISA 705 (revista) e com a ISA 706 (revista):

• CLC com opinião sem reservas nem ênfases (habitualmente designada de opinião “limpa”);

• CLC com opinião sem reserva(s) e com ênfase(s); • CLC com opinião com reserva(s) e sem ênfase(s); • CLC com opinião com reserva(s) e com ênfase(s); • CLC com opinião adversa;

• CLC com escusa de opinião.

Segundo a ISA 706 (revista), existem situações que apesar de modificarem a estrutura da CLC não alteram a opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras.

Essas situações são: a incerteza material relacionada com a continuidade, as ênfases, as matérias relevantes de auditoria (apenas obrigatório para as EIP) e outras matérias (não relacionadas com as demonstrações financeiras).

Segundo Almeida (2017), caso exista uma incerteza material relacionada com a continuidade da entidade, mas o auditor considere que as demonstrações financeiras foram adequadamente preparadas no pressuposto da continuidade, o auditor deverá acrescentar na CLC a seção “incerteza material relacionada com a continuidade”.

No entanto, se o auditor quiser chamar a atenção para uma informação relevante que se encontra corretamente divulgada no anexo, permitindo ao utilizador das demonstrações financeiras apreciar os principais aspetos e as suas implicações, o auditor deverá acrescentar uma “Ênfase” na CLC.

Contudo, se o auditor, no seu julgamento, considerar uma matéria para além das matérias apresentadas ou divulgadas nas demonstrações financeiras como relevante para a compreensão da auditoria, das responsabilidades do auditor ou do seu relatório por parte dos utilizadores, deverá ser criada a seção “Outras Matérias”.

Segundo a ISA 705 (revista), existem três situações que modificam a opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras. para além de modificarem a estrutura da CLC. As três situações são: a opinião com reservas, a opinião adversa e a escusa de opinião.

De acordo com o parágrafo 7, da ISA 705 (revista), o auditor deverá emitir “uma opinião

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que as distorções individualmente ou em agregado, são materiais, mas não profundas, para as demonstrações financeiras ou quando não for capaz de obter prova de auditoria suficiente e apropriada para basear a sua opinião, mas concluir que os possíveis efeitos sobre as demonstrações financeiras das distorções por detetar, se existirem, podem ser materiais mas não profundos”. Dentro da opinião com reservas existe a reserva por

limitação de âmbito e a reserva por desacordo.

Já o parágrafo 8, da ISA 705 (revista), informa que “o auditor deve expressar uma

opinião adversa quando, tendo obtido prova de auditoria suficiente e apropriada, concluir que as distorções, individualmente ou em agregado, são não só materiais como profundas para as demonstrações financeiras”.

O parágrafo 9, da ISA 705 (revista), menciona que “o auditor deve emitir uma escusa de

opinião quando não for capaz de obter prova de auditoria suficiente e apropriada para basear a sua opinião e concluir que os possíveis efeitos das distorções por detetar, se existirem, possam ser não só materiais como profundos”.

Nestes casos, a estrutura da CLC deverá ser a seguinte:

Quadro 1.2 - Estrutura da Certificação Legal das Contas alterada

Fonte: Guia de Aplicação Técnica n.º 1 (Revisto)

ENTIDADES DE INTERESSE PÚBLICO OUTRAS ENTIDADES

Relato sobre a auditoria das demonstrações financeiras

• Opinião

• Bases para a opinião

• Incerteza material relacionada com a continuidade

• Ênfase(s)

• Matérias relevantes de auditoria • Outras matérias

• Responsabilidades do órgão de gestão e do órgão de fiscalização pelas

demonstrações financeiras • Responsabilidades do auditor pela

auditoria das demonstrações financeiras Relato sobre outros requisitos legais e regulamentares

• Sobre o relatório de gestão

• Sobre o relatório de governo societário • Sobre os elementos adicionais previstos

no Artigo 10.º do Regulamento (UE) n.º 537/2014

Relato sobre a auditoria das demonstrações financeiras

• Opinião

• Bases para a opinião

• Incerteza material relacionada com a continuidade

• Ênfase(s)

• Matérias relevantes de auditoria (opcional)

• Outras matérias

• Responsabilidades do órgão de gestão e do órgão de fiscalização pelas

demonstrações financeiras • Responsabilidades do auditor pela

auditoria das demonstrações financeiras Relato sobre outros requisitos legais e regulamentares

28 Por fim, a CLC é emitida em papel timbrado da empresa e assinada pelo ROC.

Depois de assinada, a CLC é digitalizada e arquivada, sendo que a cópia deverá ser arquivada no dossier corrente e a digitalização é arquivada no dossier permanente da entidade. Posteriormente, o ROC procede à entrega da CLC ao cliente auditado.

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2 Caracterização da Entidade Acolhedora