• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. CONCLUSÃO GERAL

O trabalho atendeu os objetivos almejados, propôs um modelo de gestão e garantia de qualidade que demonstrou ser aplicável e eficiente para empresas construtoras de pequeno porte. A implementação do modelo foi facilmente assimilada. Durante alguns meses a utilização das ferramentas do modelo foi acompanhada e os impactos percebidos analisados. Foram também estabelecidas diretrizes para o aperfeiçoamento do modelo.

O estudo de caso auxiliou e serviu como fundamento para a elaboração do modelo. Através dele pode se ter uma percepção clara da estrutura das empresas construtoras de pequeno porte, de suas características peculiares e da forma com que estas atuam no mercado.

Com a caracterização do universo das empresas que se pretendia trabalhar e com a delimitação deste universo feita através do estudo de caso, pode se estabelecer de forma confiável as ferramentas do modelo de forma a atender a objetivo inicial da pesquisa. Um fator marcante verificado na implementação e utilização do modelo proposto foi quanto à extrapolação do objetivo da pesquisa. O modelo não apenas serviu como um sistema que garantisse a qualidade do produto em questão como acabou sendo um elemento estruturador da empresa.

Esse fato já era esperado. É característico nas empresas construtoras de pequeno porte a figura da empresa se confundir com a figura do empreendimento.

A gestão da documentação e a gestão da comunicação contribuíram neste aspecto. O quadro de responsabilidade também demonstrou ser essencial. Através dele ações corretivas puderam ser feitas visando à melhoria na gestão da empresa como um todo. O modelo também contribuiu para o melhor controle dos processos produtivos, a melhoria no controle do planejamento e diminuição de retrabalho e desperdício.

O registro da verificação dos serviços essenciais trouxe uma maior confiabilidade e tranqüilidade para os próprios agentes na continuidade dos trabalhos. Além do mais, se criou uma “sensação” no canteiro de obras de que havia de fato um controle dos serviços prestados, até mesmo dos quais não havia um registro formal. Isso foi um fator relevante, pois em obras similares de construtoras do mesmo porte, a ausência da verificação “formal” de serviços gera uma idéia de falta de controle na obra. Os serviços

são assim mal executados, já que, a sensação de quem os executa, é de que não há controle.

A diminuição de retrabalho e desperdício foi perceptível, gerada pela eficácia na comunicação entre obra e escritório e pela análise dos projetos antes de estes serem encaminhados para a obra.

Por fim, um fator de destaque foi o controle do planejamento. A elaboração e acompanhamento dos cronogramas levaram a uma conscientização dos motivos dos atrasos que, normalmente, se resumem em excesso de trabalho planejado, falta de mão de obra e atraso de fornecedores. Com isso obteve-se um aprendizado na elaboração dos cronogramas. Além disso, foram calculados os índices de produtividade da própria equipe. Com isso, é esperado que sejam feitos cronogramas mais reais e confiáveis para as próximas obras.

A maior dificuldade encontrada foi em manter a utilização das ferramentas aplicadas. Não foi uma dificuldade pontual, mas sim geral, atingindo todos os envolvidos no processo de execução do empreendimento. Entende-se que essa dificuldade se da pelo fator cultural existente no setor, já bem enraizado, de ausência de controle dos procedimentos. Esse fator é ainda mais latente nas pequenas construtoras. No entanto, espera-se que seja uma dificuldade momentânea ocorrendo com uma mudança na postura dos agentes que atuam na empresa. Como a alta direção da empresa já tem essa consciência, essa mudança torna-se mais simples e fácil.

O modelo proposto foi pensado dentro do contexto de empresas construtoras de pequeno porte. Como visto no estudo de caso apresentado essas empresas apresentam características difusas, que podem diferenciar significativamente uma da outra, como no caso da própria atuação no mercado de trabalho, como pessoa natural ou pessoa jurídica. No entanto, quanto à essência, elas demonstram ser bastante semelhantes. Sendo assim, é esperado que, ao ser aplicado em outra empresa construtora de pequeno porte, o modelo seja eficiente. É claro que este deve ser ajustado a individualidade da empresa para um melhor aproveitamento do sistema de gestão.

No mesmo sentido, há de se explicitar que o modelo sugerido deve ser compreendido como dinâmico e suscetível a modificações em seu conteúdo, sofrendo uma melhoria contínua, acompanhando o crescimento da empresa. É sabido que muitas dessas empresas não mudam de patamar, permanecendo com as mesmas demandas e características, devendo o modelo ser somente consolidado. No entanto, havendo uma mudança no porte da empresa, o modelo deve caminhar no mesmo sentido.

Assim, outros requisitos da própria norma ISO 9001 poderiam ser incorporados ao modelo até o instante de sua utilização na íntegra, com a ascensão da empresa a um porte mediano a grande. Além disso, poderiam ser incrementados princípios da engenharia simultânea e gerenciamento de projetos.

Comparando a empresa em questão, com a utilização do modelo proposto, e as demais empresas pesquisadas acredita-se que há, certamente, um diferencial. Esse diferencial recai sobre três aspectos gerais. O primeiro é no que diz respeito à estrutura

administrativa da empresa, quanto à organização como um todo, sendo latente na área financeira. O segundo é quanto à qualidade do empreendimento, assegurando ao cliente uma maior certeza quanto ao acompanhamento dos processos construtivos da obra e atendimento aos prazos de execução. Além desses benefícios diretos, destacam-se os indiretos como redução de desperdícios, retrabalhos, falhas de projeto e de tudo aquilo que não agrega valor. O terceiro aspecto é quanto ao aprendizado contínuo e um melhoramento contínuo que será agregado à empresa com a utilização do modelo. Essa diferenciação é expressiva, pois não está sendo comparada a utilização de SGQ diferentes de uma empresa para outra, e sim a utilização ou não de um sistema, pois, como visto, estas empresas não possuem nenhum tipo de sistema, utilizando intuitivamente algumas ferramentas de forma isolada.

Com a abordagem apresentada no presente trabalho, culminando com a análise exposta neste capítulo, entende-se que a dissertação atendeu os objetivos propostos. Inicialmente foi abordado o contexto em que o trabalho estava sendo desenvolvido, posteriormente foram revisadas a parte teórica cabível ao tema e a forma com que este seria trabalhado, dissertando sobre a metodologia adotada. Um estudo de caso foi apresentado a fim de delinear e caracterizar o universo de empresas abordadas e, após, uma elaboração de um modelo de gestão foi proposto. A aplicação do modelo foi feita e os resultados apurados. Considera-se também que toda essa estrutura da pesquisa esta coerente com os interesses acadêmicos e de mercado mencionados no início do trabalho. Apresentando resultados positivos esta dissertação possibilita e serve como gatilho para trabalhos futuros.

Documentos relacionados