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O investimento em infraestrutura é a base para o desenvolvimento econômico e social de uma população. Dos eixos que abrangem a infraestrutura, destaca-se o transporte de carga, como o que contribui de maneira mais efetiva para o progresso.

Por acreditar que existe uma vinculação entre o desenvolvimento socioeconômico de uma sociedade e infraestrutura de transportes de cargas, o objetivo principal deste trabalho é analisar a relação entre infraestrutura de transportes com o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Para alcançar o objetivo proposto realizou-se uma coleta de dados, quantitativos, mediante técnicas de pesquisa descritiva e bibliográfica, e para interpretar e explicar essas informações recorreu-se a métodos estatísticos que estudassem a relação entre as variáveis. Por meio do coeficiente de correlação de Pearson foi possível confrontar as variáveis: Renda, Renda per capita, Longevidade e Educação com a variável malha rodoviária.

Quanto aos objetivos específicos, procurou-se descrever as características dos modais de transporte no Brasil, analisar a estrutura da malha rodoviária, além de analisar a relação entre o tamanho da malha rodoviária nas diversas regiões do Brasil com os indicadores de desenvolvimento humano.

A cerca das características dos modais, no decorrer do estudo observou-se que enquanto uns têm peculiaridades, outros, apesar de terem características próprias, compartilham algumas similaridades. O modal dutovário, por exemplo, ao transportar através de dutos, e ter a vantagem de operacionalizar ininterruptamente, o que reduz seu custo, se limita a cargas bem específicas. Já o modal aquaviário que se destaca por transportar todo tipo de carga a um baixo custo, tem como limitador a velocidade, o oposto pode-se afirmar do modo aéreo que tem como principal característica a agilidade, porém a um custo elevado. Os modais ferroviário e rodoviário são os que detém a maior parcela no transporte de cargas, pois apresentam semelhança quanto à aplicabilidade, porém, enquanto o rodoviário possui um maior alcance seu custo é considerado muito alto; o ferroviário opera a um baixo custo mas seu alcance é restrito. No que diz respeito ao estudo da estrutura da malha rodoviária, observou-se que até o ano de 2017, dos 1.563.391,3 km de malha rodoviária total, apenas 13,65% eram pavimentadas. Outra observação que merece destaque é que, segundo dados do mesmo ano, as regiões sudeste, centro-oeste e sul concentravam 52,64% de toda a malha rodoviária do País.

Quanto à análise da relação entre o tamanho da malha rodoviária nas diversas regiões do Brasil com os indicadores de desenvolvimento humano a pesquisa nos mostra que o

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meio de transporte é indispensável para a economia, visto que através dele a demanda e oferta de bens e serviços se comunicam. E considerando que o modal rodoviário alcança, praticamente todo o território nacional. Diante de tal condição, a falta de infraestrutura ou sua escassez pode ser um grande gargalo ao desenvolvimento humano, tendo em vista que tais indicadores têm relação direta com desenvolvimento econômico.

No desenrolar da pesquisa constata-se que investimentos em infraestrutura fortalecem a melhora econômica e social das regiões, e se transporte é essencial para o alcance material entre as regiões, logo é razoável admitir que a construção de novas, a manutenção e/ou adequação das infraestruturas de transportes existentes, sejam rodovias, ferrovias, portos e rios navegáveis, são motivações de crescimento econômico.

Desta maneira o pressuposto de que existe uma relação entre infraestrutura de transporte com o desenvolvimento econômico e social do Brasil foi atendido. Visto que quando os dados quando trabalhos sob a concepção da estatística descritiva observou-se que as regiões que concentram a maior dimensão de malha rodoviária apresentam também os melhores desempenhos nos indicadores de desenvolvimento humano e quando examinados através da correlação bivariada, de Pearson, verificou-se que a relação entre as variáveis existe. Contudo vale ressaltar que quando se analisou os dados através da correlação bivariada esta apresentou coeficientes de correlação entre baixa e moderada.

Como contribuição do estudo destaca-se que este pode servir de alerta à sociedade sobre a deficiência de políticas públicas para o setor, principalmente na região norte, além de evidenciar a necessidade de incentivar o desenvolvimento dos transportes ferroviário e aquaviário, considerando as características geográficas de cada região de modo a equilibrar a participação desses modais na movimentação de cargas transportadas e, como consequência, tornar mais eficiente o sistema de transporte brasileiro.

Uma das limitações encontradas nesse trabalho foi a falta de dados sobre os modais ferroviário e aquaviário, limitando assim a abrangência da pesquisa.

Como sugestão para futuros trabalhos poderia se mensurar qual a porcentagem do valor gerado, na economia de um país, pela infraestrutura de transporte, por exemplo, é revestida para a sua própria expansão e/ou conservação. Seria interessante também estimar o impacto provocado pela melhor distribuição entre os modais de transporte, principalmente se incentivado o uso do modal hidroviário.

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