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O terrorismo se constitui em um dos fenômenos mais inquietantes dos tempos atuais e que vem desafiando governos e sociedades. Observamos estarrecidos o crescimento de atentados contra pessoas, instalações civis, órgãos governamentais em quase todos os continentes e que, em última análise, vem provocando uma mobilização mundial no combate a esse fenômeno.

O Estado Brasileiro vem demonstrando sua preocupação com o tema através dos seguintes instrumentos legais, quais sejam, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88), através dos seus artigos 4º, Inciso VIII; 5º e inciso XLIII; Livro Branco de Defesa e por último a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.

Apesar das preocupações de todos os países civilizados, verificamos ao longo dos anos um incremento mundial em atos terroristas em todo o mundo, o que nos faz, no mínimo, ficarmos atentos a essa tendência global, em que pese termos passado recentemente por grandes eventos mundiais sem a ocorrência de um problema relevante.

O Brasil é sabidamente um país de passagem de drogas produzida nos vizinhos andinos para Europa e EUA, bem como um dos maiores consumidores delas. A Tríplice Fronteira Sul (TFS) formada por Brasil, Paraguai e Argentina é a principal rota de entrada dessas drogas ilícitas, além da entrada do contrabando de cigarros.

Conforme publicado no relatório sobre as atividades de grupos criminosos e terroristas na TFS, de autoria de Rex Hudson (2010), a presença de grupos terroristas, dentre eles o Hizballah, na América do Sul, ocorre desde a segunda metade da década de 1980, como um local seguro para a prática de atividades suporte para os atentados terroristas.

Após os atentados do 11 de Setembro de 2001, a região foi acompanhada pelos EUA com mais intensidade por ser considerada como um possível refúgio de terroristas, em decorrência de sua comunidade árabe e de seu histórico anterior.

Mais recentemente a TFS tem revelado um incremento significativo nos crimes transfronteiriços ou transnacionais como o assalto ao banco paraguaio em 2017, bem como a aliança entre o Hezbollah e o PCC para atuarem no tráfico de drogas produzidas nos países andinos e Paraguai, bem como no contrabando de cigarros para o Brasil. Além disso o Hezbollah auxiliaram o PCC na obtenção de armamento e

acesso aos canais internacionais do crime em troca de proteção de prisioneiros de origem libanesa no Brasil.

Além disso, nos deparamos com o cenário caótico do sistema carcerário brasileiro, onde o Estado demonstra ter perdido a capacidade de cumprir o seu papel de ressocializar e devolver para a sociedade cidadãos reabilitados e aptos ao convívio social, somada a debilidade da nossa Lei de combate ao terrorismo.

Desta forma, podemos concluir da real possibilidade de uma vez existindo o contato entre criminosos comuns e elementos radicalizados em nossas prisões, o quê não é difícil de ocorrer já que existe pessoas ligadas ao Hezbollah atuando na TFS em crimes comuns naquela área, ocorrer a radicalização desses brasileiros, dando origem a grupos extremistas em território nacional.

Para fazer face à essa possibilidade catastrófica para o Estado Brasileiro, tanto no aspecto da Segurança, quanto nos aspecto da Defesa, torna-se altamente recomendável uma alteração na Lei nº 7.210/84, Lei de Execução Penal, instrumento adequado, prevendo a separação no interior dos presídios estaduais e federais, de presos que professem o Islamismo como religião.

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