• Nenhum resultado encontrado

O papel do Estado como criador de novas políticas e novas legislações para o estímulo ao empreendedorismo tem sido a saída incentivada no Brasil para fomentar a entrada de vários empreendedores que até então exerciam suas atividades no mercado informal. O que se nota é a crescente formalização dos empreendedores individuais favorecidos pela Lei Complementar nº 128/08 e suas alterações, que criou a figura do microempreendedor individual dando o tratamento jurídico diferenciado, antes dado somente às micro e pequenas empresas.

Vários países concordam que o estímulo maior a um número de empreendedores favorece o desenvolvimento econômico desses países. Dessa forma muitos países estão estimulando, através de políticas voltadas ao empreendedorismo, a geração de novos negócios como fomento ao desenvolvimento econômico.

O desafio é possibilitar a população que deseja empreender condições para que ela aproveite as oportunidades do mundo dos negócios inovando produtos e processos ampliando assim o mercado, gerando riqueza para a economia e aumentando a oferta de empregos.

A Lei do microempreendedor individual está permitindo a retirada da informalidade do empreendedor que não tinha acesso aos benefícios da formalização, além de estimular a ampliação do número de empreendedores individuais na população.

Os custos da formalização era o grande entrave ao acesso e a criação de novos negócios só podendo se formalizar aquele empreendedor que conseguia obter ganhos bem considerados.

A pesquisa em questão chegou à constatação de que a Lei Complementar nº 128/08 tem atingido seu objetivo principal de formalização dos empreendedores individuais que se encontravam na informalidade, dando-lhes condições legais e tributárias mais justas para a realidade do empreendedor individual e facilitando também a abertura de novos negócios.

Conforme a pesquisa, o principal motivo para que os empreendedores individuais tenham se formalizado está relacionado a algum aspecto vinculado ao seu negócio como: emitir nota fiscal; facilidade em abrir a empresa; a possibilidade de conseguir empréstimo e de vender para o governo, confirmando assim, uma das hipóteses da pesquisa, de que os benefícios tributários, previdenciários e creditícios, são um grande estímulo à formalização dos empreendedores individuais.

Verificou-se também que, a maioria dos empreendedores individuais, já possuía o seu negócio de maneira informal, em nível nacional e estadual. Ou seja, mais da metade dos empreendedores formalizados vieram da informalidade. Demonstrando que a informalidade era o primeiro ambiente para início de um negócio no Brasil, devido à elevada carga tributária, custos elevados de formalização e pela falta de crédito aos que exerciam atividades informais.

Constata-se também na pesquisa uma grande concentração de formalização nos principais Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, concentrando mais de 40% dos empreendedores individuais formalizados, o mesmo acontecendo em nível de Ceará com a cidade de Fortaleza, que concentra mais de 50% dos empreendedores individuais formalizados.

Após a pesquisa desenvolvida, pode-se afirmar que os objetivos esperados foram alcançados, haja vista que a Lei do Micro Empreendedor Individual se tornou uma importante porta de entrada para a formalização de empreendedores individuais no Brasil.

As limitações e dificuldades da pesquisa em questão se encontram na característica recente do programa do Micro Empreendedor Individual, havendo ainda poucos estudos acadêmicos abordando o tema do Micro Empreendedor Individual.

Sugere-se como futuras pesquisas sobre o tema a identificação dos impactos da formalização do Micro Empreendedor Individual para a formação da cultura do empreendedorismo.

Por fim, o estudo possibilitou uma ampliação dos conhecimentos sobre a Lei nº 128/2008 e suas alterações, bem como do conceito de empreendedorismo já difundido e praticado cada vez mais no mundo dos negócios e profissional.

REFERÊNCIAS

AGOSTINI, J. C.; ANGONESE, R. M.; BOGONI, R. T. Empreendedorismo. Cadernos da SBDG, 2004. Disponível em:

<http://www.sbdg.org.br/admin/cadernos/Empreendedorismo.PDF>. Acesso em: 19 abr. 2012.

ANTUNES, R. Adeus ao trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 4. ed, São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da Universidade de Campinas, 1997. BARROS, Aluísio A.; PEREIRA, C. M. Miranda de Araújo. Empreendedorismo e crescimento econômico: uma análise empírica. Revista de Administração Contemporânea. Curitiba, v. 12, n. 4, p. 975-993, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rac/v12n4/05.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2012.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 25 mai. 2012.

COUTO, C. L. P.; MARIANO, S. R. H.; MAYER, V. F. Medição da intenção empreendedora no contexto brasileiro: desafios da aplicação de um modelo internacional. In. XXXIV

ENCONTRO DA ANPAD, 2010, Rio de Janeiro. Anais... 1 CD-ROM

DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura Editores, 1999.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

FONTENELE, R. E. S.; SOUSA, P. F. B.; LIMA, A. O. Empreendedorismo, crescimento econômico e competitividade dos BRICS: uma análise empírica a partir dos dados do GEM e GCI. In. XXXV ENCONTRO DA ANPAD, 2011, Rio de Janeiro. Anais... 1 CD-ROM

FURTADO, A. Empreendedorismo – Jovens – Experiências Internacional e Brasileira – Impactos sobre o Emprego. Câmara dos Deputados, 2003. Disponível em:

<http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1561/empreendedorismo_jovens_furtado

.pdf?sequence=1>. Acesso em: 23 abr. 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa ECINF 2003: mercado informal. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ecinf/2003/ecinf2003.pdf >. Acesso em: 19

abr. 2012

KANTIS, H.; ISHIDA, M.; KOMORI, M. Empreendedorismo em Economias Emergentes: criação e desenvolvimento de novas empresas na América Latina e no Leste Asiático. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), 2002. Disponível em:

LASSANCE, M. C.; SPARTA, M. A orientação profissional e as transformações no mundo do trabalho. Revista Brasileira de Orientação Profissional, São Paulo, v. 4, n. (1/2), p. 13-19, 2003. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbop/v4n1-2/v4n1-2a03.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2012.

MATIAS, M. A.; MARTINS, G. A. O legado de Mcclelland e a educação empreendedora em contabilidade. In: IV Congresso ANPCONT, 2010, Natal. IV Congresso ANPCONT -

convergências internacionais da contabilidade, 2010. Disponível em:

<http://www.anpcont.com.br/site/docs/congressoIV/03/EPC307.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2012.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Jovem Empreendedor. 2001. Disponível em:

<http://www.abrasil.gov.br/avalppa/site/content/av_prog/10/04/prog1004.htm>. Acesso em: 14

abr. 2012.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Programa Brasil Empreendedor volta a superar todas as metas na segunda fase. 2001. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=2&noticia=3700>. Acesso em: 14 abr. 2012.

MOREIRA, M. R. L. A Lei do Micro Empreendedor Individual: Objetivos e alcance no setor de confecções de fortaleza. 2011. 78 p. Monografia (Bacharelado em Ciências Contábeis).

Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará.

OLIVEIRA, S. T. Q.; OLIVEIRA NETO, J. C. C.; SERRANO, A. L. M. Economia submersa: um estudo de caso dos determinantes da informalidade no Distrito Federal. In. XXXV

ENCONTRO DA ANPAD, 2011, Rio de Janeiro. Anais... 1 CD-ROM

OLIVEIRA, M. F. S. El concepto del empreendedorismo: todavía um problema? In. XXXV ENCONTRO DA ANPAD, 2011, Rio de Janeiro. Anais... 1 CD-ROM

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABLAHO. Economia informal: aspectos conceituais e teóricos. Disponível em:

<http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/employment/pub/economia_informal_241.pd

f>. Acesso em: 19 abr. 2012.

PIMENTEL, J. Empreendedorismo Forte: mais emprego, renda e desenvolvimento. Brasília: Senado Federal, 2011.

POCHMANN, M. Economia do Microempreendimento informal no Brasil. Brasília: Sebrae, 2005. Disponível em

http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/738E0F995A136E6083257363005E2945/$File/

NT0003619A.pdf acesso em: 19 abr. 2012.

PORTAL DO EMPREENDEDOR. Ministério do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Entenda: o que é? Disponível em:

<http://www.portaldoempreendedor.gov.br/modulos/entenda/oque.php>. Acesso em: 27 abr.

Qualidade do empreendedorismo no Brasil é boa. Revista Época. São Paulo, 26 abril 2011. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI228524-15259,00-

QUALIDADE+DO+EMPREENDEDORISMO+NO+BRASIL+E+BOA.html>. Acesso em: 27

abr. 2012.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Lei Complementar nº 128/2008. Disponível em:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2008/leicp128.htm>. Acesso

em: 27 abr. 2012.

________. Lei Complementar nº 139/2011. Disponível em:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2011/leicp139.htm>. Acesso

em: 27 abr. 2012.

SACHS, I. Inclusão social pelo trabalho: desenvolvimento humano, trabalho decente e o futuro dos empreendedores de pequeno porte. Brasília: Sebrae, 2002.

SANTIAGO, E. G. Empreender para sobreviver: ação econômica dos empreendedores de pequeno porte. Ceará: Banco do Nordeste do Brasil, 2008.

SCHUMPETER, J. A. A Teoria do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

SEBRAE. GEM - Sumário Executivo. 2000. Disponível em:

<http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/D8929786991CC5D3832573070047E6F3/$F

ile/NT00035B86.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2012.

________. Economia informal urbana. Brasília, DF, 2005. Disponível em:

<http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/69a5e2bb919eaf2e832574b0004bda60/23e6a5

6185eb0c9f0325703c007f1478/$FILE/NT000A985E.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2012.

________. Livro GEM - 2010. 2011. Disponível em:

<http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/temas-

estrategicos/empreendedorismo/livro_gem_2010.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2012.

________. Pesquisa de Perfil do Empreendedor Individual 2011. 2011. Disponível em:

http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/FFA96CD1D2798CC4832579100043A8FE/$

File/NT000463DA.pdf. Acesso em: 27 abr. 2012.

________. História do Sebrae. 2012. Disponível em:

<http://www.sebrae.com.br/customizado/sebrae/institucional/quem-somos/historico>. Acesso

em: 24 abr. 2012.

________. Sebrae: um agente do desenvolvimento. 2012. Disponível em:

<http://www.sebrae.com.br/customizado/sebrae/institucional/quem-somos/sebrae-um-agente-de-

________. Como Trabalhamos. 2012. Disponível em:

<http://www.sebrae.com.br/customizado/sebrae/institucional/como-trabalhamos/como-

trabalhamos. Acesso em: 24 abr. 2012.

________. Feira do Empreendedor. 2012. Disponível em:

<http://www.sebrae.com.br/customizado/feira-do-empreendedor/feira-do-

empreendedor/historico>. Acesso em: 24 abr. 2012.

________. Feira do Empreendedor on-line. 2012. Disponível em:

<http://www.feiradoempreendedoronline.sebrae.com.br/Conteudo.aspx/Feira/Online>. Acesso

em: 24 abr. 2012.

________. Novo teto do Empreendedor Individual vale a partir deste mês. Agência Sebrae de Notícias. Disponível em: <http://www.agenciasebrae.com.br/noticia/12828235/ultimas-

noticias/novo-teto-do-empreendedor-individual-vale-a-partir-deste-mes/>. Acesso em: 14 abr.

2012.

SEBRAE-SP (SÃO PAULO). 10 Anos de Monitoramento da Sobrevivência e Mortalidade de Empresas. 2008. Disponível em:

<http://www.sebraesp.com.br/PortalSebraeSP/Biblioteca/Documents/EstudosePesquisas/Mortalid

ade_MPE/livro_10_anos_mortalidade/livro_10_anos_mortalidade.pdf>. Acesso em: 27 abr.

2012.

SEBRAE-CE (CEARÁ). Empreendedor Individual: pesquisa e perfil. 2011. Disponível em:

http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/12D4DCE56841606E8325791000477B95/$Fil

e/NT0004640A.pdf. Acesso em: 27 abr. 2012.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Guia de normas da UFC. Disponível em:

<http://www.feaac.ufc.br/images/stories/_files/guia_normalizacao_ufc_2012.pdf>. Acesso em:

ANEXO A – Enquadramento e benefícios do Empreendedor Individual As condições para enquadramento do Empreendedor Individual são as seguintes:

 Apresentar faturamento bruto anual de até R$60.000,00;  Não ser titular, sócio ou administrador de outra empresa;  Não ter filiais;

 Exercer atividades que constem do Anexo Único da Resolução nº 94/11, do Comitê Gestor do Simples Nacional.

 Ter apenas um empregado que receba no máximo um salário mínimo federal ou o piso salarial da categoria profissional. (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2012)

Entre os benefícios à formalização dos Empreendedores Individuais estão:

Cobertura Previdenciária: Para o Empreendedor e sua família (auxílio-doença, aposentadoria por idade, salário-maternidade após carência, pensão e auxilio reclusão), com contribuição mensal reduzida - 5% do salário mínimo, hoje R$ 31,10;

 Contratação de um funcionário com menor custo: Poder registrar até 1 empregado, com baixo custo - 3% Previdência e 8% FGTS do salário mínimo por mês, valor total de R$ 68,42. O empregado contribui com 8% do seu salário para a Previdência;

 Isenção de taxas para o registro da empresa: Todo o processo de formalização é gratuito;

 Ausência de burocracia: Ausência de burocracia para se manter formal, fazendo uma única declaração por ano sobre o seu faturamento;

 Acesso a serviços bancários, inclusive crédito: O Empreendedor terá condições de obter crédito junto aos Bancos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste;

 Compras e vendas em conjunto: Permitir a união para compras em conjunto através da formação de consórcio de fins específicos;

 Redução da carga tributária: O custo da formalização é de fato muito baixo. No máximo R$ 37,10 por mês, fixo;

 Controles muito simplificados: Controles simplificados (não há necessidade de contabilidade formal);

 Emissão de alvará pela Internet: Para o empreendedor Individual essa autorização (licença ou alvará) será concedida de graça, sem o pagamento de qualquer taxa, o mesmo acontecendo para o registro na Junta Comercial;

 Cidadania: Resgatar o sentimento de cidadania. A cidadania não tem preço e ela começa com o direito à dignidade que se traduz na condição humana de autorrealização pessoal, profissional e social;

 Mais fácil vender para o Governo: O Governo é um grande comprador de mercadorias e serviços, nas suas três esferas: Federal, Estadual e Municipal;  Serviços gratuitos: Na formalização e durante o primeiro ano como

Empreendedor Individual, haverá uma rede de empresas contábeis que irão prestar assessoria de graça, como forma de incentivar e melhorar as condições de negócio do País;

 Apoio técnico do SEBRAE na organização do negócio: O SEBRAE estará orientando e assessorando os Empreendedores que assim o desejarem. Serão cursos e planejamentos de negócios com vistas a capacitar os empreendedores, tornando-os mais aptos a manterem e desenvolverem as suas aptidões;

 Possibilidade de crescimento como Empreendedor: Com todo esse apoio e o fato de estarem no mercado de forma legal, as chances de crescer e prosperar aumentam e o que hoje é apenas um pequeno negócio amanhã poderá ser uma média e até uma grande empresa;

 Segurança jurídica: Segurança Jurídica - formalização está amparada em Lei Complementar que impede alterações por Medida Provisória e exige quorum qualificado no Congresso Nacional. (PORTAL DO EMPREENDEDOR)

Documentos relacionados