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3 POLÍTICAS DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO

3.2 Microempreendedor individual: legislação

O arcabouço legislativo criado pelos governos Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva beneficiaram a empresa que optou pelo SIMPLES, no entanto, ainda existia um grande contingente de pessoas que exerciam atividades empresariais, mas mesmo com as facilidades da legislação não conseguiam atingir níveis de faturamento suficiente para suportar a carga tributária remanescente. (MOREIRA, 2011)

Com o intuito de agregar ao mercado formal aqueles que estão na informalidade, o Congresso brasileiro aprovou em dezembro de 2008, a Lei Complementar nº 128/08 que alterou a Lei Complementar nº 123/06 criando o programa do Microempreendedor Individual, começando a vigorar no dia 1º de julho de 2009.

A Lei Complementar n.º 128/08, que cria a figura jurídica do Microempreendedor Individual, modificou a Lei Complementar n.º 123/06, garantindo uma série de benefícios para os microempreendedores individuais, tais como, aposentadoria, auxílio- materenidade, auxílio por acidente de trabalho, por exemplo, que, na informalidade, seriam impossíveis, de incluí-los nas normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido dispensado às microemrpesas no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (MOREIRA, 2011, p. 39)

A Lei nº 128/08, além de fazer outras alterações, instituiu os parágrafos 1º e 2º do artigo 18-A da Lei nº 123/06 onde passou a considerar o Microempreendedor Individual como:

[...] considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012)

No Portal do Empreendedor, principal “site” de orientação e informação aos Empreendedores Individuais, encontra-se muitas informações e notícias desde a implementação do Micro Empreendedor Individual. Entre elas está a opção ENTENDA, onde é informado o que é o Microempreendedor Individual.

O Empreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um empreendedor individual, é

necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2012, grifo nosso)

De acordo com o inciso V, do parágrafo 3º, Art. 18-A da Lei 128/08, o Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, valor fixo mensal correspondente à soma das seguintes parcelas:

a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a título da contribuição prevista no inciso IV deste parágrafo;

b) R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS;

c) R$ 5,00 (cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS. (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012)

Os recolhimentos em relação a alínea “a” são feitas com base no salário mínimo em vigor no período e os referentes as alíneas “b” e “c”, são fixos.

Em abril de 2011 foi editada a Medida Provisória nº 529 de 07 de abril de 2011, onde fez alterações também no tocante às contribuições previdenciárias dos empreendedores individuais. A MP nº 529 foi convertida depois na Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011.

Na referida Lei foi alterado o art. 21, parágrafo 2º, inciso II, onde dá tratamento previdenciário diferenciado ao Microempreendedor Individual (MEI) de 11% para 5% sobre o salário mínimo, diminuindo ainda mais a contribuição do Empreendedor Individual.

E a partir de janeiro de 2012, começou a valer o novo teto da receita bruta anual do microempreendedor individual, que passou de R$ 36 mil para R$ 60 mil, conforme a Lei Complementar nº 139/11, de 10 de novembro de 2011.

Art. 18-A. ...

§ 1o Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta

mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.

§ 2o No caso de início de atividades, o limite de que trata o § 1o será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012)

De acordo com o SEBRAE (2012), a Lei complementar nº 139/11 também cria simplificações para o empreendedor individual. Entre elas, a possibilidade de alteração e cancelamento do cadastro, a qualquer momento, pela internet.

De acordo com o SEBRAE-CE (2011), as vantagens também podem ser: não estar sujeito às penalidades previstas em lei; acesso a licitações públicas; credibilidade e facilidade de desenvolvimento de novos clientes; facilidade na compra de insumos ou produtos para comercialização e/ou industrialização junto aos fornecedores diretos; maiores garantias quanto à cobrança de dívidas; possibilita ao empresário regularizar a sua fonte de renda, justificando com isso o seu patrimônio; auxílio da contabilidade no controle do patrimônio, receitas e despesas da empresa; evita denúncias de outras empresas que atuam no mesmo segmento.

O regime tributário específico para os empreendedores individuais, além de um sistema de inscrição totalmente diferenciado, simplificou e tornou “on-line” o processo de abertura de empresas. Ao saírem da informalidade, esses novos empresários ganham acesso a um ambiente seguro e propício para o exercício do empreendedorismo, mediante inclusão previdenciária, econômica e social. (SEBRAE, 2011)

Essa proposta foi construída como uma política de Estado para fazer frente a um quadro de informalidade e exclusão de pequenos empreendimentos por meio da inclusão produtiva. A Lei do microempreendedor individual tem contribuído em temas cruciais da agenda nacional, como o combate à pobreza, a geração de trabalho, emprego e promoção de melhor distribuição da renda, redução da informalidade, promoção do empreendedorismo e adensamento do tecido social e econômico do País. (SEBRAE, 2011)

Espera-se com essas medidas ampliar ainda mais a competitividade e o crescimento das empresas e empreendedores individuais brasileiros nos mercados interno e externo e

contribuindo para o desenvolvimento do Brasil gerando emprego e renda para o brasileiro. (PIMENTEL, 2011)

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