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Repositório Institucional UFC: O microempreendedor individual no Brasil e Ceará: situação após a implantação da Lei Complementar Nº 128/2008

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SECRETARIADO EXECUTIVO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

TIAGO POLICARPO DE SOUZA

O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL NO BRASIL E CEARÁ: SITUAÇÃO APÓS A IMPLANTAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 128/2008

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O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL NO BRASIL E CEARÁ: SITUAÇÃO APÓS A IMPLANTAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 128/2008

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Profª Drª. Sandra Maria Santos

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

S719m Souza, Tiago Policarpo de.

O microempreendedor individual no Brasil e Ceará: situação após a implantação da Lei Complementar nº 128/2008 / Tiago Policarpo de Souza. – 2012.

50 f.; il.; enc.; 30 cm.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza, 2012.

Orientação: Profa. Dra. Sandra Maria Santos.

1. Empreendimentos 2. Micro e pequenas empresas 3. Setor informal (Economia) I. Título.

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O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL NO BRASIL E CEARÁ: SITUAÇÃO APÓS A IMPLANTAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 128/2008

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Aprovada em _____/_____/_______.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Profª. Drª. Sandra Maria Santos (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Dr. Raimundo Eduardo Silveira Fontenele

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Rui de Almeida Rocha

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À minha noiva, Regina Soares, pelo apoio e incentivo na realização deste trabalho.

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A DEUS, que me deu vida e inteligência, e que me dá força para continuar a caminhada em busca dos meus objetivos.

À professora Sandra Maria Santos pela dedicação na realização deste trabalho, que sem sua importante ajuda não teria sido concretizado.

Aos meus pais, José Airton e Maria José, que me ensinaram a não temer desafios e a superar os obstáculos com humildade.

Aos professores Eduardo Fontenele e Rui Rocha por fazerem parte da banca examinadora.

Aos professores Jair do Amaral Filho, Ana Maria Fontenele e Jaqueline Franco pelas oportunidades dadas e a todos os professores que contribuem para o conhecimento acadêmico dos discentes.

Aos amigos que fizeram parte de toda a minha vida acadêmica.

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“A natureza faz do homem um ser natural. A sociedade faz dele um ser social.

Somente o homem é capaz de fazer de si um ser

livre.”

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Com a Lei Complementar nº 128/2008 foi criada a figura do microempreendedor individual, programa do Governo Federal para tirar da informalidade os empreendedores individuais que não tinham acesso aos benefícios da formalização. Este trabalho tem a finalidade de comparar a situação do microempreendedor individual no Brasil e Ceará no período inicial do programa até maio de 2011. A pesquisa é de natureza descritiva fundamentada na pesquisa bibliográfica e documental e com base em dados secundários. Os resultados do estudo evidenciaram que o programa vem conseguindo a adesão dos empreendedores individuais que se encontravam na informalidade, onde mais de 50% saíram da informalidade, atingindo a marca de mais de um milhão de empreendedores formalizados no período analisado de julho de 2009 a maio de 2011. Constatou-se também que, os benefícios tributários, previdenciários e creditícios são um estímulo à formalização dos empreendedores individuais.

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entrepreneur figure as part of Federal Government program to move the individual micro-entrepreneur out of informal business. People who run in the informal business have no rights to the same benefits guaranteed to formal business entrepreneur. This study aims to compare the situation of individual micro-entrepreneurs in Brazil and Ceará during the initial period of the program until May 2011. This research has a descriptive nature and is based on bibliographical and documentary researches and also secondary data. The results of that study showed that the program has achieved the adherence of individual businesses that used to do informal activities. More than 50% left out the informality, reaching more than one million entrepreneurs formalized in the analyzed time interval from July 2009 to May 2011. It was also found that the tax benefits, social security and access to credit can be an incitement to the formalization.

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Tabela 2 – Participação de Empreendedores Individuais por Estado – jul/09 a maio/11... 37 Tabela 3 – Grau de escolaridade do Empreendedor Individual no Brasil e Ceará –

jul/09 a maio/11... 38 Tabela 4 – Ocupação antes de se formalizar como Empreendedor Individual no Brasil e

Ceará – jul/09 a maio/11... 39 Tabela 5 – Tempo que o Empreendedor Individual atua na atividade Brasil e Ceará –

jul/09 a maio/11... 39 Tabela 6 – Principal motivo para a formalização – dados agregados – jul/09 a maio/11... 40 Tabela 7 – Distribuição de Empreendedores Individuais por setores no Brasil e Ceará –

jul/09 a maio/11... 40 Tabela 8 – Atividades mais freqüentes dos Empreendedores Individuais no Brasil e

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1 INTRODUÇÃO... 10

2 BASES PARA O EMPREENDEDORISMO 2.1 Resgate histórico... 13

2.2 Empreendedorismo: surgimento e definição... 15

2.3 Fatores motivadores do empreendedorismo... 16

2.4 Processo empreendedor... 19

2.5 A questão da informalidade e o empreendedorismo... 20

3 POLÍTICAS DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO 3.1 Políticas de apoio ao empreendedorismo... 23

3.2 Microempreendedor individual: legislação... 28

3.3 O papel do SEBRAE no apoio ao empreendedorismo... 31

4 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL: O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL 4.1 Empreendedorismo no Brasil... 33

4.2 Situação do microempreendedor individual no Brasil e no Ceará... 36

5 CONCLUSÃO... 42

REFERÊNCIAS... 45

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1 INTRODUÇÃO

As transformações ocorridas nos processos de produção existentes e a crescente competição internacional trouxeram como consequências mudanças ao mundo do trabalho desencadeando situações de desemprego e subemprego.

O final do século XX representou a transição entre a sociedade industrial e uma nova ordem socioeconômica onde o avanço tecnológico eliminava significativamente a quantidade de empregos na economia e exigia uma quantidade maior de empreendedores. Dessa forma, o empreendedorismo vem despontando em muitos países como saída em relação às mudanças ocorridas no ambiente dos processos de produção capitalista.

No Brasil, somente na década de 1990 a preocupação com o empreendedorismo foi então estimulada pelo Governo Federal com o Programa Brasil Empreendedor e a instituição do SIMPLES Federal, para estimular a criação de empresas no Brasil.

Os programas Sociedade Brasileira para a Exportação de Software (SOFTEX) e Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços (GÊNESIS) apoiavam atividades de empreendedorismo em software, o ensino da disciplina em universidades e a criação de novas empresas de softwares (start-ups). Bem como, o papel de instituições como o

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL), foram as primeiras instituições privadas ao estimulo do empreendedorismo no Brasil. (DORNELAS, 2008)

A informalidade era o caminho da maioria dos trabalhadores que perderam seus empregos por conta das inovações tecnológicas e das condições da economia desfavoráveis ao ambiente de negócios formais.

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preponderantes neste setor eram comércio e reparação (33%), construção civil (17%) e indústria de transformação e extrativa (16%). (IBGE, 2003)

O artigo 179 da Constituição Federal afirma que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, tratamento jurídico diferenciado para incentivá-las através de um processo simplificado das obrigações administrativas, tributárias e creditícias. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988)

Com a instituição do SIMPLES Federal (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte) em 05 de dezembro de 1996 até a Lei Complementar nº 123/2006 (Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas) a simplificação da base de contribuição das empresas vem permitindo uma maior competitividade e crescimento das pequenas e médias empresas. No entanto, as medidas tomadas não beneficiavam aquele empreendedor individual que se encontrava na informalidade e com características de autoemprego.

Na tentativa de incluir essa parcela de empreendedores que se encontram na informalidade o Governo Federal elaborou e pôs em prática o projeto do Micro Empreendedor Individual (MEI) resultando na Lei Complementar nº 128/2008. (MOREIRA, 2011)

A Lei Complementar nº 128/2008 alterou a Lei Complementar nº 123/2006 (Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas), através de amparo jurídico e legal, oferta de benefícios previdenciários, tributários e outros, para formalizar uma grande quantidade de empreendedores individuais que exerciam suas atividades de uma maneira informal, ampliando assim, a abrangência do tratamento jurídico dado às micro e pequenas empresas.

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Este trabalho tem como objetivo geral analisar a contribuição da Lei Complementar nº 128/2008 e posteriores alterações para estimular a formalização dos empreendedores individuais. Como objetivos específicos: identificar as políticas direcionadas ao surgimento do empreendedorismo no Brasil; apresentar as vantagens da legislação específica ao micro empreendedor individual; comparar os dados sobre a formalização do micro empreendedor individual, principais atividades e setores no Brasil e Ceará no período de 01 de julho de 2009 a maio de 2011.

Este estudo será abordado sobre o enfoque do empreendedorismo que é a base conceitual que fundamenta e caracteriza hoje o papel do empresário. E tem como principais hipóteses a serem confirmadas ou não: as políticas de apoio ao empreendedorismo visam à ampliação da população empreendedora como forma de ampliação da atividade econômica ampliando assim a riqueza da economia e a oferta de empregos; os empreendedores individuais convivem com uma situação de informalidade; a formalização dos empreendedores individuais possibilita benefícios tributários, previdenciários e creditícios; a Lei 128/08 e suas alterações visam trazer para a formalidade o empreendedor individual que se encontra na informalidade e incentivar aos novos empreendedores melhores condições de inserção no mundo do empreendedorismo.

A pesquisa será de natureza descritiva fundamentada através de pesquisa bibliográfica e documental e com base em dados secundários.

Além desta seção introdutória, o estudo ficará dividido nas seguintes seções:

A seção 2 irá abordar o levantamento histórico e conceitual do empreendedorismo, ressaltar seus fatores motivadores e seu processo empreendedor, bem como sua relação com o setor informal da economia.

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(BID), além de mencionar o papel do SEBRAE como instituição atuante no apoio ao empreendedorismo.

A seção 4 irá abordar o empreendedorismo no Brasil e suas características, bem como demonstrar a situação do programa do microempreendedor individual no Brasil e no Ceará.

Bem como de uma seção conclusiva para abordar os principais resultados desta pesquisa, além desta seção introdutória.

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2 BASES PARA O EMPREENDEDORISMO

A seção em questão tem o objetivo de abordar o conceito de empreendedorismo fazendo um levantamento histórico e conceitual do termo, ressaltando seus fatores motivadores e o processo empreendedor, bem como sua relação com o setor informal da economia.

2.1 Resgate Histórico

O surgimento do Fordismo no século XX propiciou ganhos elevados em muitos países desenvolvidos, mas não conseguiu ser uma regra para muitos outros. A conseqüente rigidez do trabalho no Fordismo, a necessidade de uma produção em massa para reduzir os custos de produção e a necessidade, também, de um mercado de consumo de massa, não foi encontrada em muitos países que tentaram reproduzir esse modelo de produção. (SANTIAGO, 2008)

Dessa forma, iniciou-se uma série de transformações nos processos de produção existentes, desencadeando inovações tecnológicas que se inseriam no universo fabril na tentativa de dar mais vantagens à acumulação do capital.

De acordo com De Masi (1999 apud LASSANCE; SPARTA, 2003), surge na segunda metade do século XX, um momento de transição entre a sociedade industrial e uma nova ordem sócio-econômica da sociedade capitalista, que vem despontando na atualidade, no início do século XXI.

Em consonância com essas transformações, Santiago (2008) descreve o conceito de acumulação flexível apresentada por Harvey (2002):

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Em relação às transformações no mundo do trabalho, Antunes (1997) enumera algumas das mudanças e transformações ocorridas na década de 1980, período em que, segundo ele, iniciam-se as bases do que se observa no mundo do trabalho hoje.

Em uma década de grande salto tecnológico, a automação, a robótica e a microeletrônica invadiram o universo fabril, inserindo-se e desenvolvendo-se nas relações de trabalho e de produção do capital. Vive-se no mundo da produção, um conjunto de experimentos, mais ou menos intensos, mais ou menos consolidados, mais ou menos presentes, mais ou menos tendenciais, mais ou menos embrionários. O fordismo e o taylorismo já não são os únicos e mesclam-se com outros processos produtivos (neofordismo, neotaylorismo, pós-fordismo), decorrentes das experiências

da “Terceira Itália”, na Suécia (na região de Kalmar, do que resultou o chamado “kalmarianismo”), do Vale do Silício nos EUA, em regiões da Alemanha, entre outras,

sendo em alguns casos até substituídos, como a experiência japonesa a partir do toyotismo permite constatar. (ANTUNES, 1997, p. 15)

Essas transformações trouxeram conseqüentes mudanças para o mundo do trabalho ocasionando graves problemas como o desemprego e o subemprego a partir da década de 1990 e mudanças substanciais nas relações de trabalho existentes até então. (SANTIAGO, 2008)

Com essa nova ordem sócio-econômica, “a lógica antiga de inserção no mundo do trabalho não se aplica ao mundo atual. A porta de entrada é outra. As condições de permanência e sucesso se alteraram”. (DOLABELA, 1999, p. 13)

No mundo atual o fluxo se inverte. O pólo não é o mercado, mas o indivíduo, que, tendo desenvolvido o autoconhecimento e formulado o seu próprio sonho, não tomará o

“figurino das profissões” como referência, mas irá criar a sua própria atividade. Para

tanto, deve ser preparado para ser especialista naquilo que não existe, principal competência do empreendedor.

Ao mesmo tempo, o acirramento da competição internacional forçou todos os países a adotarem medidas para manterem um clima favorável ao empreendedorismo.

A velocidade das mudanças em um ambiente globalizado exige das organizações a redefinição constante das estratégias de atuação delas. Essas organizações deixam de lado as estruturas piramidais e passam a adotar formas mais flexíveis, enfatizando o empowerment, a qualidade, a descentralização das decisões, a criação de unidades autônomas de negócios e a formação de grupos de trabalho. (AGOSTINI; ANGONESE; BOGONI, 2004, p. 92)

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avanço tecnológico tem sido de tal ordem, que requer um número cada vez maior de empreendedores.

2.2 Empreendedorismo: surgimento e definição

Segundo Dornelas (2008), a palavra empreendedor (entrepreneur), tem origem

francesa e surgiu por volta dos séculos XVII e XVIII e se referia àquelas pessoas ousadas, que assumiam riscos e que estimulavam o desenvolvimento econômico mediante novas e melhores formas de agir.

Em sua análise histórica do surgimento do empreendedorismo, Dornelas (2008) identifica que a primeira definição de empreendedorismo foi creditada a Marco Polo, quando estabeleceu uma rota comercial para o Oriente:

Como empreendedor, Marco Pólo assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje mais conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro empreendedor assumia papel ativo, correndo todos os riscos físicos e emocionais (DORNELAS, 2008, p. 14)

Richard Cantillon, importante economista do século XVII, é considerado como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor – aquele que assumia riscos, do capitalista – aquele que fornecia o capital. (DORNELAS, 2008).

De acordo com Oliveira (2011), com a introdução da produção industrial no século XVIII, ocorreu um deslocamento do “empreendedorismo tradicional” caracterizado pela produção artesanal, para o empreendedorismo caracterizado pela grande indústria.

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Para Santiago (2008), o empreendedorismo é, grosso modo, a capacidade de alguém que toma iniciativa, busca soluções inovadoras e age no sentido de resolver problemas econômicos ou sociais, pessoais ou dos outros, mediante a constituição de empreendimentos econômicos ou sociais.

“Em qualquer definição de empreendedorismo são encontrados, pelo menos, os seguintes aspectos quanto ao empreendedor”: (DORNELAS, 2008, p. 23)

1. Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz.

2. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive.

3. Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar.

Ou seja, em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Em segundo, o empreendedorismo requer dedicação, comprometimento e esforço para fazer com que os negócios prosperem. Em terceiro, requer ousadia em assumir riscos calculados e que não haja desânimo com possíveis erros e falhas.

2.3 Fatores motivadores do empreendedorismo

De acordo com Cardoso e Barbosa (2002 apud SANTIAGO, 2008) a discussão sobre o empreendedorismo é tratada entre os economistas que fundamentam o empreendedorismo e o espírito empreendedor como molas para constituir a empresa e o desenvolvimento, e os comportamentalistas, que destacam os atributos humanos e psicológicos como a criatividade, a intuição e a motivação para tentar entender o porquê das pessoas empreenderem.

Na primeira corrente destaca-se o economista Joseph Schumpeter (1982), que estudou os temas da inovação e do desenvolvimento econômico por meio do empresário, o verdadeiro “motor” da economia. (SANTIAGO, 2008)

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realização de combinações novas significa simplesmente o emprego diferente da oferta de meios produtivos existentes no sistema econômico.

Em relação ao desenvolvimento econômico, Schumpeter (1988) descreve-o como um fenômeno distinto, uma mudança espontânea e descontínua nos canais do fluxo, que perturba o equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente.

De acordo com Santiago (2008), o espírito empreendedor que motiva o empresário denominado por Schumpeter, está intimamente ligado à inovação a serviço do crescimento, à exploração de um nicho de mercado imperceptível para muitos. O que motiva o empresário empreendedor é a sua plena liberdade de ação em empreender coisas novas, exercendo a “destruição criativa” enfocada por Schumpeter (1988) em sua teoria do desenvolvimento econômico.

Para Santiago (2008), a grande reputação de Schumpeter repousa na expressão de sua autoria denominada “destruição criativa”.

[...] as tecnologias inovadoras destroem produtos e, ao mesmo tempo, criam outros. O novo produto ocupa o espaço do velho produto e novas estruturas de produção destroem antigas. Na concepção Schumpteriana, é perceptível a idéia de que o progresso decorre deste ato destruidor/criativo. Os empresários empreendedores são responsáveis pelo rompimento do fluxo circular da economia para uma economia dinâmica, competitiva e geradora de oportunidades. Essa dinâmica promove permanente estado de inovação, mudança, substituição de produtos e criação de hábitos de consumo. (SANTIAGO, 2008, p. 101)

De acordo com Santiago (2008) entre a corrente dos comportamentalistas, destacam-se o historiador, sociólogo e economista Max Weber e o psicólogo David McClelland.

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Já McClelland desenvolveu suas pesquisas ao longo de quase cinco décadas, estudando os aspectos comportamentais dos empreendedores, sobretudo relacionados à motivação para realizar seus feitos. (MATIAS; MARTINS, 2010)

De acordo com a teoria de McClelland, a motivação humana compreende três necessidades dominantes: a necessidade de realização, a necessidade de afiliação e a necessidade de poder. (MATIAS; MARTINS, 2010)

A necessidade de realização definida como “conseguir realizar algo difícil”, a necessidade de poder definida como “controlar o ambiente, influenciar ou dirigir o comportamento de outros”, e a necessidade de afiliação caracterizada como “aproximação, colaboração, aliança” são fundamentais em sociedades que apresentam expressivos contingentes com necessidade de empreender, apresentado um alto patamar de desenvolvimento econômico. (SANTIAGO, 2008)

Sobre as idéias de Schumpeter, Weber e McClelland, Santiago (2008, p. 111) afirma que:

Podem ser entendidas como situações semelhantes o indivíduo motivado para a iniciativa empresarial de Weber, o inovador schumpeteriano que destrói sistemas convencionais, e as pessoas estimuladas a exercitar a força realizadora de David McClelland.

De acordo com Couto, Mariano e Mayer (2010), os fatores determinantes da motivação de empreender podem ser assim descritos: a atitude pessoal quanto à impressão positiva ou negativa que individuo tem sobre ser um empreendedor; a pressão social que é exercida sobre o indivíduo para tornar-se ou não um empreendedor, proveniente do círculo social em que vive; e o controle do comportamento individual sobre a facilidade ou dificuldade de se tornar um empreendedor e sua capacidade em empreender.

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indiretamente na formação da intenção empreendedora, como a experiência e educação do indivíduo, (CHEN; LIÑÀN, 2009 apud COUTO; MARIANO; MAYER, 2010).

Portanto, a intenção do empreendedor se estabelece por ele possuir uma força de vontade nova, que consegue aproveitar oportunidades e tempo para conceber a inovação, olhando-a como uma possibilidade real e não meramente como um sonho. Seus atributos pessoais somados as características sociológicas e ambientais permitem que o empreendedor estimule-se a tomar decisões de inovação e a criação de novos ambientes de negócios.

2.4 Processo empreendedor

De acordo com Dornelas (2008), a atitude de empreender depende de fatores externos, ambientais e sociais, aptidões pessoais ou o somatório de todos esses fatores. Para ele, “o processo empreendedor inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita o início de um novo negócio”. (DORNELAS, 2008, p. 24)

Hisrich (1988 apud DORNELAS 2008) desenvolveu quatro fases do processo empreendedor. São elas: identificar e avaliar a oportunidade; desenvolver o plano de negócios; determinar e captar os recursos necessários; e gerenciar a empresa criada.

Conforme Dornelas (2008) identificar e avaliar uma oportunidade é considerado a parte mais fácil do processo empreendedor, mas envolve também talento, conhecimento, a percepção e o “feeling” do empreendedor.

O desenvolvimento do plano de negócios é considerado o passo que dá mais trabalho aos empreendedores, pois exige que vários conceitos sejam entendidos e expressos de forma escrita sintetizando toda a forma de atuação do empreendimento.

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Em relação à fase de gerenciar a empresa, não é uma tarefa fácil. O empreendedor precisa estar preparado para saber solucionar problemas que ocorrem durante o processo, reconhecer suas limitações, ter uma boa equipe de profissionais para ajudá-lo a gerenciar a empresa para o sucesso do empreendimento. (DORNELAS, 2008)

Ao analisar os aspectos críticos do processo empreendedor Timmons (1994 apud DORNELAS, 2008) prioriza três fatores fundamentais. São eles: a oportunidade, que deve ser avaliada antes que se tome a decisão de continuar com o projeto; a equipe empreendedora que irá atuar em conjunto nesse projeto; e a questão relativa à análise dos recursos necessários para o início do negócio.

De acordo com Dornelas (2008), são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novas empresas, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

2.5 A questão da informalidade e o empreendedorismo

De acordo com Oliveira, Oliveira Neto e Serrano (2011), as pesquisas relacionadas à informalidade empresarial, também conhecida como economia submersa, têm encontrado grande dificuldades de definição do conceito de informalidade. Segundo Olimpia e Rolim (2000 apud OLIVEIRA; OLIVEIRA NETO; SERRANO, 2011), isso se deve ao fato de haver certa imprecisão no conceito de informalidade e ao caráter dinâmico das atividades informais.

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“A principal característica dessa informalidade é a inserção precária no mercado de trabalho, especialmente pela ausência de proteção das leis sociais e trabalhistas advindas da regulação estatal e pela negociação coletiva”. (OIT, 2010, p. 23)

A condição de informalidade implica uma série de desvantagens para o microempresário, especialmente a exclusão de mercados que exigem provas de regularidade fiscal, a exemplo dos casos de vendas com notas fiscais, licitações no setor público e privado, exportações diretas, empréstimos no mercado livre de crédito para pessoas jurídicas, entre outras situações. Contudo, dada a alta carga tributária e as exigências de documentações para os registros, o empresário somente decide, espontaneamente, formalizar seu negócio quando os custos da regularização são cobertos pela atividade, uma vez que as reduzidas receitas do negócio informal também constituem um dos fatores para a não legalização de microempresas. (SEBRAE, 2005)

Para Sachs (2002), entra em questão a saída gradual dos microempreendimentos da informalidade para que elevem sua produtividade. Segundo ele é necessário um melhor relacionamento do setor formal e informal sem ocorrer a desverticalização como ocorre com a terceirização, além de evitar a concorrência predatória que sofre o setor formal do setor informal diante das obrigações trabalhistas e tributárias.

As empresas com maiores níveis de formalização estão associadas a melhores resultados na condução dos negócios. Contudo, o registro no CNPJ permite a entrada do empreendedor em novos mercados, ampliando suas relações comerciais e produtivas e, dessa forma, viabilizando o seu crescimento. Outro fator importante é que a saída da informalidade enseja ao empresário assumir mais plenamente a sua condição de cidadania. (SEBRAE 2005)

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3 POLÍTICAS DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO

A seção 3 trata das políticas de apoio ao empreendedorismo no Brasil, bem como abordar algumas ações de políticas incentivadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de mencionar o papel do SEBRAE como instituição atuante no apoio ao empreendedorismo.

3.1 Políticas de apoio ao Empreendedorismo

De acordo com Dornelas (2008, p. 7) cada vez mais “o empreendedorismo tem sido o centro das políticas públicas na maioria dos países”. As principais ações desenvolvidas nesse campo foram: os programas de incubação de empresas e parques tecnológicos; o desenvolvimento de currículos integrados que estimulem o empreendedorismo em todos os níveis educacionais; programas e incentivos governamentais para promover a inovação e transferência de tecnologia; subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas empresas; criação de agências de suporte ao empreendedorismo e à criação de negócios; programas de desburocratização e acesso ao crédito para pequenas empresas; desenvolvimento de instrumentos para fortalecer o reconhecimento da propriedade intelectual, entre outros. (DORNELAS, 2008)

O interesse explica-se em parte ao se analisar o que ocorreu nos Estados Unidos. O país tornou-se o maior exemplo do compromisso nacional com o empreendedorismo, através de iniciativas de governos locais e de organizações privadas. (DORNELAS, 2008)

O sucesso ocorrido na década de 1990 nos Estados Unidos se tornou um modelo a ser seguido por muitos países para aumentar sua atividade empresarial. O modelo americano passou então a ser seguido pelo Reino Unido e países da Comunidade Europeia. (DORNELAS, 2008)

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fundos de investimentos; a simplificação de normas burocráticas para a formalização de novas empresas e assistência técnica aos que desejam iniciar uma carreira empresarial.

As principais recomendações do estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, 2002) às economias emergentes voltadas para apoiar o empreendedorismo podem ser observadas no Quadro 1.

Quadro 1 – Ações de apoio ao empreendedorismo recomendadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – 2002

1 - Aumentar o número de empresas e melhorar as condições comerciais para criá-las;

2 - Promover estratégias integradas voltadas ao empreendedorismo e apoiada por instituições nacionais e subnacionais;

3 - Estratégias de médio e longo prazo;

4 - Ampliação da base de empreendedores potenciais;

5 - Estabelecer redes de contatos empresariais e equipes de empresários;

6 - Redução do período de criação de empresas;

7 - Eliminação de barreiras ao crescimento;

8 - Fortalecimento do tecido institucional para promover o empreendedorismo.

Fonte: BID (2002)

No Brasil, as políticas de apoio oficiais começaram com o Programa Brasil Empreendedor (PBE) do Governo Federal, instituído em 1999, que teve como meta inicial a capacitação de mais de um milhão de empreendedores brasileiros na elaboração de planos de negócios, visando à captação de recursos junto aos agentes financeiros do programa. (DORNELAS, 2008)

Dornelas (2008) descreveu alguns exemplos de ações que suscitaram o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. São elas:

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de 1990 apoiando atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de software (start-ups);

b) Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas Empretec e Jovem Empreendedor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

c) Criação de cursos e programas nas universidades brasileiras para o ensino do empreendedorismo. Destaca-se também o programa Ensino Universitário de Empreendedorismo, da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL), de difusão do empreendedorismo nas escolas de ensino superior do país. (DORNELAS, 2008)

O Programa Brasil Empreendedor (PBE) foi um conjunto de ações governamentais voltadas para criar oportunidades aos setores médios e pobres da população para investir, empreender e emancipar-se. E visava o fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas e empreendedores do setor formal e informal, destacando-se a capacitação, concessão de crédito e assessoria técnica. (MDIC, 2001)

De acordo com Dornelas (2008) o Programa Brasil Empreendedor capacitou mais de seis milhões de empreendedores em todo o país e vigorou de 1999 até 2002 realizando mais de cinco milhões de operações de crédito.

De acordo com Santiago (2008), em relação ao Brasil, as políticas de apoio ao empreendedorismo surgiram como ações estratégicas para as políticas públicas de geração de trabalho e renda. Para ele, as ações desenvolvidas aqui no Brasil, como também em outros programas e projetos similares desenvolvidos em países da América Latina, buscavam sempre a recorrência do microcrédito dirigido para o auto-emprego e a disseminação do conceito e da prática do empreendedorismo.

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esperava-se, como principais resultados até 2003, atenuar as dificuldades de inserção e recolocação dos jovens no mercado formal de trabalho, aplicando e desenvolvendo ações e iniciativas que aumentassem a probabilidade dos jovens obterem ocupação. (MTE, 2001)

O Programa Jovem Empreendedor visava a capacitação e a concessão de crédito a jovens que estavam buscando o primeiro emprego no mercado de trabalho e tinha o apoio de agentes financeiros do Governo, do Sistema Nacional de Emprego (SINE) e entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). (MTE, 2001)

Para tentar resolver o problema do desemprego entre os jovens, o Governo Lula lançou dois programas em 2003. O primeiro era o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para os Jovens (PNPE). O PNPE visava conceder subsídio financeiro ao empregador que contratasse jovens entre 16 e 24 anos, que estivessem cadastrados no Sistema Nacional de Emprego (SINE) como postulante ao primeiro emprego. (FURTADO, 2003)

O segundo era a instituição de uma linha de crédito especial denominada Programa de Geração de Emprego e Renda (PROGER) – Jovem Empreendedor, abrangendo jovens com até 24 anos de idade que pretendam montar uma microempresa, uma cooperativa ou trabalharem por conta própria. (FURTADO, 2003)

Na tentativa de ampliar a geração de emprego formal e reduzir os custos das empresas o governo federal implementou também o SIMPLES Federal (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte), aprovado pela Lei nº. 9.317 de 5/12/1996, que dispõe sobre o regime especial às Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Entre as vantagens concedidas destacam-se a menor carga tributária e a redução da burocracia. (SEBRAE-SP, 2008)

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Em 5 de outubro de 1999 foi criado o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Federal nº 9.841), que dispõe sobre o tratamento jurídico diferenciado e simplificado para empresas com faturamento anual até R$ 1,2 milhão/ano, previsto nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal. A promulgação do novo estatuto revogou os anteriores adequando-se melhor à nova Lei do SIMPLES. (SEBRAE-SP, 2008)

Em 01/07/2007, a Lei nº. 9.317 de 5/12/1996 foi substituído pela Lei Complementar nº 123/06 (Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas). Essa nova Lei estabeleceu normas gerais relativas ao tratamento tributário diferenciado a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias. (MOREIRA, 2011)

De acordo com Moreira (2011, p. 35), a Lei Complementar nº 123/06 “reduziu ainda mais o pagamento de tributos das três esferas de poder, já que no antigo Simples apenas os tributos federais eram cobrados”.

[...] o novo Simples além de incluir, reduziu o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias – ICMS e o Imposto Sobre Serviços – ISS, eliminando assim um dos grandes obstáculos de adesão ao Simples nas três esferas de governo. As taxas, contribuições e impostos, recolhidos mensalmente, são calculados a partir da mesma base de cálculo e de escrituração contábil e fiscal do antigo Simples. (MOREIRA, 2011, p. 35)

E, como última alteração, a Lei Complementar nº 139/11, que reajustou todas as faixas de enquadramento no SIMPLES Nacional, aliviando mais uma vez a carga tributária permitindo a permanência no sistema, de empresas que faturam até R$ 3,6 milhões/ano. (PIMENTEL, 2011)

Essa lei, como todos nós lembramos, foi aprovada por unanimidade aqui, no Senado Federal, ainda no mês de outubro e já, neste 10 de novembro, está sendo sancionada. De imediato, ela atualiza o teto de enquadramento de 5,67 milhões de micro e pequenos empresários no Brasil. (PIMENTEL, 2011, p. 7)

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possibilidade de formação de consórcios; acesso a linhas de crédito específicas; acesso a recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); apoio à inovação; e parcelamento de dívidas em até 60 meses. (PIMENTEL, 2011)

3.2 Microempreendedor individual: legislação

O arcabouço legislativo criado pelos governos Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva beneficiaram a empresa que optou pelo SIMPLES, no entanto, ainda existia um grande contingente de pessoas que exerciam atividades empresariais, mas mesmo com as facilidades da legislação não conseguiam atingir níveis de faturamento suficiente para suportar a carga tributária remanescente. (MOREIRA, 2011)

Com o intuito de agregar ao mercado formal aqueles que estão na informalidade, o Congresso brasileiro aprovou em dezembro de 2008, a Lei Complementar nº 128/08 que alterou a Lei Complementar nº 123/06 criando o programa do Microempreendedor Individual, começando a vigorar no dia 1º de julho de 2009.

A Lei Complementar n.º 128/08, que cria a figura jurídica do Microempreendedor Individual, modificou a Lei Complementar n.º 123/06, garantindo uma série de benefícios para os microempreendedores individuais, tais como, aposentadoria, auxílio-materenidade, auxílio por acidente de trabalho, por exemplo, que, na informalidade, seriam impossíveis, de incluí-los nas normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido dispensado às microemrpesas no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (MOREIRA, 2011, p. 39)

A Lei nº 128/08, além de fazer outras alterações, instituiu os parágrafos 1º e 2º do artigo 18-A da Lei nº 123/06 onde passou a considerar o Microempreendedor Individual como:

[...] considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012)

No Portal do Empreendedor, principal “site” de orientação e informação aos

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O Empreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um empreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2012, grifo nosso)

De acordo com o inciso V, do parágrafo 3º, Art. 18-A da Lei 128/08, o Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, valor fixo mensal correspondente à soma das seguintes parcelas:

a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a título da contribuição prevista no inciso IV deste parágrafo;

b) R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS;

c) R$ 5,00 (cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS. (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012)

Os recolhimentos em relação a alínea “a” são feitas com base no salário mínimo em vigor no período e os referentes as alíneas “b” e “c”, são fixos.

Em abril de 2011 foi editada a Medida Provisória nº 529 de 07 de abril de 2011, onde fez alterações também no tocante às contribuições previdenciárias dos empreendedores individuais. A MP nº 529 foi convertida depois na Lei nº 12.470, de 31 de agosto de 2011.

Na referida Lei foi alterado o art. 21, parágrafo 2º, inciso II, onde dá tratamento previdenciário diferenciado ao Microempreendedor Individual (MEI) de 11% para 5% sobre o salário mínimo, diminuindo ainda mais a contribuição do Empreendedor Individual.

E a partir de janeiro de 2012, começou a valer o novo teto da receita bruta anual do microempreendedor individual, que passou de R$ 36 mil para R$ 60 mil, conforme a Lei Complementar nº 139/11, de 10 de novembro de 2011.

Art. 18-A. ...

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mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.

§ 2o No caso de início de atividades, o limite de que trata o § 1o será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012)

De acordo com o SEBRAE (2012), a Lei complementar nº 139/11 também cria simplificações para o empreendedor individual. Entre elas, a possibilidade de alteração e cancelamento do cadastro, a qualquer momento, pela internet.

De acordo com o SEBRAE-CE (2011), as vantagens também podem ser: não estar sujeito às penalidades previstas em lei; acesso a licitações públicas; credibilidade e facilidade de desenvolvimento de novos clientes; facilidade na compra de insumos ou produtos para comercialização e/ou industrialização junto aos fornecedores diretos; maiores garantias quanto à cobrança de dívidas; possibilita ao empresário regularizar a sua fonte de renda, justificando com isso o seu patrimônio; auxílio da contabilidade no controle do patrimônio, receitas e despesas da empresa; evita denúncias de outras empresas que atuam no mesmo segmento.

O regime tributário específico para os empreendedores individuais, além de um sistema de inscrição totalmente diferenciado, simplificou e tornou “on-line” o processo de abertura de empresas. Ao saírem da informalidade, esses novos empresários ganham acesso a um ambiente seguro e propício para o exercício do empreendedorismo, mediante inclusão previdenciária, econômica e social. (SEBRAE, 2011)

Essa proposta foi construída como uma política de Estado para fazer frente a um quadro de informalidade e exclusão de pequenos empreendimentos por meio da inclusão produtiva. A Lei do microempreendedor individual tem contribuído em temas cruciais da agenda nacional, como o combate à pobreza, a geração de trabalho, emprego e promoção de melhor distribuição da renda, redução da informalidade, promoção do empreendedorismo e adensamento do tecido social e econômico do País. (SEBRAE, 2011)

(34)

contribuindo para o desenvolvimento do Brasil gerando emprego e renda para o brasileiro. (PIMENTEL, 2011)

3.3 O papel do SEBRAE no apoio ao empreendedorismo

A criação de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFTEX) foram fundamentais para disseminar a cultura do empreendedorismo no Brasil. Conforme informa Dornelas (2008, p. 10/11), “antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas”. (DORNELAS, 2008, p. 10)

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (SEBRAE), tem investido fortemente para disponibilizar conhecimento e informação a um número cada vez maior de empreendedores. Existe como instituição desde 1972, mas foi em outubro de 1990 que a entidade desvinculou-se da administração pública e transformou-se em uma instituição privada sem fins lucrativos e de utilidade pública. (SEBRAE, 2012)

Por meio de parcerias com os setores público e privado, o Sebrae promove programas de capacitação, estímulo ao associativismo, desenvolvimento territorial e acesso a mercados. Trabalha pela redução da carga tributária e da burocracia para facilitar a abertura de mercados e ampliação de acesso ao crédito, à tecnologia e à inovação das micro e pequenas empresas. (SEBRAE, 2012)

O SEBRAE trabalha para possibilitar a competitividade e a sustentabilidade dos micro e pequenos negócios do país. A ferramenta básica utilizada nesse desafio é a informação, fundamental para o crescimento das empresas. Todas as ações, projetos, produtos e serviços da instituição têm em consideração que apenas a cultura do aprendizado e do uso do conhecimento pode garantir uma gestão competitiva, eficiente e moderna. (SEBRAE, 2012, grifo nosso)

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prioridade estratégica, integrados a métodos convencionais e novas tecnologias, criam uma teia de conhecimento acessível às micro e pequenas empresas. (SEBRAE, 2012)

A Feira do Empreendedor é um dos eventos de maior sucesso dentre os promovidos pelo SEBRAE. A Feira do Empreendedor ocorre desde 1992, mas é desde 1995 que a Feira está presente em vários estados brasileiros. É considerado o maior evento de empreendedorismo do mundo, representando um importante instrumento para a geração de emprego e renda, além de contribuir para o sucesso de desenvolvimento econômico e social da região onde é realizada. (SEBRAE, 2012)

A idéia inicial da Feira era oferecer aos empreendedores a possibilidade de adquirir equipamentos ou abrir negócios com baixo investimento inicial. Através da Feira, o SEBRAE proporciona que pequenos negócios encontrem seus mercados e oferece orientação ao empreendedor na abertura e na gestão de empresas, com continuidade, crescimento e inovação. (SEBRAE, 2012)

De acordo com o histórico da feira, em 2004, as 16 feiras realizadas contribuíram para que surgissem novos empreendimentos no País, segundo pesquisas realizadas 90 dias após o término de cada uma das Feiras. Em 2011 o evento comemorou 17 anos levando conhecimento e idéias inovadoras para os pequenos negócios e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social de várias regiões do País. (SEBRAE, 2012)

Durante a realização do evento, potenciais empreendedores obtêm informações sobre os segmentos da economia local em que o Sebrae atua, têm a oportunidade de entrar em contato com fabricantes de pequenas máquinas, ofertantes de pequenas franquias, licenciadores de marcas e produtos, além de empresas interessadas em transferir tecnologia. (SEBRAE, 2012)

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4 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL: O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Esta seção irá abordar o empreendedorismo no Brasil e suas características, bem como demonstrar a situação do microempreendedor individual no Brasil e no Ceará.

4.1 Empreendedorismo no Brasil

No Brasil, o empreendedorismo começou a tomar forma e se popularizar a partir da década de 1990 em decorrência da abertura da economia, que propiciou a criação de diversas entidades voltadas para o tema, como o SEBRAE e a SOFTEX. O empreendedor, praticamente, não encontrava informações para ajudá-lo em sua jornada empreendedora. A criação de empresas era limitada em função do cenário econômico e político do país, nada propício na época. (DORNELAS, 2008)

As sucessíveis tentativas de estabilização da economia e da imposição do fenômeno da globalização levaram muitas empresas no Brasil a procurar alternativas para aumentar a competitividade, reduzir os custos e manter-se no mercado.

Durante o período compreendido entre 1997 e 2007, o país passou por diversas turbulências que afetaram diretamente os pequenos negócios. Resquícios da crise asiática de 1997 e a crise russa de 1998; mudança no regime cambial em 1999, com forte oscilação do câmbio, principalmente, em 2002; racionamento de energia elétrica a partir de 2001; e taxas de juros elevadas, contribuíram para a queda do faturamento dos pequenos negócios. (SEBRAE-SP, 2008)

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De acordo com Dornelas (2008) o primeiro relatório executivo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2000), evidenciou o Brasil como o país que melhor detinha a

relação entre o número de adultos que começavam um novo negócio, cerca de um em cada oito adultos.

Esse estudo foi criado em 1997 organizada por um grupo de pesquisadores do Babson College, nos Estados Unidos, e da London Business School, na Inglaterra, com o objetivo de

observar a atividade empreendedora dos países. O estudo do Global Entrepreneurship Monitor

(GEM) trata-se de uma iniciativa pioneira que tem trazido novas informações ano a ano sobre o empreendedorismo mundial e também em nível local para os países participantes. (DORNELAS, 2008)

Através do estudo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), passou a ficar claro,

dois tipos de empreendedorismo no Brasil. O primeiro, seria o empreendedorismo de oportunidade, em que o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa visando a geração de lucros, empregos e riqueza. O segundo tipo seria o empreendedorismo de necessidade onde o candidato a empreendedor se aventura na jornada empreendedora mais por falta de opção, por estar desempregado e por não ter alternativas de trabalho. (DORNELAS, 2008, p. 13)

Esses negócios criados por necessidade costumam ser criados no âmbito da informalidade, sem serem planejados de forma adequada, passando a correr mais riscos de fracassos. Esse é o tipo de empreendedorismo mais comum evidenciado nos primeiros anos da pesquisa no Brasil. No entanto houve uma melhora nessa tendência do empreendedorismo de necessidade no Brasil. (DORNELAS, 2008)

No Brasil, historicamente, o índice de empreendedorismo de oportunidade tem estado abaixo do índice de empreendedorismo de necessidade, mas nos últimos anos tem-se percebido uma melhora e até reversão desta tendência. Como exemplo, em 2007, cerca de 57% das iniciativas empreendedoras no país eram de empreendedores de oportunidade e 43% de empreendedores de necessidade. (DORNELAS, 2008, p. 13)

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empreendedorismo por necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007. Em 2010 o Brasil novamente superou a razão de dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade, o que já havia ocorrido em 2008. Em 2010, para cada empreendedor por necessidade havia outros 2,1 que empreenderam por oportunidade. (GEM, 2011)

O estudo sobre a taxa de sobrevivência das empresas no Brasil (SEBRAE, 2011) mostra que as taxas de sobrevivência estão aumentando. O dado mais recente mostra que a cada 100 empreendimentos criados, 73 sobrevivem aos primeiros dois anos de atividade. De acordo com o estudo essa taxa supera a de países modelo do empreendedorismo, como a Itália. (SEBRAE, 2011)

O bom desempenho das empresas brasileiras resulta, dentre outros fatores, de um esforço conjunto do Sebrae com as demais instituições da sociedade, seja melhorando o ambiente onde estão inseridos esses negócios, seja por meio da ampliação do atendimento direto dos empresários de micro e pequenos empreendimentos. (SEBRAE, 2011, p. 4)

No Brasil, o foco dos negócios criados está no atendimento ao consumidor final. É um perfil de negócio com propensão à informalidade, pela baixa necessidade de recursos financeiros para a sua abertura e pela simplificação da complexidade organizacional. (GEM, 2011)

A Tabela 1 demonstra a participação dos empreendedores iniciais segundo o tipo de atividade em todos os anos em que a pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) foi

realizada no Brasil: 28% das atividades são no comércio varejista, 15% na indústria de transformação e 11% em alojamento e alimentação. Estes três setores relacionados respondem por 54% dos setores econômicos envolvidos. (GEM, 2011)

Tabela 1 – Empreendedores iniciais segundo tipo de atividade – Brasil – 2002/2010

Setores Participação (%)

Comércio Varejista 28%

Indústria de Transformação 15%

Alojamento e Alimentação 11%

Outros 56%

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De acordo com os resultados do GEM (2011) embora os índices sejam bons, o Brasil ainda é um país em que pouco se investe na inovação, apenas 16,8% dos novos empreendedores afirmaram criar um produto que seja novo. Nos Estados Unidos, esse índice chega a quase 40%. (REVISTA ÉPOCA, 2011)

De acordo com o SEBRAE (2011), no Brasil, estão sendo criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais. Desse total, mais de 99% são Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e Empreendedores Individuais (EI). Em 2010, esses novos empreendimentos formais foram responsáveis por mais da metade dos empregos privados com carteira assinada (51,6%) e quase 40% da massa de salários. (PIMENTEL, 2011)

A partir de julho de 2007, existiam apenas 1.337 milhão de micro e pequenas empresas formais no Brasil. Após a implantação do SIMPLES Nacional, esse número chegou a mais de 4,3 milhões de micro e pequenas empresas, mostrando que o Brasil está passando por um processo maior de legalização e formalização no mundo do empreendedorismo. (PIMENTEL, 2011)

Dessa forma, o Brasil tem estimulado através da melhoria dos fundamentos macroeconômicos e do tratamento tributário que o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, das empresas de pequeno porte e atualmente dos empreendedores individuais se dêem em melhores condições de sobrevivência no mercado.

4.2 Situação do Microempreendedor individual no Brasil e no Ceará

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A Lei Complementar nº 128/2008 veio não só para facilitar o processo de abertura e formalização de pequenos negócios, mas também para atrair candidatos a empreendedores e empreendedores informais para a formalidade por meio de benefícios a baixo custo. Dados da pesquisa (GEM, 2011) afirmam que, em 2010, 21,1 milhões de brasileiros pretendiam abrir ou já atuavam em negócio próprio com até 3,5 anos de atividade. (SEBRAE, 2011)

A partir da base de registros da Receita Federal, o SEBRAE analisou o perfil do empreendedor individual quanto à data de formalização, localidade, gênero, idade e setor econômico. A formalização do empreendedor individual teve início em julho de 2009. De julho de 2009 a maio de 2011, foram registrados, no Brasil, 1.118.502 empreendedores individuais. (SEBRAE, 2011)

Os Estados que mais contribuíram para o número de empreendedores individuais formalizados conforme Tabela 2 foram: São Paulo (22,1%), Rio de Janeiro (13,1%), Minas Gerais (9,6%), Bahia (8,9%) e Rio Grande do Sul (5,4%). O estado do Ceará contribuiu com (2,5%) e os demais Estados (17,5%). (SEBRAE, 2011)

Tabela 2 – Participação de Empreendedores Individuais por Estado – jul/09 a mai/11

Estados Nº de Empreendedores Individuais Participação (%)

São Paulo 247.170 22,10

Rio de Janeiro 146.561 13,10

Minas Gerais 106.775 9,60

Bahia 99.415 8,90

Rio Grande do Sul 60.312 5,40

Paraná 58.310 5,20

Goiás 43.578 3,90

Pernambuco 39.037 3,50

Santa Catarina 37.544 3,40

Pará 30.831 2,80

Espírito Santo 28.639 2,60

Ceará 28.290 2,50

Outros Estados 192.035 17,50

Total Geral 1.118.497 100,00%

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No Estado do Ceará, no mesmo período, foram registrados 28.290 empreendedores individuais conforme Tabela 2, representando 2,5% do total registrados no país. As cidades com maior número de empreendedores individuais registrados no Estado Ceará foram: Fortaleza (53,1%), Caucaia (4,7%), Maracanaú (3,4%), Juazeiro do Norte (2,8%) e Sobral (2,6%), demonstrando uma concentração maior de empreendedores individuais na capital. (SEBRAE-CE, 2011)

Do total de Empreendedores Individuais registrados no Brasil, no período analisado, 55% são homens e 45%, mulheres. De acordo com a pesquisa a participação das mulheres no universo de empreendedoras individuais é significativamente maior do que a participação feminina entre as microempresas. Demonstrando que a figura do Empreendedor Individual tem promovido uma maior inclusão feminina no empreendedorismo comparativamente às microempresas. (SEBRAE, 2011)

Em relação aos dados de escolaridade do empreendedor individual, observa-se que os dados do Estado do Ceará se encontram levemente melhores que a média nacional nos graus de escolaridade fundamental completo e incompleto, médio ou técnico completo e superior incompleto.

Tabela 3 – Grau de escolaridade do Empreendedor Individual no Brasil e Ceará – jul/09 a mai/11

Grau de escolaridade Brasil Ceará

Fundamental Incompleto 19% 16%

Fundamental Completo 17% 20%

Médio ou Técnico Completo 47% 48%

Superior Incompleto 8% 9%

Superior Completo 8% 6%

Pós-graduação 1% 1%

TOTAL 100% 100%

Fonte: Adaptado SEBRAE (2011)

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formalizados vieram da informalidade, demonstrando que o programa está conseguindo seu objetivo de formalização dos empreendedores.

Tabela 4 – Ocupação antes de se formalizar como Empreendedor Individual no Brasil e Ceará – jul/09 a mai/11

Ocupação Brasil Ceará

Já tinha negócio atual, mas não formalizado 57% 56%

Estava desempregado 12% 9%

Estava empregado s/ carteira assinada 10% 11%

Estava empregado c/ carteira assinada 21% 24%

Já possuía negócio atual e era formalizado 1% 0%

TOTAL 100% 100%

Fonte: Adaptado SEBRAE (2011)

Em relação ao tempo de atuação na atividade de trabalho, a pesquisa demonstra um resultado onde cerca de 40% dos empreendedores individuais no Brasil e Ceará atuam com suas atividades de trabalho há pelo menos 2 anos; 16% no Ceará e 19% no Brasil têm atuação de 2 a 5 anos e cerca de 40% dos empreendedores individuais no Brasil e Ceará exercem sua atividade de trabalho há 5 anos ou mais (Tabela 5).

Tabela 5 - Tempo que o Empreendedor Individual atua na atividade – Brasil e Ceará – jul/09 a mai/11

Tempo de atuação na atividade Brasil Ceará

5 anos ou mais 41% 42%

2 a 5 anos 16% 19%

até 2 anos 42% 39%

TOTAL 100% 100%

Fonte: Adaptado SEBRAE (2011)

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vantagens trazidas para o seu negócio, contudo priorizaram a garantia de seus direitos trabalhistas. (SEBRAE, 2011)

Tabela 6 – Principal motivo para a formalização – dados agregados – jul/09 a mai/11

Principal motivo à formalização Brasil Ceará

Benefícios do registro formal 60% 61%

Benefícios do INSS 37% 36%

Outros 3% 3%

TOTAL 100% 100%

Fonte: Adaptado SEBRAE (2011)

No Brasil, 39,5% dos empreendedores individuais encontram-se no comércio, 7,6% na construção civil, 17,6% na indústria e 35,6% estão no setor de serviços. No Ceará, 46,7% dos Empreendedores Individuais encontram-se no comércio, 30,3% estão no setor de serviços, 20,5% na indústria e 2,4% na construção civil (Tabela 7).

Tabela 7 – Distribuição de Empreendedores Individuais por setores no Brasil e Ceará – jul/09 a mai/11

Setores Brasil Ceará

Comércio 39,5% 46,7%

Construção Civil 7,6% 2,4%

Indústria 17,6% 20,5%

Serviços 35,6% 30,3%

TOTAL 100% 100%

Fonte: Adaptado SEBRAE (2011)

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Em relação ao Ceará, as atividades com maior número de empreendedores individuais são (Tabela 8): comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, com 3.173 Empreendedores Individuais (11,4%); cabeleireiros com 2.037 (7,3%); comércio varejista de mercadorias em geral, com 1.914 (6,9%), lanchonetes, casas de chá, sucos e similares, com 957 (3,5%) e comércio varejista de artigos de armarinho, com 824 (3,0%). (Tabela 8)

Tabela 8 – Atividades mais freqüentes dos Empreendedores Individuais no Brasil e Ceará – jul/09 a mai/11

Atividades Brasil (%) Ceará (%)

Comércio Varejista de artigos de vestuário e

acessórios 110917 10,2% 3.173 11,4%

Cabeleireiros 82805 7,6% 2.037 7,3%

Lanchonetes, casa de chá, de sucos e similares 33124 3,1% 957 3,5% Comércio varejista de mercadorias em geral 30494 2,8% 1.914 6,9% Bares e estabelecimentos especializados em servir

bebidas 28971 2,7% 533 1,9%

Comércio varejista de artigos de armarinho - - 824 3,0%

TOTAL 1.085.744 26,4% 27.726 43,9%

Fonte: Adaptado SEBRAE (2011)

Observa-se, portanto, através dos dados da pesquisa do SEBRAE que a formalização dos empreendedores individuais foram expressivos após a regulamentação da Lei nº 128/2008, chegando a marca de mais de um milhão de empreendedores individuais formalizados até maio de 2011. “Ao saírem da informalidade, esses novos empresários ganham acesso a um ambiente seguro e propício para o exercício do empreendedorismo, mediante inclusão previdenciária, econômica e social”. (SEBRAE, 2011)

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5 CONCLUSÃO

O papel do Estado como criador de novas políticas e novas legislações para o estímulo ao empreendedorismo tem sido a saída incentivada no Brasil para fomentar a entrada de vários empreendedores que até então exerciam suas atividades no mercado informal. O que se nota é a crescente formalização dos empreendedores individuais favorecidos pela Lei Complementar nº 128/08 e suas alterações, que criou a figura do microempreendedor individual dando o tratamento jurídico diferenciado, antes dado somente às micro e pequenas empresas.

Vários países concordam que o estímulo maior a um número de empreendedores favorece o desenvolvimento econômico desses países. Dessa forma muitos países estão estimulando, através de políticas voltadas ao empreendedorismo, a geração de novos negócios como fomento ao desenvolvimento econômico.

O desafio é possibilitar a população que deseja empreender condições para que ela aproveite as oportunidades do mundo dos negócios inovando produtos e processos ampliando assim o mercado, gerando riqueza para a economia e aumentando a oferta de empregos.

A Lei do microempreendedor individual está permitindo a retirada da informalidade do empreendedor que não tinha acesso aos benefícios da formalização, além de estimular a ampliação do número de empreendedores individuais na população.

Os custos da formalização era o grande entrave ao acesso e a criação de novos negócios só podendo se formalizar aquele empreendedor que conseguia obter ganhos bem considerados.

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Conforme a pesquisa, o principal motivo para que os empreendedores individuais tenham se formalizado está relacionado a algum aspecto vinculado ao seu negócio como: emitir nota fiscal; facilidade em abrir a empresa; a possibilidade de conseguir empréstimo e de vender para o governo, confirmando assim, uma das hipóteses da pesquisa, de que os benefícios tributários, previdenciários e creditícios, são um grande estímulo à formalização dos empreendedores individuais.

Verificou-se também que, a maioria dos empreendedores individuais, já possuía o seu negócio de maneira informal, em nível nacional e estadual. Ou seja, mais da metade dos empreendedores formalizados vieram da informalidade. Demonstrando que a informalidade era o primeiro ambiente para início de um negócio no Brasil, devido à elevada carga tributária, custos elevados de formalização e pela falta de crédito aos que exerciam atividades informais.

Constata-se também na pesquisa uma grande concentração de formalização nos principais Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, concentrando mais de 40% dos empreendedores individuais formalizados, o mesmo acontecendo em nível de Ceará com a cidade de Fortaleza, que concentra mais de 50% dos empreendedores individuais formalizados.

Após a pesquisa desenvolvida, pode-se afirmar que os objetivos esperados foram alcançados, haja vista que a Lei do Micro Empreendedor Individual se tornou uma importante porta de entrada para a formalização de empreendedores individuais no Brasil.

As limitações e dificuldades da pesquisa em questão se encontram na característica recente do programa do Micro Empreendedor Individual, havendo ainda poucos estudos acadêmicos abordando o tema do Micro Empreendedor Individual.

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Tabela 2  –  Participação de Empreendedores Individuais por Estado  –  jul/09 a mai/11  Estados  Nº de Empreendedores Individuais  Participação (%)  São Paulo  247.170  22,10  Rio de Janeiro  146.561  13,10  Minas Gerais  106.775    9,60  Bahia    99.415
Tabela 3  –  Grau de escolaridade do Empreendedor Individual no Brasil e Ceará  –  jul/09 a mai/11
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