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Anexo 6: Resultados significativos da estatística não paramétrica, teste pareado

V. CONCLUSÃO

Neste estudo foram avaliados os parâmetros motores e biomecânicos de distribuição de pressão plantar (DPP) dentro da proposta de aplicação de dois programas de atividades motoras, um de atividades locomotoras e outro de atividades motoras generalizadas para crianças pré-escolares. As atividades presentes nestes programas foram elaboradas com o objetivo de atender as crianças nesta faixa etária, na busca de um desenvolvimento motor saudável.

Para melhor análise dos parâmetros biomecânicos de DPP, procurou-se obter informações de alguns fatores que poderiam interferir na avaliação.

As informações coletadas através do questionário mostraram que as crianças de maneira geral apresentaram padrões de desenvolvimento motor dentro do esperado dentro das faixas etárias.

Em relação avaliação motora observou-se uma tendência do grupo experimental A (GA) a apresentar um padrão de movimento em um estágio mais amadurecido em relação ao grupo experimental B (GB), principalmente no período anterior a aplicação dos programas motores durante as aulas de Educação Física, na avaliação após o período de aplicação dos programas os dois grupos apresentavam padrões motores semelhantes na realização das tarefas.

Como objetivo deste estudo também se buscou avaliar a influência dos programas de atividades motoras de locomoção e de atividades motoras generalizadas nos parâmetros biomecânicos de DPP. A primeira avaliação, realizada antes das atividades nas aulas de Educação Física, mostrou de maneira geral, que os parâmetros de DPP eram parecidos nos grupos GA e GB, apresentando características semelhantes em relação ao comportamento das variáveis nas regiões plantares.

Para a variável área de contato, durante o caminhar foi observada uma diminuição de área na região do médio pé medial nos dois grupos, sendo esta, significativa no GA. Porém, foi observada no período pré-aplicação dos programas, diferença significativa inter-grupos, onde o GA apresentou menor área de contato em relação ao GB. Na segunda avaliação, esta diferença significativa não foi mais observada. Pode-se deduzir,

que pelo fato de o GA ter apresentado um padrão de movimento mais amadurecido em relação ao GB durante a primeira avaliação, a presença do arco medial longitudinal plantar, que está ainda em desenvolvimento nesta faixa etária, já encontrava-se de modo geral presente na função dinâmica, o que veio acontecer posteriormente no GB.

Para a corrida, o GA apresentou diferenças significativas entres as duas avaliações. Estas diferenças também manifestaram-se com relação ao GB, diminuindo ainda mais a área de contato no mediopé medial, após a aplicação do programa. Neste sentido, é importante o conhecimento de até quando esta diminuição do contato em mediopé medial está relacionada à formação do arco.

Na atividade de saltar a partir de uma altura de 20 cm, observou-se a redução significativa da área de contato na região do médiopé na segunda avaliação para o GB mostrando uma tendência a lateralização do movimento, o que já havia sido observado na primeira avaliação para o GA.

Para a variável tempo de contato, foram apresentadas modificações nas avaliações realizadas antes e após o período de aplicação do programa. Durante o caminhar foi observado o aumento do tempo de contato, sendo este significativo no GA. Este aumento pode ser relacionado com a melhora no controle do movimento em relação ao padrão de contato calcanhar-dedos.

Na corrida foi observada uma redução do valor desta variável, sendo significativo no GA. A redução dos valores desta variável também foi observada na execução da tarefa de saltar (não significativa) podendo estar relacionada a uma melhora na estabilidade do movimento observada também no desempenho da tarefa.

Após o período de aplicação dos programas pra a variável força máxima foi observada durante o caminhar uma redução significativa no valor desta variável no GB em relação à primeira avaliação. Na corrida os grupos mostraram valores semelhantes para a força máxima nas duas avaliações. Na atividade de saltar os valores apresentaram-se mais baixos na segunda avaliação, sendo significativo no GA. Esta diminuição dos valores da força máxima pode estar relacionada a uma melhora na estabilidade e no equilíbrio necessários para a realização do movimento.

Relacionado à variável pico de pressão plantar, foram observadas na primeira avaliação durante o caminhar diferenças significativas nas regiões do calcanhar lateral e hálux. Na avaliação após o período de aplicação dos programas, foi apresentada diferença significativa apenas para a região da primeira cabeça dos metatarsos. Nos dois

grupos formam observadas diferenças significantes entre as duas avaliações predominantemente na região do antepé.

Na corrida verificou-se que no GA as mudanças significativas nos picos de pressão foram na região do antepé, enquanto no GB as diferenças foram evidenciadas também na região do mediopé.

Na tarefa de saltar foram verificadas diferenças significativas entre os grupos. Na primeira avaliação estas diferenças localizavam-se nas regiões do calcanhar, mediopé e antepé. Na segunda avaliação foram observadas diferenças no mediopé e ante pé. Intra-grupos não foram identificadas diferenças significativas no GA, entretanto o GB apresentou diferenças significativas nas regiões de mediopé e antepé.

Para a carga relativa, durante a avaliação do caminhar pode-se observar que

após o período de aplicação dos programas, o GA apresentou uma tendência ao aumento do percentual de carga relativa na regiões da primeira e segunda cabeça dos metatarsos, enquanto que o GB apresentou uma diminuição do percentual na região do mediópé medial, mostrando um padrão semelhante ao do GA na primeira avaliação.

Para a corrida verificou-se que os dois grupos apresentaram um decréscimo no percentual da carga relativa na região do mediopé medial e uma tendência de acréscimo na região do antepé.

Na tarefa de saltar verificou-se a mesma tendência da corrida: uma diminuição do percentual da carga na região do mediopé e um aumento na região do antepé. Entre os grupos inicialmente foi observada diferença significativa nos percentuais de carga relativa nas regiões de mediopé medial e nos dedos. Na segunda avaliação foram apontadas diferenças na região dos metatarsos.

As modificações ocorridas nos padrões de DPP não podem ser diretamente relacionadas à aplicação dos programas visto que outros fatores como a própria maturação biológica e interferência de outras fontes de movimento podem ter influenciado estes padrões. Além disto, foram encontradas diferenças significativas relacionadas a massa corpórea, que em crianças é vista um fator de grande influência nos valores dos picos de pressão.

Neste estudo pôde-se quantificar a pressão e a forma como ela se apresenta sob os pés quando realizadas diferentes tarefas motoras. Desde a primeira avaliação motora verificou-se que o GA apresentava um padrão de movimento mais amadurecido em relação ao GB, isso também foi observado quanto aos padrões de DPP. De modo geral o GA já apresentava um padrão de DPP mais amadurecido, o que possivelmente, fez com

que os valores encontrados na segunda avaliação se mantivessem próximo do que foi encontrado na primeira. O GB como apresentava um padrão mais elementar apresentou maior número de mudanças significativas possivelmente em virtude até mesmo da maturação biológica, estando na segunda avaliação em um padrão próximo ao do grupo experimental.

Os programas de atividades motoras aplicados neste estudo mostraram grande aplicabilidade em ambiente escolar. Em especial, através deste estudo acadêmico e de pesquisa concluiu-se que o programa de atividades motoras de locomoção, com as suas atividades específicas e não tão comuns dentro do que geralmente é desenvolvido, seja vinculado aos programas de Educação Física buscando o desenvolvimento adequado dos membros inferiores de crianças, trabalhando dentro de um aspecto de prevenção e de preparação para futuras tarefas esportivas e da vida diária.

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