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Este programa foi composto de atividades motoras globais e atividades específicas para os membros inferiores direcionadas para atividades de locomoção. Estas atividades foram elaboradas baseando-se principalmente nos métodos propostos por Scharll (1990), Köhler, & Reber, (1998) e Larsen; Meier, & Wickihalter, (2002) e em outras fontes relacionadas à Educação Física pré-escolar dentro dos objetivos previstos no Referencial nacional para educação infantil do Ministério da Educação (1998).

As atividades compreendiam exercícios direcionados aos membros inferiores, principalmente aos pés com exercícios de fortalecimento e que auxiliavam no desenvolvimento do arco medial longitudinal plantar. Algumas atividades de coordenação motora generalizada também foram incluídas no programa, utilizando-se de situações onde as crianças se movimentavam através de diferentes estratégias e com a utilização de vários tipos de materiais.

Após o esclarecimento e reprodução dos exercícios propostos pelos autores citados acima foi feita uma classificação, de acordo com o grau de dificuldade.

O protocolo experimental A foi composto por 3 níveis:

Nível 1

Constitui-se de atividades introdutórias e de baixa complexidade, fundamentando os primeiros contatos e envolvendo:

Apresentação dos pés às crianças, citando as estruturas anatômicas, estimulando o toque e o contato, demonstrando a importância da participação no programa e a consciência do alinhamento corporal correto.

Experimentação do contato dos pés com superfícies diferenciadas, como esponja, carpete, EVA, piso de cerâmica e madeira.

Introdução dos movimentos básicos dos exercícios com os pés. Primeiramente, realizando com as mãos, para posterior repetição com os pés.

Introdução da manipulação com os pés. Pegando diversos objetos com os pés como lápis, bolas de gude, formas de letras em EVA, papel celofane e balões.

1. Realizar exercícios de flexão e extensão dos dedos (mantendo por 10 segundos cada movimento, por três vezes);

2. Realizar exercícios de plantiflexão e dorsiflexão (mantendo por 10 segundos cada movimento, por três vezes);

3. Realizar exercícios mantendo os pés em posição em garra (dedos flexionados e tornozelo em posição neutra);

4. Realizar preensão plantar na borda de uma superfície; 5. Manipular com os pés pequenos objetos;

6. Massagear seus próprios pés e também os pés de um colega; 7. Caminhar com o apoio sobre os dedos (em meia ponta);

8. Movimentar os pés sobre variadas superfícies e ouvir os diferentes sons causados pelos movimentos;

9. Friccionar um pé sobre o outro, sentindo com a planta do pé o dorso do outro pé mantendo o movimento de garra;

10. Caminhar procurando manter o alinhamento correto dos pés durante o contato com o solo.

Exemplos de atividades do nível 1 com o uso de materiais:

1. Posicionar um objeto em uma altura maior que a criança, fazendo com que ela tenha que posicionar-se na ponta dos pés, para alcançar o objeto;

2. Agarrar e levantar objetos utilizando os pés, na posição sentada depois em pé;

3. Agarrar objetos com os pés e realizar deslocamentos; 4. Arremessar uma bola com os pés;

5. Puxar com os dedos uma toalha estendida no chão, em seguida, pode-se colocar algum peso sobre a toalha aumentando o grau de dificuldade do exercício;

6. Desenhar e pintar com os pés.

Nível 2

Constitui-se de atividades complexidade intermediária. Exemplos de atividades do nível 2 sem o uso de materiais:

1. Imitar movimentos de bichos (elefante, sapo, coelho, cegonha, pato); 2. Realizar movimento de abdução e adução dos dedos;

4. Realizar movimento de “balançinho”, fazendo a transferência do peso dos calcanhares para as pontas dos pés;

5. Realizar em duplas: o afastamento antero-posterior, uma criança oferece resistência e a outra empurra no sentido contrário;

6. Realizar em duplas: uma criança se posiciona em frente de outra no solo, encostando seus pés e fazendo movimento de pedalada, similar a uma bicicleta.

Exemplos de atividades do nível 2 com o uso de materiais:

1. Andar sobre uma corda estendida no chão (a corda deve descrever formas variadas);

2. Guardar objetos dentro de uma caixa utilizando os pés; 3. Passar objetos de um pé para o outro;

4. Utilizar os pés para encaixar peças em uma caixa com formatos específicos;

5. Posicionar um objeto entre os pés e simular um barquinho realizando movimentos de extensão e flexão dos joelhos, na posição sentada;

6. Passar uma bola de uma criança para a outra, utilizando os pés para receber e para passar a bola, sentada em posição de “borboleta”;

7. Passar um pequeno objeto de uma criança para outra utilizando os pés, sentadas formando um círculo;

8. Andar sobre a trave de equilíbrio (de frente / de lado);

9. Caminhar sobre os calcanhares segurando um balão entre os dedos; 10. Permanecer em cima de uma bola de areia, ou objetos que estimule a propriocepção, como o balançinho de equilíbrio.

Nível 3

Constitui-se de atividades de alta complexidade, que exigiam um maior treinamento e habilidade.

Exemplos de atividades do nível 3 sem o uso de materiais:

1. Ficar posicionado por um período de tempo em apoio unipodal (posição da árvore);

2. Fazer movimento de barco a vela, mantendo o contato dos pés, estendendo e flexionando os joelhos;

3. Brincar de espelho: o professor realiza movimentos dos membros inferiores que devem ser imitados pela criança em forma de espelhos;

Exemplos de atividades do nível 3 com o uso de materiais: 1. Colocar moedas dentro de um cofrinho com os pés; 2. Discar um telefone com os pés;

3. Cortar papéis utilizando os pés;

4. Tocar instrumentos musicais utilizando os pés; 5. Folhear livros utilizando os pés.

Outras atividades

Além das atividades específicas citadas anteriormente, foram desenvolvidas dentro do programa outras atividades onde as crianças puderam passar por diferentes experiências motoras através de atividades de circuitos, estafetas e outras atividades. Os circuitos eram realizados com diferentes materiais com várias estações distribuídas de maneira lúdica onde as crianças exploravam de diversas formas os membros inferiores, através de atividades como saltar por cima de objetos, caminhar sobre cordas estendidas no chão, pular cordas, saltar dentro de arcos, correr em diferentes trajetórias e direções, caminhar sobre bancos e sobre a trave de equilíbrio em diferentes direções, etc.

APLICAÇÃO DO TRATAMENTO EXPERIMENTAL A

A aplicação das atividades do programa de atividades de locomoção foi iniciada após a primeira fase de coleta de dados. Nas primeiras aulas as atividades presentes no programa foram apresentadas às crianças e foi iniciada uma “discussão lúdica” sobre as funções e a morfologia dos pés e dos membros inferiores. As crianças mostraram-se bem participativas desde as primeiras aulas, mesmo as crianças não autorizadas a participar dos procedimentos de coletas de dados participaram de todas as atividades durante as aulas, apenas não participaram das avaliações.

O aquecimento geralmente acontecia com atividades motoras generalizadas, com jogos de perseguição, ou com circuitos, ou com algumas atividades como pular corda e algumas vezes com atividades que utilizavam diferentes formas de locomoção.

Atividade de aquecimento – “pular como um sapo”

Atividade de aquecimento – Jogos de perseguição

Atividade de aquecimento - executando variadas formas de locomoção

Após estas atividades era realizado o aquecimento com exercícios específicos do programa direcionado aos membros inferiores como os movimentos de dorsi-flexão e planti-flexão, os movimentos de garra com os pés e os alongamentos, esses exercícios eram realizados todos os dias. Nos dias de muito frio eram realizado também durante o aquecimento massagens nos pés entre as crianças. Dado certo período da aplicação do programa as crianças já realizavam essas atividades antes mesmo que fossem dados os comandos, tornou-se um hábito para elas o aquecimento antes das atividades da aula.

Atividade de aquecimento especifico – manutenção da postura de “garra” com os pés

4.4.2 Atividades do programa

Após o aquecimento eram realizadas atividades previstas no programa. As atividades foram organizadas partindo de atividades mais simples para as de maior complexidade. Foram muito trabalhados durante o período de aula com as crianças os exercícios de manipulação de objetos com os pés. Estas atividades foram muito bem aceitas pelas crianças, principalmente pelo falo de ser uma novidade para as ela e por nunca terem realizado atividades desta natureza na escola.

Atividade do programa – manipulação de papel celofane

Atividade do programa – manipulação de letrinhas de EVA

Atividade do programa – manipulação de bolas de tênis

Atividade do programa – manipulação de bola de tênis em duplas

Atividade do programa – manipulação de letrinhas de EVA

Além dessas atividades foram trabalhadas com as crianças diferentes formas e estratégias de deslocamentos, utilizando de maneira variada os membros inferiores. Circuitos com obstáculos e diferentes materiais também foram muito explorados durante as aulas. Atividades de saltar por cima de obstáculos, de passar por baixo, caminhar sobre linhas de diferentes larguras, caminhar sobre a trave de equilíbrio em diferentes alturas, subir em espaldares, atividades com cordas, atividades de propriocepção entre outras.

Atividade do programa – corrida com arcos

Atividade do programa – saltar dentro dos arcos

Atividade do programa – caminhando em linha reta sobre a corda e o colchão

Atividade do programa – caminhar sobre a trave de equilíbrio alta

Atividade do programa- correr e saltar no trampolim

Durante as primeiras semanas de atividade com as crianças perdiam-se ao menos os últimos dez minutos da aula para que as crianças se arrumassem para voltar à sala de aula, principalmente porque elas não sabiam calçar-se sem ajuda, então foi iniciado um trabalho de ensinar as crianças a se calçarem sozinhas, o que facilitou muito além de aumentar o tempo de aula.

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