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A Salmonella spp. continua a ser uma das principais causas de DTA no mundo todo. A situação persiste devido à ocorrência generalizada desta bactéria no ambiente natural e sua prevalência em muitos setores da cadeia alimentar global. Este é um problema que tem grande repercussão nos dias atuais e pode gerar impactos significativos na saúde pública. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Os casos de salmonelose associados ao consumo de especiarias reiteram a importância das práticas higiênico-sanitárias durante a colheita, o processamento, a distribuição de alimentos e de ingredientes alimentares. Além disso, apontam para a necessidade de se estabelecer protocolos ou leis que favoreçam a prevenção da contaminação de matérias-primas utilizadas na indústria de alimentos. Os tratamentos, como a irradiação, podem ser uma alternativa.

No entanto, não só mudanças nas práticas agrícolas e na cadeia de produção são necessárias, mas também a conscientização da população em relação à manipulação dos alimentos, já que uma porcentagem considerável dos surtos ocorrem em residências e serviços de alimentação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

Apesar dos desafios existentes, bons modelos internacionais podem ser seguidos. A lei FSMA do FDA, por exemplo, foi capaz de reduzir drasticamente o perfil de surtos ocasionados por Salmonella spp. nos EUA. Além disso, tanto os EUA quanto a Europa possuem um sistema de rastreamento e de alerta rápido eficientes, o que favorece as investigações de surtos de DTA, a tomada de medidas corretivas, o recolhimento de mercadorias contaminadas, dentre outras ações que protegem a população.

Portanto, a formação e treinamento de bons profissionais de saúde, bem como o trabalho em parceria entre laboratórios, vigilâncias e serviços de fiscalização poderiam contribuir significativamente na investigação e prevenção de casos de salmonelose envolvendo especiarias e temperos, bem como de tantos outros alimentos alvo desta bactéria.

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