Faremos uma interpretação dos capítulos da nossa pesquisa em que será relatada uma análise, possíveis modificações para uma próxima produção a serem feitas após esta aplicação, sugestões e as considerações finais.
4.1 Resumo da pesquisa
O nosso trabalho teve como principal objetivo preparar os alunos para o Ensino Médio, de forma a extrair o assunto de relações trigonométricas, conforme a surpresa de ser um tema difícil. Visamos inserir o assunto de relações trigonométricas de uma forma mais atrativa e objetiva, associando-o a uma determinada atividade, que buscou tornar o aluno autônomo nas decisões e montagens, enquanto o professor os auxiliava com informações, sempre que percebia que as decisões tomadas pelos alunos iriam comprometer o trabalho, evitando que os jovens perdessem tempo ou desanimassem nas fases de montagem do projeto.
A realização do lançamento do foguete de garrafa PET é totalmente de responsabilidade do aluno e do seu processo de desenvolvimento, que se faz com auxílio do professor, que demonstra práticas já realizadas, oferecendo um norte para o trabalho. De maneira a complementar esta atividade, a utilização da tecnologia auxilia o entendimento sobre o porquê de tomar algumas atitudes na montagem da plataforma.
A folha de atividade foi desenvolvida de maneira que o aluno pudesse interpretar de uma forma bem simples e sucinta o seu desenvolvimento, sem que em alguns momentos o professor auxiliava. A montagem da equação foi totalmente realizada pelo professor, mas os demais processos foram feitos pelos alunos, sendo que não houve a necessidade de se decorar equações ou valores tabelados. Prevaleceu a observação e o entendimento do assunto para o cotidiano.
Nestas atividades pode-se perceber que o trabalho entre o professor de Física e Matemática pode ser feito em parceria, de maneira que os assuntos se relacionam diretamente e com as suas importâncias. O professor de Física pode trabalhar uma aplicação cotidiana de maneira a explorar os assuntos que são vistos pelos alunos no dia a dia e acabam às vezes passando de uma forma errônea as suas interferências, e o professor de Matemática pode trabalhar descrevendo em uma linguagem matemática as aplicações que eles observaram na outra disciplina. As duas aplicações trabalhadas em conjunto podem ajudar o entendimento do
assunto e visualizar as suas aplicações deixando-os mais interessantes e como um entusiasmo para a sua sequência.
4.2 Resumo da análise da aplicação
Após a execução da atividade e analisando o progresso do trabalho, o resultado foi bem satisfatório. Mesmo não tendo um aproveitamento total de acertos dos alunos, a participação e elogios dos alunos em querer continuar com estas atividades é de grande motivação.
Pode-se perceber que no desenvolvimento do foguete, os alunos apresentaram bastante dúvidas no início, pois era a primeira vez que estavam realizando esta atividade, mas visualizando os vídeos de montagens e com o auxílio do professor, eles foram se soltando e acrescentando os seus toques, deixando os foguetes ao seu estilo. Quanto à parte da utilização do software, dos computadores, nota-se que eles têm bastante prática e a linguagem de desenvolvimento é bem simples, logo, eles não apresentaram muitas dificuldades. De forma a minimizar as dúvidas, os alunos foram organizados em pequenos grupos em que aquele que apresentava maiores dificuldades estava presente com outro aluno mais familiarizado com o computador.
Percebe-se que eles gostaram muito da atividade pela atitude tomada durante os encontros, sempre perguntando se haveria outros encontros e indicando as sessões para os colegas, de modo que sempre aparecia algum aluno diferente para participar nas aulas.
4.3 Sugestões de novas aulas
Os encontros com os alunos foram muito satisfatórios. Como foram abertos para todos os alunos do 9º ano, não sendo obrigatória a participação, os alunos presentes na maioria dos dias eram interessados. Eles levavam dúvidas sobre assuntos cotidianos, coisas que escutavam em casa ou visualizavam na televisão ou sites que apresentavam pequenos erros de interpretação, e isso era corrigido pelo professor.
Uma sugestão de aplicação, que será incrementada no próximo ano letivo é que o
software será apresentado para os alunos no começo do ano, junto com os professores de física
para trabalhar com o software e possa desenvolver os próprios comandos para a realização da atividade.
Neste projeto, os alunos tiveram contato, porém foi superficial. Eles aprenderam a linguagem básica para mexer nos comandos específicos como, por exemplo, na montagem das figuras geométricas e como aplicar alguns assuntos novos no programa de maneira a ensinar comandos novos. Se for dado um tempo maior, eles têm competência para desenvolver os seus próprios comandos e isso pode até evoluir para outra análise, de recursos das equações utilizadas nestas disciplinas.
4.4 Conclusão final
O assunto de Relações Trigonométricas dá-se no início no 7º ano, em que é trabalhado pequenos temas como montagem de triângulos dentro de um círculo, explorando a utilização do transferidor, ligações de pontos e a montagem de figuras triangulares. No 8º ano, esta exploração já evolui para a formação de figuras diferenciais como os polígonos e a utilização do transferidor aparece novamente, mas agora com a formação de figuras estreladas, em que ocorre a formação de ângulos internos e externos, somatória de ângulos internos das figuras para diferentes figuras com números variados de lados se estendendo até ao final do ano, quando eles aprendem a utilização do Teorema de Pitágoras, montando figuras de diferentes lados e verificando os ângulos internos para os triângulos. Quando chegam ao 9º ano, os alunos começam a ter uma noção melhor sobre Relações Trigonométricas de modo a serem preparados para o Ensino Médio, quando é de extrema importância a sua utilização em diversas disciplinas, nas quais os alunos apresentam grande dificuldade quando é relacionado o estudo desta frente na disciplina de Física.
Nosso trabalho tem como desafio apresentar este assunto de uma forma diferenciada preparando os alunos para o que eles irão encontrar nos ensinos futuros, de maneira a deixar este assunto mais palpável e concreto em partes conceituais, principalmente na sua forma de utilização. Como a escola não tem característica destes estilos de aula, inicialmente, eles aparentavam estar com dificuldades na realização, porém foi observado que esta dificuldade, na verdade, era timidez, por não ter um contato diferente com os professores. Conforme perceberam esta abertura, facilitou-se muito o convívio nos encontros.
Analisando todo o desenvolvimento, pode-se perceber que a atividade teve grande parcela de aproveitamento pelos alunos. Como era a primeira vez de aplicação e, em se tratando de um assunto de matemática que os próprios colegas de séries futuras relatam ser difícil, cria- se certa resistência inicial, mas quando os alunos perceberam que a relação de ângulos é embutida no contexto como sendo algo natural, eles tiveram um ótimo desempenho, conforme se observa na tabela I.
A atividade encontra-se disponível para ser aplicada por qualquer outro professor que ache do seu interesse, com as modificações que se sinta mais tranquilo ou objetivando outro alcance. O tema trabalhado é sugerido pelo currículo do Estado de São Paulo e deve ser apresentado no 1º semestre do 9º ano, e o mesmo acontece com o material apostilado do aluno que trabalha com este assunto neste período. Para a execução desta atividade, foram utilizadas
4 aulas de 50 minutos, em que se discutiu com os alunos desde a instalação do software, os comandos básicos para realizar pequenas atividades até ao desenvolvimento das atividades que constam na folha de atividade.
A participação dos alunos teve grande adesão e certamente eles irão participar de outras atividades com esta finalidade, pois percebia-se nos olhares, nos rostos dos alunos, em cada realização da atividade, que eles capazes de realizar algo que os outros alunos diziam ser impossível, e isso os deixava cada vez mais forte e interessados nas aulas posteriores.