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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL 41

4.3. Área 3 – Desenvolvimento profissional 81

4.3.6. Conclusões 102

O objetivo deste estudo passava por verificar a evolução das aprendizagens dos alunos ao longo de uma UD e consequentemente, averiguar a existência de retenção dessas aprendizagens, tentando apurar se uma UD

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composta por 15 aulas com 50 minutos, é suficiente para introduzir, exercitar, consolidar e avaliar novos conteúdos.

Face aos resultados, é notório o desenvolvimento dos alunos nesta modalidade, em particular na categoria transdisciplinar avaliada: habilidades motoras. Foi possível verificar a evolução dos mesmos desde o primeiro momento de avaliação (pré-teste) até ao segundo momento (pós-teste), verificando-se a aquisição de novas aprendizagens em todas as dimensões: tomada de decisão, ajustamento, eficiência e game performance, ao longo da UD, uma vez que se constataram diferenças significativas em todas as dimensões avaliadas, o que revela, para mim ser muito positivo e gratificante porque se deveu ao trabalho que desenvolvi e ao empenho dos meus alunos ao longo da UD. No entanto, após o período de interregno da modalidade durante 5 semanas, ao aplicar o teste de retenção, constatou-se que não houve retenção dessas novas aprendizagens, levando a concluir que não houve tempo de exercitação suficiente para as consolidar.

Vários estudos relativos à retenção das aprendizagens, aplicaram o teste de retenção passado um período de 15 dias de interrupção da modalidade e obtiveram resultados positivos, onde verificaram a existência de retenção das aprendizagens. Porém, depois de constatar, no meu contexto, com o exemplo supracitado na modalidade de badminton, que “o currículo de múltiplas atividades de curta duração tem amarrado o ensino dos jogos a um ciclo vicioso de iniciação permanente” (Graça, 2003), esta problemática das UD de curta duração revela-se quando, no ano seguinte, o aluno aborda a modalidade, e como não reteve os conteúdos, volta ao “nível zero”. Por este motivo, no sentido de obter resultados mais realistas, com grandes períodos de tempo sem contacto com a modalidade, considerei pertinente aplicar o teste de retenção após um maior período de interrupção. Desta forma, os resultados revelaram que após 5 semanas, os alunos não retiveram as novas aprendizagens, levando a concluir que, durante a UD não houve tempo para exercitar o suficiente para que os alunos consolidassem as novas aprendizagens.

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Assim, o currículo multidisciplinar contribui para promover nos alunos variadas experiências desportivas, mas não permite aprofundar nem reter os conhecimentos, conduzindo a um ciclo infindável de introdução e exercitação, dos mesmos conteúdos, ano após ano, como afirma Graça (2003), repetindo “ao longo dos anos estas pequenas unidades de introdução aos jogos, sem avançar no desenvolvimento dos conteúdos”, tornando-se incompatível com a ambição do programa nacional da disciplina, que deve servir de guião para o professor. Não obstante, Graça e Mesquita (2009), referem a necessidade de se aumentar o tempo de contacto do aluno com o conteúdo de ensino, o que surge como contraponto à tradicional preferência de currículos salpicados de múltiplas atividades de reduzida duração e de efeitos improváveis.

Em suma, esta questão deve ser alvo de reflexão para o rumo do futuro da disciplina, no sentido em que importa apurar se se justifica dar continuidade ao currículo multidisciplinar, tradicional, promovendo múltiplas experiências diversificadas (quantidade), incutindo a atividade desportiva nos hábitos de vida dos alunos ou, se devem ser abordados menos modalidades, tornando indispensável o aumento da extensão das UD, permitindo que os alunos exercitem e consolidem as novas aprendizagens e, que aprofundem os conhecimentos (qualidade).

Futuramente seria interessante a aplicação deste estudo em diferentes anos letivos, com idades e níveis de desempenho díspares, de forma a avaliar a capacidade de retenção da aprendizagem de mais alunos.

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