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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL 41

4.3. Área 3 – Desenvolvimento profissional 81

4.3.4. Metodologia 91

4.3.4.3. Instrumento e procedimentos de recolha de dados 95

O procedimento de recolha de dados foi realizado em diversos momentos da unidade de ensino de Voleibol, como ilustra o Quadro 3.

Quadro 3 - Planeamento da recolha de dados ao longo da unidade de ensino de Voleibol

Planeamento - Modelo de Abordagem Progressiva ao Jogo

Objetivo

10º LH

Aula Data

1ª Fase do Estudo: Realizar a

Avaliação Diagnóstica e o Pré-Teste 1 e 2 7 Fevereiro 2017

Desenvolver os conteúdos na

Unidade de Voleibol 3 - 13

9 Fevereiro – 9 Março 2017

2ª Fase do Estudo: Realizar a Avaliação Sumativa de Voleibol e o

Pós-Teste

14 e 15 14 Março 2017

Período de Carência: Desenvolver os conteúdos da Unidade de

Futebol

16 - 23 16 Março – 18 Abril 2017

3ª Fase do Estudo: Realizar o Teste de Retenção de Aprendizagem em

Voleibol

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A avaliação diagnóstica foi realizada através da forma de jogo modificada 2X2, uma vez que a mesma “possibilita, por um lado, a identificação de níveis de desempenho elementares (quando os praticantes não conseguem sustentar minimamente a bola mesmo jogando no plano frontal) evidenciando que os mesmos se encontram no início da 1ª etapa e, por outro, a identificação de níveis de desempenho superiores que vão desde a capacidade mínima de sustentar a bola (início da 2ª etapa) até à capacidade de encadear as ações de jogo, desde o 1º toque até ao 3º toque (início da 3ª etapa) ou, ainda, a capacidade de diferenciar as soluções mais ajustadas (início da 4ª etapa) ” (Mesquita et al., 2013, p. 87).

Para a recolha dos dados, em todos os momentos de implementação do estudo os alunos participantes foram alvo de gravação em vídeo, para maior refinamento e especificação das componentes observáveis, de modo a auxiliar a perceção da evolução dos mesmos e a aplicação do Game Performance

Assessment Instrument (GPAI). Os alunos foram observados em situação de

jogo 2X2, com a duração de 10 minutos cada.

Os dados foram recolhidos logo no primeiro momento aquando a realização da primeira aula: pré-teste e, no culminar da UD foi realizado o pós- teste, na última aula. O teste de retenção da aprendizagem tomou lugar 5 semanas (37 dias) após a realização do pós-teste. Neste período de tempo, os alunos não receberam qualquer informação relacionada com a modalidade em questão, sendo que, no seguimento do planeamento anual, deu-se início a uma nova UD, de Futebol. Esta modalidade tem enorme distinção quer técnica, quer tática do Voleibol. Esta situação foi propositada, dado que um dos requisitos para a aplicação do teste de retenção implica que os alunos não tenham qualquer contacto com a modalidade durante um período de pelo menos 15 dias, em contexto instrucional de aula, para uma avaliação mais precisa e seus progressos ao longo da época desportiva (Haerens & Tallir, 2012; Magill, 2011). A realização do teste de retenção foi efetuada com o intuito de o comparar com o pós-teste, pelo que, no processo foi importante comparar, num primeiro momento, o pré-teste com o pós-teste, de modo a observar o desenvolvimento

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dos 6 alunos sob análise, nos conteúdos determinados na unidade de ensino de Voleibol.

O surgimento de novas abordagens de ensino, com valorização da componente tática e da técnica situacional, como contraponto das habilidades isoladas, conduziu à necessidade de desenvolver novos sistemas de avaliação. É neste contexto que surge o GPAI, como um instrumento complexo e ajustado às novas conceções, que inclui, não só, os indicadores de natureza técnica mas prioritariamente, os de natureza tática, como sejam a tomada de decisão e as ações do jogador sem bola. Este instrumento adiciona argumentos a favor da reconceptualização do ensino dos jogos desportivos, deslocando o centro de gravidade do foco da instrução e da avaliação das técnicas descontextualizadas, para o centrar na dinâmica do jogo usualmente negligenciada (Rosado & Mesquita, 2009).

Assim, para a elaboração deste estudo, o instrumento de avaliação dos alunos utilizado foi o GPAI (Oslin et al., 1998) uma ferramenta adaptada por Mesquita (2006), específico para a modalidade de Voleibol sendo este, o instrumento de avaliação de referência, eleito no Modelo de Abordagem Progressiva ao Jogo. Caracteriza-se por ser multidimensional e flexível, que proporciona a inclusão de componentes observáveis consoante os fins a que se destina, os níveis de prática e a especificidade do desporto coletivo (Mesquita et al., 2013, p. 112). Desta forma, adaptado o instrumento de avaliação à modalidade de Voleibol as componentes a serem avaliadas caracterizavam-se pelo envolvimento no jogo: a tomada de decisão, o ajustamento a execução das habilidades motoras (eficiência e eficácia, ações de apoio) e o game

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Quadro 4 - Categorias de observação e componentes críticas do GPAI para o Voleibol adaptado a partir de Oslin, et al. (1998) proposto por Mesquita (2006)

Quadro 1 - Categorias de observação e componentes críticas do GPAI para o Voleibol

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Através da aplicação do GPAI, foram contabilizadas as ações, que foram classificadas num total de “apropriadas” (A) e “inapropriadas” (I), dando origem a um índice de cálculo. Assim sendo, foram calculados cinco índices diferentes: o índice da tomada de decisão, que comporta a realização de opções apropriadas acerca do que fazer, calculado pela razão entre o nº de tomadas de decisão “apropriadas” e as “inapropriadas”; o índice de ações de ajustamento, que engloba as ações sem bola que o jogador realiza, requeridos pelo fluxo do jogo, calculado pela razão entre o nº de movimentos “apropriados” de ajustamento e os “inapropriados”; o índice de execução eficiente de habilidades que se debruça sobre a realização das habilidades técnicas, permitindo compreender e avaliar as causas possíveis de erros cometidos, tendo sido calculado pela razão entre nº de execução de habilidades eficientes (“apropriadas”), e as ineficientes (“inapropriadas”); o índice da execução eficaz de habilidades, que mede o resultado da execução, calculado pela razão entre o nº de execução de habilidades eficazes (“apropriadas”), e as ineficientes (“inapropriadas”); e ainda, a performance em jogo, que diz respeito ao desempenho global no jogo, que foi calculado pela média aritmética dos quocientes de cada uma das categorias: tomada de decisão, ajustamento e execução e eficácia das habilidades.

Por fim, mas não menos importante, importa referir que todos os jogos foram pensados de forma a que os alunos tivessem oportunidades em contexto de jogo semelhantes, ao longo de todos os momentos do estudo, pelo que, em todos os jogos os participantes jogaram com o mesmo colega de equipa e com as mesmas equipas adversárias, evitando possíveis influências exteriores que pudessem comprometer os resultados obtidos e inviabilizar o estudo. Realço ainda que, depois de obtidas as gravações dos diferentes momentos do estudo, estas foram analisadas por mim e um segundo observador (treinador de voleibol). Reunimos com frequência para aferir decisões de avaliação, procedendo à observação da execução das habilidades técnico-táticas, assinalando na grelha (GPAI) todas as ações dos alunos selecionados, como “apropriadas” (A) ou “inapropriadas” (I).

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Não obstante, para efeitos deste estudo, a análise da competência motora dos alunos é o principal foco deste estudo, ao invés de serem avaliadas todas as categorias transdisciplinares de Vickers (1990).

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