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Nesta secção são retiradas as principais conclusões acerca do desempenho ambiental individual dos sistemas ETICS em estudo, ou seja, o sistema A, com isolante em EPS, e o sistema B, com isolante em ICB. A análise é efetuada com base nos resultados obtidos na etapa de Caracterização e Normalização. Posteriormente são identificadas as principais substâncias e processos que contribuem maioritariamente para o impacte ambiental dos sistemas, em cada categoria de impacte ambiental. Com o objetivo de verificar qual dos sistemas ETICS têm maior contribuição ambiental, foi efetuada uma análise comparativa entre os mesmos, partindo de uma unidade funcional comum e que foi utilizada em todo este estudo: 1 m2 de sistema ETICS que tem um isolante térmico com uma resistência térmica de 1 m2.k/W. Nesta análise comparativa são retiradas conclusões sobre os resultados obtidos na etapa de Caracterização e Normalização.

No que se refere ao sistema A na etapa de Caracterização, conclui-se que contribui para as seis categorias de impacte ambiental presentes na metodologia de avaliação de impacte EPD (2008), sendo estas o aquecimento global, diminuição da camada de ozono, oxidação fotoquímica, acidificação, eutrofização e energia primária. No que se refere à etapa de Normalização, conclui-se que as categorias que apresentam uma contribuição predominante são a eutrofização e a energia primária.

Constata-se que para a eutrofização têm contribuição maioritária a fase de manutenção, seguida da fase de fabrico dos componentes do sistema, em especial devido ao processo de fabrico do pigmento da tinta de acabamento dióxido de titânio, que liberta essencialmente fosfato e nitrato em meio hídrico.

Para a categoria de impacte energia primária tem contribuição maioritária o processo de fabrico do dióxido de titânio, o qual consume uma grande quantidade de energia elétrica da rede.

Acidificação é a terceira categoria para a qual existe uma maior contribuição. O processo que contribui maioritariamente par esta categoria de impacte é o fabrico de dióxido de titânio, na qual são libertados gases que provocam chuvas ácidas, tais como o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio (ou óxidos de azoto) e amoníaco. O aquecimento global é a quarta categoria para a qual existe uma maior contribuição. O processo que contribui maioritariamente para esta categoria de impacte é novamente o fabrico do dióxido de titânio, no qual são libertados gases que provocam o aumento da temperatura como o dióxido de carbono, o metano , o monóxido de dinitrogênio e o monóxido de carbono.

Para categoria de impacte oxidação fotoquímica, a fase de fabrico dos componentes é a única que é ligeiramente mais contributiva que a fase de manutenção, em virtude da maior contribuição do processo de fabrico do poliestireno expansível bem como da moldagem final do granulado de poliestireno expansível, através dos quais são libertados para a atmosfera gases como os NMVOC (Non-Methane volatile Organic Compounds) o pentano, o dióxido de enxofre, o monóxido de carbono e o metano. Na categoria de impacte diminuição da camada de ozono as contribuições são bastantes reduzidas e, por isso, são consideradas desprezáveis.

No que se refere ao sistema B na etapa de Caracterização, conclui-se que, tal como o sistema A, contribui para as seis categorias de impacte ambiental presentes na metodologia de avaliação de impacte EPD (2008). No que se refere à etapa de Normalização conclui-se que as categorias que apresentam uma contribuição predominante são a eutrofização e a energia primária.

Constata-se que para a eutrofização têm contribuição maioritária a fase de manutenção, seguida da fase de fabrico dos componentes do sistema, essencialmente devido ao processo de fabrico do pigmento dióxido de titânio, que liberta sobretudo nitrato, fosfato e fosforo em meio hídrico.

Para a categoria de impacte energia primária tem contribuição maioritária o processo de fabrico do dióxido de titânio, o qual consume uma grande quantidade de energia elétrica da rede.

Acidificação é a terceira categoria para a qual existe uma maior contribuição. O processo que contribui maioritariamente par esta categoria de impacte é o fabrico de dióxido de titânio, durante a qual são libertados gases que provocam chuvas ácidas, tais como o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio (ou óxidos de azoto) e amoníaco.

O aquecimento global é a quarta categoria para a qual existe uma maior contribuição. O processo que contribui maioritariamente para esta categoria de impacte é novamente o processo de fabrico do dióxido de titânio, no qual são libertados gases que provocam o aumento da temperatura tais como o dióxido de carbono, o metano e monóxido de dinitrogênio.

Na categoria de impacte oxidação fotoquímica, também a fase de manutenção é aquela que apresenta maiores contributos, maioritariamente devido ao processo de fabrico do dióxido de titânio, através dos quais são libertados gases como os NMVOC, o dióxido de enxofre, o monóxido de carbono e o hexano.

Na categoria de impacte diminuição da camada de ozono as contribuições são bastantes reduzidas e, por isso, são consideradas desprezáveis.

Se compararmos os sistemas ETICS, conclui-se que, para a etapa de Caracterização, para a mesma unidade funcional (1 m2 de sistema ETICS), o sistema A apresenta 4 categorias de impacte ambiental com valores absolutos mais elevados do que o sistema B (aquecimento global, diminuição da camada de ozono, a oxidação fotoquímica e a energia primária). O sistema A apenas apresenta valores mais baixos nas categorias de impacte ambiental acidificação e eutrofização.

Em relação à etapa de Normalização conclui-se que em ambos os sistemas ETICS as categorias de impacte para as quais existem maiores contribuições são a eutrofização (poluição da água) e a energia primária. O sistema A, com isolante em EPS, apresenta valores de contribuição para o impacte ambiental superiores na maioria das categorias de impacte ambiental, quando comparado com o sistema B, com isolante em ICB.

Com conclusão final de todo este estudo, pode-se afirmar que o sistema B, com material isolante em ICB, recorrendo à técnica de ACV, apresenta um desempenho ambiental mais favorável quando comparado com o sistema A, com material isolante

em EPS. Se fosse considerada uma metodologia que tivesse em conta uma etapa de ponderação, na qual são considerados fatores que atribuem um grau de importância ambiental de cada categoria de impacte, estas conclusões poderiam ser ainda mais claras. No entanto, a metodologia de impacte adotada, EPD (2008), não tem em conta a etapa de ponderação.

É também bastante importante concluir que, ao contrário do que inicialmente era previsível, as maiores contribuições para o impacte ambiental de ambos os sistemas ETICS não têm origem nos materiais isolantes, mas sim nas tintas utilizadas como primário de regularização de fundo e de acabamento.