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CAPÍTULO 2 – EFEITO DO POTÁSSIO NA FASE DE RUSTIFICAÇÃO DE

4. CONCLUSÕES

Com base nos resultados, concluiu-se para o presente ensaio:

a) O nitrogênio tem efeito positivo no crescimento e qualidade de mudas de eucalipto, sendo a dose 219 mg.L-1 de nitrogênio a recomendada durante a fase de crescimento para os três clones avaliados.

b) O fósforo em substrato tem efeito positivo no crescimento e qualidade das mudas até determinada dose que, a partir de então, tem influência negativa. Doses de fósforo variando de 400 a 489 mg.dm-3 são as recomendadas para a fertilização do substrato para os três clones avaliados.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO 2 – EFEITO DO POTÁSSIO NA FASE DE RUSTIFICAÇÃO DE MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO

RESUMO

Dentro da questão de qualidade e nutrição de mudas de eucalipto, a aplicação de K está muitas vezes relacionada ao processo de rustificação, que tem por objetivo adaptar a muda às condições de plantio no campo. Neste sentido, este experimento foi conduzido visando avaliar o efeito do potássio na qualidade de mudas de três clones de Eucalyptus spp. O experimento foi instalado no viveiro de mudas da empresa CENIBRA, avaliando o efeito da adubação potássica durante a fase de rustificação. As características avaliadas foram: altura da parte aérea, o incremento em diâmetro de colo, a relação altura da parte aérea/diâmetro de colo, a concentração de K nas folhas assim como a relação N/K no mesmo tecido. A aplicação de potássio na fase de rustificação proporcionou, até determinada dose, maiores incrementos no diâmetro de colo para os três clones avaliados, já para altura não se verificou influência. A ausência de potássio resultou nos maiores valores da relação altura : diâmetro de colo (RHDC) para os três clones avaliados, ao passo que mudas que receberam tratamentos onde o K foi aplicado, a relação apresentou valores menores e semelhantes. A aplicação de doses crescentes de K resultou em maiores concentrações foliares do mesmo nutriente. Todos os tratamentos apresentaram valores da relação N/K dentro do considerado adequado, exceto na maior dose de K aplicada. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que, durante a fase de rustificação, a adubação potássica é recomendável, sendo indicada a dose 249 mg.L-1 de K por proporcionar os maiores valores em incremento de diâmetro de colo.

1. INTRODUÇÃO

Dentre outros fatores de natureza silvicultural, a nutrição de mudas, desponta como um dos principais responsáveis pela obtenção de maior produtividade e qualidade das mesmas, além de maior economicidade no processo de sua produção (Neves et al., 1990). A fertilização mineral afeta o desenvolvimento e a qualidade de mudas de espécies florestais ao permitir uma melhor adaptação e conseqüente sobrevivência após o plantio no campo (Carneiro, 1995).

Dentro do processo de produção de mudas de eucalipto, a fase de rustificação trata de preparar a muda fisiologicamente para o plantio e as primeiras semanas que o sucedem. Neste período, as mudas deverão resistir ao estresse provocado pelas atividades de plantio (falta de água, retirada dos tubetes, transporte). Antes da expedição, durante a rustificação, normalmente se efetuam até três fertirrigações diárias, priorizando formulações com uma reduzida relação N/K, visto ser esta fase extremamente crítica e refletir diretamente na qualidade final das mudas (Alfenas et al., 2004). Segundo Gomes e Couto 1984, para que a muda seja considerada apta para ser levada ao campo, deve ser sadia e ter grau de resistência que lhe permita sobreviver às condições adversas do meio.

Em mudas de eucalipto, aspecto ainda carente de informações vem a ser o efeito que a fertilização potássica pode proporcionar na resistência das mudas aos vários ciclos de umedecimento e secagem a elas impostos usualmente no viveiro para estimular o “endurecimento” e, consequentemente, maior sobrevivência e resistência quando do transplantio para o campo, especialmente em períodos de seca (Barros et al., 1990). Plantas deficientes em potássio apresentam menor turgor, pequena expansão celular, maior potencial osmótico e abertura e fechamento dos estômatos de forma irregular (Malavolta et al., 1997).

O potássio não faz parte de nenhum composto orgânico, não desempenhando função estrutural na planta. Este macronutriente atua na ativação de aproximadamente 50 enzimas, destacando-se as sintetases, oxiredutases, desidrogenases, transferases, quinases e aldolases (Marschner, 1995). O potássio é o principal íon presente no vacúolo das células relacionado ao ajustamento osmótico, logo é importante na manutenção do turgor, principalmente sob condições de baixo potencial hídrico (Bourne et al., 1988). Silveira e Malavolta (2000) destacam a importância do K, relatando que plantas bem nutridas com este nutriente são mais resistentes a secas e geadas, em razão da maior retenção de água.

Com base no exposto acima, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do potássio na qualidade e nutrição de mudas de três clones de Eucalyptus spp. durante a fase de rustificação.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os ensaios foram conduzidos no viveiro de mudas da Celulose Nipo-Brasileira S. A. – CENIBRA em Belo Oriente - MG. O município localiza-se na região do Vale do Rio Doce, com clima do tipo Cwa (subtropical, chuvoso e mesotérmico), segundo a classificação de Köeppen. Apresenta precipitação média anual de 1.233 mm. Temperatura média anual de 21ºC, com máxima média de 27ºC e mínima média de 14ºC. O viveiro de mudas localiza-se na latitude 19º17'49" sul, longitude 42º23'26" oeste e, altitude de 233 m (Mafia et al., 2006).

Todos os procedimentos de análise química e pesagem de material vegetal foram realizados no laboratório de solos e análise de plantas da mesma empresa.

Foram utilizadas miniestacas oriundas de três clones de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla cultivados em minijardim clonal em leito de areia. Os clones utilizados foram o 386, o 1213 e o 3837.

2.1. Recipiente e substrato

O estaqueamento foi realizado em substrato acondicionado em tubetes plásticos com dimensões de 12,5 cm de comprimento, 2,7 cm de diâmetro da abertura superior, 0,9 cm de diâmetro de abertura inferior e volume de 50 cm3, com seis estrias internas. Como suporte para os tubetes foram utilizadas bandejas com dimensões de 58,9 cm x 38,6 cm com capacidade para 176 mudas. O substrato utilizado foi vermiculita e casca de arroz carbonizada na proporção de 1:1, em volume.

2.2. Estrutura física

As mudas iniciaram enraizamento em casa vegetação, permanecendo por 18 dias. Após este período foram transferidas para casa de sombra permanecendo nesta estrutura por mais 6 dias. Na próxima etapa, o crescimento das mesmas realizou-se em mesas rolantes recebendo a fertirrigação pelo sistema de subirrigação e aspersão por 44 dias. E por fim, permaneceram por mais 20 dias no estaleiro, onde os tratamentos com K via água foram realizados.

Até o 68º dia, antes das mudas chegarem ao estaleiro, todas receberam as mesmas adubações. A partir desta data, aplicaram-se as cinco doses de potássio até o 88º dia, quando o experimento foi finalizado.

2.3. Adubações

A concentração de nutrientes e fontes utilizadas na adubação de substrato para todos os tratamentos encontra-se no Quadro 1.

A concentração de nutrientes e fontes utilizadas na fertirrigação de mudas em casa de sombra e no sistema de subirrigação para todos os tratamentos encontra-se no Quadro 2.

Quadro 1 - Concentração de nutrientes e fontes utilizadas na adubação de substrato de enraizamento.

Nutrientes Substrato de enraizamento mg de nutriente por litro

P 698,0

(super fosfato simples)

N 146,0 (sulfato de amônio) K 99,0 (cloreto de potássio) S 176,0 B 4,9 (ácido bórico) Cu 5,6 (sulfato de cobre) Mn 5,1 (sulfato de manganês) Zn 6,0 (sulfato de zinco)

Quadro 2 - Concentração de nutrientes e fontes utilizadas na fertirrigação de mudas em casa de sombra e subirrigação.

Nutrientes Casa de sombra Subirrigação mg de nutriente por litro

N 56 146 (nitrato de cálcio) P 42 108 (ácido fosfórico) K 87 225 (cloreto de potássio) Ca 49 127 Mg 61 159 (sulfato de magnésio) S 20 53 B 0,80 2,1 (ácido bórico) Cu 0,19 0,5 (sulfato de cobre) Fe 3,50 9,0 (sulfato ferroso) Mn 0,80 2,0 (sulfato de manganês) Mo 0,04 0,11 (molibdato de sódio) Zn 0,11 0,28 (sulfato de zinco) 2.4. Tratamentos

Os tratamentos consistiram em quatro doses de potássio mais uma testemunha que recebeu apenas água. Foram quatro repetições por tratamento, sendo que cada repetição continha 16 mudas. As doses utilizadas foram:

K1 – 0 mg . L-1 de K (testemunha); K2 – 249 mg . L-1de K; K3 – 747 mg . L-1de K; K4 – 1494 mg . L-1de K; K5 – 2988 mg . L-1de K.

A fonte de potássio utilizada foi o cloreto de potássio (58% K2O).

Ao final do dia, quando as irrigações via aspersão eram suspensas, realizava-se a aplicação do KCl com auxílio de regador sendo aplicado quatro litros da solução nutritiva por tratamento.

2.5. Características avaliadas

Foram avaliadas características nutricionais (concentrações foliares) e as características morfológicas altura da parte aérea, incremento em diâmetro de colo e a relação altura da parte aérea/diâmetro de colo (RHDC). Os instrumentos utilizados nas determinações foram: régua e paquímetro (precisão de 0,05 mm). Considerou-se como altura da parte aérea o comprimento entre a base do caule em contato com a superfície do substrato e a base do par de folhas mais jovem.

As medições do diâmetro de colo das mudas foram realizadas em duas ocasiões, com a finalidade de utilizar os dados da diferença de crescimento das mudas (incremento) em resposta aos tratamentos de K em um período de 20 dias:

1º) No 68º e 69º dia e; 2º) No 87º e 88º dia.

No 88º dia realizou-se a coleta do material vegetal para a pesagem e análise química das folhas.

Para a análise química foram colhidos os penúltimos e os antepenúltimos pares de folhas recém maduras.

2.6. Delineamento estatístico e análise de dados

O delineamento estatístico adotado foi o inteiramente casualizado. O experimento foi composto por 5 tratamentos (5 doses de K) com quatro repetições.

Foram utilizados os softwares Estatística 8.0 (Statsoft inc., 2008) e Curve Expert (Curve Expert, 2007) para a análise dos dados de altura e incremento em diâmetro de colo, sendo os dados dessas variáveis submetidos à análise de variância e, quando foi possível, a análise de regressão.

Utilizou-se a análise estatística descritiva dos dados para os dados da relação altura da parte aérea/diâmetro de colo, devido à presença de heterocedasticidade ou não observância da distribuição normal dos erros. Para a concentração de K foliar foi realizada uma análise de regressão, sendo ajustado um modelo de crescimento.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O resumo das análises de variância para as características morfológicas altura da parte aérea e incremento em diâmetro de colo é apresentado no quadro 3.

Quadro 3 - Resumo das análises de variância das características altura da parte aérea e incremento em diâmetro de colo de mudas aos 88 dias de idade em função de doses de K para três clones de eucalipto.

Quadrado médio FV GL

Altura Incremento em diâmetro de colo Clone 2 82,24 * 0,039585 * Dose (K) 4 6,33 ns 0,137221 * Clone x K 8 8,35 ns 0,002046 ns Resíduo 45 4,31 0,011408 Total 59 * P < 0,05.

Os resultados da análise de variância apresentados no Quadro 3 mostraram que o fator dose de K influenciou apenas no incremento em diâmetro de colo. Não houve significância estatística na interação Clone x K. Deste modo, foram utilizados os dados dos três clones conjuntamente para a análise de regressão no incremento em diâmetro de colo.

Provavelmente, a não influência das doses de K nos valores de altura foi devido às mudas já se encontrarem na fase de rustificação. Nesta fase, a muda em tubete já passou pela fase de crescimento rápido, pois o tamanho da embalagem e, consequentemente, a quantidade de substrato e outros nutrientes são limitantes. Silva et al. (2004) ressalta que a fase de rustificação não tem por objetivo o desenvolvimento da muda

e sim, a aclimatação para as condições de campo. No entanto, durante a fase de crescimento,

período que antecede a rustificação, o nutriente se mostra importante para a característica altura. Em estudo realizado por Brandi et al. (1982) avaliando efeito de macronutrientes no crescimento inicial de Eucalyptus spp, foi observado grande redução nos incrementos em altura para E. paniculata na ausência de K.

Segundo Gomes et al. (2003), apesar de ainda existirem controvérsias sobre o tamanho de mudas de eucalipto, considera-se que elas poderiam estar prontas para serem plantadas com altura variando de 20 a 35 cm. Dessa forma, independente do tratamento, a altura atingida por todos os clones atendeu ao padrão estabelecido para plantio (Quadro 4).

Quadro 4 – Média das alturas alcançadas por mudas de eucalipto aos 88 dias de idade em função das doses de K para os clones 386, 1213 e 3837 durante a fase de rustificação.

Tratamento Altura média (cm)

Clone 386 Clone 1213 Clone 3837

K1 31 30 28 K2 33 28 30 K3 32 31 27 K4 34 31 29 K5 33 28 31 Obs.: K1 (0 mg.L-1); K2 (249 mg.L-1); K3 (747 mg.L-1); K4 (1494 mg.L-1) e K5 (2988 mg.L-1).

A tendência de crescimento observada para o incremento em diâmetro de colo em resposta ao K foi melhor representada por equação quadrática, com elevação até a dose de 1655 mg.L-1 de K, decrescendo a partir daí (Figura 1). Na mesma figura, observa-se que, para qualquer dose de potássio aplicada, os incrementos em diâmetro de colo foram superiores do que na sua ausência. Deste modo, a aplicação do potássio até determinada dose mostrou resultado positivo para esta característica, visto ser um maior diâmetro de colo um parâmetro desejável na avaliação da qualidade das mudas durante a fase de rustificação. Segundo Gomes e Paiva (2004), as mudas devem apresentar altos valores de diâmetro de colo para melhor equilíbrio do crescimento da parte aérea. Este parâmetro é reconhecido como um dos melhores, senão o melhor indicador do padrão de qualidade de mudas (Moreira e Moreira, 1996) e, normalmente, é o mais observado para indicar a capacidade de sobrevivência da muda no campo (Daniel et al. 1997).

Considerando os resultados para o incremento em diâmetro de colo, dentre as doses de K aplicadas, a dose 249 mg.L-1 seria a mais indicada, visto que, ao realizar um teste de contraste entre as médias, todos os tratamentos que receberam o K foram estatisticamente iguais, optando-se, portanto, pela menor (Quadro 5).

Y = (0,029502) + (0,0000288)*x + (-0,0000000087)*x2 R2=0,33

Figura 1 – Incremento em diâmetro de colo em função de doses de potássio avaliado durante 20 dias na rustificação (dados dos três clones). As barras representam o intervalo de confiança e os pontos correspondem às médias.

Quadro 5 – Grupo de médias do incremento em diâmetro de colo em função das doses de K, definidos pelo teste Tukey (α = 0,05).

Incremento em diâmetro de colo Grupo Dose de K (mg . L-1) Média (mm) 1 2 0 0,20 a 249 0,45 b 747 0,55 b 1494 0,50 b 2988 0,40 b

Segundo Silva (1998), tão importante quanto as características altura da parte aérea e diâmetro de colo isoladamente, é a relação entre eles. No presente ensaio, a ausência de potássio proporcionou os maiores valores da relação altura da parte aérea/diâmetro de colo (RHDC) para os três clones, ao passo que mudas que receberam tratamentos onde o K foi aplicado, a relação apresentou valores menores e semelhantes (Quadro 6). Este comportamento teve influência maior pela variação do diâmetro de colo do que pela própria altura.

Em trabalhos de pesquisa com espécies florestais, constatou-se que mudas com maior altura e maior diâmetro do colo apresentaram maior potencial de crescimento inicial no campo, entretanto, a RHDC quando correlacionado com a sobrevivência, tem

0,000 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 0,070 Dose de K (mg/L) In cr e m en to em d iâme tr o d e co lo ( c m ) 0 249 747 1494 2988

apresentado resultados contraditórios (Gomes e Paiva, 2004). Os mesmo autores relatam ser este um importante índice e quanto menor for o seu valor, maior será a capacidade de as mudas sobreviverem e se estabelecerem na aérea de plantio definitivo. Deste modo, verificou-se que a aplicação apenas de água durante a fase de rustificação – prática normalmente utilizada – não foi tão eficiente quando comparado aos tratamentos que receberam K, quando o interesse é se obter uma menor RHDC.

Quadro 6 – Média da relação altura : diâmetro de colo (RHDC) aos 88 dias de idade em função das doses de K para os clones 386, 1213 e 3837 durante a fase de rustificação.

Tratamento Relação altura : diâmetro de colo

Clone 386 Clone 1213 Clone 3837

K1 92 96 90

K2 83 83 81

K3 83 82 79

K4 84 83 78

K5 86 85 82

No presente ensaio, não se observou, visualmente, diferenciação no aspecto das plantas (tecido tenro ou “endurecido”) entre os tratamentos. No entanto, o aparecimento de folhas avermelhadas nas mudas que receberam potássio iniciou-se próximo aos 20 dias (final do período experimental). Já este “endurecimento” de mudas promovido pelo K foi evidenciado em experimento realizado por Carneiro (1995). O autor verificou que a presença deste nutriente em níveis crescentes proporcionou uma maior rustificação das mudas de espécies florestais e conseqüente aumento de suas resistências às condições adversas do meio. Gonçalves (1995) verificou também efeito positivo do nutriente, recomendando a realização de uma adubação contendo apenas o potássio no início da fase de rustificação por facilitar o engrossamento do caule.

A concentração de K foliar apresentou correlação positiva à aplicação de K para as mudas de eucalipto. Doses crescentes resultaram maiores concentrações foliares do

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