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4. Estudo de caso

5.1 Conclusões

Na atualidade em Portugal, o setor da construção encontra-se saturado, e para motivar a sua desobstrução deve-se apostar na construção de edifícios mais sustentáveis, potenciando a valorização do mercado imobiliário. Os sistemas de avaliação da sustentabilidade têm aqui um papel muito importante na avaliação, monitorização e certificação dos edifícios.

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Ao longo do trabalho o objetivo centrou-se na avaliação de sustentabilidade de um estudo de caso, com recurso ao sistema BREEAM. Este sistema pretende contribuir para o desenvolvi- mento do ambiente construído, avaliando e propondo soluções mais sustentáveis, promovendo a transparência e o atendimento de conforto e necessidades das pessoas agora e nas futuras gerações. Pontua as performances dos edifícios que geram benefícios ambientais, de conforto e saúde para pessoas.

A escolha do sistema BREEAM deu-se sobretudo porque prima pelo rigor e profundidade dos seus critérios, constantemente atualizados tendo como base a evolução tecnológica, estu- dos científicos e análise laboratorial do ciclo de vida de materiais e sistemas.

A perceção do modo de funcionamento e objetivos do BREEAM, foi o ponto de partida do presente trabalho. Inicialmente o BREEAM dava a ideia de ser um sistema bastante rigoroso e de difícil implementação ao estudo de caso disponível, uma vez que este se apresentava num patamar muito inicial, sendo esta a maior dificuldade do trabalho. O projeto deve contar com um avanço suficientemente largo, de forma a poder disponibilizar à avaliação toda a informa- ção necessária para evidenciar cada requisito tal como o BREEAM define.

Seguiu-se o estudo do método a fundo sendo posteriormente realizada uma ligação aos sis- temas gestão com aplicabilidade ao trabalho a desenvolver. O Sistema de Gestão Ambiental é um instrumento organizacional de participação voluntária que permite à empresa avaliar e controlar os impactes ambientais resultantes das suas atividades, dos seus produtos e respe- tivo processo de produção, com vista a melhorar o seu desempenho global. O SGA tem como principal objetivo a integração da gestão ambiental nos seus sistemas de gestão global. Após a análise detalhada do BREEAM, um dos parâmetros de escolha da entidade executante recairá na certificação SGA pois a implementação de um SGA numa empresa, demonstra a sua preocu- pação com as condições ambientais, tanto na utilização de matérias-primas, como na utilização pelos consumidores dos produtos e serviços fornecidos. A certificação de SGA consiste no re- conhecimento da conformidade entre o sistema e os requisitos das normas de referência. Este processo voluntário permite às organizações evidenciar, interna e externamente, a implemen- tação de um SGA adequado e que o mesmo será acompanhado periodicamente.

O mesmo acontece com o Sistema de Gestão de Segurança e deste modo a entidade execu- tante responsável pela construção do projeto em estudo, deverá estar devidamente certificada no âmbito da segurança para que o requisito da gestão possa atingir a classificação expectável. O estudo realizado encontra-se ainda em fase de projeto o que significa que presente ava- liação será provisória uma vez que o estudo coloca-se na fase anterior à construção. A avaliação provisória alerta para as situações a corrigir e deste modo a avaliação deve acompanhar a evo- lução dos trabalhos tanto na fase de projeto como em obra. Os custos serão menores em projeto se este for realizado de acordo com o método de avaliação BREEAM. Dada a sua estrutura o BREEAM deverá ser utilizado como uma linha de orientação ou guia de projeto. Assim conclui- se que o método de avaliação BREEAM deve ser implementado imediatamente na fase mais inicial do projeto pois os custos relativos a alterações de projeto ou mais tarde na Arquitetura serão visivelmente menores.

Em cerca de 41,67% de requisitos avaliados a pontuação total BREEAM é de 30,48%. Como se encontra acima dos 30%, o projeto é avaliado como aprovado. Esta não é a avaliação defini- tiva e uma vez que ainda existem especialidade, materiais, matérias-primas e entidade execu- tante por definir, claramente que o mesmo projeto numa fase mais avançada, irá adquirir clas- sificação ao nível do grau de excelência. Por exemplo: O parâmetro com maior peso correspon- dente à energia, sendo que esta é uma das especialidades que não se encontra devidamente estabelecida no projeto em estudo, tudo indica que quando tal acontecer a pontuação final irá privilegiar de uma melhoria substancial.

O requisito dos materiais, não foi objeto de classificação uma vez que a sua definição não se encontra de acordo com as exigências BRREAM. Uma vez definidos todos os materiais e equipamentos, o requisito poderá ser pontuado, sendo necessário atualizar o manual do utili- zador com as novas informações, sobretudo acerca da descrição da manutenção da estrutura prevendo materiais e periodicidade a respeitar e implementar.

No que toca ao local de implementação do projeto, algumas infraestruturas referenciadas no BREEAM da responsabilidade do município, não existem uma vez que a zona referida ainda se encontra em processo de urbanização, não sendo pontuados.

O BREEAM prevê apenas algumas informações ou breves estudos comparativos acerca de custos/benefícios na utilização de alguns equipamentos ou materiais, no entanto será vanta- joso o consumidor final perceber o custo/benefício total da construção de um edifício susten- tável focando todas as fases: construção, utilização, adaptabilidade e manutenção.

Por fim e em desacordo com a ideia inicial, uma vez que o projeto se encontra numa fase muito inicial, a implementação da metodologia BREEAM é uma mais-valia, uma vez que a ava- liação definitiva termina após a fase de construção, perante evidências do seguimento e imple- mentação das exigências ao mínimo pormenor. Este rigor é uma mais-valia no sistema BREEAM.