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3. BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method)

3.8 RSD – Resíduos

3.8.1 RSD 1 - Gestão de Resíduos em Obra

O requisito de gestão de resíduos em obra tem como objetivo incentivar a eficiência dos recursos mediante uma gestão apropriada aos resíduos resultantes da construção. Sempre que realizado um estudo de gestão de resíduos de construção e demolição (RCD) adequado à obra que irá decorrer, então é obtido um ponto.

Caso o estudo incentive à reutilização, reciclagem ou outra forma de valorização de 70% dos resíduos de construção, serão concedidos dois pontos.

No entanto, se 80% dos resíduos de construção e demolição serão objeto de reutilização, reciclagem ou outra forma de valorização, então serão concedidos três pontos.

É adquirido o critério de nível exemplar quando as evidências demonstrem que, 95% dos resíduos identificados no RCD são tratados com critérios de reutilização, reciclagem ou valorização, de forma a eliminar o depósito destes resíduos em aterro.

Ao longo da construção do edifico a minimização e geração de resíduos pode ser reduzida com recurso à implementação de técnicas, procedimentos ou materiais que atenuem ou eliminem os comuns resíduos. Todas estas situações, previstas na fase de projeto, devem ser convenientemente registadas como comprovativo da implementação da gestão de resíduos na fase de construção.

Em obra deve existir um espaço disponível para que a separação de materiais, para que o seu encaminhamento para a reciclagem seja realizado da melhor forma. No entanto sempre se verifique falta de espaço em obra, para a separação de materiais, esta responsabilidade deverá ser delegada a um gestor autorizado para que esta separação de material seja realizada fora de obra de acordo com os padrões adequados e regras de reciclagem. Para qualquer das situações, é necessário provas documentais, como comprovação.

Como referência, o BREEAM ES apresenta a lista de resíduos mais comuns em obra.

Tabela 12 - Grupos de resíduos mais comuns na construção (BREEAM, 2011)

Códigos

LER Grupo Chave Exemplos

Materiais a controlar Especificação no RCD Materiais a reduzir (2º ponto) Materiais a desviar do aterro (3º ponto) 170102 Alvenaria Alvenaria 170101 Betão

Tubos, lancis, lajes de calçada, betão de enchi- mento, pré-fabricado e

“in situ”

170604 Isolamento Fibra de vidro, lã de ro- cha, plástico alveolar

15018 Embalagens

Latas de tinta, paletes, cartão, bobinas de cabos, películas envolventes, fo-

lhas de polietileno

170201 Madeira

Madeira resinosa ou fo- lhosa, painéis de contra-

placado, partículas de madeira, placas MDF 1602 Equipamentos elétricos e eletró- nicos Televisores, frigoríficos, aparelhos de ar condicionado, lâmpadas

59 200301 Cantina/escritório

Resíduos de escritório, resíduos da cantina,

plantam 1301 Óleos Óleo hidráulico, óleo do

motor, óleo lubrificante 1703 Asfalto e betume Betume, alcatrão de car-

vão, asfalto 170103 Telhas, azulejos e

cerâmicas

Azulejos e telhas de cerâ- mica, cerâmica, sanitá-

rios

1705 Inertes Misturas de entulho / es- cavação, vidro 1704 Metais Radiadores, cabos, ara-

mes, barras, chapas

170802 Gesso

Placa de reboco, estuque, gesso, cimento, chapas

de fibrocimento, arga- massa 170203 Plástico

Tubagem, revestimentos, perfis, chapa de plástico

(sem embalagens)

170202 Vidro Vidro

200307 Moveis Mesas, cadeiras, mesas de escritório, sofás 1705 Terra Terra, argila, areia, pedra

natural

Líquidos

Tintas não perigosas, di- luentes, tratamentos de

madeira

Perigosos

Definido na Lista de resí- duos

Perigosos (LRP) Catálogo Europeu de Re-

síduos (CER) Revestimento

para solo (Suaves) Carpetes, vinil Arquitetónicos Azulejo, tijolo recupe-

170904

(mistura) Misturas e outras

Devem ser realizados es- forços para dividir os re- síduos nas anteriores ca- tegorias sempre que pos-

sível

3.8.2 RSD 2 - Agregados Reciclados

A utilização de agregados reciclados e secundários na construção, potenciando a redução da procura de matérias-primas é o objetivo do requisito RSD 2. O cumprimento deste requisito é demonstrado sempre que 25% do total de utilização de agregados de alta qualidade seja substituído por agregados reciclados e secundários. Os agregados reciclados são derivados do reprocessamento de materiais provenientes da construção e os agregados secundários são derivados de subprodutos de processos industriais. Estes agregados podem:

· Obter-se em obra;

· Obter-se em locais de fabrico de resíduos, de acordo com as seguintes distâncias: Ø No máximo de 25 Km da obra, para obras maiores ou obras situadas em

populações com mais de 200.000 habitantes.

Ø Inferior a 80Km da obra para obras menores ou não localizadas em zonas urbanas importantes.

· Obter-se através de produtos pós-consumo ou pós-industrializados, não derivados da construção.

Os produtos pós-consumo ou pós-industriais não provenientes da construção abrangem os seguintes:

· Resíduos de caulino, · Coberturas de ardosia, · Cinzas volantes pulverizadas,

· Escória granulada de alto-forno, moída, · Escória de alto-forno refrigerada pelo ar, · Escória de aço, · Cinzas de fornos, · Cinzas de incineração, · Areias de fundição, · Vidro reciclado, · Plástico reciclado, · Xisto utilizado,

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· Resíduos de tratamento de resíduos sólidos urbanos.

3.8.3 RSD 7 - Armazenamento de resíduos domésticos recicláveis e não recicláveis

O requisito relativo ao armazenamento de resíduos domésticos recicláveis e não recicláveis tem disponíveis três pontos no total. O objetivo é recompensar a previsão do espaço de armazenamento interno e externo, adequando para os resíduos domésticos recicláveis e não recicláveis.

Quando as evidências demonstrem a existência de um espaço externo adequado e a existência de contentores interiores e papeleiras individuais para os resíduos recicláveis e não recicláveis comuns, a elaboração de um guia de armazenamento e recolha de resíduos, primeiro ponto é conseguido.

Quando as evidências demonstrem a existência de um espaço externo adequado e são providenciados contentores internos destinados ao armazenamento de resíduos domésticos recicláveis não comuns, são obtidos 2 pontos.

Os 3 pontos são alcançados se as evidências demonstrem a existência de um sistema de recolha de resíduos domésticos recicláveis comuns e não comuns.

A BREEAM ES define o espaço interno previsto para o depósito de resíduos recicláveis. Os contentores internos de reciclagem devem estar situados numa posição sem obstáculos, sem recorrer à existência de elementos auxiliares (escadas ou qualquer outro elemento que ajude a alcançar o espaço) e devem estar colocados a uma altura não superior a 1,20m.

O BREEAM ES define resíduos recicláveis comuns: · Papel e cartão,

· Plásticos, · Metais, · Vidro,

· Matéria orgânica.

E os resíduos recicláveis não comuns: · Têxtil (roupas e calçado) · Azeites vegetais (cozinha) · Pilhas e baterias

O guia de armazenamento e recolha de resíduos deve proporcionar toda a informação necessária para o correto armazenamento dos resíduos domésticos tanto recicláveis como não recicláveis. Essa informação consiste em:

· Resíduos admissíveis em cada contentor, indicando as condições adequadas para quem realiza o seu depósito;

· Informações sobre os benefícios e objetivos da reciclagem

· Informações relativa aos resíduos não incluídos no sistema de recolha domiciliária.

3.8.4 RSD 8 - Compostagem de resíduos domésticos

O requisito da compostagem de resíduos domésticos pretende reduzir a quantidade de resíduos domésticos enviados para aterro através da criação de instalações para a compostagem dos resíduos.

O requisito RSD 8 tem disponíveis duas opções, sendo elas:

· Opção 1: A pontuação é alcançada quando as evidências demonstrem a provisão de instalações individuais ou coletivas, para a realização da compostagem dos resí- duos alimentares, de poda e jardinagem ao mesmo tempo. Um espaço adequado ao armazenamento de resíduos e material de compostos orgânicos.

· Opção2: No caso de não existirem espaços ajardinados ou quando os acessos são limitados então o gestor de recolha de resíduos passa a ser responsável pela recolha destes resíduos, bem como a sua compostagem em instalações alternativas.

Quando as evidências comprovem as opções acima descritas, o requisito deverá ser pontuado.