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No Brasil, os negócios pela Internet têm apresentado números expressivos de crescimento em um curto espaço de tempo, superando os negócios tradicionais em evolução (E-BIT, 2010). De acordo com Pavlou (2003), a adoção do comércio eletrônico pode ser parcialmente explicada pelo TAM (Technology Acceptance Model). Assim, um estudo sobre a intenção de compra online deve considerar os principais construtos do TAM, que teoriza que a percepção de utilidade e a percepção de facilidade de uso ajudam a determinar a aceitação do comércio eletrônico. Além desses, outros construtos que podem ser integrados ao TAM para estudar a intenção de comprar pela Internet são: confiança, risco percebido e influência social. Diante disso, essa pesquisa buscou compreender os fatores que influenciam a intenção de compra online dos consumidores, bem como identificar entre esses fatores os que influenciam os usuários e os não usuários de comércio eletrônico.

Através da análise dos dados, foi possível descrever o perfil da amostra do estudo. Dessa forma, concluiu-se que os pesquisados em geral são, em sua maioria, usuários de comércio eletrônico, pessoas do sexo feminino, que possuem entre 21 e 35 anos de idade, têm mestrado incompleto, são solteiras, possuem rendas familiares mensais diversificadas e usam a Internet de 4 a 12 anos. Os usuários de comércio eletrônico e os não usuários desse meio de compra possuem perfis semelhantes ao dos pesquisados em geral, pois apresentam as mesmas características demográficas que eles. Porém, em relação à freqüência de uso semanal da Internet, a maioria dos não usuários de comércio eletrônico usa esse meio de comunicação muito intensamente (várias vezes ao dia, todos os dias da semana) ou intensamente (pelo menos uma vez por dia, todos os dias da semana), diferentemente dos outros dois grupos, em que a maioria usa a Internet muito intensamente, ou seja, os pesquisados em geral e os usuários de comércio eletrônico utilizam a Internet com mais freqüência do que os não usuários desse meio de compra. Assim, com base nesses resultados, alcançou-se o primeiro objetivo específico do estudo, que buscou descrever o perfil da amostra quanto ao tipo de consumidor, gênero, faixa etária, nível de escolaridade, estado civil, renda familiar mensal, tempo de utilização da Internet e freqüência de uso semanal da Internet.

As percepções de facilidade de uso, de utilidade, de risco, confiança e influência social em relação à compra online foram verificadas através da análise dos dados. Dessa forma, concluiu-se que os pesquisados em geral possuem percepções de facilidade de uso, de utilidade e da influência social positivas em relação à compra online. Porém, eles possuem opiniões divididas sobre o risco percebido e a confiança. Os usuários de comércio eletrônico possuem percepções semelhantes às dos pesquisados em geral e mudam de opinião somente em relação à confiança, uma vez que a maioria desse tipo de consumidor confia na Internet para realizar transações comerciais. Por fim, os não usuários de comércio eletrônico possuem opiniões divididas sobre as percepções de facilidade de uso e de utilidade, têm percepções de risco e da influência social negativas em relação à compra online e não confiam na Internet para realizar transações comerciais. Assim, com base nesses resultados, alcançou-se o segundo objetivo específico do estudo, que buscou verificar as percepções de facilidade de uso, de utilidade, de risco, confiança e influência social em relação à compra online.

O nível de intenção de compra online também foi identificado através da análise dos dados. Dessa forma, concluiu-se que os pesquisados em geral possuem a intenção de realizar compras online nos próximos seis meses, que os usuários de comércio eletrônico possuem a intenção de continuar realizando transações comerciais pela Internet nos próximos seis meses e que os não usuários desse meio de compra não possuem a intenção de realizar compras online nos próximos seis meses. Assim, com base nesses resultados, alcançou-se o terceiro objetivo específico do estudo, que buscou identificar o nível de intenção de compra online.

Antes de verificar as hipóteses do modelo de pesquisa, foram realizadas análises fatoriais confirmatórias para obter as variáveis latentes que explicassem as correlações de cada um dos construtos teóricos. Dessa forma, criaram-se seis fatores para os pesquisados em geral, seis fatores para os usuários de comércio eletrônico e seis fatores para os não usuários desse meio de compra. Esses seis fatores foram: intenção de comportamento (IC), facilidade de uso percebida (FUP), utilidade percebida (UP), risco percebido (RP), confiança (C) e influência social (IS).

Feito isso, foram realizados os processos de verificação das hipóteses do modelo de pesquisa, através da aplicação de análises de regressão linear simples e múltipla. Primeiramente, iniciou-se o processo de constatação de algumas hipóteses através de análises de regressão múltipla. Dessa forma, verificou-se que as percepções de facilidade de uso, de utilidade, de risco, confiança e influência social influenciam a intenção de compra online dos pesquisados em geral. Observou-se ainda que as percepções de facilidade de uso, de utilidade,

de risco e confiança influenciam a intenção de continuar comprando pela Internet dos usuários de comércio eletrônico, e que a influência social não influencia esse grupo. Por fim, constatou-se que a confiança e a influência social influenciam a intenção de realizar compra online dos não usuários de comércio eletrônico, e que as percepções de facilidade de uso, de utilidade e de risco não influenciam esse grupo. Assim, com base nesses resultados, alcançou- se o quarto objetivo específico do estudo, que buscou verificar se as percepções de facilidade de uso, de utilidade, de risco, confiança e influência social influenciam a intenção de compra online.

Dando continuidade ao trabalho, outras hipóteses foram verificadas através de análises de regressão simples. Dessa forma, verificou-se que a confiança influencia a facilidade de uso percebida, a percepção de utilidade e o risco percebido dos pesquisados em geral e dos usuários de comércio eletrônico. Observou-se ainda que a confiança influencia a facilidade de uso percebida e a percepção de utilidade dos não usuários de comércio eletrônico, e que a confiança não influencia o risco percebido desse grupo. Assim, com base nesses resultados, alcançou-se o quinto objetivo específico do estudo, que buscou verificar se a confiança influencia a facilidade de uso percebida, a percepção de utilidade e o risco percebido.

As últimas hipóteses do trabalho também foram verificadas através de análises de regressão simples. Dessa forma, verificou-se que a facilidade de uso percebida influencia a percepção de utilidade dos pesquisados em geral, dos usuários de comércio eletrônico e dos não usuários desse meio de compra. Assim, com base nesses resultados, alcançou-se o sexto objetivo específico do estudo, que buscou determinar se a facilidade de uso percebida influencia a percepção de utilidade.

Finalmente, após a apresentação dos resultados acima, pode-se afirmar que o problema que direcionou esse estudo obteve resposta, ou seja, os fatores que influenciam a intenção de compra online dos consumidores, bem como quais desses fatores influenciam os usuários e os não usuários de comércio eletrônico, foram devidamente discutidos no decorrer da pesquisa.