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É com nostalgia que termino mais um dos meus objetivos de vida, SER PROFESSORA! Sou apaixonada pelo ensino, pela educação, pela aprendizagem constante e pela envolvência com diferentes tipos de personalidades. Sou apaixonada pela minha profissão.

É incrível pensar na enorme dimensão e abrangência desta forma de arte e cultura em que se traduz a educação física e o desporto quando olhamos para além da sua prática real e concreta no terreno e lhe conferimos a beleza de impulsionar personalidades e formas de estar e encarar o mundo. Já Bento (1995, p. 269) enaltece que “O desporto está em todo lado, marcando os comportamentos, a linguagem, os interesses e os estilos de vida de muitas pessoas de todas as idades e estratos sociais e culturais”.

Considero este ano recheado de experiências positivas, quer no campo humano quer no campo de formação pedagógica. A ESAG preconiza um conjunto de desafios e simultaneamente grandes objetivos educativos sem descurar os objetivos sociais. E foi esta uma das linhas orientadoras de todo o trabalho que realizei.

Estive perante realidades pedagógicas distintas, e algumas delas de caráter um pouco preocupante, que me obrigaram a definir constantemente variadas estratégias como professora e como educadora. Fiquei ainda mais ciente que ser professor não se resume a um debitar de conhecimentos. Apoiando-me nas palavras de Kazantzakis (1997), professores ideais são aqueles que se transformam em pontes e que convidam os alunos a cruzá-las, depois de ter facilitado a sua passagem, com alegria e colapso, incentivando- os a criar pontes a partir das suas próprias atitudes. Desta forma, ser professor ultrapassa o campo educativo, ser professor é ter um olhar treinado para se debruçar na turma em geral e no aluno em particular, atendendo às suas dificuldades e moldando a sua forma de ser, estar e agir, para assim formar cidadãos conscientes dos direitos e deveres, seus e da sociedade.

Todo o percurso académica percorrido até então, incluindo o EP, foi em prol de uma bagagem formativa que me acompanhará em todos os dias da minha carreira profissional, permitindo-me, a capacidade de lidar com todos os obstáculos que a profissão apresenta.

Para a busca da minha identidade profissional, foi necessário enaltecer a minha capacidade de reflexão e auto-crítica. Ajustar e reajustar, todas as metodologias e técnicas utilizadas. Ultrapassar os meus pontos fracos, recorrendo à experiência da minha PC e dos meus colegas de estágio, tornou- se primordial. Olhando para trás, relembro o primeiro dia repleto de inquietações e inseguranças, mas ao mesmo tempo uma ansiedade e vontade entusiasmantes de me envolver numa nova realidade. Agora considero-as positivas, pois serviram como degrau para a minha formação. Os feedbacks, escutei-os todos com atenção tentando progredir o máximo que conseguia. Este aspeto revelou-se um fator impulsionador na minha relação com a comunidade escolar. A minha relação com os professores de EF era cada vez mais próxima, bem como a relação com os alunos da escola. Outro fator que ajudou à minha integração e entusiasmo na envolvência com a escola, foram as atividades realizadas e a observação das aulas dos meus colegas de estágio. Em forma de análise balanceada, esta observação contínua traduziu- se numa aprendizagem mais completa e no meu entender extremamente necessária. Isto é, eu e os meus colegas partimos da mesma meta, inexperiente em contexto real, mas ao mesmo tempo com vista a uma maximização das nossas potencialidades. Primeiramente como alunos do curso de EF e posteriormente como educadores que irão ingressar no mercado de trabalho. Através do olhar minucioso das suas aulas, adotei a capacidade de identificar estratégias divergentes das que tinha em mente e por vezes erros de atuação, que me permitiram autocorrigir. Por outro lado, a experiencia da minha PC foi preponderante para elevação da minha fasquia enquanto EE, onde procurei sempre o cultivo de dúvidas e conhecimentos. Em boa verdade, e em jeito de reflexão, todo este EP, se traduziu num modelo de ensino- aprendizagem cíclico e continuado.

A escola, com toda a sua diversidade existente torna-se um palco de acontecimentos imprevisíveis e belos no sentido de tentar entender o porquê de ocorrerem, o que terá impulsionado e provocado tal situação e qual será a melhor estratégia para lidar com isso da melhor forma. Tal, faz da escola um local com imensos temas a necessitarem de estudo, de análise, de procura por

respostas. Independentemente de qualquer situação contextual a escola deve ter sempre como objetivos melhorar a qualidade das aprendizagens traduzida no sucesso educativo dos alunos, combater a indisciplina, o abandono escolar precoce e o absentismo, criar condições para a orientação educativa e a transição qualificada da escola para a vida ativa e promover a articulação entre a escola, os parceiros sociais e as instituições de formação presentes no território educativo.

Adquiri e aprimorei a capacidade de planeamento, bem como a perceção da importância inequívoca da mesma. Planear bem constitui um passo gigante para alcançar os objetivos pretendidos e ensinar bem.

A educação é um ato de ação e reflexão permanente e somente “é possível para o homem, porque este é inacabado e sabe-se inacabado. Isto leva-o à sua perfeição. A educação, portanto, implica uma busca realizada por um sujeito que é homem”, que se comunica e dialoga constantemente consigo próprio e com o outro, buscando a sabedoria (Freire, 1983, pp. 27-28).

Considero que este ano foi sem dúvida marcante e positivo em toda a sua globalidade pois adquiri saberes e competências que andarão de braço dado com a minha carreira docente. A nível pessoal e profissional, levo uma melhor e mais bem preparada Liliana para o que o futuro me reserva. Ao mesmo tempo grata pelo caminho que construí e percorri, e pelas pessoas que o partilharam comigo e que de certa forma deixaram o seu cunho pessoal no meu crescimento. Apesar de considerar o meu percurso positivo, tenho a consciência que fechei um ciclo e iniciei outro. Pois apesar de ter terminado o EP, o meu ‘eu’ professora encontra-se inacabado e em processo de construção.

Ao longo de todo este meu ano de estágio profissional pretendi através da minha postura e atuação enquanto professora, causar transformações nos meus alunos, tentar chegar-lhes ao coração e à razão, contribuir de alguma forma para o desenvolvimento deles enquanto seres humanos pertencentes à sociedade e não apenas como alunos a aprender EF. É com orgulho que chego ao final deste ano repleto de aprendizagens com o sentido de dever cumprido. É-me possível enumerar mentalmente diversos momentos que me

marcaram e que me fizeram sentir especial e necessária, dentro e fora da sala de aula, a relação que criei com a turma e com cada aluno individualmente foi fantástica, sendo eles bastante respeitadores, amáveis, engraçados, esforçados e aplicados. Foram sem dúvida o ‘brinde’ de todo este ano de estágio.

Revejo-me emocionalmente nas palavras de Bento (2008, p. 78), “a todos agradeço por esta profissão mágica e maravilhosa que me dá a honraria única de educar os filhos da humanidade”.