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114 Quantificação e Classificação de Fitoplâncton por Espetrofotometria Carlos José de Sousa Pereira – Universidade do Minho

diferentes amostras; (2) com o aumento da diluição das diferentes espécies foi possível confirmar uma diminuição do número de células presentes numa amostra, e por consequente, uma redução na emissão de fluorescência; (3) e através da obtenção de gráficos 3D de cada espécie, obteve-se uma impressão ótica sendo possível a sua diferenciação. O facto do objeto de estudo desta dissertação recair sobre organismos vivos, apresentou desde o início um entrave temporal devido aos tempos de cultivo e crescimento das espécies de fitoplâncton, afetando também a viabilidade das medições dado que este processo necessita de uma repetibilidade de testes.

Trabalho futuro

Os resultados obtidos ao longo desta dissertação permitiram a validação do microssistema espectrofotométrico pretendido para monitorização subaquática. Contudo, o facto de o objeto de estudo incidir em organismo vivos, existe a necessidade de uma repetibilidade de testes, de forma a verificar o seu comportamento nas diferentes fases de cultura. Estão já planeados um conjunto de passos e testes de forma a continuar o trabalho até agora desenvolvido, uma vez que o projeto NextSea continua em desenvolvimento.

O primeiro passo, e fundamental para a classificação de fitoplâncton em diferentes grupos com base nas suas caraterísticas óticas (secção 3.2.4), é a inclusão de mais espécies de fitoplâncton, pertencentes a diferentes grupos taxonómicos. Inicialmente, o estudo iria recair sobre sete espécies de fitoplâncton. Porém, devido à falta de condições para conservação e crescimento (algumas das espécies são muito sensíveis a condições adversas de temperatura), apenas as espécies Nannochloropsis gaditana, Isochrysis galbana e Tetraselmis suecica se mostraram resistentes e todas as outras acabaram por morrer. Agora, o projeto sente-se mais preparado para a criação e a cultura de mais espécies.

Criadas as condições de conservação e crescimento para as diferentes espécies de fitoplâncton, será necessário, com recurso ao setup descrito na secção 4.3.7, obter-se o gráfico de fluorescência 3D de cada espécie. Com isto, será possível verificar as caraterísticas óticas de cada espécie, sendo possível a sua classificação. Posteriormente será usado um citómetro de fluxo, disponível no departamento de Biologia da Universidade do Minho, que permitirá a distinção de espécies com todas presentes no mesmo volume de amostra. Com recurso à citometria, é possível analisar cada célula presente num volume de amostra e perceber que caraterísticas óticas apresentam. Assim, será possível relacionar os

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espectros de fluorescência e a sua concentração em mg/L. Com base nos resultados obtidos, proceder-se-á à escolha de fontes emissoras de luz, fotodetetor e filtros para essas espécies. O próximo passo será repetir os testes de quantificação usando o setup espectrofotométrico descrito na secção 4.3.6. Para a quantificação de fitoplâncton será necessário conhecer-se quais os níveis normais de fitoplâncton presentes na região de estudo, de forma a ser usado como linha de base e calibrar todo o microssistema.

Concluídos todos os testes laboratoriais, o passo final será o desenvolvimento de um dispositivo, que contenha todos os equipamentos utilizados no setup espectrofotométrico e que seja capaz de realizar uma monitorização subaquática a uma profundidade até 6 metros. A figura 6.1 e 6.2 ilustra um exemplo de uma possível estrutura do protótipo (utilizando a ferramenta de desenvolvimento Autodesk Fusion 360), constituída pelos circuitos desenvolvidos até à presente data.

Figura 6.1. Protótipo do sistema de medição de fitoplâncton.

Arduino Uno acoplado ao amplificador Lock-

in.

Baterias Disposição do fotodetetor

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As figuras 6.1 e 6.2 representam uma primeira abordagem relativamente ao formato do dispositivo que se pretende desenvolver. A forma em “U” garante duas coisas: (1) um ângulo de 90º entre a fonte emissora de luz e o fotodetetor, de modo a rejeitar a luz proveniente da fonte emissora de luz; (2) a constante circulação de água, não necessitando o dispositivo de bombas para puxar a água para análise e a consequente remoção da água. Será utilizado um Arduino Uno, ou um microcontrolador similar, para gerar a onda de modulação da fonte emissora de luz, um módulo de cartão de memória para gravar os dados de tensão à saída do amplificador Lock-in e um módulo RTC (Real Time Clock) para calendarização das medições. Idealmente, o número de medições feitas por dia será conforme o número de marés por dia, ou seja, 4. Numa fase inicial, a alimentação será com recurso a baterias, mas numa fase futura o objetivo é criar um dispositivo autossuficiente, ou seja, aproveitar a energia produzida pelas marés para a sua alimentação. O número de LEDs e de fotodetetores está dependente dos resultados obtidos em laboratório. Por último, e não menos importante, terá que ser feito um estudo relativamente ao material do dispositivo de forma a evitar a não adesão de algas que afetam a viabilidade das medições, designado de biofouling. De igual modo, o sistema de biofouling a desenvolver terá por trás as questões ambientais, as quais são preocupações a ter em conta.

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