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Utilizando a abordagem estatística foi possível descartar a hipótese de alteração no conteúdo sedimentar de duas localidades analisadas. O material de empréstimo utilizado possui uma assinatura sedimentar característica detectada parcialmente em CM2 e CPrI1. Tal assinatura inclui: abundância de frações grossas (cascalho e areia MGGM), fragmentos de rocha, quartzo, selecionamento pobre, altos valores de mediana granulométrica, ausência de matéria orgânica e bioclastos carbonáticos, além de baixa quantidade de frações finas. Todavia, nos dois trechos supracitados, os indícios de alteração são esparsos, com duas ou três variáveis que se encaixam na assinatura, não sendo suficiente para comprovar a ligação entre o material de empréstimo e os sedimentos de CM2 e CPrI1.

O trecho CPrI1 por estar mais próximo ao local no qual foram utilizados os materiais de empréstimo apresenta altas chances de alteração. Este trecho apresentou proporções altas de frações granulométricas mais grossas (areia MGGM) nas porções superficiais dos furos, além de uma quantidade ligeiramente mais alta de cascalho do que a observada em ARPrI. Tal enriquecimento de frações grossas contrasta com o esperado para os sedimentos dos depósitos litorâneos de praia, que apresentam em sua maioria a areia fina como tamanho de partícula predominante. No entanto, o padrão observado condiz com a descrição dos materiais de empréstimo que afirmam a presença de sedimentos grossos e finos sortidos, mas principalmente material comumente mais grosso que areia média, o que fora exatamente detectado na análise de CPrI1.

A alteração nas porções mais superficiais dos furos poderia ser considerada como um indicativo de modificação pelo material de empréstimo, uma vez que, caso as concentrações de frações mais grossas se dessem da mesma forma ao longo de todo o testemunho, ou se houvesse diminuição em direção à base do mesmo, é provável que o trecho não tivesse sofrido alteração. Além disso, supõe-se que alterações em níveis mais profundos exigiriam uma quantidade maior de energia para remoção de uma porção maior e mais profunda de sedimentos por meio de erosão.

Apesar de apresentar certas características que condizem com a assinatura do material de empréstimo, alguns resultados detectados na análise dos produtos estatísticos gerados por CPrI1 não são completamente corroborados. Para indicar com grande margem de certeza a alteração de características do sedimento, seria preciso haver confirmação por mais de um produto estatístico, o que não aconteceu na maioria dos casos. Alguns dos resultados em CPrI1 apresentavam-se com padrões totalmente diferentes dos de ARPrI nos perfis verticais, por

exemplo, mas apresentavam semelhança nos diagramas de caixa e testes estatísticos. A combinação entre os resultados dos testes de Kruskal-Wallis e comparações múltiplas, aliada aos diagramas de caixa indicam com mais acurácia se há ou não discrepância entre as distribuições de determinadas variáveis nos trechos de estudo.

O cenário mais provável é a variação natural das proporções dessas frações mais grossas pela ação da erosão costeira e posterior deposição em CPrI1, através de agentes como ondas, correntes de maré e ventos, uma vez que esta área se encontra num local de dinâmica costeira bastante ativa.

No caso do trecho de mangue com possível alteração pelo material de empréstimo, CM2 apresenta algumas características que poderiam ser consideradas atípicas para este ambiente como maior presença de frações grossas, baixa porcentagem de carbonatos, grande proporção de siliciclásticos, principalmente quartzo; selecionamento pobre, baixa proporção de lama, além da concentração significativa em U e K.

Os depósitos de mangue têm como principais características: proporção significativa de matéria orgânica e carbonato, além do predomínio de frações finas. De tais características, CM2 apresentou apenas a alta concentração de matéria orgânica, enquanto as outras obtiveram resultados que não corresponderam ao comportamento esperado, principalmente se levados em conta os padrões detectados nos perfis verticais.

No entanto, de acordo com os produtos estatísticos analisados, apenas duas variáveis em CM2 apresentaram-se realmente diferentes de ARM, quais sejam proporção de sedimentos siliciclásticos e carbonáticos, ao passo que as demais mostraram apenas algumas diferenças de variabilidade nos diagramas de caixa ou padrões de variação com profundidade nos perfis verticais. No entanto, este fato não corrobora completamente a alteração, pois é preciso haver pelo menos indicação de discrepância partindo dos resultados dos testes estatísticos e dos diagramas de caixa, em conjunto com os perfis verticais.

A proporção de sedimentos siliciclásticos e carbonáticos em CM2 se apresentou muito mais alta em relação aos trechos CM1 e CM3, além de ARM. Tal diferença é apontada não só pelos perfis verticais, mas também pelos diagramas de caixa e testes estatísticos, confirmando assim que existe de fato diferenças entre os dois trechos no que diz respeito a essas duas variáveis. Isso contrasta com areia MGGM ou areia MFF, por exemplo, nas quais as diferenças detectadas se resumem apenas aos padrões dos perfis verticais, sem confirmação dos diagramas de caixa ou testes estatísticos.

Em CM2, as frações finas não são completamente predominantes, uma vez que as proporções de cascalho e principalmente areia MGGM (muito grossa, grossa e media) têm

aumento expressivo, detectado nos produtos estatísticos (perfis verticais, diagramas de caixa e etc.). Esse fato apontaria para uma alteração por parte dos materiais de empréstimo, que poderiam ter sido erodidos e transportados para CM2 por meio da ação dos agentes costeiros. Contudo, a presença de uma proporção mais significativa de sedimentos grossos não é algo tão incomum aos depósitos de mangue desta região e CM2 apresenta uma concentração um pouco maior do que aquela observada em ARM, que serve como padrão de referência para a análise. A ocorrência de maior proporção de frações grossas em meio às frações finas ocasiona um aumento no valor de selecionamento, o que classifica os sedimentos de CM2 como pobremente selecionados (phi > 1). Porém, apesar da semelhança da mediana dos valores de selecionamento com ARM, CM2 não apresenta tanta variação. Adicionalmente, enquanto ARM apresentou amostras com várias classificações de selecionamento, CM2 manteve-se sempre entre amostras moderadamente e pobremente selecionadas.

As variáveis geoquímicas estão relacionadas com a presença de alguns minerais detríticos e certos argilominerais nas amostras analisadas. CM2 apresentou concentrações expressivas de U e K, expressas nos diagramas de caixa e perfis verticais, diferentemente de ARM, que apresentou proporções menores. Apesar de certas diferenças de variabilidade, a rigor CM2 e ARM não são diferentes no que diz respeito às variáveis geoquímicas, considerando-se que os diagramas de caixa e os testes estatísticos não mostraram diferenças entre esses dois trechos, o que basicamente indica similaridade.

Em resumo, a erosão dos materiais de empréstimo não conseguiu atingir nenhum dos trechos de praia e mangue, apesar da suspeita nos trechos CPrI1 e CM2, suspeita essa que, no entanto, não se revelou de forma conclusiva e, portanto, foram descartadas após análise do conjunto dos produtos estatísticos.

Para além dos objetivos deste estudo, calcado na comparação entre áreas suspeitas e áreas de referência, o tratamento e interpretação dos dados obtidos revelaram que os ambientes de mangue e de praia/ilha-barreira aqui investigados possuem uma heterogeneidade natural e aleatória própria desses ambientes. Tal heterogeneidade foi registrada nos dados de diversas das variáveis analisadas, sendo certamente causada pelos vigorosos processos dinâmicos que atuam na região litorânea abordada. Esses processos têm o potencial de imprimir variabilidades granulométricas, composicionais e geoquímicas, as quais certamente se sobrepõem a quaisquer eventuais alterações antropogênicas de menor magnitude, como no caso a possível dispersão do material de empréstimo para trechos próximos do local das bases e acessos, ou mesmo para trechos mais distantes.

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