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Neste ponto pretendeu-se fazer uma comparação entre os pressupostos deste novo modelo de ensino e aprendizagem, que foram definidos no projeto base da E-xample, e o que efetivamente se alcançou. O trabalho de colaboração e partilha de métodos foi um dos objetivos fundamentais do projeto. O Edulabs foi criado com o intuito de desenvolver a componente da troca de informações e o trabalho em conjunto (E-xample.com). Segundo afirma Mantas, o trabalho colaborativo foi muito importante, pois facilitou e agilizou a comunicação entre aluno e professor e a interação entre ambas as partes, envolvendo também os pais.

Ao utilizarem a plataforma de comunicação, cada uma com a sua disciplina e materiais didáticos, os alunos podem logo, quando estão a trabalhar em casa, carregar o trabalho de casa (...). Em vez de terem um trabalho que é levado em papel e depois só veem o professor daqui a não sei quanto tempo e não podem esclarecer dúvidas. A comunicação aqui é a palavra-chave, assim como a facilidade da comunicação e do transporte da informação de um lado para a outro e dessa interação. Até os pais, diretamente, podiam por as questões e utilizar a plataforma (Ent. NM).

Os professores entrevistados corroboraram que existiu a troca de informação entre colegas, em relação aos recursos utilizados e modos de utilização. Esta partilha e troca de informação que foi fundamental para o desenrolar do projeto: “foi assim que as coisas funcionaram através destas trocas, desta partilha formal e informal de recursos e a nível de tecnologia” (Ent. Prof. do Conselho Turma). A colaboração entre as várias disciplinas na estruturação e partilha de recursos em atividades de campo também foi facilitada (Ent. Prof. Port.). No que respeita à troca de informações entre professores dos diferentes Edulabs, apenas se verificou de maneira pontual.

Outro objetivo inicial foi transformar o ensino, no sentido de “ensinar conhecimento”, levar os alunos a “aprender a pensar” e que o conhecimento fosse transversal e global em todas as áreas (E-xample.com). O professor, embora um pouco hesitante, revelou um certo otimismo e considerou que se estava a caminhar num sentido positivo, mas que seria necessário aguardar para que os resultados se tornassem mais percetíveis: “Não sabemos, estamos a testar (...) Nós testamos e esperamos que as coisas

corram bem. Não sabemos se é suficiente! Pelo menos é melhor do que o que temos. Isso posso-lhe dizer” (Ent. NM). No entanto, o responsável não conseguiu dar exemplos específicos, em termos cognitivos, sobre a melhoria dos alunos, embora, no geral, os resultados finais tenham sido relativamente melhores do que o das outras turmas dos mesmos anos:

Mas se eles fazem isso tudo e se ficaram intelectualmente mais capazes não sei. Agora, o que se verificou foi que eles tiveram melhores resultados e que comparativamente com as outras turmas as notas deles são mais elevadas (Ent. NM).

Os professores entrevistados salientam que os alunos se tornaram mais abertos à aquisição de conhecimento, mais seletivos nas informações que encontravam na Internet, mais eficazes no uso das tecnologias e, tal como foi referido antes, mais autónomos. Exemplo identificado pela professora de Português é a melhoria da expressão oral: “Na parte da oralidade acho que ficaram descontraídos, mais desinibidos e fez com que melhorassem sensivelmente” (Ent. Prof. Port.).

Este projeto também pretendia um maior envolvimento dos EE na ajuda e participação dos trabalhos de casa. Através do testemunho de Mantas, depreendemos que, face ao método tradicional, houve uma maior ligação entre os EE e a escola: “Eles participam mais”. No entanto, reconhece que o nível de empenho e participação não foi o mesmo entre os EE e justifica com o facto de haver alguns que não estavam muito familiarizados com as tecnologias e/ou que não tinham muita disponibilidade. Por fim, conclui que houve uma maior interação, mas tal não significa que ela tenha sido melhor e até admite que a coordenação do projeto não promoveu iniciativas no sentido de incentivar um maior comprometimento dos EE.

A maioria deles vinham ajudar os alunos nas tarefas e no desenvolvimento de uma série de trabalhos mas, alguns não tinham conhecimento nem disponibilidade para isso. Mas a maioria envolvia-se. Esse é um aspeto que vamos trabalhar mais agora no segundo ano (…) Em relação ao envolvimento dos pais, aqui eles envolvem-se muito mais porque os outros [pais dos alunos fora do projeto Edulabs] só vêm à escola ver, nomeadamente, as notas (Ent. NM).

No entanto, no segundo ano de funcionamento do projeto está previsto que os EE recebam também formação. O objetivo é fazer com o que os pais estejam mais informados sobre aquilo que os seus filhos fazem na escola e como poder auxiliá-los. Malcolm Skibeck (1998:48) afirma que um dos desafios para a nova sociedade é a formação dos

educadores pelas entidades escolares. Os EE são de outra geração, por isso, é necessário auxiliá-los na compreensão dos objetivos e das práticas escolares atuais. Isto para que possam acompanhar os seus filhos no processo de aprendizagem.

Outro ponto abordado foi a ferramenta MEO Cloud e a sua utilização. Tendo sido esta a ferramenta eleita com o intuito de funcionar como repositório de toda a documentação relativa ao projeto (preenchimento de relatórios pré-formatados referentes ao funcionamento, avaliações diversas e resultados), de modo a que fosse possível fazer o acompanhamento do mesmo, ajudando também na gestão (E-xample.com). Na ótica do diretor da EBIBA, o MEO Cloud foi bem utilizada, principalmente pelos professores durante as aulas:

(...) Nós trabalhamos com o Android e nesta fase piloto muitos conteúdos que os professores utilizam não correm no Android. Então, os professores utilizavam muitas vezes a internet como recurso para irem à Cloud buscar conteúdos que queriam mostra na sala de aula (Ent. NM).

Também o Professor do Conselho de Turma salientou que esta ferramenta foi bastante útil. Permitiu que os recursos ficassem armazenados, dando a possibilidade de acede a eles, tornando assim possível levar a aula para qualquer lado. Também referiu o enviou de relatórios, tanto para a E-xample como para a plataforma LeYa. Estes relatórios davam conta de como as coisas estavam a correr, sugestões de melhoria de software, entre outras, de modo a melhorar as ferramentas e outros materiais de apoio as aulas (Ent. Prof. Conselho Turma).