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1. Prática lectiva

1.5. Condição Física vs Aptidão Física

Os alunos das duas turmas com que trabalhamos foram avaliados no início e no final do ano lectivo a partir da bateria de testes do FitnessGram de forma a avaliar a sua aptidão física e verificar se eventualmente melhoravam o seu processo através das aulas aquando a introdução de exercícios de condição física. Para tal acontecimento foram criadas Unidades Didácticas para as duas turmas referentes à aptidão física, que de seguida explicamos como se procederam.

Assim a EF e nós promotores da actividade física e estilos de vida saudáveis temos de incentivar os alunos a se formarem nesta área para ficarem aptos para a sua independência e conseguirem actuar de forma mais correcta mantendo-se activos fora do contexto escolar. Vejamos que a educação para a saúde é explorada nas escolas por diversas razões mas, sobretudo, pelo facto de segundo Marques (1999), “uma boa parte das crianças e jovens têm acesso à escola e nela participam nas aulas de Educação Física, o que torna a escola uma instituição privilegiada de intervenção” (p. 83), e mais do que isso, para muitas é a única oportunidade que têm para fazer exercício físico.

O professor de EF terá de enquadrar estes parâmetros todos na sua aula para promover hábitos saudáveis aos alunos e melhorar os seus resultados avaliados à priori, aqui reside o que considero um desafio. A falta de motivação dos alunos continua a ser uma das razões para o desinteresse em continuar uma prática regular de actividade física.

Vejamos que Sallis & McKenzie (1991) citado por Marques (1999), sustentam que, “apesar da frequência das aulas de Educação Física não ser a mais adequada, a quantidade de tempo de aula semanal (100 minutos) é considerável, se as crianças forem, pelo menos, moderadamente activas na maior parte do tempo da aula” (p. 89). Aos alunos do 3º ciclo é designado 135 minutos de actividade física nas aulas (para uma semana) e aos do curso profissional apenas 90 minutos. Seguindo os resultados adquiridos da aplicação do FitnessGram nas aulas os alunos necessitavam de mais actividade física para aumentarem tais valores, portanto, é de referir que nem uma turma nem outra têm horas de actividade física ideais (excepto em alunos que praticam desporto) e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) para garantir o crescimento saudável das crianças e jovens, uma hora de actividade física diária é a ideal.

Os PNEF referem que na perspectiva da qualidade de vida, de saúde e do bem- estar os alunos devem melhorar a aptidão física elevando as capacidades físicas de modo harmonioso e adequado às suas necessidades de desenvolvimento, promovendo a aprendizagem de conhecimentos relativos aos processos de elevação e manutenção das capacidades físicas nas diversas matérias de ensino, a abordar ao longo do ano lectivo.

Na escola existe um grupo de professores, que fazem parte de um projecto denominado “Viver com Saúde”, que têm como objectivo, difundir a toda a comunidade escolar, hábitos de vida saudável através da promoção do conceito de “saúde” através da implementação de hábitos saudáveis como a actividade física e desportiva na escolaridade, alimentação e a importância de um controlo sobre a saúde do aluno através de intervenção médica. Desta forma visam promover, na área desportiva, a realização de testes de avaliação da condição física, ou seja, utilizam a "Bateria de testes do FitnessGram”, sendo aplicados pelos professores da disciplina de EF.

Assegurei o desenvolvimento contínuo da aptidão física ao longo do ano através das aulas de EF e também de dois momentos da aplicação da “Bateria de Testes do Fitnessgram”, com vista à avaliação dos alunos numa fase inicial (1º período – avaliação diagnóstica) e numa fase final (3º período – avaliação formativa). Na avaliação final os resultados indicaram a evolução dos alunos ao longo do ano na maioria das capacidades físicas avaliadas. De facto, os alunos encontravam-se na designada “Zona Saudável de Aptidão Física - ZSAF”. Segundo os PNEF, estes valores são uma referência, sendo uma informação pertinente no sentido da saúde e do bem- estar e para que cada aluno ao longo do ano atinja essa “zona saudável”.

Os procedimentos adoptados foram os seguintes:

 Aplicar um 1º momento da “Bateria de Testes do Fitnessgram”: Teste de Aptidão Aeróbia: Vaivém, Teste de Aptidão Muscular: Força e Resistência Abdominal (Abdominais), Teste da Força e Flexibilidade do Tronco: Força e Resistência Abdominal (Extensão do Tronco), Teste da Força superior: Flexão de Braços em suspensão, Teste da Flexibilidade: Senta e alcança e o pesar e medir a altura (ver em anexo I a descrição dos testes);

 Trabalho contínuo ao longo das aulas;

 Aplicar um 2º momento da “Bateria de Testes do FitnessGram”.

Ao reflectir sobre os resultados obtidos através das análises efectuadas, considerei que estes, de um modo geral, foram positivos e satisfatórios. Foram

entregues relatórios individuais dos resultados obtidos quer na primeira quer na segunda avaliação e a análise e interpretação dos dados.

Os objectivos a que nos propusemos foram alcançados em certa medida, pois com apenas duas aulas por semana, não é possível fazer um trabalho mais profundo no âmbito do desenvolvimento da aptidão física. Necessitaríamos de mais tempo de prática, uma reeducação alimentar e incutir hábitos de uma vida saudável, que de certa forma, efectuamos ao longo das actividades agendadas, como por exemplo a Actividade de Extensão Curricular. As intensidades das aulas (estímulos) foram influenciadas sobretudo pelo tipo de exercícios propostos (conteúdos das matérias) e do grau de domínio das tarefas e habilidades por parte dos alunos, para além da organização das aulas.