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Depois do inventário de dados, imagens e medidas realizado nas duas unidades com auxílio dos critérios definidos para o check-list a partir da NBR 9050/2015, é possível caracterizar as edificações quanto ao nível de acessibilidade que apresentam.

Foram localizados pontos positivos e negativos com relação à acessibilidade em ambas as unidades. A exemplo pode-se citar as instalações sanitárias do COAS e a existência de rota acessível na UPA 24h como aspectos corretos nas edificações. Já a quantidade reduzida de banheiros acessíveis na UPA 24h e a falta de rota acessível no COAS são parâmetros em desacordo com a NBR 9050/2015.

A partir disso, pode-se diagnosticar as edificações como parcialmente acessíveis em relação à NBR 9050/2015, visto que cumprem parte dos critérios avaliados pela norma e pelo check-list desenvolvido.

Tomando-se especificamente cada edificação, no COAS foram encontrados os seguintes problemas relacionados aos parâmetros estabelecidos pela norma: não existe rota acessível na edificação; a edificação tem menor quantidade de itens acessíveis quando se leva em consideração o check-list aplicado à obra; a presença de desníveis nas entradas da farmácia e do COAS sem a utilização de rampas de acesso; significativa falta de sinalização e indicações na edificação. Entretanto, é necessário ponderar a limitação de adequações em função da reforma pela qual passou a edificação. Em contrapartida, a UPA 24h apresentou apenas problema pontuais, que comprometem parcialmente a acessibilidade da edificação. Como ponto principal é necessário salientar a existência de apenas um sanitário acessível na edificação. Ao mesmo tempo, a edificação não apresenta problemas significativos que venham a comprometer a utilização por cadeirantes e pessoas com dificuldade de movimentação, já que não apresenta desníveis, aberturas com vão inferior a 80 cm, além de prever áreas de manobra e piso com superfície regular e nivelada. Por outro lado, a sinalização insuficiente, quando se trata de elementos táteis e sonoros, afeta a utilização por parte de pessoas com deficiência visual e auditiva.

Os aspectos acima discutidos estão identificados nas plantas baixas apresentadas nas Figuras 40, para o COAS, e 41, para a UPA 24h.

Figura 40: Indicação dos itens em desacordo com a NBR 9050/2015 – COAS Fonte: Adaptado da Secretaria Municipal de Obras, 2018.

Figura 41: Indicação dos itens em desacordo com a NBR 9050/2015 - UPA 24h Fonte: Adaptado da Secretaria Municipal de Obras, 2018.

Os itens apresentados são classificados nas Tabelas 10 e 11, abaixo, em relação às barreiras que impõem aos locais de estudo e à necessidade de que sejam

adequados para promover requisitos mínimos de acessibilidade para a edificação. Para tanto, foram utilizados os seguintes critérios, de acordo com a cor que os representa:

Vermelho: Elementos ou ambientes de alta criticidade. É necessário que sejam adequados para que atendam aos requisitos mínimos de acessibilidade na circulação e utilização dos espaços com segurança e autonomia.

Laranja: Elementos ou ambientes de média criticidade. São ambientes ou elementos praticáveis, que atendem a requisitos mínimos, porém necessitam de adaptações para serem caracterizados como acessíveis.

Amarelo: Elementos ou ambientes de baixa criticidade. Ambientes ou elementos que possuem poucos aspectos em desacordo com a NBR 9050/2015, ou que necessitam de poucas intervenções para se tornarem acessíveis.

Tabela 10: Classificação de elementos e ambientes críticos - COAS

Fonte: Autoria própria, 2018. 1. Vãos das salas de atendimento Alta

2. Desnível da entrada Alta

3. Barras nos banheiros masc. e fem. Baixa

4. Sinalização de piso tátil Média

5. Banheiro da sala de internação Baixa

6. Balcão de informações Média

7. Área de espera Baixa

8. Vãos das portas de acesso Alta

9. Sinalização da edificação Média Não há sinalização adequada na edificação Inexistência de algumas barras de apoio

recomendadas pela norma

Dificuldade na movimentação de pessoas com deficiência visual

Desorganização e uso inadequado do banheiro

Altura acima da indicada pela norma Não há área reservada para pessoa em cadeira de rodas ou assentos para pessoa

obesa

Vãos das portas < 80 cm

ELEMENTO/AMBIENTE CRITICIDADE MOTIVAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE - COAS

Vãos da mobília < 80 cm, impedindo passagem de pessoa com órtese Não há possibilidade de acesso seguro

Tabela 11: Classificação de elementos e ambientes críticos - UPA 24h

Fonte: Autoria própria, 2018.

A partir do exposto, entende-se que, para alcançar efetivamente uma edificação acessível, é necessário modificar e adequar os parâmetros não conformes à norma.

1. Banheiro acessível Alta

2. Sinalização de piso tátil da calçada Média

3. Sinalização da edificação Baixa

4. Área de espera Baixa

5. Balcão de informações Média

6. Bebedouro Baixa

7. Banheiros de boxe comum Alta Distância entre porta e bacia sanitária

< 60 cm

Banheiros em quantidade menor que a recomendada pela norma Dificuldade na movimentação de

pessoas com deficiência visual A sinalização pode ser insuficiente para

alguns usuários

Não há área reservada para pessoa em cadeira de rodas ou assentos para

pessoa obesa

Altura acima da indicada pela norma

Altura acima da indicada pela norma CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE - UPA 24h

6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA

Dentre os objetivos especificados no início do trabalho, além de se analisar as condições de acessibilidade nas unidades de saúde, está presente também a elaboração de propostas de intervenção arquitetônica. As propostas almejam otimizar os espaços escolhidos com relação à acessibilidade, de modo a adequá-los à NBR 9050/2015.

A fim de determinar os ambientes os quais teriam seu projeto arquitetônico alterado, foram considerados os requisitos que implicaram de maneira mais significativa para a não adequação da edificação à acessibilidade, conforme mostrado nas Tabelas 10 e 11. Desta forma, foram selecionados ambientes internos para cada unidade de saúde analisada, respeitando-se suas particularidades.

Na unidade que abriga o COAS, foram escolhidas as salas de atendimento, visto que, tanto as portas de acesso, quanto os vãos de passagem entre a mobília não atendem ao critério de vão livre mínimo igual a 80 cm especificado pela norma. Isso afeta diretamente a capacidade de uma pessoa com deficiência motora se movimentar com autonomia e segurança pela edificação. Além disso, para que a edificação se torne mais acessível, é necessário adequar o acesso da edificação, inserindo-se rampa que vença o desnível da entrada da unidade.

Na UPA 24h, foram selecionados os banheiros próximos à recepção e sala de espera da unidade. O motivo principal foi a quantidade inadequada de sanitários acessíveis, sendo que existe apenas um banheiro, sem distinção de sexo, para os usuários. Além disso, existem inconsistências na locação das barras de apoio quando comparadas às existentes na edificação e as recomendações da NBR 9050/2015. Ainda, nos sanitários masculino e feminino de boxe comum que estão presentes no mesmo espaço, a distância entre a abertura da porta e a bacia sanitária é inferior à especificada pela norma.

Ambos os ambientes dificultam a acessibilidade das unidades, seja pelo desenho arquitetônico ou pela utilização dos espaços.

A seguir são apresentados mais detalhes sobre cada ambiente, as inconsistências em relação à norma e as mudanças de projeto para cada um dos espaços escolhidos.

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