• Nenhum resultado encontrado

Indicador: Eficiência da ventilação natural em espaços interiores P.16. Potencial de ventilação natural

Para além de associada à climatização dos espaços interiores, a ventilação é também responsável pela manutenção de outros parâmetros de qualidade do ar interior. A legislação portuguesa impõe, através do RCCTE, que a taxa de renovação horária do ar interior deverá ser no mínimo 0,6 h-1. No mesmo regulamento é referido que esta renovação deve ser assegurada por sistemas de ventilação natural ou mecânica; ora, do ponto de vista da sustentabilidade, recorrer à ventilação mecânica como principal solução seria descabido. A ventilação natural, ao contrário dos sistemas mecânicos, utiliza as diferenças de pressão naturais entre dois locais (interior - exterior, interior - interior) para promover a circulação do

ar e a introdução de ar fresco no interior do edifício. A ventilação é então conseguida por via de aberturas para o exterior, vãos envidraçados com possibilidade de abertura, portas, grelhas de ventilação, etc. A avaliação deste parâmetro pretende valorizar a existência de sistemas de ventilação natural que anulem a necessidade de recorrer a sistemas mecânicos para garantir a renovação e qualidade do ar interior. Estima, para isso, o potencial de ventilação natural (PVN) através da verificação de uma checklist, cujo

valor máximo atingível é 90 créditos. Esta lista considera aspectos relacionados com a razão entre a área de aberturas e área útil a ventilar, e a eficiência desta. O benchmarking apresentado pela SBToolPT considera como melhor prática a obtenção de 60 créditos e como prática convencional obtenção de 30.

Indicador: Toxicidade dos materiais de acabamento

P.17. Percentagem em peso de materiais de acabamento com baixo conteúdo de COV

Tendo em vista a melhoria da qualidade do ar interior dos edifícios e a redução da poluição atmosférica, vários esforços têm vindo a ser feitos por parte das entidades responsáveis para minimizar a utilização de substâncias passíveis de potenciar a degradação da qualidade do ar. Ao nível do sector dos edifícios, e mais concretamente da qualidade do ar interior, vários são os documentos legais que impõem valores limite para a concentração de determinados compostos. No que respeita às fases de construção e manutenção e do que pode ser feito para minimizar a degradação da qualidade do ar durante a fase de utilização, para além dos sistemas construtivos a que se pode recorrer, Portugal possui legislação que regulamenta o teor de COV nos materiais utilizados. Para além do Decreto – Lei n.º 181/2006, que transpõe a Directiva Comunitária 2004/42/CE que limita o teor total de COV em tintas e vernizes, Portugal adoptou a Norma Europeia EN 13986: 2006 “Painéis Derivados da Madeira para Utilização na Construção – Características, Avaliação de Conformidade e Rotulagem”, que pretende fazer o controlo de qualidade destes produtos. Convém referir que os COV além de nocivos para a saúde humana, são percussões do O3 troposférico, sendo de máxima importância reduzir a sua utilização.

O desempenho deste parâmetro é avaliado pela determinação do valor em peso de materiais de acabamento com baixo teor de COV, (PCOV). Consideram-se materiais com baixo teor de COV, tintas e

vernizes com menos de 8% de COV na sua massa total (limite imposto pela União Europeia para 2010) e produtos derivados de madeira que obtenham a classificação E1 segundo a norma EN 13 986. Como melhor prática, a metodologia considera que 90% em peso dos materiais de revestimento utilizados possuem baixo teor de COV, e como prática convencional os materiais cumprem o nível legal actual.

Indicador: Conforto térmico

P.18. Nível de conforto térmico médio anual

Como é do conhecimento geral, as condições térmicas do ar interior de um edifício influenciam o bem- estar dos seus ocupantes, e consequentemente o seu rendimento de trabalho. Desta forma o RCCTE admite como condições interiores de referência uma temperatura de 20°C para a estação de aquecimento e

25°C e 50% de humidade relativa para a estação de arrefecimento, sendo as mesmas para edifícios aos quais é aplicável o RSECE.

O desempenho deste parâmetro consiste na determinação do nível de conforto térmico médio anual (PCT),.

A determinação do nível de conforto térmico na estação de aquecimento (PCTI) depende da temperatura

operativa mínima interior, obtida através de da ferramenta de simulação dinâmica; o nível de conforto na estação de arrefecimento (PCTV) depende da diferença entre temperatura média exterior cumulativa e a

temperatura óptima interior. O valor final do parâmetro pretendido conjuga as duas estações segundo a expressão (6). Para efeitos de benchmarking, na estação de aquecimento considera-se como melhor prática uma temperatura interior de 21°C e 18°C como prática convencional; na estação de arrefecimento, são analisadas as diferenças de temperaturas, operativa e operativa óptima, e o número de vezes esta não é excedida em pelo menos 95% das horas analisadas. Desta forma a melhor prática corresponde uma diferença de 2°C e a prática corrente equivale a 4°C.

𝑃𝐶𝑇 = 𝑃 ∙ 𝑑𝐶𝑇𝐼 𝑒𝑖 + 𝑃 ∙ 4 𝐶𝑇𝑉 𝑑𝑒𝑖+ 4 (6) Sendo: dei -

duração da estação de aquecimento correspondente ao concelho onde o edifício se encontra implementado (Quadro III.1, anexo III do RCCTE (Portugal 2006a))

Indicador: Conforto visual

P.19. Média do factor de luz do dia médio

A luz, factor essencial para a execução de qualquer tarefa num edifício de serviços, pode ser fornecida de forma natural, minimizando o dispêndio de energia, caso o edifício possua estruturas adequadas. Considera-se que um ambiente luminoso é adequado quando assegura as necessidades de conforto visual e quando permite a execução das diferentes tarefas que ocorrem no interior do edifício. Esta adequabilidade pode ser avaliada através do Factor de Luz do Dia, i.e., o quociente, expresso em percentagem, entre a iluminância no interior e a iluminância horizontal exterior simultânea devida a um hemisfério de céu desobstruído, (Santos 2002).

A avaliação desde parâmetro é feita pela determinação Factor de Luz do Dia Médio (𝑃 ) resultante 𝐹𝐿𝐷𝑀 𝑚 da média dos factores de luz do dia médio de todos os compartimentos do edifício, através da expressão (7). Para efeito de benchmarking a SBToolPT considera como melhor prática um FLDM de 3% para cada tipo de compartimento, e como prática corrente um FLDM de 2% para cozinhas e 1% para salas de estar e escritórios.

𝑃𝐹𝐿𝐷𝑀 𝑚

= 𝐹𝐿𝐷𝑀 × 𝐴𝑖 𝑖

𝐴𝑖

Sendo: 𝐹𝐿𝐷𝑀𝑖

- factor de luz do dia médio do compartimento i Ai - área do compartimento i

Indicador: Conforto acústico

P.20. Nível médio de isolamento acústico

Ninguém consegue trabalhar com elevados níveis ruído; para além de reduzirem a capacidade de concentração, podem também causar danos na saúde. É assim essencial ao bem-estar dos ocupantes, um bom isolamento acústico, quer a ruídos externos ao edifício, quer a ruídos provenientes de outros compartimentos internos.

Portugal possui uma das melhores legislações a nível da protecção do ruído; o Regulamento dos Requisitos Acústicos de Edifícios (RRAE), (Portugal 2008), regulamenta o conforto acústico, impondo limites máximos de exposição a ruídos de condução área e de percussão para as várias tipologias de edifícios. No caso particular do presente estudo, considera-se para o efeito de avaliação do conforto acústico, que o edifício em causa é, segundo o RRAE, um edifício de investigação, estando sujeito a um índice de isolamento acústico a ruídos de condução áreas provenientes do exterior de, no mínimo 33dB(A), já que se localiza numa zona mista. Também são apresentados para a mesma tipologia de edifício valores mínimos de índice de isolamento acústico a ruídos de condução área entre compartimentos e a ruídos de percussão.

Consequentemente para a avaliação do desempenho deste parâmetro dever-se-ia calcular o nível médio de isolamento acústico (𝑃 ), cuja determinação depende dos factores normalizados abaixo enumerados, e 𝐶𝐴

da expressão (8):

(i) Nível de conforto acústico a sons de condução aérea entre o exterior e os gabinetes, bibliotecas, salas polivalentes e laboratórios, no interior;

(ii) Nível de conforto acústico a sons de condução aérea entre locais do edifício (gabinetes, laboratórios, corredores, salas polivalentes);

(iii) Nível de conforto acústico a ruídos de percussão entre espaços interiores;

(iv) Nível de conforto acústico relativo ao nível de avaliação do ruído de equipamentos colectivos;

Já no caso do benchmarking a prática convencional consideraria os valores regulamentares apresentados no RRAE para esse efeito; a melhor prática teria em conta, para o nível de conforto acústico a ruídos de condução área provenientes do exterior, um índice de isolamento térmico de 39 dB(A).

𝑃𝐶𝐴

= 𝑛𝑖=1𝑃 𝑖

Sendo:

𝑃 - Nível de conforto acústico de cada requisito no RRAE 𝑖 n - Número de requisitos i

No entanto, dada a inexistência de projecto de acústica do edifico em estudo, que serviria como base de dados à avaliação e embora este parâmetro seja importante para a avaliação global, não será englobado no presente caso de estudo. Poder-se-ia ter recorrido a uma análise in situ, contudo, o curto prazo para a elaboração deste trabalho e os elevados graus de complexidade e morosidade que esta análise exigiria não eram compatíveis.