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Conhecendo a nós mesmos

No documento EDUCAÇÃO EMOCIONAL NA ESCOLA (páginas 75-200)

│ O Q U E T E M O S E M N O S S A M E N T E │

A

autoconsciência é a percepção e a compreensão das informações que temos de nós mesmos42. Na autoconsciência a mente observa e investiga todas suas próprias experiências. Não se deve deixar influenciar pelas emoções – é uma atenção que deve registrar as observações de tudo que se passa dentro da consciência de modo neutro e imparcial, sem fazer nenhum julgamento. É uma espécie de testemunha do que está ocorrendo, sem interferir no que ocorre: nos pensamentos, emoções, sentimentos, sensações corporais, desejos, intenções, atitudes e atos.

Da mesma forma que registra uma emoção de alegria ou tristeza, ou um sentimento de felicidade ou desespero, registra também a presença do som de um violino ou guitarra, a visão de um pássaro voando, o cheiro de um perfume, uma dor de cabeça, o gosto ácido de um limão ou o desejo de beber água.

Os elementos da autoconsciência são: pensamentos e avaliações, sentimentos e emoções, sentidos (visão, audição, tato, olfato, gosto), atenção, desejos e intenções, atos.

A autoconsciência é o ponto de partida para o controle das emoções e representa uma evidência de que os circuitos neurológicos do cérebro detectam a presença delas e que portanto podem interferir nelas, atuando sobre o seu componente relacionado com o pensamento.

A autoconsciência é uma aptidão fundamental para o processo da educação emocional, pois é a base do autocontrole das emoções.

Segundo John Mayer8, psicólogo americano especializado em emoções, reconhecer uma emoção negativa – raiva, medo ou tristeza −, ou um estado de espírito negativo relacionado a esta emoção, já significa querer livrar-se dela ou deste estado de espírito. O reconhecimento de que "estou sentindo raiva" abre para a pessoa duas possibilidades: uma, a de não agir sob sua influência e outra, a possibilidade de procurar livrar-se dela.

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Mayer8 considera três tipos de pessoas quanto à autoconsciência: autoconscientes, mergulhadas e resignadas. As autoconscientes são pessoas conscientes de seus estados de espírito e de suas emoções, na hora em que ocorrem. Se a pessoa está com raiva, tem conhecimento de que está possuído por esta emoção na hora, por isto tem capacidade de sair dela mais rapidamente. A vigilância sobre si mesmo ajuda a administrar melhor suas emoções.

As mergulhadas são pessoas prisioneiras de suas emoções e por elas dominadas. É como se o comando de suas vidas estivesse nas mãos de seu estado de espírito ocasional. Elas não têm muita consciência de suas emoções e acham que não podem ter maior controle sobre suas vidas emocionais. Sentem-se emocionalmente descontroladas. É o caso de alguém que tem medo de muitas coisas ou vive permanentemente enraivecida, mas que não está consciente de que seu problema é de natureza emocional, no fundo.

As resignadas são pessoas que têm percepção clara de seus estados emocionais mas tendem a aceitá-los, a não fazer nada para mudá-los. É o caso de uma pessoa triste e deprimida que não busca nem quer ajuda, pois acha que isto faz parte de seu destino.

Entende o Autor deste livro que, em qualquer um dos tipos considerados, é de muita valia a percepção da autoconsciência da

pessoa, através de técnicas apropriadas. No caso das

autoconscientes, elas se tornarão mais competentes emocionalmente do que já são. Quanto às resignadas e as mergulhadas, se elas tiverem

melhor conhecimento de seus universos emocionais, estarão assim aptas a melhor administrarem suas emoções e seus estados de espírito.

Quanto à intensidade com que as pessoas sentem suas emoções, Edward Dianer8 considera dois tipos. Num extremo aqueles que sentem pouco suas emoções e são calmos em suas reações e no outro, aqueles que reagem com grande intensidade a elas. Relata o caso de um universitário que, diante de um incêndio em seu apartamento foi buscar um extintor de incêndio, e voltou com ele nas mãos, andando... Como exemplo do outro extremo, relata o caso de uma mulher que ao ver o anúncio em um jornal de uma liquidação de uma cara loja de modas, imediatamente entrou no seu carro e viajou durante três horas para fazer as compras.

Já no terreno da doença, existem aqueles que têm dificuldade para exprimir suas emoções e sentimentos e até mesmo para senti-los. Não têm autoconsciência emocional pois não sabem precisar seus sentimentos e emoções.

Quanto maior for o nosso grau de autoconsciência, maior será a possibilidade de conhecermo-nos melhor e podermos influenciar nossas ações, de modo que elas sejam benéficas a nós e aos nossos parceiros sociais. Com maior autoconhecimento teremos melhores condições para controlar nossas emoções e acalmar uma pessoa com descontrole emocional, a nos comunicarmos com os outros de modo eficiente, a ajudar a resolver conflitos e fazermos auto-motivação.

Para termos uma idéia do quanto pouco conhecemos a nós mesmos, veja o seguinte exemplo: alguém vai à praia e, dentre outras pessoas que lá estão, vê uma pessoa muito bonita. Gosta dela e resolve "dar em cima", Aproxima-se e começa a conversar.

Veja o que ocorreu na sua autoconsciência, que lhe passou despercebido:

• Sua visão lhe informou da presença de muita gente na praia, inclusive da pessoa que gostou.

• Sua atenção, uma espécie de farol que ilumina as personagens da nossa mente, fez com que seu olhar se fixasse nela.

• Seu pensamento analisou o corpo dela, seu rosto, seu modo de sorrir, e fez uma avaliação a respeito, concluindo: ela é muito bonita. É o meu tipo.

• Surgiu então o desejo de namorá-la e a intenção de executar este desejo.

• Decidiu então caminhar para onde ela estava. Sua atitude, foi de aproximar-se.

• Então executou sua decisão através do ato de andar em direção a ela e sentar para conversar.

As etapas da intenção, decisão e de execução do ato, fazem parte do ato da vontade37.

A autoconsciência é de extrema importância na abordagem da raiva e da preocupação crônica. No caso da raiva, se a pessoa for autoconsciente, vigilante de seus pensamentos, aos primeiros sinais de irritação mental poderá imediatamente desencadear os mecanismos de controle, seja a nível mental, seja a nível corporal. Assim os efeitos da emoção serão minimizados e ela não se entregará às explosões de raiva, que a nada conduzem, só a mais problemas de relacionamento, pois poderá culminar com a própria violência física.

No caso da preocupação, do medo, é através de sua autoconsciência que a pessoa vai se conscientizar dos seus pensamentos preocupantes, o que deve ser feito desde o início, impedindo-os de crescerem em espiral, que é a tendência natural, aumentando cada vez mais a preocupação. Se ela deixar a preocupação instalar-se, outros pensamentos negativos virão se somar aos iniciais o que agravará cada vez mais a ansiedade, que cursa normalmente com o medo. É importante identificar logo no início a preocupação e procurar atuar sobre ela. Podem ser usadas, por exemplo, as técnicas de relaxamento, que podem surtir bons efeitos, ou então, a contestação ativa da preocupação por intermédio de reflexões.

Não devemos esquecer que: grande parte de nossos problemas somos nós mesmos que criamos em nossas cabeças. Fazendo uma análise das nossas últimas preocupações veremos que muitas delas não tinham fundamento. Não devemos entregar-nos a nossas preocupações, nem devemos ficar ruminando sobre elas.

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Se prestarmos bem atenção a nossos pensamentos veremos que existem quatro tipos básicos: lógico, racional, reflexivo; os desordenados, aleatórios; os automáticos e os diálogos internos.

O pensamento racional, reflexivo é o pensamento lógico, feito mediante as leis e regras da lógica formal, a qual visa que o pensamento sempre esteja de acordo consigo mesmo. Neste tipo de pensamento, partimos de determinadas premissas, de determinadas afirmações e tiramos conclusões coerentes com as afirmações iniciais.

Por exemplo: Raimundo é irmão de Helena e Helena é filha de Eduardo, logo Raimundo é filho de Eduardo.

Este é o tipo de pensamento que usamos quando estudamos matemática, ciências naturais, etc. É o que usamos quando conversamos com outra pessoa e queremos convencê-la de alguma coisa, ou quando queremos convencer a nós mesmos para fazer ou não alguma coisa.

Os pensamentos reflexivos são a base da reflexão construtiva, extremamente importante nas nossas vidas, pois permite o planejamento do que iremos fazer no futuro. A reflexão construtiva permite a análise antecipada de problemas e situações do futuro e a busca de soluções adequadas.

A grande questão é quando aparece o medo e a reflexão construtiva transforma-se em uma preocupação, junto com a qual sempre vem uma carga maior ou menor de ansiedade, que força a mente a fixar-se em determinada ameaça, que pode ser real ou aparente.

Então a mente pode fixar-se obsessivamente na ameaça, podendo surgir um componente pessimista do pensamento, de que "nada vai dar certo" e de que "tudo vai se acabar", e de que "virá uma catástrofe na vida".

Devemos estar atentos para nossas preocupações, pois elas sempre escondem um medo por trás delas. Elas devem ser combatidas com reflexões construtivas, realistas e positivas.

Pensamento aleatório ou desordenado: Faça a seguinte experiência: vá para seu quarto e sente-se confortavelmente em uma cadeira de almofada ou deite-se na cama. Feche os olhos durante cinco minutos, não deixe ninguém lhe incomodar, e fique prestando atenção a seus pensamentos. Vai ver em quantos assuntos diferentes vai pensar, um depois do outro; na pessoa de quem gosta, no amigo, família, pais, irmãos, etc. Não há uma lógica entre um pensamento e outro, eles ocorrem ao acaso, desordenadamente.

Pensamentos automáticos: são pensamentos irracionais que explodem espontaneamente em nossa mente. São ligados às emoções e expressam a intensidade delas. Por exemplo, quando estamos com raiva de alguém podemos pensar: "Vou enforcá-lo" ou "Vou matá-lo" e assim por diante, pensando coisas que jamais pensaríamos se estivéssemos emocionalmente equilibrados.

São pensamentos que, embora ilógicos, tendemos a acreditar neles, podendo gerar outros pensamentos automáticos. Veja o exemplo de pensamentos automáticos que podem ocorrer na cabeça

de um aluno que é encaminhado para a Supervisão ou a Diretoria por estar brincando durante a aula:

"Agora estou perdido, para que fui brincar na aula". E continua: "Serei suspenso e vou perder as provas do bimestre". E mais: "Se não fizer as provas tirarei nota zero e meu pai vai brigar comigo e vai cortar minha mesada". E assim por diante.

Na realidade são pensamentos automáticos irracionais

desencadeados pelo medo que o aluno está sentindo, pensamentos estes que podem desencadear uma percepção distorcida da realidade, servindo de base para novos pensamentos automáticos e para novas avaliações distorcidas, cada vez mais distantes da realidade.

Vejamos o desfecho da situação vivida pelo aluno: na Supervisão, por ter cometido uma transgressão disciplinar simples, uma brincadeira sem maiores conseqüências, ele foi simplesmente advertido verbalmente. Seus pensamentos automáticos fizeram uma tempestade em um copo de água...

Diálogos internos42: são conversas interiores que temos conosco mesmos. Podem preceder, acompanhar ou seguir-se às nossas emoções, sendo importantes na formação de nossas experiências emocionais. Por exemplo, alguém teve um desentendimento com um colega de turma e ficou irritado com ele, mas em vez de entregar-se a sua raiva e partir para a agressão física, pensou consigo mesmo: "Se eu me entregar à minha raiva e der um murro nele isto não vai resolver o problema. Muito pelo contrário, vai ser pior para mim porque vou pegar uma suspensão, o que vai me trazer muitos problemas em casa. É melhor então eu esfriar a cabeça e conversar com ele amanhã".

No diálogo interno o eu racional conduz a situação de forma equilibrada, com bom senso. Às vezes o eu emocional dialoga com o eu racional, tentando convencê-lo a praticar uma ação mais rápida e mais violenta, sendo repelido pela razão.

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Promover sempre um diálogo interno consigo mesmo: podemos ampliar nossa autoconsciência em relação a nossos pensamentos e avaliações promovendo um diálogo interno conosco mesmos. Por exemplo, podemos dizer a nós mesmos o que achamos do resultado da última prova de Matemática, se nos saímos bem e em que podemos melhorar. Podemos analisar nosso relacionamento com nossos pais, amigos e irmãos, procurando ver onde podemos melhorá-lo.

Devemos procurar ver como nos posicionamos diante das coisas – se é de modo otimista, achando sempre que as coisas vão dar certo em nossas vidas, ou de modo pessimista, achando sempre que as coisas vão dar errado e que a culpa é nossa.

Depois de encontros, refletir sobre eles: depois de encontros, principalmente se houve desentendimentos com outras pessoas, devemos procurar pensar sobre as causas que determinaram o desentendimento e o que determinou nosso comportamento.

Acostumar a ouvir outras pessoas: é uma boa norma saber o que outras pessoas pensam de nosso comportamento. Não que devamos mudar simplesmente porque outra pessoa acha que estamos errados. Mas com a finalidade de melhor poder avaliar a situação: às vezes chegamos à conclusão de que estamos errados depois de refletirmos sobre as opiniões de outras pessoas.

Prestar atenção aos sentidos - nossos sentidos (visão, audição, tato, olfato e gosto) são presentes que a natureza nos deu para que possamos saber o que se passa em nossa volta. É através dos sentidos que recebemos informações sobre o mundo que nos cerca. Eles devem ser devidamente utilizados, para que obtenhamos informações sobre nós mesmos, sobre outras pessoas e sobre o mundo.

Para treinar e exercitar os ouvidos, devemos ouvir os sons que percebemos com atenção, principalmente quando estivermos escutando música. Devemos procurar identificar cada instrumento que está sendo tocado, pois isto é um bom exercício para o ouvido: o violão, o pandeiro, a cuíca, o tamborim, se for um samba. Na música clássica, o violino, o piano, o violoncelo, a trompa, etc.

Para exercitar o olfato, devemos identificar o maior número de odores que pudermos quando estivermos andando na rua, no campo ou na praia. Prestar bem atenção ao gosto dos alimentos, em vez de comer apressadamente e identificar o sabor de cada um deles: da carne, peixe, galinha, cenoura, alface, tomate, arroz, pizza, etc.

Prestar atenção a nossa respiração, se ela está normal ou apressada, às batidas do coração, ao tom de voz, se ele está alterado ou não. Para exercitar a visão, quando andar na rua prestar atenção nas coisas que vemos, nas suas formas e cores.

Identificar nossas intenções: nossas intenções são as expressões de nossos desejos. Se sabemos o que realmente desejamos, poderemos utilizar esta informação para fazer melhor o planejamento

de nossas ações. É muito importante que sejamos honestos conosco mesmos, expressando o que realmente queremos.

Prestar atenção aos sentimentos e emoções: devemos sempre identificar as emoções e sentimentos que temos em determinado momento, senão poderemos agir movidos por impulsos relacionados com eles, que poderão nos causar muitos problemas desagradáveis, principalmente no caso das emoções negativas, raiva, medo e tristeza.

Mesmo no caso das emoções positivas, como o afeto e a alegria, é bom que tenhamos consciência de que estamos agindo movido por elas e que, muitas vezes, elas também devem ser controladas.

Prestar atenção aos nossos atos: devemos procurar estar conscientes das conseqüências de nossos atos. Às vezes um ato impensado, um gesto áspero, uma voz mais elevada pode trazer conseqüências negativas para nossos relacionamentos com pais, irmãos, amigos e outras pessoas. A outra pessoa pode se sentir ferida e humilhada, ficando magoada.

Atenção para o modo de falar e para a linguagem corporal, que às vezes diz muito mais do que as próprias palavras. Se falamos com uma voz alterada isto pode ser interpretado como agressão pela pessoa com quem você está conversando. Se você fala com a cara enfezada, amarrada, o outro fica na defensiva ou pode mesmo partir para a agressão verbal.

Para Acompanhar a Autoconsciência

Fazer a si mesmo as seguintes perguntas, pelo menos uma vez pela manhã e outra à noite, todo dia:

1. Que emoções e sentimentos tenho agora? 2. Que estou desejando agora?

3. Quais informações estou tendo agora de meus olhos, ouvidos, olfato, gosto e de meu tato?

4. Que avaliação estou fazendo agora, e sobre que assunto? 5. Que ação estou praticando agora?

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As técnicas de relaxamento são recursos importantes para a obtenção do autoconhecimento, pois durante o relaxamento muscular há uma maior quietude da mente, o que permite uma melhor concentração e análise do conteúdo mental.

Durante o relaxamento poderemos contemplar calmamente nossos pensamentos, sentimentos, emoções, desejos e intenções, e o que se passa em nosso corpo: o que ouvimos, os odores que nos cercam, o que vemos, etc. Podemos experimentar sensações novas, que nunca tivemos antes: de peso, de calor, de frio, etc. O praticante de uma técnica de relaxamento denominada Treinamento Autógeno, sente peso e calor em seus braços e pernas, o que significa, na prática, uma ampliação da autoconsciência.

Durante o relaxamento, segundo Herbert Benson, professor da Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, há uma estimulação do ramo parassimpático do sistema nervoso autônomo43, que determina a diminuição do número de batimentos cardíacos. O coração bate mais devagar. A respiração fica mais lenta, pois diminui a freqüência dos movimentos respiratórios. Diminui a quantidade de oxigênio consumida pelo corpo, diminui a tensão muscular para abaixo dos níveis de repouso, diminui a pressão arterial em algumas pessoas. No registro da atividade elétrica cerebral há maior quantidade de ondas cerebrais mais lentas, as ondas alfa e beta.

Segundo Benson a continuidade da prática do relaxamento pode proporcionar uma sensação de maior controle sobre a vida e a sensação de que as emoções podem ser controladas. Não se deve esperar que estas mudanças ocorram imediatamente. Podem levar semanas ou mesmo meses para aparecerem. É preciso disciplina e perseverança para obter bons resultados.

Ao praticar relaxamento, se sentir medo quando fechar os olhos, praticá-lo com os olhos abertos, olhando de modo descontraído para um quadro ou um objeto qualquer. Não há efeitos colaterais para a esmagadora maioria das pessoas. Algumas podem lacrimejar ou ter uma sensação ligeira de peso e calor nas mãos e pés.

Na Faculdade de Medicina de Harvard, no Mind / Body Medical Institute, está sendo utilizado o relaxamento para ajudar as pessoas, especialmente os jovens adolescentes alunos do segundo grau, na administração do estresse e da ansiedade em suas vidas. Benson, mentor do programa, acredita que ele possa ajudar a prevenir o comportamento violento e autodestrutivo entre os jovens, como o

suicídio (que cresce assustadoramente entre eles), e a desenvolver habilidades que lhes permitam conviver com o estresse pelo resto de suas vidas. As técnicas de relaxamento são úteis também no controle da raiva e das preocupações.

Descreveremos uma técnica utilizada no programa acima referido, com modificações ditadas pela experiência pessoal do Autor deste livro ao longo de dezenas de anos de prática. Ela é baseada em técnicas de relaxamento utilizadas há milênios pelos orientais.

Técnica de Relaxamento - os passos são os seguintes:

• Escolher uma palavra ou uma frase que tenha grande significado: pode ser paz, amor, ou um simples número (um) ou uma frase como "estou tranqüilo", por exemplo.

• Sentar-se em posição confortável, com a coluna ereta.

• Fechar os olhos.

• Soltar o corpo. Relaxar os músculos.

• Respirar naturalmente, lentamente, sem interferir na respiração. Sentir o ar entrar e sair livremente nos pulmões.

• Repetir a palavra ou a expressão escolhida toda vez que expirar.

• Não se preocupar com nada que esteja em volta. Esquecer as preocupações. Concentrar a atenção exclusivamente na palavra escolhida.

• Se vierem pensamentos intrusos na mente, afastá-los delicadamente, voltando a concentrar-se na palavra escolhida.

• Começar com 10 a 20 minutos e depois aumentar o tempo, até quando se sentir bem.

• Praticar a técnica uma a duas vezes por dia, de preferência na mesma hora e no mesmo local.

Outra técnica de relaxamento, descrita pelo autor deste trabalho em seu livro "Educação Emocional"55, é baseada na respiração, sendo muito utilizada pelos orientais. São os seguintes passos:

• Sentar-se em posição confortável, com a coluna ereta.

• Fechar os olhos.

• Soltar o corpo. Procurar relaxar todos os músculos.

• Respirar naturalmente, lentamente, sem interferir na respiração. Sentir o ar entrar e sair livremente nos pulmões.

No documento EDUCAÇÃO EMOCIONAL NA ESCOLA (páginas 75-200)

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