• Nenhum resultado encontrado

Conhecendo os participantes: quem são as professoras que estão em busca da

4 OLHARES DOS PROFESSORES DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ EM

4.2 Eixo I – Ponto de vista na fase inicial da formação

4.2.1 Conhecendo os participantes: quem são as professoras que estão em busca da

feminino e que possuíam idades compreendidas entre os 23 a 57 anos.

Em relação à formação acadêmica, das 28 professoras: 13 fizeram o curso de magistério e também fizeram a graduação em Pedagogia, com exceção de uma professora que só tinha o curso de magistério.

Identificamos que 25 professoras possuem graduação completa e 2 ainda estão cursando. Destas, 70% são graduadas em Pedagogia e as demais nas áreas de: Letras, História, Geografia, Filosofia, Educação Artística e Terapia Ocupacional.

Gráfico 1 – Formação acadêmica das professoras

Fonte: Dados coletados a partir do questionário inicial (Construção da autora)

Em relação a participação em cursos de pós-graduação lato sensu, 14 professoras tinham especialização em diversas áreas, como: Educação Especial. Educação Infantil, Psicopedagogia, Tecnologias Educacionais, Psicomotricidade, Recursos Humanos, Gestão e Educação Ambiental. Vale ressaltar que existiam 2 professoras que ainda estavam cursando o curso de especialização.

Referente ao tempo de atuação na Educação Básica, 63% dos professores atuava na área há menos de 10 anos, contudo observamos que também em grande proporção tivemos 24% dos professores que informaram trabalhar na educação básica há mais de 11 anos.

Gráfico 2 – Tempo de atuação das professoras na educação básica

Fonte: Dados coletados a partir do questionário inicial (Construção da autora)

Identificamos que a maioria das cursistas atuavam como professoras em salas de aula de Educação Infantil ou de Ensino Fundamental, excetuando uma professora que não estava em sala de aula naquele momento por estar desempenhando a função de vice-diretora escolar e outra por estar afastada da sala de aula por motivo de doença.

Compondo ainda o perfil das professoras participantes da pesquisa, prevaleceram as que possuíam experiência com alunos com deficiência: em particular, 64% alegaram ter alunos com tais características incluídos em sua turma em 2009. Dentre os tipos de deficiência

citados encontravam-se: a deficiência mental, a física, a auditiva, o autismo, a síndrome de down e a hiperatividade.

Gráfico 3 – Atuação das professoras com aluno com deficiência

Fonte: Dados coletados a partir do questionário inicial (Construção da autora)

Os dados demonstram que muitos professores que buscaram a formação continuada na perspectiva da inclusão já possuíam na sala de aula algum aluno com deficiência, enquanto apenas uma minoria ainda não tinha essa experiência.

Em relação ao tempo de atuação com pessoas com deficiência, vimos que a experiência e contato com o trabalho junto a pessoas com deficiência eram recentes, já que a maioria das professoras declararam trabalhar com essa população há menos de um ano.

Dentre as professoras pesquisadas, 50% já tiveram disciplinas relacionadas à Educação Especial quer na graduação, na especialização ou em cursos de Libras. Ressalta-se que as disciplinas mencionadas na área de Educação Especial eram sempre ofertadas como disciplinas eletivas, fato este que demonstra preocupação em saber que muitos professores saem das faculdades sem estarem preocupadas e envolvidas com a inclusão de todos na escola.

Observamos mudanças por parte de algumas Instituições de Educação Superior (IES) adotando os direcionamentos recomendados na Portaria nº 1.793, de dezembro de 1994, que, no seu art. 1º, recomenda a inclusão da disciplina “Aspectos ético-politicoeducacionais da normalização e integração da pessoa portadora de necessidades especiais”, prioritariamente, nos cursos de Pedagogia, Psicologia e em todas as Licenciaturas. Ainda com o intuito de ampliar os saberes e conhecimentos desta temática, a portaria prevê a inclusão de conteúdos nos cursos do grupo da ciência da saúde, no curso de serviço social e nos demais cursos superiores de acordo com suas especificidades.

Apesar da existência dessa recomendação, a aplicabilidade do que é proposto ainda não é efetivada na maioria das universidades que, ao terem uma matriz curricular fechada, não

pensam em reelaborar as disciplinas com a finalidade de contemplar um assunto de tão importância quanto a discussão sobre os aspectos da inclusão das pessoas com deficiência.

Para uniformizar e garantir uma base comum de formação a todos os professores, em 2002, foi aprovado o Parecer CES/CNE N.º 09/2002 que descreve as Diretrizes Nacionais para Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior visando que os cursos discutam o papel da escola, sua função, a prática educativa, o processo ensino-aprendizagem e avaliação. Esta diretriz contém os princípios norteadores para a formação profissional e ainda explicita a coerência entre formação e prática do futuro professor, a importância da pesquisa e a definição de competências como concepção central na organização dos cursos.

Em consonância com a proposta da inclusão surge a Lei 10.436 de 2002 que determina que o Poder Público deve garantir e apoiar o uso e a difusão da Libras como disciplina nos cursos superiores de formação de professor e de fonoaudiólogos.

O Decreto 5626, de 22 de dezembro de 2005, regulamentou a Lei 10.436/02, também denominada Lei de Libras, tratando dos aspectos relativos à inclusão de Libras nos cursos superiores, à formação de professores para o ensino de Libras, à formação de tradutores e intérpretes de Libras, à atuação do Serviço Único de Saúde (SUS), à capacitação de servidores públicos para o uso da Libras ou sua interpretação e à dotação orçamentária para garantir as ações previstas no Decreto 5626/05.

Com estas iniciativas vemos que a temática da inclusão está sendo inserida em profundidade em vários segmentos e com isso, os professores passarão a ter um conhecimento específico sobre a Educação Inclusiva desde sua formação inicial. Isto prova que essas estratégias são excelentes maneiras de garantir que o professorado tenha um novo olhar e concepção para evitar recusa em trabalhar com alunos com deficiência por não ter tido uma formação que contemplasse tais aspectos.

Ao identificar os cursistas que já haviam participado de programas, cursos e projetos de formação continuada na perspectiva inclusiva obtivemos que 64% das professoras não participaram anteriormente de nenhuma ação voltada para formação continuada nesta temática. Apenas 36% das professoras declararam ter participado de cursos, seminários, fóruns, congressos, ações realizadas pela própria SEMED e também formação na própria escola.

Indagando estas cursistas sobre se a SEMED tem oferecido oportunidade suficiente de formação continuada na área de Educação Inclusiva, constatamos que: 11% indicaram que a SEMED não tem oferecido formação suficiente, 32% estavam satisfeitas e 57% afirmaram

que em parte estavam satisfeitas com as ações da SEMED voltadas para atender as necessidades da formação continuada dos professores.

Essas informações permitem-nos conhecer o perfil dos sujeitos participantes dessa pesquisa e também os seus pontos de vista perante o processo de formação continuada.