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Conhecimento acerca das medidas a adotar durante a ocorrência de um sismo

CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.2. Conhecimento dos alunos e dos pais participantes no estudo sobre as medidas de

4.2.2. Conhecimento acerca das medidas a adotar durante a ocorrência de um sismo

Com o objetivo de caracterizar o conhecimento dos alunos e seus respetivos pais sobre as precauções a tomarem durante a ocorrência de um sismo, foi-lhes colocado a seguinte questão: “o que é que as pessoas devem fazer durante um sismo?”. A seguir apresentam-se as principais medidas identificadas nas respostas para as três situações apresentadas:

4.2.2.1. Na escola

Na tabela seguinte, apresentam-se as respostas dos participantes no estudo, acerca das precauções a terem durante a ocorrência de um sismo, para o espaço referenciado:

Tabela 16. Frequência e percentagem de respostas na questão 3.2., alínea a): “O que as pessoas

devem fazer durante a ocorrência de um sismo?” – na escola.14

Respostas Alunos (n=15) Pais (n=15)

f % f %

A. Abrigar-se debaixo das mesas 13 86,7 12 80

B. Abrigar-se nos vãos das portas 8 53,3 6 40

C. Sair do edifício 2 13,3 4 26,7

D. Encostar-se à parede 2 13,3 0 --

E. No recreio, ir para um sítio aberto 4 26,7 2 13,3

F. Não entrar em pânico -- -- 5 33,3

G. Dirigir-se aos pontos de encontro no interior -- -- 1 6,7

Abrigar-se debaixo das mesas é a resposta maioritária dos alunos (86,7%) e dos pais (80%), sendo que cinco alunos (33,3%) acrescentam, espontaneamente, as ações que devem realizar. Exemplo: “ir para debaixo da mesa, colocar uma mão na cabeça e a outra a segurar a perna da mesa e contar até 50” (Cat. A; A1).

Esta também foi a resposta maioritária obtida por Savasci e Uluduz (2013), apesar de no presente estudo os alunos apontarem sem hesitação o local de abrigo (debaixo da mesa) e no dos autores anteriores existir alguma indefinição (sob ou perto da mesa).

Por seu lado, abrigar-se nos vãos das portas foi referida por oito alunos (53,3%) e seis pais (40%), sendo a segunda resposta com mais prevalência. Exemplos de resposta:

“Abrigar debaixo das arcadas da porta durante uns minutos e esperar um bocadinho para não cair nada em cima da gente, se não morre daquela vez” (Cat. B; P1); “vão da

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porta tem placas à volta, estamos mais protegidos”(Cat. B; P7);”[…] debaixo do vão da porta porque as paredes e as janelas podem cair” (Cat. B; A4).

Na revisão da literatura encontram-se estudos consistentes com os resultados obtidos: em Simsek (2007) os métodos de proteção mais referidos, durante a ocorrência de um sismo, foram colocar-se debaixo de uma mesa, cobrir a cabeça com os braços e ficar perto de uma porta.

No presente estudo a salientar respostas que colocariam as pessoas em perigo: sair do edifício (alunos =2 vs pais =4) e encostar-se à parede mais próxima ou canto da sala, (alunos = 2). Exemplos de resposta das categorias C e D:

“Sair devagar e ir para um lugar isolado” (Cat. C; P6); “sair pela porta de emergência para a rua” (Cat. C; A8); “se no corredor encostar à parede mais próxima, na rua afastar o máximo das paredes e das coisas que possam cair, para nos protegermos, dentro das paredes é um lugar seguro, mas fora não é” (Cat. D; A11).

A referenciar, ainda, cinco pais (33,3%), que mencionaram a importância de se “manter a calma” (P5) e “não entrar em pânico” (P3), tal como referido no estudo de Kirikkaya, et al. (2011).

4.2.2.2. Em casa

As respostas, dos participantes no estudo, acerca das precauções a ter durante a ocorrência de um sismo, para o espaço referenciado, apresentam-se na tabela seguinte.

Tabela 17. Frequência e percentagem de respostas na questão 3.2., alínea b): “O que as pessoas

devem fazer durante a ocorrência de um sismo?” – em casa. 15

Respostas Alunos (n=15)f % Pais (n=15)f %

A. Proteger-se debaixo da mesa 11 73,3 9 60

B. Abrigar-se no vão da porta 8 53,3 4 26,7

C. Abrigar-se debaixo da cama 6 40 2 13,3

D. Proteger-me num canto / numa parede 2 13,3 1 6,7

E. Sair para um espaço aberto 1 6,7 6 40

F. Não usar escadas 1 6,7 -- --

A maioritária dos alunos (73,3%) e dos pais (60%) refere, como medida de autoproteção a adotar durante a ocorrência de sismo, se estiverem em casa, protegerem-se debaixo de uma mesa. Exemplos de resposta:

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"Debaixo da mesa, a miúda já tem esse estudo, já sabe[…]" (Cat. A; P12); “para me proteger ia para debaixo da mesa” (Cat. A; A7); "colocar debaixo da mesa […]" (Cat. A; P2).

Proteger-se debaixo do vão da porta e sair para um espaço aberto foram seguidamente as respostas com maior frequência, quer nos alunos quer nos pais. Exemplos de resposta das categorias B e E:

“Ir para debaixo daquelas coisas da porta. Porque estamos em segurança” (Cat. B; A9);

"rua se desse tempo, ficava longe das paredes, do sismo de oitenta as pessoas falam muito disso que ficaram muitas debaixo das paredes das casas que caíram" (Cat. E; P15).

Salienta-se ainda que seis alunos (40%) e dois pais (13,3%) indicaram debaixo da cama como um local seguro (ex.:“Ia para debaixo da cama […] para me proteger” (A15).

Savasci e Uludüz (2013) encontraram também resultados semelhantes aos anteriores, onde a maioria dos inquiridos referiu que em casa, durante a ocorrência de um sismo, as pessoas devem colocar-se debaixo da mesa, tendo uma minoria referido que se deveria sair para o exterior.

4.2.2.3. Na rua (exterior)

As respostas, dos participantes no estudo, acerca das precauções a ter durante a ocorrência de um sismo, para o espaço referenciado, apresentam-se na tabela abaixo.

Tabela 18. Frequência e percentagem de respostas na questão 3.2., alínea c): “O que as pessoas

devem fazer durante a ocorrência de um sismo?” – na rua.

Respostas Alunos (n=15) Pais (n=15)

f % f %

A. Ir para um espaço aberto 13 86,7 14 93,3

B. Encostar à parede 1 6,7 -- --

C. Abrigar-se no interior de um edifício -- -- 1 6,7

D. Não sabe 1 6,7 -- --

Se o sismo ocorresse quando estivessem no exterior, a quase totalidade dos inquiridos, 86,7% dos alunos e 93,3% dos pais referiu que se deveria ir para um espaço aberto, afastando- se de postes, casas e objetos que pudessem cair. Exemplos de resposta da categoria A:

“Fugia para longe dos postes, de casas, de coisas que podiam cair em cima” (Cat. A; A7); “chegar para sítios seguros, zona sem árvores, edifícios que pudessem cair, ribeiros, por aí” (Cat. A; P5).

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A esta medida, um aluno (6,7%) e dois pais (13,3%) acrescentam que o espaço aberto deve estar situado numa zona alta e/ou plana. Exemplos:

“[…] um lugar alto e sem nada que nos caísse em cima” (P1); “[…] lugar direito porque cambado pode haver desmoronamentos de terras” […] (A3).

No estudo de Savasci e Uludüz (2013) a maioria dos alunos também indicou que, caso se encontrassem na rua, durante um sismo, deveriam ficar num local aberto, posicionando-se longe dos edifícios, pois estes poderiam desmoronarem-se.

A evidenciar um aluno (6,7%) e um pai (6,7%) que se colocariam em risco, dado que se encostariam a paredes “já me disseram que é o melhor, mas não sei porquê” (A13) ou “procurava um lugar mais seguro, um estabelecimento aberto e usava os cantos como uma casa” (P11).

No que se refere às medidas indicadas, para os três espaços referenciados, alunos e pais apresentaram justificações adequadas, referindo que tais medidas, nas suas perspetivas, eram as que lhes ofereciam uma maior segurança pessoal (para não morrer, para não se magoar ou por precaução).

4.2.3. Conhecimento acerca das medidas a adotar após a ocorrência de um