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Conselho e Fundo Municipais de Educação

A participação da sociedade civil na elaboração, na gestão e no controle das políticas públicas educacionais, fundamentada no princípio da gestão democrática estabelecido na Constituição Federal do Brasil de 1988 (Art. 206, inciso VI), tem nos Conselhos Municipais de Educação um instrumento privilegiado, disseminado em 4 718 municípios em todo o País. Apesar de inexistir lei que estipule a obrigatoriedade dos Conselhos Municipais de Educação ou fixe normas sobre sua organização ou funcionamento, na sua ausência, todos os processos da área são encaminhados para o Conselho Estadual de Educação, o que termina por sobrecarregá-lo.

A MUNIC registra o crescimento no número de municipalidades que declararam possuir Conselho Municipal de Educação, passando de 68%, em 2006, para 79%, em 2009, e 84,8% em 2011. Assim, quando existirem, esses conselhos podem ter que responder a consultas sobre leis educacionais e suas aplicações, bem como agilizar os processos e regulamentar as questões ligadas à rede de ensino municipal pública e à particular que tenha apenas Educação Infantil, acompanhar e avaliar os serviços e a política educacional, fiscalizar as ações implementadas, mobilizar e informar a sociedade sobre as questões educacionais locais. Pode ter, também, que deliberar sobre diversas matérias pertinentes, como a aprovação de regimentos e estatutos, o credenciamento de escolas e a autorização de cursos, séries ou ciclos até a proposição de normas pedagógicas, curriculares e administrativas. Os Conselhos Municipais de Educação, como órgãos colegiados permanentes, são os principais mecanismos institucionais de democratização da gestão municipal da educação, sendo uma oportunidade de incorporação das categorias e grupos sociais envolvidos direta ou indiretamente no processo educativo.

Educação ________________________________________________________________________________________________

% Gráfico 24 - Percentual de municípios com Plano Municipal de Educação, por níveis e modalidade de ensino, segundo as classes de tamanho da população

dos municípios e as Grandes Regiões - 2011

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2011. Brasil Até 5 000 hab. De 5 001 a 10 000 hab. De 10 001 a 20 000 hab. De 20 001 a 50 000 hab. De 50 001 a 100 000 hab. De 100 001 a 500 000 hab. Mais de 500 000 hab. Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Plano Municipal Ensino fundamental Educação infantil

Educação de jovens e adultos Educação especial Ensino médio

Ensino profissional Ensino superior Educação no campo

Educação indígena Educação ambiental

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

Desse modo, é importante considerar que os mecanismos institucionais criados a fim de democratizar a gestão da educação devem garantir a participação do mais amplo espectro de interessados possível, posto que, quanto maior for a representatividade, maior deverá ser a capacidade de intervenção e fiscalização da sociedade civil sobre a política pública de educação, estimulando o aumento da transparência das ações do governo municipal por meio da ampliação do acesso à informação.

Registre-se que não é outro o intuito da MUNIC ao trazer a público a série de estatísticas aqui analisada: dar a conhecer, aos diversos segmentos que compõem a sociedade brasileira, um conjunto confiável e atualizado de informações acerca da realidade das gestões municipais no setor educacional, fornecendo elementos para a conquista de melhorias na qualidade do ensino e maior transparência na política educacional nos municípios do conjunto do País. Evidentemente, apenas uma parcela dos dados levantados pela MUNIC 2011 sobre a gestão municipal da educação foi analisada na presente seção. Um amplo conjunto de informações, forçosamente, ficou de fora desta abordagem preliminar, merecendo atenção e futuras avaliações dos demais produtores e usuários de informação, especialmente aqueles setores dedicados à questão da educação.

Gráfico 25 - Percentual de municípios com Conselho Municipal de Educação, segundo as Grandes Regiões e as classes de tamanho da

população dos municípios - 2006/2011

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2006/2011. Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Até 5 000 hab. De 5 001 a 10 000 hab. De 10 001 a 20 000 hab. De 20 001 a 50 000 hab. De 50 001 a 100 000 hab. De 100 001 a 500 000 hab. Mais de 500 000 hab. 67,6 41,6 59,0 80,9 72,4 65,5 65,2 62,4 64,2 71,8 80,4 88,7 94,4 79,1 58,4 75,8 87,2 81,9 76,0 78,5 73,3 77,4 82,5 89,6 92,3 100,0 84,8 65,0 84,0 90,0 88,0 79,8 82,3 80,8 83,5 88,6 92,0 96,7 100,0 2006 2009 2011 %

Saúde

A

saúde pública brasileira tem na Constituição Federal do Brasil um importante marco legal, no qual é definida, em seu Art. 196, como direito de todos e dever do Estado. Entre as características marcantes do sistema público de saúde inscrito no texto constitucional está o propósito de garantir a todos os brasileiros o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, com regionalização e hierarquização, descentralização com direção única em cada esfera de governo, participação social e atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos demais serviços. Nesse contexto, a Constituição e os demais dispositivos legais dela decorrentes, bem como a estruturação obtida ao longo dos anos pelo Sistema Único de Saúde - SUS, definem e tornam cada vez mais relevante a participação dos municípios, como entes federativos, na organização e efetivação do sistema de saúde pública brasileiro. Em 19 de setembro de 1990, com a Lei Orgânica da Saúde, foram definidas as atribuições do SUS em seus três níveis de governo, cabendo aos municípios ações que vão desde o planejamento do sistema à execução dos serviços de saúde de diversas naturezas (epidemiológica, sanitária, assistencial, etc.), bem como a formação de consórcios administrativos intermunicipais e a fiscalização de serviços privados de saúde, com autonomia para normatizar, de modo complementar, as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação e jurisdição. Esse protagonismo dos municípios consolida um dos princípios fundamentais do SUS, que é a descentralização político-administrativa.

Em 2011, a Pesquisa de Informações Básicas Municipais - MUNIC investigou diversos aspectos relacionados às características gerais do órgão gestor da saúde, a escolaridade do seu titular, a existência do Conselho Municipal de Saúde e seu funcionamento nos últimos

12 meses, a existência de Plano Municipal de Saúde e a gestão do Fundo Municipal de Saúde. A MUNIC pesquisou, também, a existência de alguns estabelecimentos de saúde e a quantidade de equipes do Programa Saúde da Família, evidenciando os quantitativos de alguns profissionais (médicos, odontólogos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde) na composição das equipes. A pesquisa levantou, ainda, informações sobre a contratação dos serviços de saúde pelos municípios.

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