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Grande parte do grupo sugere aos recém- formados que continuem estudando, que a formação continuada deve ser uma constante na vida profissional também.

Fazer especialização, nunca parar de estudar, porque não dá pra parar. Se não der pra fazer especialização que façam cursos específicos em determinada área.

Fazer cursos de curta duração, aperfeiçoamento. Cursos que prepara o indivíduo para a prática fonoaudiológica.

Estudar muito, escolher a área que quer atuar e fazer um curso de especialização.

Depois que sair da faculdade fazer uma especialização. O fato de atender tudo que aparece depois de se formar é bom, se aprende muito, mas não é tudo. Ou talvez um mestrado se quer seguir a carreira acadêmica.

Que eles devem abraçar a causa da fonoaudiologia e estudar muito. Alguns jovens estão muito displicentes, muito fazendo porque tem que fazer alguma coisa, já recebem tudo pronto, não tem que batalhar e daí não valorizam o que têm, diria então valorizem essa profissão mostrem com excelência o que a gente pode fazer e o quanto é importante a nossa profissão, sempre através do estudo. Eu acho que é isso que falta, a gente mostrar serviç o e estudar bastante.

Algumas profissionais recomendam que o futuro profissional reconheça em si o gosto

pela profissão, ou seja, recomendam que, durante a graduação, possam se identificar como

futuros profissionais capazes de enfrentar o mercado de trabalho porque realmente gostam do que estão fazendo.

Só façam se realmente gostar dessa área, não pense em status e retorno financeiros imediato, pense se está realmente a fim de trabalhar com pessoas que têm problemas. Caso contrário não vale a pena, se for esperar pelo status e pelo financeiro aí se frustra mesmo. Financeiro que eu digo é com relação a muito dinheiro, porque salário a gente tem, só não é um valor que se sobreviva bem só com ele.

Só termine se realmente gostar da profissão. [...] a fonoaudiologia hoje tem que ser vista muito mais com os olhos de uma saúde pública, do que com os olhos de uma clínica particular. Só consegue ficar nessa saúde pública quem gosta de ser fonoaudiólogo. Porque quem não gosta, quem está fazendo porque acha que vai ser legal, não faz.

Outras profissionais recomendam que o futuro profissional da fonoaudiologia deve ter

iniciativa, não desistir na primeira dificuldade:

Sinto que falta iniciativa também, e isso não se prepara, é da pessoa. Mesmo recebendo um não, vai lá e faz de novo, não desista.

Na realidade eu falo muito três coisas para os meus filhos: temos que ser criativos, responsáveis e ter iniciativa, em qualquer área que você for atuar. Se você tiver essas três características você chega em qualquer lugar.

Que reinvente a fonoaudiologia. Estamos vivendo a era da informação e da comunicação e eu não consigo entender porque a fonoaudiologia está em crise! Pra mim é uma pergunta que não sai da minha cabeça e que sempre estou discutindo essas questões com meus alunos. A fonoaudiologia não podia ter crise, nesse momento temos que reinventar a fonoaudiologia. Vejo que os jovens hoje têm que ser empreendedores e ser empreendedor é não ter medo do não, não esperar que as coisas caiam no seu colo. É criar condições, inventar, criar espaços, vender seu peixe.

Outro conselho é seja humilde, todo profissional tem que ser humilde, ele tem que saber sempre, que não sabe tudo e que sempre tem alguém que pode ensiná-lo. [...] é fundamental pra qualquer profissional que está saindo da universidade, principalmente na área da saúde, é ser humilde. As pessoas que atendemos estão geralmente muito fragilizadas e ainda temos que pensar na atuação em conjunto com outros profissionais, e se você não for humilde esse casamento não dará certo, e tem que dar certo pelo bem do paciente.

Tem que ter disposição, de correr atrás, mostrar a importância, mas dentro de uma ética muito grande. Se isso não for considerado toda a fonoaudiologia sai perdendo, e não só aquele profissional que agiu de forma antiética. Temos que ter consciência de grupo, muito respeito entre nós pra crescermos. Ter muita ética, muita dedicação e aprender a trabalhar em grupo, com respeito. Quando eu falo grupo incluo também o grupo familiar que estamos atendendo, tem que respeitar muito essa família e a forma como ela está constituída e como ela lida com seus problemas. É ética entre os profissionais e ética com a família.

4 DISCUSSÃO

Neste capítulo, apresenta-se a discussão dos dados analisados - em temas emergentes - com base na descrição do processo de construção da profissão de fonoaudióloga, ou seja, da escolha à realidade das profissionais do grupo, e no diálogo com a literatura.

O primeiro tema – O processo de aproximação e “encantamento” pela Fonoaudiologia - trata da escolha profissional, das expectativas em relação à escolha, os caminhos perco rridos para a introdução efetiva no mundo do trabalho fonoaudiológico e da definição do “ser fonoaudiólogo”.

No segundo tema – A busca pelo reconhecimento: despertando para a realidade – aborda os desafios que esta profissão ainda tem que superar, sob a ótica das entrevistadas, e entre estes, se destaca a falta de reconhecimento, ou seja, a dificuldade de inserção social do fonoaudiólogo. Discutem-se os caminhos e descaminhos da Fonoaudiologia acreditando que esta ainda precisa melhorar seu foco de ação, saber aonde quer chegar e, principalmente, como realizar ações para ser reconhecida por diversos campos de conhecimento, como uma profissão com legitimidade.

No terceiro e último tema – Comunicação e Expressividade: novos caminhos para “reinventar” a Fonoaudiologia – expõem-se a discussão, a partir de questões que emergiram das entrevistadas, sobre o objeto da Fonoaudiologia, ou seja, a comunicação, sobre corpo e expressividade, processo saúde e doença. Discutem-se também as possibilidades de trabalho com o enfoque na comunicação das organizações, visto pelo prisma do processo de viver e ser saudável do trabalhador.

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