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APLICADOS À INDÚSTRIA DA MODA

4.3. CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS E JURÍDICAS DO USO ILEGAL DA TECNOLOGIA DE SOFTWARE E IMPRESSÃO 3D

Uma das questões que mais levanta dúvida acerca do tratamento jurídico da

impressão 3D perante os direitos de propriedade intelectual é a natureza jurídica do arquivo

STL. Sobre a temática, o autor Michael Weinberg faz a colocação de que os arquivos 3D

tendem a aproximar as distinções prévias entre diagramas e objetos físicos, e a lei está tendo

dificuldade em acompanhar esta aproximação. 145

Para Weinberg, os arquivos STL são protegidos por direitos autorais, conclusão

obtida da análise da lei de ​copyright norte-americana, que coloca os "mapas, gráficos,

diagramas, modelos e desenhos técnicos, incluindo projetos arquitetônicos" abarcados por

esse instituto de proteção.

A mesma lei, pontua que para que o objeto seja protegido por direito autoral

(​copyright​), ​este deve representar aspecto de cunho decorativo que pode ser separado

fisicamente ou conceitualmente do aspecto funcional do objeto - como é o caso das estampas e imagens aplicadas ao tecido das peças de moda.

A Lei brasileira de Direitos Autorais , de forma semelhante, coloca como objeto 146 de proteção do direito de autor as obras de desenho, pintura, gravura; as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; e os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura. A mesma lei veda a proteção ao aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas na criação.

Nesse sentido, Weinberg afirma que a proteção por direito autoral não poderá se dar sobre a descrição técnica de um objeto que, ao ser impresso, tenha funcionalidade. No entanto, a representação do objeto útil no formato digital será objeto de proteção por direito autoral, não podendo ser utilizada sem autorização de seu titular.

145FREITAS, Bruna Castanheira de.​Imprimindo a lei: como a impressão 3D afeta a propriedade intelectual.

Goiânia: Pontifícia Universidade Católica de Goiás, 2016. Disponível em:

<http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/2758/1/BRUNA%20CASTANHEIRA%20DE%20FREITAS. pdf>. Acesso em: 14 de outubro de 2019.

146_____. ​Lei n. 9610​, de 19 de fevereiro de 1998. Disponível em:

O autor aponta, ainda, que caso o arquivo STL seja obtido através do escaneamento de um objeto, aquele também não deve ser protegido por direito de autor, visto que não preenche o requisito de originalidade exigido pela lei.

Em artigo publicado na revista da WIPO, aponta-se que muitos estudiosos da área corroboram com a ideia de que o arquivo digital 3D merece a proteção sob os direitos autorais, da mesma forma que ocorre com os ​softwares​. Conforme leciona o advogado francês Naima Alahyane Rogeon, isso se deve ao fato de que "o autor de um arquivo 3D deve realizar um esforço intelectual para que o objeto concebido pelo autor do protótipo original possa resultar em um objeto impresso". 147

Nesse sentido, a mesma publicação coloca também que o criador do arquivo digital que sofrer a infração de seus direitos de autor ( ​copyrights​) teria também proteção diante dos direitos de caráter moral ligados à autoria do arquivo, tendo em vista que o artigo 6​bis ​da Convenção de Berna para Proteção de Obras Literárias e Artísticas prevê como direito do autor "clamar sua autoria do trabalho ou objeto em caso de qualquer distorção, mutilação ou outra modificação deste, ou outro ação derrogatória em relação a este, a qual poderia se demonstrar prejudicial a sua honra ou reputação".

A legislação brasileira recepciona a Convenção de Berna, através da previsão contida na Lei de Direito Autoral : 148

Art. 24. São direitos morais do autor: [...]

IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra;

[...]

Fato é que a impossibilidade de proteção por meio dos direitos autorais nos casos em que a função estética do objeto não seja separável da função utilitária representa um entrave na aplicação do instituto na indústria da moda, tendo em vista a função inerente da maioria dos produtos desse setor - a função de vestir. Nesse sentido, Jeanette Cuzella aponta:

Mesmo se o arquivo CAD de impressão 3D do design de uma peça de roupa seja protegido por direito autoral (copyright), os designers de moda teriam dificuldade em proteger estes direitos, visto que o objeto em si é provavelmente excluído da proteção por tratar-se de objeto utilitário (Tradução livre) (grifei) 149

147MALATY, E.; ROSTAMA, G. 3D printing and IP law. ​WIPO Magazine​, fevereiro de 2017. Disponível em: <https://www.wipo.int/wipo_magazine/en/2017/01/article_0006.html>. Acesso em: 29 de outubro de 2019.

148_____. ​Lei n. 9610​, de 19 de fevereiro de 1998. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm>. Acesso em: 16 de outubro de 2019.

149CUZELLA, Jeanette.​Fast fashion: a proposal for copyright protection of 3-D printed apparel​. Boulder:

Colorado Law School, 4 de junho de 2015. Disponível em:

Acrescenta, ainda, acerca da dificuldade na fiscalização:

Ademais, os designers teriam problema em provar que os itens impressos são de fato originados de um arquivo CAD infrator, visto que o objeto da infração é vendido em uma loja física em vez de vendido por um provedor de serviços online. Desse modo, os designers devem buscar proteção em suas peças 3D, visto que a infração pode se dar de diversas formas: de vendedores a manufaturas, a também sites na internet vendendo para pessoas que vão imprimir o arquivo em casa. (Tradução livre) (grifei)

Conforme já mencionado no presente estudo, Cuzella também aponta para a

ameaça aos direitos de autor através da disponibilização de arquivos digitais não autorizados

em plataformas ​online​ especializadas.

A autora menciona, ainda, citando Auslander, que existem os que consideram

ineficaz a aplicação de legislação nova diante desse cenário, visto que plataformas como

Spotify e ​iTunes representam métodos de acesso à produtos de forma legal no ​online que

obtiveram aceitação no mercado. 150

A alegação que suporta este entendimento é a de que fornecendo e trabalhando sobre o ​marketing de seus arquivos 3D ​online​, os ​designers de moda já estariam evitando a cópia ou alteração destes, tendo em vista que os consumidores mostram uma maior tendência em de adquirir os produtos legalmente, quando estes encontram-se disponíveis de forma facilitada.

No mesmo sentido, existe o posicionamento de que a restrição legal iria restringir o potencial mercado. Nesse viés, Cuzella colaciona a fala do professor Lawrence Lessig, o qual se coloca contra a proteção ampla dos direitos autorais ( ​copyrights​), visto que esta acabaria por resultar na restrição do conteúdo ​online​. 151

Cuzella destaca outro trecho da fala do professor Lessig, no qual este demonstra sua preocupação em criar uma forma de proteção aos direitos autorais para os objetos confeccionados por impressão 3D que, apesar de proteger efetivamente os titulares dos direitos, não desencoraje a criatividade geral.

Sobre a situação fática trazida em tópico anterior, a autora enfatiza que Chaves, a estilista que teve seus designs disponibilizados em plataforma ​online sem sua autorização, havia disponibilizado os mesmos de forma legal em seu ​website ​e, mesmo assim, estes foram

150AUSLANDER, Rose. Brands Must Offer 3D-Printable Designs or Face DIY Counterfeiters. Business of

Fashion, ​29 de agosto de 2013. Disponível em:

<http://www.businessoffashion.com/2013/08/3d-printing-new-york-fashion-week- asher-levine.html>. Acesso em: 14 de outubro de 2019

151LESSIG, Lawrence. In Defense of Piracy. ​Wall Street Journal, 11 de outubro de 2008. Disponível em: <http://online.wsj.com/news/articles/SB122367645363324303>. Acesso em: 21 de outubro de 2019.

copiados de forma indevida e disponibilizados sob novos nomes, de forma a infringir os direitos autorais da ​designer​.

Jeanette Cuzella, por sua vez, apóia a aplicação de uma proteção ​sui generis,​mas ressalta que esta deveria ser elaborada atentando-se ao fato de que é necessário se observar a diferença entre a cópia de um design e a mera referência a elementos contidos em um ​design​, que representam tendências e não infringem direitos.

Nesse sentido, a autora fala na proposta de um modelo de proteção ​sui generis dentro da jurisdição estadounidense, o Additive Manufacturing Piracy Protection ("AMPP"), o qual se traduz como "proteção à pirataria na manufatura aditiva" e poderia ter sua aplicação considerada no contexto brasileiro.

A proposta estaria direcionada exclusivamente aos objetos fruto da tecnologia de impressão tridimensional e traria semelhanças com o Design Piracy Prohibition Act ("DPPA"), proposta legislativa norte americana de proteção aos desenhos industriais :

A proposta legal iria restringir a proteção de direitos de autor (copyrights) de arquivos de design 3D e artigos funcionais impressos em 3D para os designs de moda incorporados naqueles artigos que forem levados à público pelo designer em não mais de seis meses antes do pedido de registro de direito autoral. A duração de três anos de proteção por direito autoral prevista no "DPPA" seria apropriada para os designs digitais e para os artigos físicos impressos em 3D, provendo tempo suficiente para proteger o artigo durante o período de tempo de um ciclo curto, como é o da moda. (Tradução literal) (grifei) 152

Acerca do escopo de proteção do projeto, este seria limitado às reproduções "proximamente e substancialmente similares" na aparência geral, protegendo-se os designs em arquivos digitais ou artigos impressos somente nesta medida, permitindo a cópia de designs que se demonstrem como meras tendências.

Além disso, o fato de o projeto só conter em seu escopo de proteção os ​designs contidos em arquivos 3D e os objetos impressos por esta tecnologia advém da intenção de não se permitir que os benefícios de rapidez e economia inerentes à impressão tridimensional possam ser utilizados como facilitadores da prática de contrafação.

152Trecho original: "The new proposed bill would restrict the copyright protections of 3D design files and 3D-printed useful articles to the fashion designs embodied in those articles that are made public by the designer no more than six months before copyright application. The duration under the DPPA of three years of copyright protection would be appropriate for 3D digital designs and the physical 3D-printed articles from those designs providing enough time to protect an article for a period of time suited to the short fashion trend cycle. The AMPP law would differ from the DPPA and IDPPPA in one key aspect: it is limited to 3D designs and 3D prints rather than inclusive of all useful articles as in the two prior proposed Acts. " CUZELLA, Jeanette. ​Fast fashion: a proposal for copyright protection of 3-D printed apparel ​. Boulder: Colorado Law School, 4 de junho de 2015. P. 373. Disponível em: <https://ctlj.colorado.edu/wp-content/uploads/2015/08/Cuzella-final.pdf>. Acesso em: 14 de outubro de 2019.

Sobre o assunto, Nina Natalia Baranowska, em artigo publicado para a WIPO, distingue três possibilidades que surgem da prática da impressão 3D: a impressão do objeto, contendo a marca ou logo; a impressão somente da marca nominal ou logomarca; e a impressão do objeto tridimensional sem a marca nominal ou logomarca aplicada à ele. 153

No primeiro e segundo caso, segundo a autora, haveria a infração aos direitos de marca, quando a impressão se dá com fins comerciais; no terceiro, via de regra, não ocorre infração. A exceção são os casos onde o formato tridimensional é protegido por marca, nos quais a infração ocorre com a reprodução do objeto, como é o caso das já mencionadas Bolsas Birkin e Kelly.

Baranowska demonstra as diversas formas de infração que poderão surgir a partir da prática. A infração aos direitos de marca, desse modo, poderá ocorrer não somente através da reprodução explícita de um logo ou marca contidos no objeto, mas poderá se dar através da infração ao ​trade dress ​do produto ou da próprio formato tridimensional, quando a proteção marcária recair sobre este.

Nesse sentido, ela também menciona que a infração ao direito de marca pode se dar por meio de aplicações derivadas não autorizadas. O texto explica a prática da produção das obras derivadas como a fabricação de objetos fazendo o uso de uma marca, a qual licencia seus direitos para indústrias diversas, para a fabricação de camisetas, brinquedos, objetos decorativos, e outros, na intenção de obter recompensa em royalties. O que pode ocorrer e é facilitado pela tecnologia de escaneamento e impressão 3D, segundo a autora, é a utilização não autorizada da marca aplicada a diversos objetos.

Elsa Malaty e Guilda Rostama, em seu artigo para a revista da WIPO, destacam a

existência de exceção da proteção dos direitos de propriedade intelectual, em caso de uso

privado e sem finalidade comercial, fazendo referência a diversas legislações nacionais as

quais consideram que a impressão para fins de uso privado não atinge os direitos do titular da

marca ou patente, em respeito ao que determina o artigo 30 do Acordo TRIPS, que limita a

proteção das marcas para o uso comercial. 154

153BARANOWSKA, Nina Natalia. The Intersection of 3D Printing and Trademark Law. 9a Edição. ​Journal of Intellectual Property, Information Technology and E-Commerce Law,​2019. Parágrafo 31. Disponível em: < https://www.jipitec.eu/issues/jipitec-9-3-2018/4813>. Acesso em: 22 de outubro de 2019.

154MALATY, E.; ROSTAMA, G. 3D printing and IP law. ​WIPO Magazine​, fevereiro de 2017. Disponível em: <https://www.wipo.int/wipo_magazine/en/2017/01/article_0006.html>. Acesso em: 29 de outubro de 2019.

É o caso do Brasil, que acolhe a previsão do TRIPS através do artigo 43, inciso I, da Lei de Propriedade Industrial:

Art. 43. O disposto no artigo anterior não se aplica:

I - aos atos praticados por terceiros não autorizados, em caráter privado e sem finalidade comercial, desde que não acarretem prejuízo ao interesse econômico do titular da patente;

[...]

Quanto aos direitos de autor, a Lei de Direitos Autorais 155 faz previsão

semelhante:

Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais: [...]

II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro;

[...]

A publicação menciona, ainda, que apesar de não considerar como infração a

cópia para uso privado, nos termos legais, alguns os países impõem uma taxa sobre os

dispositivos de armazenamento desses objetos protegidos, para compensar qualquer perda do

titular gerada por infração aos seus direitos.

Diante disso, alguns especialistas sugeriram a imposição de taxa para compensar

os prejuízos gerados pela cópia através da impressão 3D em âmbito privado, o que, no

entanto, foi considerado por outros como inadequado, já que acabaria por representar uma

"resposta inadequada ou até uma mensagem negativa para as empresas", podendo resultar no

desestímulo ao desenvolvimento da tecnologia.

Nesse sentido, Nina Natalia Baranowska explica:

É necessário distinguir três diferentes cenários: o indivíduo que imprime falsificações de produtos protegidos por marca para seu uso pessoal; o que o faz para distribuir as cópias ao público; e o que o faz para vendê-las. No primeiro caso, como já mencionado, geralmente não há infração. No entanto, mesmo que o indivíduo produza os bens para uso pessoal apenas, ele pode vestir ou usar estes em público, o que pode gerar certa confusão. Ao imprimir o objeto, os indivíduos têm completa noção da origem desse objeto e de que ela não vem do titular da marca no caso de produtos de marca falsificados. No entanto, levando em conta a proteção do público geral, conforme a doutrina americana, McCarthy argumenta que "o uso de uma marca que possa gerar confusão entre o público geral no contexto pós-venda deve ter a ele aplicável a legislação federal de proteção de marca". Essa afirmação pode ser aplicada no caso de um produto falsificado contendo marca, imprimido e distribuído ao público geral. No entanto, sob a lei europeia é discutível a ocorrência de risco de confusão quando a marca não foi comercialmente explorada. O que significaria que apenas quando os objetos fossem vendidos e distribuídos pelo indivíduo é que poderia haver a infração à marca. (Tradução livre) (grifei) 156

155_____. ​Lei n. 9610​, de 19 de fevereiro de 1998. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm>. Acesso em: 2 de setembro de 2019.

156Trecho original: " ​it is necessary to distinguish between three different scenarios: the individual prints the fake trademarked goods for his/her personal use, he/she distributes it to public, or sells it. In the first case, as

Baranowska pontua que, se considerarmos os avanços tecnológicos, como a impressão 3D, a limitação da aplicação dos direitos de propriedade intelectual somente aos casos onde a marca foi explorada comercialmente representa uma enorme limitação à proteção. 157

A autora menciona que, por mais que a contrafação de alguns poucos produtos

não afete a companhia que detém aquela marca, a popularização crescente das impressoras 3D tende a gerar o aumento no número de produtos contrafeitos produzidos de modo caseiro, o que pode acabar por afetar o poder da marca alvo de infração.

Ela destaca o fato de que, visto que os arquivos digitais são editáveis, os usuários podem modificar os designs do objeto, retirando os aspectos sobre os quais recai a proteção marcária, ou modificando estes, de modo a criar fusões entre logomarcas ou paródias, por exemplo.

O usuário pode, ainda, adicionar o sinal distintivo a um objeto confeccionado por impressão 3D. Baranowska dá o exemplo da utilização do logo LV (logomarca da grife francesa ​Louis Vuitton​) em uma bolsa qualquer.

A ocorrência de práticas como essa geraria prejuízo à companhia detentora dos direitos de marca, através dos fenômenos de diluição e degeneração da marca, por exemplo, visto que a marca perde seu caráter de exclusividade - em especial no caso do exemplo, tratando-se de grife de luxo) - e a companhia deixa de ter controle sobre a qualidade dos produtos aos quais a marca está sendo associada.

Na obra de Baranowska, são destacadas diversos obstáculos ao combate a essa prática, os quais dificultam a proteção aos direitos de marca dentro do contexto tecnológico.

mentioned above, an infringement will generally not take place. However, even if individuals produce goods for personal use, they can distribute (e.g. wear or use) them in public, which may lead to some confusion.While printing the object, individuals have complete knowledge of the origin of the object and that the object does not come from the brand owner source [​61​] in cases of fake trademarked goods. However, taking into account the general public protection, in the American doctrine, McCarthy argues that “the use of a trademark likely to cause confusion among the general public in a post-sale context should be actionable under federal trademark law”. [​62​] This statement may apply to the case of fake trademarked printed goods which are distributed among the general public. Under EU law it is, however, debatable whether the risk of confusion occurs when the trademark has not been commercially exploited. It would mean that only when the printed good has been sold and distributed by the individual, there might be infringement of the trademark. ​" BARANOWSKA, Nina Natalia. The Intersection of 3D Printing and Trademark Law. 9a Edição. ​Journal of Intellectual Property, Information Technology and E-Commerce Law: ​2019. Parágrafo 31. Disponível em: < https://www.jipitec.eu/issues/jipitec-9-3-2018/4813>. Acesso em: 22 de outubro de 2019.

157BARANOWSKA, Nina Natalia. The Intersection of 3D Printing and Trademark Law. 9a Edição. ​Journal of Intellectual Property, Information Technology and E-Commerce Law,​2019. Parágrafo 31. Disponível em: < https://www.jipitec.eu/issues/jipitec-9-3-2018/4813>. Acesso em: 22 de outubro de 2019.

Um deles é a dificuldade em encontrar o infrator através da internet. Além disso, o fato de o escopo da proteção por marca ser territorial entra em conflito com o fato de os arquivos digitais de impressão 3D estarem disponíveis online, sem a limitação das fronteiras estatais, dificulta a aplicação da proteção.

Tais obstáculos demonstram grande semelhança com a indústria da música, que também sofreu consequências com o fenômeno de digitalização. Sobre o assunto, Lorena Velasco Cruz, da ​Tilburg University​, pontua que através da comparação da indústria da música com a indústria ​fashion é possível fazer uma previsão dos desafios legislativos que se pode esperar.

Cruz aponta que as ações legais tomadas contra contrafatores na indústria da