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Nível 0: Adoção de medidas para novas linhas de energia e instalações elétricas que garantam ambientes com nível máximo de ELF de até 0,2 μT (HARDELL; SAGE, 2008).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que o objetivo principal da pesquisa, ou seja, o desenvolvimento dos indicadores da qualidade do ambiente interno para edificações antárticas foi cumprido. Como resultado, foram desenvolvidos 15 indicadores e seus respectivos pesos.

A princípio, a pesquisa teve como base os indicadores propostos por Montarroyos (2015), que se encontram descritos no Anexo A. Contando inicialmente com 17 indicadores, a lista final apresentou diferenças em três subcategorias, sendo elas a “Qualidade do ar interno”, “Emissões eletromagnéticas”, e a “Relação entre edifício e usuário”.

Na QAI, houve o acréscimo de 4 indicadores:  Indicador 3. “Nível de concentração de CO₂”

 Indicador 4. “Nível de concentração de compostos orgânicos voláteis”;  Indicador 5. “Nível de concentração de fungos no ar”; e

 Indicador 6. “Temperatura e umidade do ar”.

Embora esses indicadores não estivessem na lista inicial, esse acréscimo foi realizado mediante a consulta a especialista na área bem como baseado na revisão da literatura. A preocupação com o nível desses contaminantes no ambiente interno pode ser entendida devido ao enclausuramento vivido no Continente pelas condições extremas causadas pelo clima. Assim, a compreensão quantos a possíveis cuidados a serem tomados durante o projeto da edificação é capaz de auxiliar a manutenção de níveis de contaminantes seguros ao usuário.

Foi acrescentada também a subcategoria “Emissões Eletromagnéticas” que, semelhantemente aos indicadores da QAI, foi realizado mediante consulta a um especialista na área e revisão da literatura. Embora ainda existam algumas incertezas quanto ao impacto causado no ser humano por ondas eletromagnéticas, as tecnologias sem fio e os demais sistemas de comunicação e transmissão de dados são cada vez mais utilizados. Deste modo, o estabelecimento de níveis aceitáveis e diretrizes projetuais permitem adotar ações preventivas e reduzir prejuízos futuros.

Por fim, houve a exclusão da subcategoria “Relação entre edifício e usuário”, sendo então removidos os seguintes indicadores:

151  Existência de ambientes adequados e que incentivem o convívio e a

confraternização entre os usuários;

 Uso de elementos de decoração que remetam à cultura do país de origem;  Distribuição dos ambientes, promovendo circulação eficiente e não conflitante; e  Conformidade de áreas com dimensões mínimas aceitáveis para cada ambiente. A decisão por essa exclusão ocorreu a partir da análise das demais ferramentas de avaliação de sustentabilidade. Em todas consultadas, essa subcategoria pertencia a outra área de avaliação. Mediante a isto, foi considerada a necessidade do remanejamento desses indicadores para área equivalente, de forma coerente com as demais ferramentas. Dessa forma, eles devem ser trabalhados em uma continuidade da pesquisa, em que a área correspondente será abordada.

Já na subcategoria do conforto visual houve a junção de dois indicadores:

 Adoção de elementos na edificação que permitam a integração visual do ambiente interno ao externo (paisagem); e

 Privacidade visual das unidades habitacionais.

Devido à similaridade dos assuntos tratados, os indicadores passaram a ser representados pelo indicador “Integração visual do ambiente interno ao externo”. Assim, a privacidade foi trabalhada como uma marca de referência ao invés de um indicador específico.

Semelhantemente, também houve a junção de dois indicadores na subcategoria do conforto térmico:

 Utilização de sistemas de climatização de acordo com as características térmicas e necessidades atribuídas a cada ambiente; e

 Utilização de sistemas de climatização em conformidade com normas ou protocolo específico.

Com essa junção, o sistema de climatização em conformidade com normas específicas também foi trabalhado como uma marca de referência ao invés de um indicador específico.

152 Já durante a etapa de revisão bibliográfica, houve dificuldade na obtenção de informações quanto as técnicas construtivas adotadas em estações científicas anteriores, principalmente nas questões que envolvem a melhoria das medidas empregadas para o conforto. Além disso, as pesquisas científicas existentes destinam a maioria de seus recursos para o desenvolvimento de outras questões além de inovação e tecnologia. Ainda, quando ocorrem estudos nessa área, a maior parte é voltado para questões energéticas e de tratamento de resíduos, visto a importância que o aspecto ambiental determina para as ações no continente. Portanto, a quantidade de informações escassas no aspecto abordado no trabalho ressalta a importância do desenvolvimento do assunto para o avanço do conhecimento na área.

Em relação a metodologia adotada para a ponderação dos indicadores, considera-se que ela se mostrou adequada aos objetivos propostos. O emprego da metodologia do SBTool permitiu analisar fatores importantes do possível impacto causado pelo não atendimento do indicador, e sua junção com o Grau de Impacto estabelecido pelo Protocolo de Madri permitiu particularizar ainda mais os indicadores às necessidades e características inerentes aos Continente Antártico. Entretanto, considera-se que para uma avaliação mais confiável e relevante, faz-se necessário a consulta a um maior número de especialistas de cada área de conhecimento.

Por fim, devido ao estabelecimento da etapa de avaliação ter sido a etapa de projeto, não foi possível aplicar marcas de referência quantitativas em alguns indicadores por causa da dificuldade de simulação dos dados. Esse fato ocorreu principalmente nos indicadores da QAI que trabalharam níveis de contaminação de alguns componentes. Consequentemente, foram estabelecidas marcas de referência qualitativas, a fim de permitir que tais aspectos fossem trabalhados e os contaminantes reduzidos no período de operação do edifício.

Como sugestão de continuidade da pesquisa, destaca-se a necessidade da proposição de indicadores que abranjam os demais aspectos da sustentabilidade, sendo eles as dimensões ambientais e econômicas, além das demais categorias da dimensão social. Deste modo, será possível a formulação de uma ferramenta de sustentabilidade específica para as edificações no Continente Antártico, que representará um importante instrumento para auxílio em projetos futuros.

153 ficios com outros tipos de ocupacao, uma vez que essa

proposta e voltada, a principio, para edificios de escritorios ou de servico publico.

REFERÊNCIAL

154 REFENCI AL BI BLIOGRÁFICO