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Este estudo retrospectivo, documental e descritivo com análise dos dados de pacientes infectados pelo VHB, permitiu obter um quadro da incidência de hepatite B no estado de Roraima e o perfil clínico-epidemiológico desses pacientes, observando uma correlação de varáveis incidentes no estado de Roraima com os de âmbito nacional. A incidência de Hepatite B apresentada nos últimos cinco anos em Roraima sofreu uma variabilidade e em 2015 reduziu em relação ao levantamento nacional feito pelo Ministério da Saúde em 2012. Porém, o estado permanece com um índice elevado em relação à média nacional, o que demonstra que ainda restam desafios para redução do número de casos da doença.

A ocorrência mais elevada foi encontrada no sexo masculino, associada principalmente ao fator comportamental e predomínio na faixa entre 30 e 39 anos. Observa-se uma exposição mais precoce do sexo feminino ao VHB, já que na faixa etária de 15 a 19 anos o número de casos novos predomina nesse sexo. Esse fator, além do fator comportamental, também pode estar relacionado à concentração da população feminina nessa faixa etária.

Houve uma maior concentração maior de casos novos na população parda, diferentemente do relatado no Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais em 2012, porém isso é corroborado devido a maior representatividade dessa população no estado de Roraima. Apesar da facilidade no acesso de informação hoje em dia, infelizmente observa-se que a população com ensino médio completo foi a mais atingida no presente estudo, refletindo que apesar de certo esclarecimento na população, os fatores comportamentais influenciam na transmissão da Hepatite B. Fatores estes principalmente comportamentais, já que no presente estudo a transmissão sexual foi responsável por 53% dos casos nos últimos 5 anos.

Estudos como este realizados contribuem para realizar uma avaliação e realizar um planejamento de ações para o controle do agravo, pois a mesma, apesar das estratégias de prevenção usadas hoje em dia e da vacinação amplamente distribuída no Brasil, ainda mantém níveis de incidência mais elevados em certos perfis epidemiológicos e em algumas regiões do país, principalmente na região Norte.

O estudo da incidência da Hepatite B permite ainda comparações tanto regionais quanto nacionais, porém depende de condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica e pode ser ter seus resultados mascarados devido às subnotificações que ocorrem nessa doença já que muitos indivíduos infectados são assintomáticos. Além disso, devido aos poucos estudos que são realizados sobre incidência dessa infecção, as

comparações são dificultadas, demonstrando uma necessidade de mais pesquisas nesta área e de uma constante busca por qualidade nos sistemas de informações em saúde.

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ANEXO A

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