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Os investimentos em infraestrutura turística deixaram um saldo importante de recursos no litoral nordestino. A atividade turística é uma realidade que vai muito além de quimeras ideológicas ou ufanismos governamentais, ela é um fenômeno real e os seus resultados são mensuráveis.

Certamente, o turismo pode contribuir para a sustentabilidade ambiental e social trazendo novas perspectivas de desenvolvimento humano. Durante a execução desse trabalho o autor pode perceber em muitos momentos as possibilidades que se apresentaram para a população nordestina. Não é apenas uma questão de ampliação de estoques, mas de alteração do futuro. A melhoria de vida da região problema do Brasil passa necessariamente pela capacidade do seu povo de aproveitar os recursos que já estão disponíveis.

Todavia, não é razoável se esperar que um agente sozinho consiga amenizar problemas graves principalmente em uma região pobre e complexa como é o Nordeste brasileiro. Não obstante a tudo isso, é necessário que a sociedade seja a grande gestora desse ativo. Provavelmente, esse foi um dos o grandes problemas enfrentados pelo PRODETUR NORDESTE I.

É perceptível que a forma como as decisões foram tomadas ainda reflete a falta de participação coletiva nos processos decisórios, o que gera a maioria das mazelas sociais. Problemas como a especulação imobiliária ou ao processo de exclusão de comunidades não são atributos inerentes ao turismo, mas sim da própria sociedade que o acolhe.

Entre os principais problemas enfrentados pelo PRODETUR NORDESTE I destaca-se a força política exercida pelos governos dos estados da Bahia e do Ceará o que ocasionou desvios severos com relação aos demais estados da região. Além do mais, o número pequeno de municípios envolvidos no projeto não possibilitou que cidades com potencial turístico ou com graves problemas sociais fossem absorvidas durante o planejamento.

A falta de sincronia entre as ações envolvendo a distribuição de água tratada e a coleta de esgotos merece uma discursão mais aprofundada. Notou-se que em muitos

casos houve ganhos importantes em um dos setores em detrimento do outro. Naturalmente, como observado anteriormente, cada caso deve ser analisado individualmente haja vista que a falta de dados mais precisos não permite que se façam prognósticos com maior grau de confiabilidade.

Outra questão relevante diz respeito a grande concentração de investimentos no litoral em prejuízo de outras áreas dentro da própria região. Um dos exemplos é o caso do semiárido que pouco participou dos esforços realizados pelos agentes públicos e privados quando se trata da aplicação dos recursos destinados a indústria de lazer.

A maioria dos equipamentos, polos e corredores turísticos se concentram fora desse bioma o que sugere que as políticas de turismo litorâneas podem promover ou aumentar as desigualdades sociais dentro da própria região.

Para finalizar, o PRODETUR NORDESTE I ainda é um campo vasto de estudos para a sociedade nordestina. Espera-se que a experiência adquirida possibilite que os novos projetos implantados no Nordeste brasileiro tragam benefícios ainda mais consistentes para a população.

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