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Est a pesquisa obj et iv ou com pr eender o nível adequação de alguns aspect os er gonôm icos da int er face “ hom em / m áquina” das colhedor as de cana- de- açúcar , às necessidades br asileir as, m ais pr ecisam ent e do cent ro- oest e paulist a. Com o apr ofundam ent o na com pr eensão das par t icular idades dest a at iv idade, colet a de dados par am et r izados e int er locução os t rabalhador es, os obj et ivos pr opost os for am sat isfat or iam ent e at ingidos.

No acir r ado m er cado dos fabr icant es de equipam ent os agr ícolas, evoluções dos equipam ent os são const ant es, com o foi dit o ant er ior m ent e, durant e a execução dest a invest igação não foi difer ent e.

A fabr icant e do equipam ent o “ B” j á t inha disponível para o ano de 2009 equipam ent os com a capacidade de colher duas linhas sim ult aneam ent e, que inclusive j á est avam present es nas lavouras, apesar de est arem apenas sendo ut ilizadas em um a linha, j á que as áreas plant adas não est av am com o espaçam ent o ideal par a est e t ipo de oper ação.

Est es avanços não se lim it ar am ao desem penho pr odut ivo, t endo pr ogr essos significat ivos r elat ivos ao confor t o e à redução de sobr ecar gas físicas dos oper ador es. Ao avaliar est es equipam ent os for am ident ificados indícios que nos m ost r am a pr eocupação com os aspect os er gonôm icos int egr ada ao desenvolv im ent o dest es produt os, principalm ent e, no que diz r espeit o ao post o de oper ação.

A fabricant e do m odelo “ A” com er cializa para o ano de 2010 um novo m odelo, com um post o de t rabalho t ot alm ent e rem odelado. Part indo de um a análise v isual do m at er ial publicit ár io, ident ificam os um increm ent o na sua ár ea envidr açada, m udança na posição e no for m at o dos com andos de m ovim ent ação e r em odelação t ot al do painel cont endo os com andos de colheit a buscando um a m elhor er gonom ia do equipam ent o. Não é possível

afir m ar o r eal im pact o dest as m udanças par a o confor t o do usuár io, cabendo a novas pesquisas sobr e o assunt o.

Os equipam ent os est udados de am bas as m ar cas dispunham de bons sist em as de vedação t ant o com r elação aos r uídos com o a ent r ada de par t ículas nas cabines.

Com r elação ao r uído os t est es dem onst r ar am que os v alor es m áx im os r egist r ados est ão abaixo do lim it e de 85 dB ( A) , acim a dos quais exist em r iscos as saúde, t odavia cabe dest acar que o r uído foi um dos fat or es apont ados pelos oper ador es na análise ponder ada de desconfor t o.

A lit er at ur a apont a m udanças no per fil do t rabalhador par a a execução da t ar efa de colheit a de cana. A for ça física deixou de ser um a necessidade, por ém as capacidades cognit ivas são m ais solicit adas.

Apesar de não haver per igo em inent e à saúde desses t rabalhador es, o nível de pressão ( ent re 73,8 a 78,6 dB ( A) ) pode cont ribuir negat ivam ent e na concent r ação dos m esm os, pr opor cionando event uais quedas de desem penho. Análises m ais det alhadas em out ras faixas podem cor r obor ar no esclar ecim ent o sobr e o nível de influência do ruído e da capacidade cognit iva dem andada na oper ação dest es equipam ent os.

Na avaliação ponder ada de desconfort o, a vibr ação foi o it em com m aior dest aque. Apesar de não t er sido colet ados dados sobr e essa var iável, ao acom panhar as at iv idades pode- se not ar que a cabine r ecebe os im pact os dos acident es do solo pr at icam ent e sem qualquer am or t ecim ent o.

Cabe dest acar que o sist em a de am or t ecim ent o pneum át ico do assent o, encont r ado em t odas as am ost ras, reduz a t ransm issão de vibração ao operador, porém est e, cont inua a r ecebê- las at r avés dos pés que ficam apoiados sobre o piso da cabine.

A v ibr ação em equipam ent os de colheit a é t em a de pesquisas em diver sos países, dest acando- se os países escandinavos com t radição no m anej o flor est al, com um m aior enfoque nos equipam ent os de est eira, sist em a apr esent a m enor eficiência na absor ção de im pact os quando

com par ado aos pneus. Sua pr incipal vant agem é a m enor com pact ação dos solos, por dist r ibuem o peso do equipam ent o em um a ár ea m aior .

Am bas as m ar cas avaliadas possuem versões com r odados de pneus, m as o fat or com pact ação acaba sendo decisivo par a o com pr ador , havendo um a pr edileção pelos equipam ent os de est eira.

Par a m inim izar os efeit os dos pneus exist em colhedor as com m ais de quat ro pneus do t ipo flut uant es. Est es pneus j á são com uns par a o set or sucr oalcooleir o e são sim ilar es aos ut ilizados nos t ransbor dos. Devido ao seu diâm et r o e largur a avant aj ados esses disposit ivos conseguem dist r ibuir o peso em um a área m aior do que os pneus com uns, reduzindo a com pact ação.

Pesquisas sobr e o desem penho dos dois sist em as na r edução da exposição à vibração podem auxiliar na or ient ação do pr odut or na hor a da com pr a, dando subsídios par a um a escolha não apenas pela produt iv idade, m as t am bém pela capacidade dos equipam ent os em pr eser var a saúde do t rabalhador e, consequent em ent e, m elhor ar seu r endim ent o.

Apesar dos pr oblem as apont ados acim a nenhum dos it ens quest ionados t iver am desem penho insat isfat ór io na avaliação dos oper ador es. Assim com o as colet as a r espeit o de sugest ões e reclam ações for am pouco eficazes par a apont ar defeit os nos proj et os que com prom et essem a ergonom ia do produt o.

Scopinho, ( 1995) afir m a que em ger al, os operador es de m áquinas agr ícolas não per cebem r elação exist ent e ent r e os sint om as e as cargas exist ent es no am bient e de t rabalho, ainda assim Corrêa et al. ( 2008) aplicaram quest ionár io sem elhant e obt endo índices de desconfor t os m ais expr essivos ao avaliar em colhedor as m ais ant igas.

A apar ent e discr epância dest es dados pode est ar ligada não só a evolução dos equipam ent os, m as t am bém a sat isfação dos t rabalhador es com seus em pr egos.

A sat isfação do t rabalhador dem anda de um a sér ie de fat or es, que vai além da r elação m ant ida com seu inst r um ent o de t rabalho. Em est udo

r ealizado por Br adley e Car t wr ight ( 2002) no nor oest e do Reino Unido, com 1162 enfer m eiros em quat ro or ganizações difer ent es, dem onst rou que a valor ização do t rabalho por part e do em pr egador t eve im pact o posit ivo significat ivo na saúde dos funcionár ios.

Nas conver sas infor m ais com t rabalhador es eles r elat ar am que os equipam ent os at uais são m uit o m elhor es que sues ant ecessores, t am bém explicaram que haviam t rabalhado na colheit a m anual, além de explicit ar em m uit as vezes o or gulho por ser em oper ador es do pr incipal equipam ent o da colheit a. A som a desses fat or es cer t am ent e cont ribui par a as avaliações m ais posit ivas sobr e o equipam ent o.

No ent ant o est a pesquisa j am ais t eve a pret ensão de dar um parecer final sobr e o assunt o expost o, o obj et ivo m aior é t razer a discussão sobre os efeit os da m ecanização da cult ur a canavieira, t endo em vist a que essas m udanças t ranspassam a barreira da ergonom ia englobando agricult ura, econom ia, ecologia e as ciências sociais.

Tais t ransfor m ações são pr ofundas e ir r ever síveis, cabendo a nós adequá- las às nossas necessidades. As pr at icas com o a queim a da cana e as condições de t rabalho dos “ bóias fr ia” são incom pat íveis com a alm ej ada sust ent abilidade. A m ecanização da colheit a dest a lavour a se apr esent a com o a m elhor alt er nat iva para com bat er est es problem as.

Os r esult ados obt idos indicaram um a evolução expr essiva no desem penho dest es equipam ent os, cont udo não podem os descart ar que há im por t ant es m elhor ias a fazer , dest acando- se os pr oblem as r elat ivos às vibrações e os possív eis pr ej uízos cognit iv os ocasionado pelo ruído.

Por fim , podem os afir m ar que est es equipam ent os podem ser consider ados par cialm ent e sat isfat ór ios quant o aos níveis de adequação às dem andas er gonôm icas encont r adas nas lavour as canav ieir as do cent ro- oest e paulist a.

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