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Arnaldo V. Carvalho Lida com jogos e iniciativas ludodidáticas há mais de 20 anos Coordena o projeto

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Agora que ambos os conceitos foram explanados, meu olhar é o seguinte: Quando nos propomos a jogar estamos atendendo muitos critérios, tanto do Jogo quanto do Flow.

E o jogar nos gera algumas emoções e sensações que dependem do jogo, ambiente, quantidade de pessoas e até o tempo que essa experiência pode durar, por isso muitas vezes ao jogar transitamos entre a área de êxtase, controle e o próprio FLOW.

Isso varia de acordo com a curva de aprendizagem que o jogo proporciona, logo quando um jogo tem uma curva de aprendizagem bem acentuada, entramos em êxtase primeiro pelo fato do desafio ser maior que nossas habilidades e quando aprendemos a jogar e perdemos, entramos para área de controle, pois, já adquiri as habilidades necessárias e até aquele momento em que perdi eu sei o que fazer,

logo, vou no controle até que aconteça algo que não previa ou sabia que poderia acontecer, que é onde volto para o êxtase.

Após transitar entre êxtase e controle entro finalmente no FLOW, onde atendo as características da pesquisa de Mihaly:

● Tenho metas claras (Objetivo do Jogo)

● Feedback imediato (as conquistas do jogador) ● Desafio

● Habilidades

● Desempenho (vitórias e desenvolvimento no jogo)

Concluo então que quando jogamos entramos em flow e isso nos torna mais feliz, levando em consideração que o conceito e o estudo de Mihaly foi buscar o que faziam as pessoas felizes, posso dizer então, que sou um JOGADOR E SOU FELIZ POR ISSO!

André Eduardo Silveira Mazaron

Formado em Turismo pelo Centro Universitário de Franca (Uni-FACEF). Docente em curso técnico na área de turismo e desenvolvimento social no SENAC-SP (Franca/SP). Mestrando (Uni-FACEF).

Barbara Fadel Graduação em História Licenciatura pelo Instituto de História e Serviço Social de Franca (1972), graduação em Biblioteconomia Bacharelado pela Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos SP (1973), mestrado em História da América Latina Colonial pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1986) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1994).

Como objetivo de estudo deste artigo, vamos buscar a relação entre o profissional da recreação e lazer e o turismo pedagógico, e a importância deste profissional para a prática de turismo associado à criatividade e a retenção do conhecimento adquirido dentro das salas de aula.

Para compreender o turismo, é necessário:

um elaborado e complexo processo de decisão sobre o que visitar, onde, como e a que preço. Nesse processo influem inúmeros fatores de realização pessoal e social de natureza motivacional, econômica, cultural, ecológica e científica que ditam a escolha dos destinos, a permanência, os meios de transporte e o alojamento, bem como o objetivo da viagem em si para a fruição tanto material como subjetiva dos conteúdos de sonhos, desejos, de imaginação projetiva, de enriquecimento histórico- humanístico, profissional e de expansão de negócios. (BENI, 2001, p.37).

Conforme Beni (2001), o turismo depende de alguns processos, dentre eles a motivação. O que motiva alguém à prática do turismo, e os objetivos da viagem, fazem partes deste processo de decisão sobre a escolha do destino.

As motivações e objetivos de uma viagem fazem com que se crie diversos segmentos turísticos, e como objeto de discussão deste trabalho, vamos falar do turismo pedagógico.

O turismo pedagógico, ou turismo educacional, é uma prática que tem como objetivo levar estudantes para fora da sala de aula com o intuito de unir a teoria vista anteriormente em sala de aula, com a prática que será vivenciada no local visitado. Este tipo de turismo vem se tornando crescente e constitui uma ferramenta muito utilizada pelas escolas, já que dessa forma consegue-se construir e desenvolver o conhecimento do estudante de forma lúdica.

Em um ambiente externo à sala de aula, a prática pedagógica estimula a criatividade, o desenvolvimento social e pessoal, a autonomia e entendimento cultural.

A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere alerta, faz parte do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. (FREIRE, 2016, p.33)

De acordo com Freire (2016), a curiosidade, desperta a imaginação e por consequência, a curiosidade. Essa curiosidade, faz com que o estudante consiga se desenvolver cada vez mais, gerando um interesse maior sobre a disciplina e o conhecimento que está sendo tratado naquele destino.

Uma viagem pedagógica pode ocorrer em diversos locais, como por exemplo em museus, parques, clubes, cidades turísticas, tudo a depender de qual disciplina e qual conteúdo será ministrado naquela viagem educacional.

Conhecer a própria a cultura e valores de outros lugares, é um ponto fundamental neste processo pedagógico. Isso faz com que os participantes consigam se valorizar mais, entender de onde vieram, e também conhecer e valorizar outros lugares, fazendo com que mantenha uma maior preservação daqueles destinos.

Outro ponto importante ao se tratar do turismo pedagógico, é gama de disciplinas que se pode trabalhar em um roteiro, sendo assim, a interdisciplinaridade, é um ponto fundamental para a decisão das escolas em utilizarem essa ferramenta como parte do processo de ensino.

Deve-se levar em conta ainda que, se o conteúdo das atividades de lazer pode ser altamente “educativo”, também a forma como são desenvolvidas abre possibilidades “pedagógicas” muito grandes, uma vez que o componente lúdico, do jogo, do brinquedo, do “faz-de-conta”, que permeia o lazer é uma espécie de denúncia da “realidade”, deixando clara a contradição entre obrigação e prazer. (MARCELLINO, 2002, p.14)

O objetivo principal do turismo pedagógico, é transmitir através da vivência naquele destino algum conteúdo visto anteriormente em sala de aula, porém, uma vivência diferenciada e chamando a atenção do estudante. Essa vivência sendo uma fuga da realidade, através do lazer, através das atividades recreativas, utilizando do lúdico e do contato direto com o destino.

Atualmente, com a crescente demanda neste segmento do turismo, várias agências de viagens estão se especializando no atendimento às escolas, a fim de oferecer um serviço específico e de qualidade para tirar ainda mais proveito de cada destino.

Hoje temos agências de turismo especializadas neste segmento e temos também um desvio deste novo segmento, onde muitas empresas, escolas e OTS querem se transformar em verdadeiras “agências de turismo” fugindo do seu propósito (PELIEZZER (2007 p. 06).

O processo de construção de uma viagem pedagógica depende de algumas etapas, sendo a primeira etapa uma decisão ainda dentro da escola, pelos professores, sobre qual ou quais disciplinas e qual data deva acontecer a viagem. É um momento em que a escola deve estar bem alinhada entre seus professores para definirem as melhores ações, e então acionar uma agência de viagens especializada em turismo pedagógica. É a agência que vai dar todo o suporte legal para a realização de uma viagem como a contratação de prestadores de serviços, profissionais, estabelecer contato direto com o destino, dentre outras responsabilidades de uma agência de viagens.

A segunda etapa é o momento em que realmente ocorre a viagem e a terceira etapa enfim, é o pós viagem, onde os professores checam a retenção do conhecimento e fazem as devolutivas junto aos alunos sobre os momentos vivenciados no destino.

Elaborar uma viagem pedagógica, não é uma tarefa simples, tendo em vista que há muitos prestadores de serviços, profissionais e responsabilidades, por isso, é importante que a realização deste tipo de viagem seja feita por uma agência especializada. Dentre as responsabilidades, estão os profissionais envolvidos na viagem, para que ocorra um maior aproveitamento das atividades e maior segurança dos participantes.

Como objeto de estudo, vamos falar da atuação do profissional de lazer recreação atuando em uma viagem pedagógica e sua importância neste tipo de ferramenta educacional.

Para iniciarmos, precisamos compreender quem é este profissional de lazer, o recreador/animador:

O animador é aquele que tem contato direto e estrito com o público participante e com as atividades lúdicas desenvolvidas. São características importantes para o bom desenvolvimento do trabalho do animador: ser comunicativo, simpático, alegre, maleável, perspicaz, divertido e brincalhão, sabendo estabelecer e respeitar limites. (CAVALLARI e ZACHARIAS, 2018 p.19)

Conforme vimos, o profissional do lazer, o recreador/animador, pode atuar em uma viagem pedagógica, e desta forma ele é peça fundamental para trabalhar todas as atividades lúdicas presentes no momento da prática educacional. Da mesma forma em que agência de viagem deve trabalhar em conjunto com a escola, o animador deve estar trabalhando também em conjunto para identificar quais são os objetivos dos professores com aquela viagem, quais são as motivações dos alunos, quais são as expectativas e perfil do grupo. Após essas informações, é dever deste profissional traças as melhores ações lúdicas e recreativas para ser passado ao grupo durante a viagem.

O profissional de lazer deve ser capaz de compreender as características, necessidades e potencialidades de grupos e comunidades para, assim, organizar, propor, executar e avaliar programas e projetos de lazer e recreação, mobilizando pessoas, instituições e recursos para realiza-los (SANTOS, 2018, p. 137).

Para Silva e Junior (2017) esse profissional deve ser capaz de atuar como um estimulador de novas experiências, alguém que pretende discutir e estimular o acesso ao novo.

Entre as principais competências do profissional, podemos

destacar liderança, inovação, criatividade, proatividade,

comprometimento, dinamismo, comunicação, ética, organização, responsabilidade, trabalho em equipe, administração de conflitos. SANTOS (2018, p.137)

Algumas características são essenciais para a atuação deste profissional junto ao turismo pedagógico, por exemplo, a inovação, criatividade e administração de conflitos. Este profissional está lidando com um grupo de estudantes, de idades diversas, e vários perfis, portanto é importante manter essa boa relação com estes participantes, e fazer com que a boa relação aconteça também entre os próprios estudantes.

O turismo pedagógico é uma ferramenta importante para a busca do desenvolvimento social dos alunos. É um momento em que este estudante está em contato com o novo, através das atividades, buscando o despertar social, além do desenvolvimento intelectual.

Centrado nesse ser humanizado, crítico, criativo, um desafio para o processo de ensino fundamental, médio e superior é exigir dos gestores estratégias pedagógicas de abrangência em todas as dimensões da vida, possibilitando o desenvolvimento pleno das potencialidades do educando com base em concepções que se revelem eficazes e que estimulem a preparação do aluno. FRANÇA (2017, p.289)

A participação de um profissional da recreação é significativa no acontecimento de uma viagem pedagógica, tendo em vista, que ele é o profissional responsável pelo planejamento das atividades, pela interação e criação de vínculo com o grupo, sendo então o responsável pelo trabalho da ludicidade e o despertar da curiosidade nos estudantes que ali participam. Este planejamento das atividades deve ser feito antes da viagem acontecer, juntamente com os professores especialistas da determinada disciplina, são eles que vão passar ao recreador os objetivos principais do tema que será abordado. O recreador, deve colher essas informações e posteriormente elaborar atividades que vão de encontro com o perfil do grupo, sem fugir da temática proposta pela escola.

Para o profissional de lazer atuar neste segmento do turismo, é importante manter contato diretamente com empresas especializadas neste tipo de viagens. E como vimos acima, posteriormente à uma viagem definida, elaborar planejamentos

juntamente com os professores e agências para traçar as principais atividades a serem executadas durante a viagem.

Como parte final deste artigo, podemos concluir que o profissional de recreação tem uma importância relevante neste tipo de ferramenta educacional.

O turismo pedagógico vem crescendo a cada dia, pois as escolas estão sentindo a mudança de comportamento dos estudantes. Os estudantes atualmente estão em busca de maior autonomia, sendo assim, é necessário a utilização de novas estratégias educacionais. É um desafio dos gestores e professores incentivar e promover uma educação diferenciada e que chame a atenção deste novo estudante.

O animador/recreador, juntamente com as agências de viagens especializadas neste segmento, se tornam elementos fundamentais para a execução deste tipo de viagem.

Como visto no decorrer do trabalho, o profissional do lazer e recreação tem como principal responsabilidade, planejar e executar atividades pensadas de acordo com o conteúdo a ser discutido, motivar e buscar alcançar os objetivos dos participantes. Esse plano de atividades deve ser discutido juntamente com os professores e gestores das escolas antes da viagem acontecer.

E como principais características desse recreador atuante destaco a comunicação, criatividade e inovação, como pontos fundamentais. Com essas características, ele consegue despertar a curiosidade, transmitir e reforçar o conhecimento desejado com a viagem pedagógica, junto aos estudantes. As atividades lúdicas e recreativas propostas por este profissional, alinhado ao bom planejamento dos professores e da escola, consegue gerar um grande desenvolvimento pessoal e social, contribuindo ainda mais para o crescimento do estudante.

REFERÊNCIAS

BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2001.

CAVALLARI, Vinicius Ricardo; ZACHARIAS, Vany. Trabalhando com recreação. 14 Ed. São Paulo. Ed. Ícone. 2018.

FRANÇA, Tereza Luiza de. Lazer na escola: estratégia pedagógica de uma gestão democrática. In: AZEVÊDO, Paulo Henrique; BRAMANTE, Antonio Carlos. Gestão Estratégica das Experiências de Lazer. Curitiba: Appris. 2017. 337p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 53. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.

MARCELINO, Nelson Carvalho. Estudos do lazer: uma introdução. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.

PELIEZZER, Hilário Angelo. Gestão do turismo receptivo e hospitalidade. In: IV Seminário da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo, 2007, São Paulo Universidade Anhembi Morumbi - UAM. 2007

SANTOS, Rosana Fernandes dos; PACHECO, Reinaldo. Lazeres, São Paulo: Editora Senac, 2018.

SILVA, Tiago Aquino da Costa e; JUNIOR, Alípio Rodrigues Pines. Lazer e Animação Sociocultural: Formação e Atuação Profissional. In: AZEVÊDO, Paulo Henrique; BRAMANTE, Antonio Carlos. Gestão Estratégica das Experiências de Lazer. Curitiba: Appris. 2017. 337p.

Prof. Dr. Alan Queiroz da Costa2

Professor da Escola Superior de Educação Física da Fundação Universidade de Pernambuco (ESEF/UPE). Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP-SP). Mestre em Ciências da Motricidade Humana (UNESP-RC). Especialista em Educação Física Escolar (FEFISA-SP) e em Gestão do Esporte e Lazer (FIA/SEME-SP). Licenciatura Plena em Educação Física (FEFISA-SP) e Graduado em Pedagogia (UNINOVE-SP).

INTRODUÇÃO

Com a passagem da década do esporte no Brasil3 também se passaram oportunidades de aproveitar a conectividade que as plataformas digitais oferecem em suas relações diretas com a pessoas. Os comportamentos que hoje são diferentes daqueles que a sociedade tinha há pelo menos duas décadas poderiam ser potencializados em suas relações como Esporte (EF) e Lazer (Recreação). As relações propostas pelas mais diferentes Mídias e Plataformas Digitais, alçou os Jogos Digitais e seu apelo mercadológico ao status de modalidade esportiva, com o advento dos “Esportes Eletrônicos”, ou simplesmente E-Sports. Por meio de uma

1 O presente texto é base para a palestra PLATAFORMAS E JOGOS DIGITAIS APLICADOS À

RECREAÇÃO: A TEORIA NA PRÁTICA do 2º Congresso Baiano Online de Recreação, Animação e Ludopedagogia.

2 Doutor em Ciências da Comunicação (USP), Mestre em Ciências da Motricidade Humana (UNESP),

Especialista em Educação Física Escolar (FEFISA) e Gestão do Esporte e Lazer (FIA), Graduado em Educação Física (FEFISA) e Pedagogia (UNINOVE). Atualmente é Gestor Técnico da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo (SEME-PMSP), Pesquisador Associado Grupo de Estudos e Pesquisas em Comunicação e Marketing no Esporte (GEPECOM) da EEFE/USP e Membro do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE - GTT2-Comunicação e Mídia).

pesquisa bibliográfica, cuja metodologia primou pela abordagem qualitativa (GIL, 1991) apoiada em referenciais teóricos sobre o tema, esse texto debaterá as Mídias e Plataformas Digitais por meio dos Jogos Digitais no contexto atual da sociedade conectada (teoria), buscará problematizar a aplicabilidade desses conceitos e as imposições que se colocam ao movimento humano e às áreas do Lazer e Recreação e, por fim, apresentar alguns exemplos e possiblidades de aplicação prática dos jogos digitais na Educação Física, Esporte e Lazer.

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