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ANAIS 2º CONGRESSO BAIANO DE RECREAÇÃO, ANIMAÇÃO E LUDOPEDAGOGIA

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Academic year: 2021

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Rene Santos do Vale e Lucas Ramos Falcão

(ORGANIZADORES)

ANAIS 2º CONGRESSO BAIANO

DE RECREAÇÃO, ANIMAÇÃO E

LUDOPEDAGOGIA

Maringá, Paraná

2020

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Copyright

© 2020 by Editora Clube dos Recreadores www.clubedosrecreadores.com.br/editora

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação, digitalização ou outro, exceto para breves citações em revisões críticas ou artigos, sem a prévia permissão por escrito da editora.

Projeto Gráfico e Editoração:

Editora Clube dos Recreadores

Capa

Rene Santos do Vale

Observação:

A revisão dos textos é de responsabilidade dos seus respectivos autores.

Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo acordo Ortográfico, que entrou em vigor em 2009.

Maringá, Paraná 2020

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Esp. Rene Santos do Vale

Especialista em Recreação e Psicomotricidade. Graduado em Educação Física. Criador e Host podcast Recrecast - Recreação. Embaixador Castbox Brasil. Coordenador da L. Assessoria Esportiva e Recreação. Criador e Produtor de Conteúdo do site Educação Lúdica. Docente de Inovação e Empreendedorismo. Palestrante Ikigai.

Esp. Lucas Ramos Falcão

Formação em História. Pós graduação em Ludopedagogia, história da África e Indígena. Graduando em Educação Física. Instrutor de artesanato. Oficineiro. Recreador com experiência em hotéis, aniversários, escolas e empresas. Produtor de eventos culturais, esportivos, educacionais e de lazer. Criador do projeto Brincar é coisa séria para escolas. Criador do projeto Ludopedagogia Empreendedora para gestores e professores. Organizador do CBRAL (Congresso Baiano de Recreação Animação e Ludopedagogia). Host do podcast RECRECAST. Palestrante. Professor da rede municipal da cidade de Santo Antônio de Jesus. Pai. Filho. Esposo. Amigo para todas as horas!!!.

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O CBRAL (Congresso Baiano de Recreação, Animação e Ludopedagogia) surge do anseio de ter mais eventos com grandes nomes e com maior visibilidade para o nordeste do Brasil, em sua primeira edição, em 2019, voltando os olhares para educadores, recreadores, mestres, artistas baianos e com alguns convidados de outros estados e regiões do Brasil.

Na primeira edição atingimos pouco mais de 1400 inscritos, o congresso era um dos poucos eventos na área da recreação, lazer e educação que se propunha a ser 100% online, com palestras gravadas e disponibilizadas em horários e dias estipulados. Foi recebido de forma muito positiva pelos palestrantes convidados os toparam de antemão a realizar o vídeo/palestra, acreditando na proposta e objetivos.

Na segunda edição, em 2020, superamos o número de inscritos, com um total de 1600 participantes, sendo eles estudantes e profissionais da área recreativa, educacional entre outras.

E desta edição resultou esta obra, uma soma de estudos, práticas e experiências exitosas, o qual aqui você irá encontrar um artigo realizado e escrito

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sobre cada uma das palestras, tivemos mais de 20 palestrantes e com representantes de todas as regiões do Brasil, no total foram 16 estados e três países diferentes.

A cada edição o CBRAL cresce, torna-se referência de bons eventos online, com entrega de conteúdo relevante. E este livro digital é a prova do que estamos dizendo, um livro rico em conteúdo e pesquisas sobre o lazer e educação, uma obra belíssima.

Esperamos que cada artigo te faça refletir sobre os diversos aspectos da animação, recreação e ludopedagogia, pois este é o resultado de um sonho de somar conhecimento e multiplicar experiências.

Rene do Vale e Lucas Falcão ORGANIZADORES

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Me. Ronaldo Tedesco Silveira Mestre em Educação. Especialização em Docência do Ensino Superior. Planejamento e Implementação de Educação a Distância (UFF). Graduação em Educação Física (UNIABC) e Letras. Gerente do Acampamento Sítio do Carroção. Facilitador da Academia da Ludicidade, Conselheiro do CELLEIRO - Centro de Estudos do Lazer, Ludicidade, Educação, Integração, Recreação e Ócio. Co-organizador do CONRECRE - Congresso Nacional de Recreação e Áreas Afins.

Tenho estudado e trazido técnicas e conhecimentos da psicologia, ligadas à compreensão das características, comportamentos, temperamentos e emoções das pessoas para a área de educação e recreação.

Acredito que um profissional da Educação e da Recreação que entenda melhor como sua mente e suas emoções funcionam podem ser um profissional muito mais completo e alcançar uma posição muito melhor dentro de sua carreira (sem falar sobre os ganhos na vida pessoal). Do mesmo modo penso que quando este profissional consegue entender a mente e as emoções dos seus alunos ou recreandos, isto amplia ainda mais a qualidade do seu trabalho e consequentemente a transformação social vinda de sua prática. Saber interpretar as necessidades, as motivações, as zonas de segurança, os modos de relacionamentos pessoais, os medos, as aflições e as inseguranças dos outros, pode auxiliar enormemente os profissionais no desenvolvimento de programações, na condução de suas atividades e em especial, na resolução de conflitos, que surgem todo o tempo, quando se trabalha de maneira ativa com grupos de crianças, jovens ou adultos, seja na escola, na festa infantil, no navio, hotel ou acampamento!

Sempre atuei em processos de formação profissional, tanto voltado à professores e educadores com à animadores e recreadores. Nestes mais de trinta anos de prática sempre senti que o profissional que se destacava em uma equipe

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não era o que conhecia mais atividades, que tinha o melhor domínio do conteúdo ou o que era mais animado, mais extrovertido. Não! Ao contrário, o melhor profissional era o que conseguia desenvolver os melhores relacionamentos interpessoais, o que atuava com mais empatia e que conseguia, de verdade e profundamente, “ler” o momento emocional do outro e agir em ressonância com esta “leitura”.

Sempre vi professores e recreadores terem grande dificuldade de estabelecer um bom contato, uma boa liderança, um bom “rapport” com seus grupos e tentava observar o que faziam de errado. Aparentemente suas práticas eram semelhantes às dos demais profissionais! Mas o que ocorria de diferente que fazia com que não estabelecessem uma liderança efetiva com o grupo e, consequentemente tinham um baixo desempenho de resultados e uma pior avaliação por parte dos participantes do grupo e de observadores.

Exemplo1: Um professor que assume uma turma de 5º. Ano e é constantemente comparado com os outros professores... as crianças dizem que o professor do outro ano era muito mais “legal”! As crianças começam a agir com indisciplina. A fala do professor não é efetivamente escutada pelos alunos, o que provoca problemas de comunicação e perda de resultados. Isto tudo apesar deste professor ter uma excelente técnica de ensino e um amplo conhecimento do conteúdo. Na verdade, para este grupo a empatia, a liderança, a relação pessoal se apresenta de modo tão frágil, que este profissional não tem nem a oportunidade de apresentar seus conhecimentos técnicos! Ele simplesmente perde o espaço que deveria ocupar... iniciam-se conflitos dentro do grupo e algumas ações de violência entre as crianças... ele tenta conversar... dá algumas broncas... todos ficam insatisfeitos e ele se sente péssimo!

Exemplo 2: Um recreador assume um grupo com 40 crianças de 10 anos que estão visitando um acampamento. Ele inicia um processo de apresentação, mas é ironizado pelas crianças, não consegue manter o grupo unido. Sua fala não é

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atentamente observada pelo grupo, que não segue suas orientações. Ele é obrigado a mudar o tom de voz, o que vira ainda mais o grupo contra ele e coloca este profissional ainda mais distante de uma posição de líder deste grupo... Este profissional preparou e inicia a condução de diversas atividades excelentes, que já funcionaram inicialmente com outros grupos e com outros profissionais... por que não funciona com ele? De certo “aquelas crianças são muito mal educadas”... “é um grupo terrível”... “não estavam a fim de nada!”... são as avaliações que ele faz sobre o grupo!

Exemplo 3: Enquanto isto outro professor recebe outro grupo de 5º. Ano e identifica algumas características do grupo, suas lideranças, seu ritmo, seus anseios, etc... Realiza uma prática inicial, com pouca exposição dele e nem dos participantes para identificar mais alguns elementos. Como não conhece o grupo, usa uma comunicação efetiva, focada em várias características emocionais e sociais e atinge o grupo como um todo. O grupo ouve com atenção (uma vez que a atenção foi conquistada com plasticidade e planejamento) e o professor consegue mostrar sua competência e liderança. As crianças se sentem seguras naquele ambiente e permitem a aproximação emocional. A empatia ocorre e então as técnicas e conhecimentos do professor são colocados em ação. As crianças admiram o professor e o respeitam por sua competência. Quanto mais resultados o grupo atinge, mais a liderança positiva se estabelece e os vínculos pessoais se estreitam.

Exemplo 4: Um Recreador assume um grupo de 40 crianças de 10 anos em um acampamento. Olha atentamente o andar, as relações, as interações dos integrantes do grupo e os conduz a um espaço onde possa passar alguns recados e se apresentar. Tendo observado o grupo, usa uma linguagem ampla, que atinge os principais elementos daquele grupo, o que causa um vínculo de atenção. Atentos, as crianças admiram as habilidades do profissional, que fala com entusiasmo e empatia. Se sentindo confortáveis e representados na fala, seguem as orientações do recreador e iniciam as atividades com a mente aberta, prontos para o

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envolvimento efetivo. Graças à preparação dos vínculos emocionais o ambiente é motivador e positivamente desafiador. Existe respeito, tolerância... existe liderança positiva e construção social. O grupo se fortalece e avalia o programa como um programa de muita qualidade. Os observadores também notam o controle e o vínculo afetivo formado e avaliam o profissional como excelente!

Qual a diferença entre os profissionais dos exemplos 1 e 2 e dos profissionais dos exemplos 3 e 4?

Conhecimento?! Qual conhecimento? O conhecimento de como se ensina matemática, português ou geografia? O conhecimento de muitos jogos e atividades incríveis, que são adoradas por todos e fazem muito sucesso sempre que são propostas? Ou o conhecimento de como se conduz um grupo, como se estabelece vínculos, de como se tornar uma referência positiva??!! A diferença se apresenta dentro dos campos técnico profissionais ou dentro dos elementos relacionais e sociais?

Seria experiência?! Os profissionais dos primeiros exemplos não tinham experiência e não conseguiram usar suas técnicas e seus conhecimentos sobre conteúdo escolar ou atividades recreativas? Não, isto eles tinham bastante conhecimento e usaram adequadamente... Ou não tinham experiência de lidar com grupos, com as diferenças presentes neste grupo, com as formas diferentes de lidar com cada tipo de indivíduo, com as formas diferentes de solucionar cada tipo de conflito, com as diferentes personalidades e características individuais que faziam daquele grupo um grupo único, diferente dos grupos anteriormente trabalhados, e que exigiam uma nova postura, criada especialmente para àquela situação?!

Não sabemos, pois são apenas exemplos hipotéticos!! Mas minha observação me levou a refletir muito. Principalmente porque em alguns casos o profissional do exemplo 3 e 4 era mais novo de idade, muitas vezes menos experiente na profissão... em alguns casos até um novato, iniciando na área. Vi

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casos onde o profissional do exemplo 3 e 4 tinham pouca preparação técnica sobre conteúdos a serem ensinados ou atividades a serem desenvolvidas. Enquanto isto, vi profissionais dos exemplos 1 e 2 que já desenvolviam suas carreiras há tempos. Que frequentemente enfrentavam estas situações difíceis. Profissionais que sempre julgavam o grupo como “ruim”, “desinteressado” ou “mal educado”! Raramente refletiam que a fonte daquela situação delicada e improdutiva estava em sua mão e não nas características do grupo.

E os casos de substituição?! Quando um profissional iniciava um trabalho com um grupo e depois, por alguma circunstância não ligada ao fato, era substituído por outro profissional... e os resultados mudavam drasticamente, para cima ou para baixo!! Como culpar o grupo pelo baixo desempenho?!

Pois bem, destas observações iniciei meus estudos sobre as personalidades humanas, sobre os temperamentos, as características, os arquétipos, os modelos de comportamento humano. E também os estudos de como avaliar estas características individuais... como perceber em um grupo, ou individualmente, as necessidades e as repulsas das pessoas participantes de um programa? Como conduzir uma programação de modo a atender a estes “quereres” e “não quereres” sem perder os objetivos educacionais e lúdicos estabelecidos? Como fazer que àquele movimento fosse visto pelo grupo como algo interessante, motivante, desafiador, prazeroso? Como estabelecer uma liderança positiva à frente de qualquer grupo?!

Destes estudos iniciei minha prática junto aos conhecimento da “Neurolinguística”, observando a classificação dos indivíduos em “Visuais”, “Auditivos” e “Cinestésicos”, a classificação dos Temperamentos em “Coléricos”, “Fleumáticos”, “Sanguíneos” e “Melancólicos”, a classificação dos relacionamentos entre “Físicos”, “Qualidade de Tempo”, “Formas de Servir”, “Presentear” e “Frases de Afirmação”... todas características do relacionamento

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humano que eram excelentes para apoiar uma “leitura” correta de um grupo ou individuo, garantindo uma prática com melhores resultados...

Mas todas estas classificações exigiam tempo de “leitura” do grupo. Era necessário convivência com àquele grupo ou indivíduo em específico para ir aperfeiçoando a utilização da técnica. Mas sempre existia a vantagem de, conhecendo as classificações, realizar uma prática que atendesse a características de cada uma das categorias... Por exemplo, iniciar uma explicação de um atividade usando estratégias que atendesse simultaneamente “Visuais”, “Auditivos” e “Cinestésicos”...

Pois bem... foi quando eu conheci uma nova técnica, um novo conhecimento científico, que me permitia analisar e classificar características e formas de comportamento sem a necessidade deste tempo de convivência... apoiado apenas na observação de elementos físicos presentes no corpo do indivíduo. Isso poderia auxiliar a realizar a leitura individual e a formação de uma característica do grupo com muito mais velocidade e certeza... Encontrar os líderes positivos e negativos do grupo e realizar uma análise rápida de como suas mentes funcionam e poder ser assertivo na condução de minha intervenção junto a eles. Isto sem falar nas resoluções de conflitos, que se tornariam rápidas e precisas, contando com um resultado positivo muito maior e mais efetivo.

Este novo conhecimento, que dividia os indivíduos em cinco caracteres, que se combinavam entre si, mas que se apresentavam com dominância visível de um ou dois destes caracteres, possibilitavam acessar com maior facilidade e relevância a mente dos alunos ou recreandos.

Os indivíduos poderiam ser divididos em:

- Lineares (com corpos que predominam linhas, membros finos e retos, pontas aparentes...)

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- Redondos (com corpos que predominam linhas arredondadas, sejam no rosto, tronco e membros, sem que isto precise estar relacionado à obesidade...)

- Quadrados (com corpos com predominância de blocos, dando a sensação de força e rigidez...)

- Triangulares (com corpos em formatos de triângulos invertidos, tanto no rosto, como no tronco e nos membros, além de características bem específicas nos olhos, boca e postura...)

- Desenhados (com corpos mais harmônicos e proporcionais, onde predomina linhas mais sinuosas e desenhadas...)

Por este estudo, estas formas corporais advêm da formação do corpo, da fase intrauterina até cerca de cinco anos, durante o processo de “mielinização” do sistema nervoso central. Esta “mielinização”, responsável pela melhoria da performance corporal ligada ao desenvolvimento “normal” do nosso corpo, quando provocada ou desafiada por possíveis traumas e conflitos vividos pelo indivíduo em seu íntimo, em sua mente e na forma com que esta mente interpretava o mundo que estava ao redor, foi moldando este formatos, expressando externamente o que estava ocorrendo internamente naquele ser, naquele conjunto de corpo e de todas as sensações que experienciava junto ao ambiente externo.

Dentro desta linha de pensamento, o formato do corpo é moldado nestes anos iniciais e permanecerá sempre indicando estes elementos por toda a vida, independentemente de eu realizar programas de treinamento muscular intenso, grandes dietas alimentares ou ainda que eu engorde ou emagreça, que eu fique alto ou baixo...

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A genética é capaz de determinar a cor da minha pele, cabelo e olhos... talvez o formato do meu nariz e orelhas, o funcionamento de partes do meu corpo, etc... mas a genética não define o formato, intensão e sensação do meu olhar, do meu sorriso! Não define o molde da minha cintura ou a largura das minhas coxas ou panturrilhas... ou o que é mais importante de tudo... não define as proporções que cada uma destas dimensões assumirá no desenvolvimento do meu corpo. Estes elementos citados anteriormente estão mais ligados à como meu organismo “decide” se moldar para que eu possa sobreviver ao mundo que ele “enxerga”!

Desta forma, nosso primeiro traço, o “Linear” se sentiu rejeitado pelo mundo justamente na fase de mielinização do sistema central, ainda dentro do últero (e é importante entender que ele não foi obrigatoriamente rejeitado, ele apenas se “sentiu” assim). Assim, sua maior “dor” em relação ao mundo, seu maior medo em seus relacionamentos, está relacionado a se sentir novamente rejeitado. Assim ele cria um corpo, onde os aspectos físicos, onde força e energia não são tão importantes e, ao contrário, cria um mundo mágico dentro de sua “cabeça” onde ele estará seguro de possíveis rejeições futuras... Assim, seu maior recurso durante a vida será a criatividade e a formulação de grandes ideias, grandes inovações. O mundo racional, dos seus pensamentos se sobreporá a todo o resto dos movimentos de relacionamento com o mundo.

Já o segundo traço, os “redondos”, que se moldaram em uma segunda fase da mielinização, durante os primeiros meses de vida, se estabeleceu em um lugar de intensa necessidade de relacionamento, onde a amamentação, os cuidados maternos ou equivalente, são essenciais à sobrevivência. Assim se um trauma ou um episódio marcante ocorrem nesta fase, sua dor, seu medo será sempre relacionado ao “abandono”. Para não se sentir abandonado pelo mundo o “redondo” desenvolverá em seu corpo e em seus desenvolvimento emocional uma incrível habilidade de relacionamento interpessoal... será um especialista em “sentir” e em “se relacionar”. O formato arredondado também sempre atrairá

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mais abraços e contato. O olhar “pidão” de “gato de botas” sempre estabelecerá um início de relação e atenção.

Nosso terceiro traço tem uma incrível habilidade de “Persuasão” e entenderá sempre o mundo através de trocas. Esta sua característica surge em um momento em que percebe a atenção que recebe quando ele realiza algo para seus pais e para outros... mas em um momento de dor ele pode também se sentir “Manipulado” e este será sempre seu pior medo... ser manipulado... Sempre quando estiver sofrendo, tenderá a manipular as pessoas ou as situações para atingir seus interesses. Ao contrário, quando estiver bem, usará sua persuasão para ótimas coisas, tendo grandes possibilidades de liderança e de sucesso.

Já nosso quarto traço, os “quadrados”, surgem quando a mielinização do sistema nervoso alcança os esfíncters e a região do quadril. Os medos desta época estão relacionados ao erro, à exposição negativa e à “humilhação”! E esta será sua dor por toda a vida... Em oposição desenvolverá uma grande habilidade de ordem, de disciplina e será um excelente parceiro de trabalho. Por toda vida irá apreciar o treino, a sistematização e os roteiros para que possa evitar o erro e consequentemente uma possível “humilhação”...

Nosso último traço se forma no momento em que o amadurecimento do sistema nervoso central alcança a região genital. Uma nova sensibilidade se forma por ali. Ao mesmo tempo a criança começa e entender o mundo em pares... entende que seu avô tem sua avó, seu pai tem sua mãe, sua tia tem seu tio... e ele não tem seu par. Isto tudo faz com que este caracter se torne sempre muito competitivo e viva em um mundo de triangulações.

Como sua maior dor é a “Traição”, vive em um mundo de “segundas opções”. Se achar que será trocado, tende a trocar primeiro... devido a tudo isto, desenvolve uma tendência a ser muito competente e bem sucedido em seu trabalho e suas atividades, como uma forma de se sobreviver, de se sentir seguro, sendo

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sempre o melhor, o primeiro, e, diminuindo assim as chances de ser trocado por outro, seja em um relacionamento pessoal ou profissional.

É claro que ninguém tem apenas um destes traços. Todos nós temos todos, em maior ou menor quantidade. Isto faz com que tenhamos a possibilidade de viver com todas estas dores, de cada traço... também em maior ou menor intensidade... mas também com todos estes recursos de cada traço.

E a possibilidade de você se entender, entender qual a sua combinação de traços e a quantidade de cada um pode ser bem interessante para que você entenda como atuar com outras pessoas de uma maneira mais eficiente e com melhores resultados. Também é importante para que você entenda quais são realmente seus melhores recursos e decida sobre o melhor modo de usá-los... e entenda ainda o que te leva para uma situação de sofrimento e dor e como pode agir para evitá-la. Esta perspectiva também é sensacional quando pensamos na composição de equipes. A distribuição correta das tarefas, baseada nas habilidades de cada um, torna o resultado final muito superior.

Entender também as características de dor e recurso de seus alunos ou recreandos também pode fazer com que a empatia, a liderança e todos os elementos relacionais se tornem muito mais maduros e efetivos.

E como último elemento, a compreensão de que as mentes de pessoas podem funcionar em frequências tão diferentes, com tanta variedade de elementos, pode fazer com que você melhore sua atuação mesmo em grupos grandes, simplesmente aperfeiçoando seu planejamento, propondo atividades que possam atingir os elementos de “criatividade”, “relacionamento e emoção”, “articulação”, “sistematização e segurança” e “competitividade” que possibilite que você atinja a todos os caracteres simultaneamente, em uma programação de sucesso e representatividade.

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E para terminar, precisamos entender a importância de estudos como estes, que mostram que as pessoas são muito diferentes, e que estas diferenças estão além das escolhas pessoais. Um indivíduo não escolhe ser “auditivo”, ou “colérico”, ou “quadrado”. As consequências destes traços também não pode ser “corrigida” ou “alterada”... Não! Ao contrário disto precisamos aprender a conhecer melhor as diferenças entre as pessoas e até nossas próprias características, pois isto fará uma grande transformação em nossa prática profissional, que poderá atender com maior eficiência todos os tipos de pessoas e que, em especial, passará a lidar com os recursos de cada indivíduo, adaptando a prática, ao invés de criticar os comportamentos e tentar muda-los!

O que precisa mudar não é o modo das pessoas serem!! O que precisa mudar é o modo como agimos com as pessoas, uma vez que elas são assim!! Isto sim é profissionalismo, isto sim é atuar com qualidade e desenvolver a transformação social!! Pratique!!

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Me. Cleber Mena Leão Junior Mestre em Ensino (UNESPAR). Graduado em Educação Física (PUCRS) e Pedagogia (FAPAN). Docente Universitário. Criador da 1ª Formação Online para o Recreador de Sucesso do Brasil e Prêmio Melhor Produção de Conteúdo e Influência Digital. Presidente da ABRE.

Uma das grandes fake news da recreação é que ela está diretamente ligada com o universo da criança, ou seja, a Recreação Infantil. Porém, certamente essa não é uma verdade. A Recreação é direcionada e indicada para todas as idades, desde a criança até o idoso, e também, para todos os segmentos, incluindo as empresas. Mas não se preocupe, uma parcela significativa de Recreadores iniciaram a sua carreira com o ensinamento acerca da existência apenas da Recreação Infantil, e o segmento da Recreação Infantil diz respeito especificamente a criança, por isso essa grande fake news.

Como a maioria dos Recreadores, eu iniciei trabalhando com Recreação Infantil. Meu início foi em 2004, na época eu era calouro do Curso de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e realizava atividades recreativas em eventos escolares. Todas as ações que eu realizava, não eram como Empresa de Recreação pois na época, em minha cidade, não existia Empresa de Recreação, eu realiza as ações com aluno da faculdade, ou seja, acadêmico. Durante os 4 anos de faculdade eu organizava, programava e aplicava atividades recreativas por meio do NUPELARE – Núcleo de Pesquisa e Estudos em Lazer e Recreação da PUCPR, ao qual, ajudei a fundar juntamente com o meu professor Marcio Alessandro Cossio Baez, que veio a ser meu orientador de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e em 2013 prefaciou o meu

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primeiro livro: Manual de Jogos e Brincadeiras: atividades recreativas para dentro e fora da escola (segunda edição em 2018).

Não sei você, mas logo no meu primeiro ano de faculdade eu sabia que a Recreação seria a minha principal área de atuação. Desde então, um sonho começou dentro de mim. Quando me formar, vou ter a minha própria Empresa de Recreação, com os meus valores, visão e missão.

Em 2012 esse sonho se tornou realidade, juntamente com minha namorada (que hoje é minha esposa e mãe da minha filha), fundamos o Clube dos Recreadores, uma empresa que preza pela diversão com excelência. Uma empresa que supera as expectativas dos clientes. Após a fundação da empresa, nosso carro chefe foram as festas de aniversários temáticas e a animação com personagens vivos, como por exemplo, as princesas e os heróis.

Porém, de 2016 para cá, nosso foco tem sido a Recreação em Empresa, também chamada de, Recreação Empresarial ou Recreação Corporativa. Nosso investimento tem sido na especificidade e necessidades das empresas em relação aos seus funcionários. Além de, realizar ações visando a comemoração de final de ano, dia do trabalhador, dia dos pais, mães, crianças, natal, páscoa, aniversário da empresa, gincanas, fixação de procedimentos e/ou apresentação de conteúdos nas SIPAT (Semana Interna de Prevenção e Acidentes de Trabalho), anúncio ou promoção de produtos ou serviços, melhora na autoestima, desenvolvimento do trabalho em grupo dos funcionários.

Neste momento você consegue perceber que a Recreação não é apenas para criança? E que existe vários segmentos que a Recreação pode ser aplicada e nós não expandimos os nossos olhares para eles? Convido você leitor a conhecer um pouco mais do Multiverso da Recreação e focar em um segmento diferente do que você atua hoje, para assim, expandir seus negócios, seus ganhos, sua atuação

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dentro da Recreação. Não sendo mais rotulado como “o tio, o recreador ou a empresa torta na cara”. Porque falo isso? O que tem haver a torna na cara Cleber?

Certa vez, os clientes falaram que não queriam a Recreação da outra empresa pois eles diziam que eles só sabiam fazer a brincadeira de torta na cara. Em todos os eventos que a empresa era contratada, seja, festa de aniversário, casamento, evento em empresa, a brincadeira de torta na cara sempre estava lá. Eles não personalizavam as atividades de acordo com o público para tornar o experiência única para o contratante e os beneficiados das atividades. Na sequência eu apresento algumas ações que podemos desenvolver para Recreação em Empresas.

TIPOS DE ATIVIDADES DE RECREAÇÃO EM EMPRESAS

A recreação é desenvolvida dentro de um clima sadio onde as características e necessidades da empresa são o foco principal. Por exemplo, se o perfil da empresa é um perfil mais sério, a recreação deve seguir este padrão, caso o perfil da empresa seja mais descontraído o tipo de recreação então será também mais descontraído.

TEAM BUILIDING

Ele envolve o uso de atividades práticas em grupo, de caráter lúdico e interativo, com o objetivo de fortalecer as relações entre os colaborados membros de uma equipe – e dessas equipes com as outras na empresa – de forma a poder contar com colaboradores mais engajados, que saibam trabalhar em equipe e atingir resultados consistentes de forma colaborativa. Ao realizarem as ações em grupos, os participantes desenvolvem relações mais reais e interações mais dinâmicas, o que transforma as experiências em aprendizados muito mais efetivos e duradouros.

EVENTO COMEMORATIVO

Eventos sociais como: festa de final de ano; dia das crianças; festa junina; carnaval; dia das mães; dia dos pais; datas especiais, programas de conscientização;

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confraternizações. Atividades ou competições esportivas; Aulas de dança; Promoções e divulgação de produtos como criação, desenvolvimento e execução de jogos promocionais; Eventos infantis: dia das crianças, páscoas para filhos dos funcionários.

SIPATS

As empresas têm utilizado diversas técnicas (palestras instrutivas, jogos, brincadeiras, gincanas, teatros, esquetes, entre outras ações) para motivar os colaboradores na busca da sensibilização em relação à segurança.

CONVENÇÕES DE VENDAS

Jogos motivacionais, atividades em equipes, dinâmicas de integração, condução de grupos.

PROGRAMAS DE VISITAS

Criamos, desenvolvemos e executamos o projeto de acompanhamento de familiares dentro da sua empresa de forma organizada e divertida.

FÉRIAS

Acampadentro, Acampamento e Colônia de Férias: as férias dos filhos dos seus colaboradores ainda mais divertidas divididas por faixa-etária.

Após apresentar algumas possibilidades de atividades a serem realizadas na Recreação em Empresas, apresento os principais objetivos da Recreação em Empresas, que são: autoconhecimento, criatividade, integração, motivação, senso de grupo (trabalho em equipe), cooperação, sociabilização, bem estar físico, mental e social (gerando saúde) e outros solicitados pela empresa que for contratar os serviços de recreação.

A Recreação em Empresa também trabalha as necessidades individuais e suas virtudes, como por exemplo, medo, vergonha, agressividade, liderança, autoconfiança, entre outras.

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Lembrando que, sempre antes de apresentar uma proposta de atividades recreativas para qualquer empresa, é imprescindível que você realizar uma reunião com o contratante para entender as características e as necessidades da empresa. Para assim, você elaborar as ações e necessidades que mais se encaixam com o problema que eles precisam sanar.

ATIVIDADES RECREATIVAS

1. DUAS VERDADES E UMA MENTIRA

Uma ação bem simples de quebra gelo que pode durar 30 minutinhos, dependendo do tamanho da equipe, e ajuda as pessoas a se conhecerem melhor. Cada integrante dessa ação de team building deve escrever em uma folha de papel, sem que os outros vejam, 2 verdades sobre sua vida e 1 mentira, assinalando qual é a frase falsa. Depois, um voluntário começa a ação, lendo as 3 frases e o grupo tem que descobrir qual delas é a mentira. A atividade continua até que todos leiam suas folhas. Esta dinâmica é muito interessante porque as pessoas descobrem coisas sobre seus colegas de trabalho que nem imaginavam e, por outro lado, também descobrem o que as pessoas pensam deles.

2. INTEGRAÇÃO COM O AMBIENTE DE TRABALHO

Os participantes estão reunidos em uma mesa ou sala e o facilitador tem uma lista preparada previamente com perguntas como estas: Qual a marca do micro-ondas da copa? Quantas cadeiras tem a sala de reunião? Qual a cor do carpete do departamento de vendas? Quantos aparelhos de ar condicionado tem no setor de TI? É interessante notar como os participantes tentarão descobrir em grupo as respostas de algumas perguntas e perceberão que não chegam a um consenso, pois não conhecem muitas coisas de seu próprio ambiente de trabalho, um local onde passam muitas horas de suas vidas.

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3. A TORRE DE BABEL

Para este jogo de team building é preciso ter umas 10 peças coloridas de lego (ou outro jogo semelhante) para cada participante. De preferência, peças iguais ou de formatos iguais. Assim, se são 6 participantes, é bom ter umas 60 peças de lego. O objetivo é que todos construam em conjunto uma torre de legos. Mas cada um dos integrantes desse jogo de team building receberá uma folha secreta, que não pode mostrar aos demais, com as instruções de como ela deve ser construída, por exemplo:

Participante 1: sua torre deve ter quatorze andares de altura

Participante 2: sua torre deve ser construída com blocos azuis e brancos

Participante 3: sua torre deve ser construída com blocos azuis, brancos e vermelhos

Participante 4: sua torre deve conter pelo menos 20 blocos

Participante 5: sua torre deve ter 3 sequências separada de 3 blocos vermelhos Participante 6: a terceira linha da sua torre deve ser azul

Na verdade, nenhuma das instruções impede que as outras se realizem e os participantes terão que escutar o que os outros tem a dizer para que a torre seja completada conforme as instruções de todos, sem falhas.

4. DESARME A BOMBA

Você precisa de uma área grande e alguns materiais para realizar este jogo de team building, são eles, uma garrafa plástica de água mineral de 5 litros, fechada e com a água ainda dentro. Precisa ser daquelas que tem uma alça na lateral ou em cima. Uma corda de uns 15 metros de comprimento. Fita adesiva para marcar o chão. 2 cabos de vassoura.

Funciona da seguinte maneira: é delimitada com a fita uma área, pode ser um quadrado, que impede os participantes de se aproximarem a menos de 3 metros da bomba. No caso, a bomba é a garrafa plástica de água. Em outro extremo da sala, é delimitada uma “área de segurança” pequena, mas de tamanho suficiente para se

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colocar a “bomba”, a uns 10 metros de distância da outra área. O objetivo é que a equipe consiga transportá-la até a área de segurança, apenas usando a corda, sem tocar nunca na garrafa com as mãos ou com outro objeto, nem deixar a “bomba” tocar no chão fora da área delimitada. Os cabos de vassoura podem ser usados para posicionar a corda na “bomba”, mas não podem ser usados para transportá-la ou empurrá-la e nem devem tocar nela, só de leve, por acidente. Além disso, é proibido se aproximar a menos de 1 metro da bomba depois dela sair da área demarcada. O jogo exige muita paciência, resiliência e, principalmente, coordenação, pois é preciso que as pessoas nas diferentes extremidades da corda trabalhem em estreita parceria.

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Prof. Me. Luís Veneziani Mestre em Psicogerontologia (EDUCATIE). Especialista em Fisiologia do Exercício. Professor de Educação Física (UNIVAP). Docente na Universidade Paulista e Faculdade Anhanguera. Professor de Pós-Graduação na FMU.

Todas as profissões e todos os profissionais passam por um processo de formação inicial, que mesmo após concluído, não pode ou não deve ser abandonado. O mundo vivencia, em uma velocidade alucinante, um momento de grande evolução científica e tecnológica, no qual equipamentos eletrônicos se tornam obsoletos em questão de meses e eletro portáteis como smartphones,

tablets, computadores e afins evoluem a cada nova versão. A qualidade de fotos e

filmagens se equiparam a máquinas fotográficas antes tão cobiçadas, enquanto o aumento da capacidade de armazenamento e a velocidade de processamento de dados se tornam motivos para aquisição de novos modelos.

Sendo assim, qual é a nossa posição diante à essa situação?

Pode-se afirmar que o acesso à informação se torna cada mais fácil e rápido, no entanto, ao mesmo tempo nos faz questionar se as pessoas realmente sabem procurar a informação que precisam ou fazer uso do enorme acervo disponível. Além disso, nos faz pensar sobre a relevância das informações, suas verdades e se todas elas, são de fato conhecimento.

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Todos esses questionamentos são realmente complicados de serem respondidos ou até mesmo passíveis de respostas complexas e polêmicas, aquilo que consideramos importante pode ser uma prioridade diferente do colega ao nosso lado. No entanto, os princípios norteadores de qualquer profissão devem ser os valores humanos e isso é uma certeza inquestionável. Como experiência de aplicação pessoal e profissional, apresento a filosofia dos “Três Hs”: humano, humilde e honesto.

Ser “Humano” é ter a empatia, saber se colocar no lugar do outro, com o “olhar” do outro, entender que as coisas nem sempre são ou devem ser apenas como eu penso. Outras pessoas possuem verdades, conhecimentos, cultura, costumes, vivências e atitudes diferentes da minha, sendo assim é o saber respeitar o direito do outro em existir.

Enquanto, o ser “Honesto” se baseia no princípio da honestidade que jamais deve ser esquecido em nenhuma ação. As atitudes de honestidade devem estar presentes desde a proposta de trabalho, oferecendo ao cliente o que realmente se é capaz de oferecer com a melhor qualidade possível, cobrando por isso um valor justo. É ser honesto consigo mesmo, com os companheiros de trabalho, participantes e envolvidos no contexto ao seu redor.

Por último ser “Humilde” é saber respeitar o limite, o conhecimento alheio e estar aberto a aprender a aprender, atitude louvável que demonstra grande sabedoria. É saber respeitar a si mesmo e ao próximo, reconhecer que cada ser vivo carrega consigo seus próprios saberes, que podem não se assemelhar aos seus.

No entanto, qual é a formação e atualização profissional ideal para o Recreador?

Os trabalhos na Recreação e na Animação, são trabalhos multidisciplinares, nos quais os profissionais precisam ter conhecimentos em diversas áreas, mas antes

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disso, devem ser dotados de uma sensibilidade refinada, pois precisam identificar os anseios e as necessidades dos participantes. Para que possam proporcionar momentos de descanso, divertimento e desenvolvimento (teoria dos 3Ds - Dumazedier) é importante conhecer os objetivos, as teorias e os principais pensadores, assim como obter a base de conhecimento essencial para formatar seu acervo de atividades, brincadeiras, jogos e histórias.

Entretanto, é necessário não somente o conhecimento teórico da Recreação e do Lazer, mais também a vivência do profissional em atividades diversas de brincadeiras tradicionais. Além da construção de um acervo de brincadeiras e jogos, faz-se necessário o resgate de experiências vividas na infância, a pesquisa de jogos e brincadeiras pertencentes a outras culturas, países e regiões.

Ao refletir sobre o nosso passado, é possível perceber o quanto atividades folclóricas, muitas vezes consideradas ultrapassadas, contribuíram para o nosso desenvolvimento e o quão importante faz-se que esses valores sejam perpetuados. Dessa forma, devemos entender o que é tradicional, o que a experiência traz de importante, isso, deve ser incorporado ao nosso dia a dia, enquanto o que é dispensável, sem importância, deve ser descartado.

Sendo assim, é preciso entender a dinâmica entre o tradicional e o moderno, a fim de compreender o desenvolvimento e promover a aliança entre eles. As vivências de jogos tradicionais são orgânicas, exploram os potenciais naturais, remetem aos impulsos do brincar, não necessitam de materiais e espaços sofisticados para a sua prática, promovem uma forma de brincar natural, instintiva e proporcionam harmonia e satisfação, pois os participantes tem a possibilidade de criar o cenário e todo o desenvolvimento da atividade. Em contrapartida, os jogos modernos, necessitam de aparelhos eletrônicos, equipamentos sofisticados e, normalmente, com alto custo. Nesse sentido, os participantes “entram” em cenários prontos e precisam se adaptar a essa realidade virtual e procurar soluções para situações que aparecem sem ao menos possuir o controle da brincadeira.

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Dessa maneira, o profissional precisa ter a consciência de que o estudo constante e a adaptação aos novos tempos são necessários para se manter ativo no mercado, assim como o acervo suficiente e adequado para despertar o interesse dos participantes. A participação em cursos de extensão, workshops, congressos online e presenciais, oficinas, troca de experiências, conversas entre profissionais, comunidades de aprendizagem e tantas outras opções para troca de informações e experiências, proporcionam uma forma rápida de enriquecimento de acervo e de formas práticas operacionais de aplicação das atividades. Muitas vezes ao participar de cursos, nos deparamos com atividades já conhecidas, no entanto, aplicadas com diferentes dinâmicas de acordo com diferentes docentes, resultando em ganho pessoal e profissional, pois com a nova leitura da atividade, ocorre o aumento das possibilidades de aplicação e adaptação de meu acervo.

Além disso, não menos importante, a leitura de artigos científicos, publicações recentes e feitas em meios acadêmicos adequados, podem nos munir de informações importantes e recentes sobre as tendências, novidades tecnológicas e trabalhos que são desenvolvidos em diversas partes do mundo. É importante para o profissional do entretenimento que ele se mantenha atualizado em relação aos acontecimentos mundiais e não somente de sua vida profissional, pois, é necessário que o recreador saiba conversar sobre diversos assuntos.

Por último, o desenvolvimento da criatividade é importante para o recreador e, para que possamos desenvolver a criatividade, é necessário sair da zona de conforto, buscar informações além de suas atividades habituais, acumular essas informações, contribuindo para o desenvolvimento criativo, pois, quanto maior o número de informações diversas, maior a possibilidade de combinações para a criação de atividades e metodologias de aplicação das mesmas.

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Gleison Rodrigues Ribeiro Especialista em Docência no Ensino Superior (FAPREV). Especialista em Pedagogia (FAPREV). Especialista em Treinamento Esportivo (UNOPAR). Especialista em Recreação e Lazer (UNOPAR). Graduado em Educação Física (UNESP). Professor da ETEC de Presidente Venceslau

“Deixai vir a mim os pequeninos, e não os empeças, pois dos tais é o reino de Deus” (Lucas 18:15-18).

E com esse pequeno versículo podemos compreender o quanto somos crianças perante a Deus.

E nesse Congresso Baiano de Recreação, venho falar como colocar em prática todos os ensinamentos que nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou como crianças. Uma criança que vai de todas as idades, até a eternidade, uma eternidade que é compreendida pelo amor eterno de Deus.

Nunca devemos perder de vista o fato de que Jesus é um festa de alegria. Ele não se deleita na infelicidade dos seres humanos, mas aprecia vê-los felizes.

Os cristãos podem ter gestos de felicidade e sua disposição, podemos discernir com infalível exatidão quais sejam os prazeres lícitos e legítimos. Podemos desfrutar daquelas recreações que não prejudicam a mente ou rebaixem a alma, as que tragam desapontamento nem deixem uma influência desoladora que venha mais tarde a destruir o respeito próprio ou a impedir o caminho dos prosperidade.

Toda diversão em que vos puderdes pedindo sobre ela, com fé, a benção de Deus, não será perigosa, mas todo divertimento que se tornar inaptos para a oração

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particular, para a devoção no altar da oração, ou para tornar-se parte nas reuniões de oração, não é seguro, mas perigoso.

Quando ele diz: - “Vinde a mim as criancinhas”, são todos os seus filhos puro de coração, a essência mais que é o amor de Dele perante os homens.

O bem estar da alma não deve ser posto em perigo pela satisfação de qual quer desejo e gostos, e demos evitar toda recreação que de tal modo fascine a mente que os deveres comuns da vida pareçam insípidos e desinteressantes.

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Me. Tatyanne Roiek Lazier Leão Mestre em Educação Física (UEM). Especialista em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino (UTFPR). Graduada em Licenciatura e Bacharelado em Educação Física (UNIGUAÇU). Graduada em Pedagogia (FAPAN). Formada em Ballet Clássico pelo Centro de Danças de Porto União da Vitória. Primeiro Lugar no Prêmio TOP FIEP BRASIL na categoria de Melhor Site na área de Educação Física (2013/2014/2016/2017). Tesoureira da ABRE - Associação Brasileira de Recreadores.

O desenvolvimento humano, principalmente aquele que ocorre na infância é uma área de pesquisa bem consolidada. Que apesar de apresentar diversas teorias, que nos mostram diferentes olhares sobre uma mesma questão, também têm algumas leis irrefutáveis, como por exemplo, podemos certamente afirmar que o desenvolvimento se dá de maneira encéfalo caudal. Diversas teorias, como a teoria do processamento de informações, desenvolvimentista, ecológica, entre outras, podem até mostrar o mesmo acontecimento sob diferentes olhares, porém as leis nessas áreas são fortemente estabelecidas.

É crado que para podermos elaborar uma atividade para um criança devemos saber qual é a fase do desenvolvimento ela se encontra, visto que, se não o fizermos, podemos cometer erros. Erros estes que poderiam ser facilmente evitados, como por exemplo, passar uma atividade além de suas habilidades, o que vai causar frustração, ou mesmo podemos proporcionar o desenvolvimento precoce de alguma habilidade, o que fará com que a criança pule fase, e as consequências também não seriam agradáveis.

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Neste texto irei me basear no modelo teórico que têm como umas das principais figuras a ampulheta, sendo esta desenvolvida por Gallahue e Ozmun (2001). Nelas ficam claras as fases do desenvolvimento motor humano.

 Fase motora reflexiva: no qual a criança apresenta os reflexos como suas primeiras formas primeiras formas de movimento, os quais tratam-se de movimentos involuntários, que formam a base para o seus desenvolvimento motor. Esta fase persiste até o 01 ano de vida.

 Fase de movimentos rudimentares: subdividido em estágio da inibição dos reflexos e do pré-controle, eles apresentam um aparecimento sequencial previsível. Elas envolvem movimentos estabilizadores, como obter o controle da cabeça, pescoço e músculos do tronco; as tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar, e os movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. Acontece do 01 ano de idade aos 02 anos de idade.

 Fase de movimentos fundamentais: subdividido em 3 estágios, sendo eles, inicial, elementar e maduro. Nesta fase a criança está demasiadamente envolvida pela exploração e experimentação de suas capacidades motoras, além disso, essas habilidades da primeira infância, são consequências das fases anteriores. Acontece dos 02 anos aos 07 anos de idade.

 Fase de movimentos especializados: neste período as habilidades são refinadas, combinadas, cada vez mais, pois as tarefas se tornam cada vez mais exigentes.

Neste congresso minha intenção é ater as brincadeiras e jogos que podem ser desenvolvidas entre a fase rudimentar, e o estágio inicial dos movimentos fundamentais, atendo assim a idade de 01 ano até 03 anos completos. A escolha desta temática se deu devido a minha experiência profissional e também familiar, na qual eu desenvolvi, adaptei, diversas brincadeiras e jogos para essa faixa etária.

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Lembrando que muitos das brincadeiras foram criadas devido à escassez de recursos para materiais elaboradas especificamente para a idade, ou então para a utilização de materiais já existentes. Por isso abaixo segue um breve passo a passo para a elaboração de uma atividade:

01- Idade dos participantes 02- Número de participantes

03- Espaço disponível para realizar a atividade 04- Tempo disponível

05- Material disponível 06- Temática sugerida.

Esta é uma faixa etária no qual o número de participantes deve ser reduzido, ou então, o número de recreadores deve ser maior. Em um trabalho com crianças de até 3 anos, é interessante o acompanhamento dos pais, porém se não for possível eu aconselho o número de 3 crianças para cada recreador, no caso de crianças de 01 anos e de 5 crianças por recreador para crianças de 02 anos. Este conselho é fruto de algumas intervenções realizadas ao longo de minha vida profissional.

Tendo em mente todos os pontos anteriores, você pode elaborar atividades de maneira mais acertiva. Priorizando sempre a segurança e bem estar dos participantes. Lembrando sempre que o princípio base para nortear as atividades é a fase do desenvolvimento que a criança se encontra.

Porém acredito que você terá algumas situações em que irá encontrar crianças de diferentes faixa etárias em um mesmo grupo. Isto pode parecer um problema, porém não é. O que você precisa fazer é adaptar a mesma atividade de acordo com a fase de desenvolvimento de cada criança.

Se por exemplo você for realizar uma oficina, a criança menor deverá ter o passo a passo da oficina entregue para ela de maneira mais pronta, e ela executará

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apenas os detalhes finais, como uma pintura simples, ou colocar algo no lugar correto. Enquanto que a criança maior deverá fazer partes mais complexas da oficinas, ou então, toda a oficina. Por isso é importante saber seu público alvo para deixaras atividades pré prontas, ou separar os materias necessários.

Em uma atividade de brincadeiras cantada, para a criança menor, deve ser com uma sequência simples e repetida de movimentos, enquanto que a criança maior, poderá realizar uma sequência de movimentos mais elaboradas.

Fica claro portanto que o conhecimento prévio da fases do desenvolvimento não apenas auxilia na elaboração da atividade, mas como é ponto crucial, principalmente quando falamos em uma faixa etária que vai do 01 ano de idade até os 03 anos completos, pois as mudanças motoras nessa fase são muito rápidas e de extrema importâncias para as fases seguintes. Além do mais, a atividade certo pode estimular e divertir a criança, enquanto que a atividade errada pode atrapalhar seu desenvolvimento, bem como se tornar frustrante. Por isso a adaptação das atividades de acordo com a faixa etária é tão importante.

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Liana Cristina Pinto Tubelo Especialista em Docência no Ensino Superior (FAPREV). Especialista em Pedagogia (FAPREV). Especialista em Treinamento Esportivo (UNOPAR). Especialista em Recreação e Lazer (UNOPAR). Graduado em Educação Física (UNESP). Professor da ETEC de Presidente Venceslau

“Nós todos. Eu com ela, eu sem ela, eu por cima, eu por baixo. Nós todos”.

Brincadeiras ou jogos de mãos nos encantam e fazem a história de nossas infâncias há milênios. As mãos são legítimas ferramentas do homem na construção de um cérebro mais plástico, funcional, desenvolvendo inúmeras inteligências, na medida em que libertou o ser humano do chão, oferecendo novos horizontes e possibilidades de aprendizagem no meio ambiente, na relação com seus iguais, com os animais e objetos que foi fabricando para sua própria sobrevivência.

Os jogos de mãos são atividades lúdicas ancestrais (África, Austrália, Java) no qual muitos estão imersos em contexto musical, rítmo (binário), frequentemente em SOL e LÁ, implicam em desenvolvimento da coordenação ou praxia motora fina (batidas ternárias), reflexo e sincronia que variam para diferentes culturas, podendo abranger movimentos mais amplos dos demais segmentos corporais. Os jogos e brincadeiras de mãos são compartilhados através da oralidade de criança para criança a partir de uma aprendizagem holística, uma aprendizagem interpretativa e de partilha que se compõe de três elementos: música, movimentos e texto (GAINZA, 1996; TUBELO, 2018). Esses elementos se desenvolvem de forma muito integrada, por meio da observação, pelo desempenho e desejo do brincante em participar da atividade. A aprendizagem, nesse contexto, se dá de um

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modo não fragmentado ou independente do conjunto, envolvendo inteligência fluída, conexões interhemisféricas, estímulo a oralidade, as habilidades visuais, auditivas e cinestésicas.

Brincar com as mãos transcende a própria brincadeira, pois são nosso primeiro contato com o que nos é externo e com elas nos comunicamos desde o útero, sentimos, analisamos e construimos impressões “táteis” do experimentado. Por falar nisso, o tato tem sido chamado de “o grande vínculo sensorial do futuro”, uma necessidade frente à avalanche das sensações digitais. É a escuta tátil, uma habilidade cada vez mais abandonada, ela nos leva à uma gramática tátil, como refere Ceppi e Zini (2013), dependendo de uma sensibilidade proprioceptiva, percepção atualmente empobrecida pelas tecnologias digitais. Com a escuta tátil, percebemos volumes, pesos, pressão, trocas térmicas, movimento, tempo, vibração, contato e contrastes, toques agradáveis ou dolorosos que nos provoca imersão em emoções, algo necessário à nossa própria sobrevivência.

Já as brincadeiras com as mãos são tantas! Jokempô, batom, a aranha, tim tim castelo, babalú, adoleta, com quem? Todas nos levam ao mesmo lugar, ao universo das conquistas. Conquistamos relações saudáveis e inesquecíveis, conquistamos memórias de melodias dançantes, pulantes, encantando nossas mãos num passeio por diferentes costumes e partes do mundo. Ou você sabia que adoletá vem da cultura francesa, assim como o jokempô chinês nos revela, em sua história milenar, que a brincadeira, antes de ser pedra, papel e tesoura, representava animais num ciclo alimentar natural.

Mas as mãos por muitas vezes acham parceiros de brincadeiras como uma corda de barbante. Uma brincadeira milenar persiste ainda hoje entre diferentes culturas e recebendo significados e nomes diferentes. Quem já ouviu falar do Kadjot no Brasil, entre nossos povos indígenas? A brincadeira é passada de geração para geração pelos adultos da tribo. Um antropólogo alemão chamado Theodor Koch-Grunberg registrou inúmeras formas de tramar e criar figuras pelos

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indígenas Taulipangs do Norte brasileiro, mas também os Kaiapós do Alto Xingú (Norte), tem esse brinquedo de mãos em sua tradição lúdica e cultural (MEIRELLES, 2007). Com um barbante, os curumins criam figuras como aranha, rede, peixes, tamandua, vassoura, estrela, arraia, lua, casa.

Essa brincadeira de que me refiro é mais conhecida entre como “cama-de-gato”, uma brincadeira milenar já tendo vestígios antropológicos no Egito Antigo, se espalhando pelo mundo e ganhando nomes como: Ayatori (berço de gato) no Japão, muito popular entre meninas e adultos desde a Era Heian (1.185 d.C). Na Nova Zelândia, Oceania, é chamada de Ubwebwe (tecer fios) pelo qual os Maoris se entreteem criando tramas com a corda amarrada na ponta.

Até os esquimós Chugash do pólo Ártico brincam com barbante, principalmente as meninas, exercitando sua memória e imaginação. Lendas se criam com o uso do brinquedo, uma delas diz que ao brincar os esquimós adiam a chegada do inverno sombrio, esquecendo suas dificuldades.

Para brincar com figuras de barbante ou cama-de-gato, você precisa de 90 cm à 1 metro de corda ou barbante, juntando as extremidades (ponta) e dando um nozinho, fechando assim um círculo. Para brincar, se coloca o laço sobre os dois pulsos e inicia suas tentativas de formar figuras, como o paraquedas, a barreira, o diamante, entre outras.

Quando se observa a prática musical espontânea das crianças, percebe-se que elas são muito habilidosas em criar desafios para elas próprias, sobretudo em ambientes onde não há instrução ou intervenção dos adultos (SOUZA, 2009) e os jogos de mãos tem sua prática mais comum entre crianças de cinco a dez anos, observando-se com menos frequência entre crianças com idade acima de dez anos, embora se tenha relato de presença desses jogos entre diversas faixa etárias e em vários lugares do mundo (GAINZA, 1996).

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As crianças precisam de apenas um parceiro que também saiba e queira jogar, então elas criam estrofes, quando não lembram do texto da música ou do movimento, propondo arranjos ou variações facilitadas para as crianças menores; e também elaboram versões mais difíceis dos que as já praticadas para aumentar a diversão no jogo com seus pares. Características como essas podem ser um dos motivos da grande difusão dos jogos de mãos no universo infantil e da cultura lúdica.

Os jogos de mãos encontrados no nosso folclore brasileiro assim como de outros países de língua portuguesa seguem a organização das parlendas tradicionais com estrofes de quatro versos, mantendo uma regularidade de frases compostas de quatro ou oito compassos.

Abaixo algumas da brincadeiras populares para jogar com as mãos:

Os participantes, em duplas, cantam a música abaixo, batendo palmas. A cada verso cantado, os participantes batem palmas três vezes. Depois do último verso, não pode bater mais palmas. Perde quem bater palmas na hora errada.

"Batom,

Batom.Tirei o "ba". Ficou o "tom" É masculino. E feminine

Quem bate palma. Beija menino Dou-lhe uma. Dou-lhe duas Dou-lhe três. Mais uma vez."

Em dupla, as crianças batem palmas, no verso da mão e na palma novamente.

Sabonete Sinta azul Um sabonete sinta azul Tem o prazer de apresentar

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Um novo filme de Cowboy Bat Masterson

REFERÊNCIAS

CEPPI, G.; ZINI, M. Crianças, espaços, relações: como projetar ambientes para a educação infantile. SP: Penso, 2013.

GAINZA, V.H. Juegos de manos: 75 rimas e canciones tradicionales com manos y otros gestos. Buenos Aires: Guadalupe, 1996.

MEIRELLES, R. Giramundo: e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. SP: editora terceiro nome, 2007.

SOUZA, F de. Os jogos de mãos: um estudo sobre o processo de participação orientada na aprendizagem musical infantil. Dissertação de mestrado em música da Universidade Federal do Paraná, PR: Curitiba, 2009.

TUBELO, L. C. P. Brincando com as mãos. In: (org) SILVA, T.A. da C., JUNIOR, A. R. P. Práticas em brincadeiras e jogos. SP: Editora Supimpa, 2018.

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Arnaldo V. Carvalho Lida com jogos e iniciativas ludodidáticas há mais de 20 anos. Coordena o projeto LabJog do GPIDOC – Grupo de Pesquisa da Identidades e Saberes Docentes, vinculado ao Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ).

Olá gente animada do C-Bral! Eu sou Arnaldo V. Carvalho e é muito bom estar com vocês aqui, online! Nessa curta apresentação vamos falar sobre o jogo de tabuleiro na educação e suas possibilidades. Mas antes deixa eu comentar contigo porque o Lucas Falcão, organizador, me chamou para falar disso com vocês.

- Sou pedagogo e coordeno o LabJog um projeto vinculado ao Grupo de Pesquisas GPIDOC/ISERJ.

No GPIDOC refleti,mos, discutimos, desenvolvemos e produzimos saberes inerentes à formação e às identidades docentes. Também participo do coletivo de professores que estuda tabuleiro Ludus Magisterium; e meu mestrado em educação na UERJ é sobre “professores do tabuleiro”, como eles firmam intercâmbio e desenvolvem suas metodologias em parceria.

A busca pelos jogos de tabuleiro como estratégia pedagógica parte de duas necessidades dos alunos dos dias de hoje:

- Acesso a uma aprendizagem lúdica (que na verdade sempre foi uma necessidade humana);

- Adaptação e estímulos necessários a atual arquitetura mental, sobretudo das gerações Y e Z.

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O JOGO É PARTE DA VIDA INFANTO-JUVENIL NO SÉCULO XXI!

A situação é que a entrada dos eletrônicos e do mundo virtual na vida das pessoas provocou um fenômeno, que é o do poder jogar o tempo todo. A revolução digital criou uma indústria de entreterimento – a dos games – mais poderosa que a cinematográfica! Atualmente, como pessoas de quarenta anos para baixo (e número cada vez maior de pessoas mais velhas também) acostumadas a usarem a mente para jogar, faz todo o sentido usarmos esse esquema mental tão naturalizado entre os jovens como ferramenta do ensino!

Mas por que o jogo de tabuleiro e não o jogo digital? Porque o jogo de tabuleiro moderno – que vou apresentar em instantes - possui elementos de atratividade presentes no videogame, e outros que o videogame não tem. É fato, o eletrônico consegue estimular a mente e ajudar na retenção de informação, e por isso segue sendo uma outra estratégia, que aliás já está bem guarnecida em termos de estudos e práticas.

Mas os jogos de tabuleiro como estratégia educacional são igualmente importantes em tempos ludificados: jogos fazem as pessoas se olharem nos olhos, e criam interações sociais que incluem algo que esquecemos ser fundamental: a presença, o corpo.

Quando estamos fisicamente diante uns dos outros e podemos interagir sem a mediação de um recurso eletrônico, somos capazes de acessar outro nível de entrosamento/empatia. Além disso, o jogo físico no centro da mesa permite análises coletivas do que está ocorrendo, e propulsiona uma série de atividades possíveis de se fazer com os alunos de todas as idades.

JOGAR NA EDUCAÇÃO PROPICIA: - Prazer/Aderência

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- Escuta - Expressão - Socialização

- Habilidades: Raciocínio matemático, linguagem, visão espacial, coordenação motora, sensorialidades, abstração, criatividade…

- Conteúdos: História, Geografia, Biologia, Meio Ambiente… E dentro destas, todos os seus pormenores, temas, etc.

PENSAMENTO LÚDICO E ARQUITETURA MENTAL

CONTEMPORÂNEA

A mente humana tem mecanismos que disparam os recursos ligados à interesse por um assunto/objeto com o qual se trava um contato primeiramente sensorial. Tudo o que se vê, ouve e capta pelos demais sentidos é passível desse despertar de interesse, que por sua vez gera uma onda de atenção, memória, e precipita os esquemas reativos e de interação, que permitem que a pessoa interaja com o objeto. O pensamento lúdico é acionado quando tal esquema também ativa diferentes zonas de satisfação mental.

Uma mente habituada desde criança com a presença de estímulos de ativação dessas zonas é uma mente fadada a aprender inevitavelmente pelo lúdico, e aqui é que a educação precisa correr para se atualizar – e por isso os recreadores e animadores que estão me assistindo precisam se perceber como fundamentais nesse processo, vocês são especialistas nesse processo, potenciais educadores se usarem esses “poderes” para tornar as crianças pessoas melhores para si e para o mundo!

Todos sabem, o velho esquema de sala de aula não comporta mais uma realidade em que crianças do século XXI estudam por meios do século XIX. Precisamos ultrapassar isso!

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Então vem comigo conhecer os jogos de tabuleiro e ver alguns potenciais deles.

TIPOS DE JOGOS DE TABULEIRO

Os jogos podem ser abstratos (como o baralho) ou temáticos onde há um certo compromisso, em menor ou maior escala, com o jogo, suas peças, sua forma de jogar, remeterem a um tema ficcional ou real, por vezes simulando aspectos da realidade do mundo (como batalha naval). Naturalmente, certas abstrações sutis podem ser percebidas como temáticas de acordo com o jogador (é o caso da mancala, que veremos abaixo). Podemos classificar ainda os jogos segundo diferentes critérios, como o momento histórico em que surgiu (jogos antigos, préindustriais, industriais, etc), suas prerrogativas mecânicas (jogos de alocação de trabalhadores, de rolar e mover, de administração de cartas na mão, etc.), por seus estímulos cognitivos (jogos para atenção e memória, analíticos, espaciais, de representação etc.), pelo tipo de interação entre jogadores (jogos cooperativos, competitivos, híbridos, etc.), dentre outras formas de classificação.

Vamos ver algumas categorias e exemplos de jogos:

JOGOS TRADICIONAIS

Jogados tradicionalmente no Brasil, temos jogos como forca, batalha naval, trívias (perguntas e respostas, trilhas (corridinhas onde se jogam dados e movem-se peões), jogo da memória, bola de gude, baralho, dominó, jogos de palavras (como “dicionário” ou “adedanha”)... Quase nunca as pessoas sabem a origem desses jogos, aprendem por “tradição”, ou seja, por transmissão cultural simples. Isso quer dizer que cada povo, cada grupo social, tem seus “jogos tradicionais”. Na América do Sul os indígenas jogam o “Jogo da Onça”, na África é comum o Mancala, no Japão se joga muito Go, na Itália, Di Fiera, e na Alemanha, Skat. O Mancala, como prometi comentar, é um jogo que envolve distribuição de contagem de elementos, um jogo bastante matemático. Para qualquer aprendente

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do Brasil, é um jogo totalmente abstrato. Mas para algumas culturas na África, o tema está evidente. Para elas, Mancala representa a arte de semear e colher; nos locais que enxergam o jogo assim, Mancala chega a determinar lideranças, pois aquele que melhor conhece os ciclos da vida, e sabe o momento certo de cada ação humana é aquele pelo qual se deve deixar conduzir.

Os jogos tradicionais são úteis por diversos contextos, desde o treinamento de habilidades sociais e cognitivas, até mesmo pelos aspectos culturais exploráveis.

JOGOS DE AZAR

São jogos conhecidos por associarem a dependência hipotética de “apenas sorte”, como roleta, bingo, loteria, etc., a apostas e recompensas materiais, geralmente em dinheiro. Existe, inclusive, legislação que define (e criminaliza) os jogos de azar associados a apostas. (art. 50/dec. 3.688/41).

Como a mecânica observável pelos presentes no jogo de azar não possui nenhum elemento cognitivo envolvido - ou seja, os participantes não podem influenciar de forma inteligente (através de ações intencionais) nos resultados, a utilidade pedagógica destes é reduzida à familiarização com elementos atitudinais, mecânicos e físicos comuns a jogos, como peças, tabuleiro, cartas, dados, seus valores, a necessidade de escutar as regras e operar dentro delas, incluindo esperar a vez, os usos comuns em relação a cartas, as informações abertas e fechadas no jogo (cartas na mão e cartas “baixadas”, por exemplo).

Outra hipótese útil é a de determinar que a aleatoriedade de um jogo como esse conduza a uma miríade de informações sobre determinado tema, afim de que esses se estabeleçam de forma mais lúdica na mente (por exemplo, em uma “roleta dos bichos”, a cada vez que ela para em uma representação de um animal

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