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A análise palinológica em amostras do mel produzido por A. mellifera em um apiário localizado no município de Entre Rios, na região do Nordeste (Bahia), demonstrou um vasto pasto apícola disponível para essa espécie no bioma atlântico. Entretanto, a família Fabaceae se destacou pelo grande número de tipos identificados, em especial o tipo Mimosa pudica.

O tipo Mimosa pudica, apesar de ser basicamente fornecedor de pólen, juntamente com o tipo Eucalyptus, tiveram uma grande frequência de distribuição e ocorrência, sendo os mais importantes para a dieta da A. mellifera na área em estudo. Embora as espécies englobadas no tipo Eucalyptus sejam exóticas, cujo cultivo acaba sobressaindo-se em relação às espécies nativas da região, estão sendo bastante aproveitadas por essa espécie de abelha, e esse fato é comprovado pela extensa presença desse tipo nas análises realizadas com os produtos apícolas provenientes da A. mellifera produzidos em áreas com extensas plantações de eucaliptos.

Embora esses dois tipos tenham predominado no mel analisado, houve também a presença de uma grande quantidade de tipos polínicos referentes a espécies nectaríferas, com destaque ao tipo Borreria verticillata, o qual é bastante importante na dieta da abelha africanizada e das nativas na região do nordeste brasileiro.

Dentre os tipos identificados nesse estudo, foi possível perceber que as abelhas na região possuem uma preferência pelas espécies Eucalyptus sp., Myrcia sp., Mimosa pudica L. e Borreria verticillata (L.) G. Mey., entretanto houve também ocorrência de outras espécies de interesse para a abelha durante o período analisado. Tipos polínicos que representam espécies afins a Mimosa arenosa, Mimosa tenuiflora, Piptadenia, Hyptis, Ficus hirsuta, Poaceae, Richardia, Serjania, Solanum paniculatum e Cecropia são indicadores de importantes fontes de recursos (néctar e pólen) para as abelhas na região estudada. Por isso, é necessário que os apicultores locais procurem formas de ampliar a oferta dessas espécies, fornecendo, a A. mellifera condições que a possibilite produzir mel durante todo o ano.

Portanto, os resultados aqui apresentados servirão como uma base de informações sobre a flora regional de interesse para Apis mellifera e, dessa forma, poderão fornecer ao apicultor local dados que podem auxiliá-lo na conservação e manutenção dessas “espécies-chave” e na obtenção de safras mais produtivas economicamente.

Agradecimentos

Agradecimento ao Laboratório de Micromorfologia Vegetal (Universidade Estadual de Feira de Santana), à CAPES pela concessão da bolsa à primeira autora e ao CNPq pela bolsa de produtividade a FARS (# 303862/2013-0).

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Capítulo 2

Pollen in honey of Melipona scutellaris L. (Hymenoptera: Apidae) in an