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Imprimir um sentimento de conclusão a um trabalho acadêmico é uma experi- ência conflituosa. Concluir algo nos parece não ter mais nada para fazer em relação a ele. Quando não há, é um alívio. Quando há, quando se possui a certeza de que ainda há muito a ser realizado, a necessidade de uma finalização é temerosa. Para aqueles que comparam a elaboração de um texto com o ato de parir, nessa etapa, teme-se que o filho seja abandonado, sem a oportunidade de amadurecer. É assim que nos sentimos face à exigência da academia e de fatores externos.

Sabemos que atividades de pesquisa e de elaboração de escrita científica correspondem a atividades de produções de sentidos, a práticas discursivas, que são múltiplas, heterogêneas, participativas de interlocuções que envolvem outras práticas, outras vozes, como atitudes responsivas ativas (BAKHTIN, 1997), como afetos ativos e afetos reativos (DELEUZE, 2005). Pensando assim, evidencia-se-nos que a conclusão da nossa pesquisa é ilusória, apesar de ser necessária para a apresentação e estruturação textual de uma etapa da nossa vida acadêmica. Ilusó- ria, porque temos a consciência de que muitos sentidos podem e devem ser elabo- rados em torno dos relatos de vida das mulheres que são sujeitos do nosso estudo.

No decorrer do nosso curso de mestrado, estamos envolvidos e atingidos por uma multiplicidade de enunciados e de forças. Permitimo-nos ser afetados por eles, almejando ao amadurecimento de nossas identidades pessoais e coletivas, aspiran- do à imposição da necessidade diaspórica aos nossos modos de ser e estar na contemporaneidade, nos diversos contextos institucionais, em especial o da acade- mia, o do espaço universitário. Desafiamo-nos a enfrentar as novas demandas que se nos apresentam através da leitura de autores fascinantes, de idéias complexas, através da necessidade de responder à pergunta “Qual é o seu objeto?”. Aventura- mo-nos a oferecer respostas, quando as temos, ou a buscá-las, quando não as pos- suímos – situação mais constante.

Essa busca nos conduz a indagações constantes, a movimentos de descen- tralização, fragmentação e desconstrução discursiva em torno dos anseios de pes- quisador incipiente. Reformulamos a proposta inicial apresentada ao Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem. E isso só se fez possível devido ao apoio e às orientações experientes dos nossos interlocutores; em especial, da pro-

fessora Marluce Pereira da Silva, parceira nesta e em outras práticas discursivas. Essa investigação se concretizou porque dialogamos, mudamos, desafiamo-nos, lemos, escrevemos, (re)lemos, (re)escrevemos. Essas reformulações foram e são relevantes para a nossa constituição identitária, proporcionando posicionamentos, paradoxalmente, decisivos e transitórios. Elas nos certificam que nos encontramos em movimento. Assim, temos consciência de que a diáspora nos proporciona um equilíbrio diaspórico.

Aqui retomamos questões e objetivos de pesquisa propostos neste estudo. Que práticas discursivas e relações de poder envolvem e constituem as mulheres colaboradoras? Que posicionamentos identitários elas assumem em meio a práticas discursivas e relações de poder que as compreendem e que são identificadas em seus relatos? Que marcas lingüísticas caracterizam no discurso das entrevistadas formas de resistência na constituição identitária? Como expusemos na “Introdução”, com esses questionamentos, pretendemos: investigar a constituição discursiva de identidades; apontar práticas discursivas e relações de poder que envolvem mulhe- res e que convergem para a constituição de suas identidades; explorar na materiali- dade lingüística efeitos de sentidos que emanam das práticas discursivas e relações de poder que envolvem as colaboradoras na constituição de identidades em espa- ços privados e públicos. Arriscamos sugerir respostas – talvez seja melhor dizer que buscamos produzir sentidos – e até lançar alguma pergunta que possa integrar os nossos interesses em outro momento de atuação acadêmica ou os interesses de outros sujeitos preocupados com e afetados por questões ligadas à vida.

É sabido que, em sociedades globalizadas, novas demandas quanto ao uso da tecnologia da escrita são impostas aos indivíduos. A exigência discursiva e não- discursiva de escolaridade é cada vez mais evidenciada pelos índices de matrícula em turmas de Educação de Jovens e Adultos (INEP, 2005a; 2005b), mostrando a vontade daqueles que desejam aprender com a retomada da trajetória escolar (BRI- TTO, 2003), mas também sinalizam para a lacuna existente no sistema educacional brasileiro. Pensamos que o reingresso escolar desses adultos pode contribuir para a reelaboração de significados sociais em torno de si, dos outros e da realidade em que se inserem. Acreditando que as interlocuções experimentadas na escola pos- sam influenciar o processo de constituição identitária, escolhemos como sujeitos mulheres adultas que retomaram a sua trajetória escolar, a fim de perceber os posi-

cionamentos que elas assumem a partir de práticas discursivas e relações de poder vivenciadas em seu quotidiano e que conseguimos identificar em seus relatos.

De acordo com a análise de dados, observamos a participação das mulheres entrevistadas em diversos acontecimentos discursivos, exercitando forças, resistindo a forças. MSA2004, MIA2004 e MCO2005 demonstram-nos que, mesmo inserida em contextos urbanos globalizados, o baixo nível de escolaridade e o tímido conheci- mento da tecnologia da escrita não as impedem de interagir com pessoas que ocu- pam posições de prestígio na sociedade, como médicos, diretora, professores etc. Podemos pensá-las ainda a partir de discursos de controle da mulher, já que, para voltar a estudar, MIA2004 pediu permissão ao marido. Da materialidade lingüística de MSA2004 podem emanar efeitos de sentidos que a constituam como uma pessoa submissa, que sofre a distância do marido, que pouco se envolve nos assuntos fa- miliares. Em um trecho de sua entrevista, MCO2005 expõe a concepção de esposa e de marido: “[…] a obrigação da mulher é o marido botar a feira e ela guardar tudi- nho, ajeitar tudinho na geladeira […]”. Para ela, o homem deve ser o provedor do lar; a mulher, responsável pelos afazeres domésticos e por cuidar dos filhos e do mari- do. Por conseguinte, essa é uma das marcas lingüísticas que sugerem efeitos de sentidos que tomam a mulher numa tentativa de controle, exercendo efeitos de po- der sobre os seus corpos, sobre as suas vidas.

Entretanto, podemos pensá-las a partir de discursos de mudança de suas condições de vida, de seus modos de ser e de habitar a contemporaneidade. Elas exercem poder quotidianamente. Mesmo sendo afetadas pelas práticas de poder do outro, resistem e afetam aqueles que pensam ter domínio sobre elas, que, agindo assim, concorrem para a elaboração de novos significados sociais em torno de si, para a modificação dos modelos de identidades e papéis de gênero impostos por uma matriz heterossexista e falocêntrica (BUTLER, 2003; LOURO, 2004).

Essa percepção resulta das teorizações de Foucault (1979; 1995; 2004a; en- tre outros). Praticadas quotidiana e dinamicamente, atravessando e através de nos- sos corpos, comportamentos, discursos, instituições etc. No bojo dessas relações de forças, para Foucault (2004a), a resistência é o elemento-chave. Observamos que MSA2004, MIA2004 e MCO2005 acionam estratégias de resistência às forças com que outros sujeitos tentam afetar-lhes. Diante da sua não nulidade, o homem é obri- gado a redirecionar as suas estratégias de poder. Quando ele pensa que pode do- miná-la, ela age, resiste, atua, constituindo os significados identitários de ambos.

Conforme Deleuze (2005, p.98), “Quando o diagrama de poder abandona o modelo de soberania para fornecer um modelo disciplinar, quando ele se torna ‘biopoder’, ‘biopolítica’ das populações, responsabilidade e a gestão da vida, é a vida que surge como novo objeto do poder”.

É nessa nova modalidade de poder, que toma a vida como objeto, que pode- mos perceber as nossas colaboradoras como inseridas em contextos institucionais heterogêneos, dentro de contextos mais amplos compreendidos no complexo de forças e processos que constituem a globalização. Essas mulheres são sujeitos com identidades em trânsito, quando envolvidas em práticas discursivas e relações de poder quotidianas: por um lado, reforçam significados atribuídos à mulher e ao femi- nino, compreendidos como integrantes de uma prática tradicional que tende a tomar a mulher como um sujeito submisso ao poder exercido pelo homem e aprisionado ao espaço privado; por outro, resistem a esses significados e aos seus efeitos de poder, promovendo movimentos de mudança na constituição de suas identidades, em es- pecial as de gênero, e favorecendo uma maior mobilidade espacial entre o privado e o público.

Infelizmente, acontecimentos discursivos que investem no aprisionamento do sujeito às possibilidades preestabelecidas, – que determinam como devemos ser homens ou mulheres a partir do aparelho sexual externo de cada um (LOURO, 2004) –, não são práticas discursivas esquecidas em nossas memórias. Ressurgem no dia-a-dia de todos nós, mas, em especial, daqueles sujeitos cujas marcas corpo- rais põem à prova as identidades monolíticas que nos são impostas. Pensar a iden- tidade de gênero hoje não nos permite pensar que feminino é só aquilo atribuído à mulher e masculino, aquilo atribuído ao homem. Atualmente, em início do século XXI, inúmeros sujeitos ainda se encontram silenciados pela História. São muitos os registros que escamoteiam a existência de indivíduos que insistem em questionar a norma, pondo-se em movimento constante entre lugares, espaços, identidades. São várias as práticas discursivas que insistem em enquadrar as mulheres entrevistadas por nós em modos de ser, estar e habitar em seus corpos.

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