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Diante do objetivo de analisar a coordenação pedagógica no processo de inclusão dos estudantes com deficiência, foi possível notar os obstáculos e identificar as condições que foram favoráveis para a área de estudos em questão. Quanto às condições favoráveis, destaca-se a concepção da coordenadora de deficiência e inclusão ser de acordo com o modelo social, o apoio dos professores na identificação dos estudantes com deficiência, a parceria com o NAEE, diálogo com os estudantes e seus familiares, as orientações e sugestões dadas aos professores nos AC’s semanais coletivos e encaminhamento dos estudantes com deficiência para o NAEE.

Quanto aos obstáculos, identificou-se a falta de formação continuada sobre inclusão, ausência de recursos humanos e materiais para o atendimento às pessoas com deficiência, falta de infraestrutura acessível, falta de um maior apoio da família desses estudantes com deficiência e, destacamos que a ausência de AEE na escola implica em barreiras para inclusão dos estudantes.

A minha atuação profissional, mediante aos desafios do meu ofício no processo de inclusão dos estudantes com deficiência, foi baseada nos conhecimentos adquiridos ao longo da formação inicial e na pouca experiência no cargo em questão o que revela a necessidade de uma formação continuada sobre a inclusão educacional das pessoas com deficiência, bem como sobre o papel da coordenação pedagógica nesse processo.

Nesse sentido, para aprimorar a experiência, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia poderia ter oferecido um maior suporte para o trabalho com esses estudantes com deficiência, através da disponibilização de profissionais para o AEE, recursos de TA e a

17 formação continuada para a coordenação pedagógica, que contemple as reais necessidades da escola e da sua função para que possa melhor orientar os professores quanto à inclusão dos estudantes com deficiência, além de formação continuada para os professores.

Mediante isso, a indagação da prática pedagógica e trajetória de formação não produzem apenas conhecimentos sobre essas práticas, mas mostra como dar sentido a elas proporcionando mais reflexão e autonomia na tomada de decisões, emancipação, desconstrução de conceitos equivocados sobre inclusão, deficiência para reconstrução de novos conceitos possibilitando uma verdadeira práxis (ação- reflexão-ação).

Portanto, essa narrativa não buscou uma verdade, mas a reflexão sobre a experiência narrada a partir de sua interpretação, dando sentido à vida e compartilhando os conhecimentos construídos ao longo desse processo no dado contexto social e histórico. Além disso, através desse relato de experiência pessoal (auto)biográfico, foi possível identificar os conhecimentos adquiridos na atuação profissional e reinterpretá-los de forma que reorientem a minha prática a partir do reconhecimento dos limites e possibilidades do meu cargo de coordenação pedagógica e das fragilidades e potencialidades da escola, família e do Estado. Assim sendo, os objetivos aqui foram respondidos, ainda que de forma parcial, já que a demanda e os desafios apresentado continuarão sendo objeto de estudo contínuo em lócus.

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