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183 As controvérsias que foram geradas nos últimos anos a respeito de possíveis irregularidades na atuação do Estado - que culminaram na abertura do processo de impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff - têm sido acompanhadas pela defesa de mudanças estruturais em diferentes esferas do governo. Apesar dos inúmeros debates em torno de entendimentos jurídicos distintos acerca dos atos do Estado, percebe-se que toda a polêmica causada parece ter sido extremamente oportuna para fortalecer interesses de alguns setores da sociedade. Partindo de uma perspectiva liberal gerencialista, o governo interino veio a implementar uma série de ações, como tentativa de reduzir a “m|quina pública” e tornar o Estado “mais eficiente”.

O próprio Ministério da Cultura, que apesar dos paradoxos inerentes às suas políticas vinha apresentando avanços importantes no atendimento a demandas de diferentes setores da sociedade, por exemplo, foi transformado em uma secretaria vinculada ao Ministério da Educação na tentativa de redução dos gastos públicos (sendo, posteriormente, recriado após uma série de protestos da classe artística). Além disto, o destaque midiático cotidiano dado a supostos desvios e/ou uso irregular dos recursos da união, passou a influenciar a chamada “opini~o pública” na defesa da atuação dos órgãos de controle do Estado e no enrijecimento de alguns mecanismos burocráticos. Penso, particularmente, que neste caso, não é diminuindo os investimentos na cultura e fortalecendo os mecanismos burocráticos que alguns problemas históricos serão resolvidos.

No campo das políticas culturais, como abordei neste trabalho, o processo de controle na atuação do Estado vem sendo construído lentamente, a partir da criação e consolidação de uma série de mecanismos que tentam garantir isonomia, transparência e democratização na relação entre o poder público e as expressões culturais. Estas mudanças têm sido realizadas, justamente, como uma tentativa de superar as relações patrimonialistas e clientelistas, evitar processos de improbidade administrativa e tentar aprimorar a aparente ineficácia na gestão dos investimentos governamentais.

Nos últimos anos, no entanto, a relação do poder público com as culturas populares ganhou um novo nível de complexidade, na medida em que veio a exigir

184 dos diferentes representantes deste segmento, um processo cada vez maior de “formalizaç~o”, “formaç~o” e “profissionalizaç~o”, mais ou menos consagrados em outros campos da administração pública. Para ter acesso às políticas culturais recentemente instituídas, com isto, os grupos passaram a ter que se “organizar” muitas vezes em termos de formalização como entidade jurídica, regularização fiscal e orçamentária, capacitação para submissão de projetos culturais, prestação de contas, dentre outros aspectos.

Se até o momento a relação do poder público com as expressões da cultura popular, como o maracatu, havia sido caracterizada por formas de valorização e apoio crescente, mas com a manutenção de antigas relações clientelistas, nas quais a informalidade e os contatos pessoais eram predominantes. A partir de agora, esta relação parece ter se transformado cada vez mais radicalmente. Estes mecanismos, no entanto, além de parecerem ineficazes quanto aos seus objetivos, se tornaram incompatíveis com a tradição de muitos grupos populares. Desta forma, passaram a gerar inúmeras dificuldades para seus representantes, ao tentar a atender às exigências dos órgãos de controle do Estado.

De fato, não é possível opor-se a criação de mecanismos que ofereçam uma maior transparência, democracia e isonomia nas ações do poder público. Entretanto, expressões como o maracatu de baque solto parecem operar suas atividades por meio de códigos diferentes daqueles que estão sendo exigidos. O brinquedo, o sacrifício, a dádiva, o ritual e o espetáculo são dimensões intimamente associadas a esta expressão. Com isto, seus integrantes demonstram inúmeras dificuldades em lidar com os trâmites formais e burocráticos das políticas públicas e necessitam, quase sempre, de recorrer a mediadores que estabeleçam pontes entre a “cultura do baque solto” e o “mundo da burocracia”.

Não é à tôa que - enquanto atores políticos - os maracatuzeiros têm chamado atenç~o para o fato de que o “maracatu é pesado” e que há a necessidade de se respeitar a “cultura do baque solto”. Assim como a noç~o de “cultura” (com aspas) de Manuela Carneiro da Cunha (2009) - como um metadiscurso reflexivo sobre a diferença - eles parecem contrapor-se aos atos hegemônicos burocráticos do Estado.

185 Ao longo desta pesquisa, pude presenciar, com frequência, situações em que os mestres de cultura popular, enfrentavam enormes constrangimentos ao lidar com as exigências de formalização e burocratização impostas pelo poder público. Além disto, estes agentes pareciam ter enormes dificuldades em compreender os mecanismos recém-criados, transmitidos por meio das oficinas, seminários, cursos ou outras ações de capacitação promovidas pelas diferentes instâncias da administração pública, para lidar com a referida burocracia.

Deste modo, considerando a especificidade de algumas destas manifestações de cultura popular penso que seria importante instituir aquilo que Nancy Fraser (2006) chama de “políticas de reconhecimento”, destinadas a casos, quando as diferenças requerem ações específicas. Conforme esta autora, as políticas de reconhecimento são utilizadas quando se deseja chamar atenção para a particularidade de determinado segmento social e direcionar ações diferenciadas para o mesmo.

Levando em consideração as especificidades de manifestações, tais como o maracatu de baque solto, penso que é possível desenvolver políticas culturais mais adequadas. Em outras palavras, mecanismos que permitam que os recursos públicos possam de fato ser distribuídos de forma mais justas - com a segurança necessária para garantir a probidade administrativa - mas sem alguns destes aparatos burocráticos atualmente criados, que parecem conflitantes com as dinâmicas organizativas destas expressões culturais.

Como afirma Geertz (2001b), o relativismo é importante, não como uma forma de negação da possibilidade de se estabelecer acordos gerais, mas justamente pela possibilidade de construí-los com base num alargamento de nossa vis~o acerca do “outro”. Acredito que, levando em consideraç~o esta possibilidade de alargamento da nossa visão, é possível pensar em políticas que permitam, neste caso, que os recursos públicos sejam, de fato, direcionados eficazmente a quem eles se destinam: às manifestações das culturas populares e aos seus representantes.

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