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DAS MORTES AUTOPROVOCADAS DE POLICIAIS MILITARES DE ALAGOAS (2012-2019)

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa de campo realizada e do contexto institucional em que se percebe que a PMAL não dispõe de um setor único que possa direcionar as famílias com as orientações adequadas na situação de falecimento do militar e os dependentes não têm a visão clara de quais setores devem procurar em um primeiro momento, ou onde possam buscar orientações de forma que permitam agi- lizar as ações decorrentes da morte, entende-se que há necessidade de divulgação das informações em casos de falecimento de policiais para assim ofertar uma assistência acolhedora e integrada às famílias enlutadas. Esse passo deve ser iniciado com a difusão das informações entre oficiais e, em decorrência, entre todos os profissionais militares.

Independentemente da escassez de efetivo do CAS, pode-se desenvolver um trabalho acolhe- dor, se houver um engajamento dos oficiais que desempenham a função de comandantes de unidades. Esse olhar mais afável será desenvolvido a partir da sensibilidade destes e do conhecimento que tenham a respeito do assunto para assim, poderem repassar com segurança e oferecer suporte ne- cessário a essas famílias. Dessa forma, a PM estará agindo proativamente, tendo os comandantes de unidades como canal de acolhimento, não devendo esperar o CAS agir como apoio psicossocial após 7 (sete) dias. Para a abordagem psicológica, esse tempo é apropriado, no entanto, para as demandas previdenciárias, tal lapso temporal faz muita diferença no processo final, considerando que é dado aos dependentes um prazo de apenas 30 (trinta) dias para atuar em relação ao andamento do processo, garantindo o benefício.

A proposta de uma cartilha que sirva de orientação aos comandantes de unidades, demais oficiais e praças, é uma forma primária de disseminar as informações, seja dentro da instituição, ou fora dela, e que isso seja introduzido dentro de suas casas, rompendo com o tabu de não mencionar o assunto, causando um sofrimento maior às famílias em decorrência do falecimento. Diante do expos- to, a divulgação dos procedimentos para a Corporação será um divisor de águas no acolhimento às famílias enlutadas e servirá de norte para desenvolver na Corporação uma cultura de acolhimento às famílias dos policiais militares enlutados como extensão da própria condição de ser policial militar.

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