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Essa monografia analisou o banco de dados disponibilizados pela Polícia Rodoviária Federal para o ano de 2017, tendo sido selecionados casos de condutores do sexo masculino e feminino, para o objetivo de analisar o diferencial de acidentes de trânsito por gênero.

A revisão da literatura sugere aumento o da participação feminina na condução de veículos anteriormente dominada pelos homens, como no caso da condução de motocicletas, além da habilitação precoce por parte delas, o que, consequentemente esteja promovendo maior participação das mulheres como condutoras de veículos. Estudos futuros poderiam explorar melhor a tendência de aumento tanto de habilitação das mulheres quanto da ocorrência de acidentes envolvendo condutoras ao longo do tempo, cabendo destacar que a literatura sobre o tema é escassa no Brasil. Isso constituiu um desafio a essa monografia que teve que recorrer em vários momentos para notícias veiculadas na mídia para obtenção de informações sobre condutoras do sexo feminino, visto que as informações dos DETRAN estaduais não se encontram consolidadas em uma única plataforma e disponibilizadas via internet.

Considerando a base de dados analisada no presente trabalho, 14,9% do total de acidentes com vítimas fatais eram mulheres, enquanto os homens foram 85,1% de vítimas fatais, indicando maior letalidade dos acidentes envolvendo homens. Sendo possível identificar em quais idades e regiões os homens e mulheres tinham suas participações nos acidentes. Daí quando analisado na base da PRF as características gerais dos acidentes, observa-se um padrão distinto entre condutores homens e mulheres: colisões, fase do dia, causa principal do acidente etc.

De acordo com os dados analisados nessa monografia para 2017, e comparando com o Relatório Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras: caracterização, tendências e custos para a sociedade no ano de 2015 (IPEA, 2015), verificou-se manutenção de antigos desafios a serem superados para redução dos acidentes de trânsito, como a falta de atenção, velocidade

incompatível com a via, condução sobre efeito de álcool, desrespeito as sinalizações, ultrapassagens e o ato de dormir durante a condução.

Este trabalho pode servir de base para que trabalhos futuros explorem melhor o diferencial por gênero nos acidentes e sua repercussão sobre o setor de seguros, uma vez que os dados discutidos no referencial teórico mostraram que as mulheres se envolvem menos em acidentes de trânsito em comparação com os homens, consequentemente geram menos indenizações a serem pagas pelas seguradoras e assim barateando o custo para a contratação desse tipo de serviço para elas.

É incontestável que a solução para este problema dos acidentes de trânsito não é fácil, pois sua complexidade está estabelecida na circunstância de que os acidentes de trânsito são provocados por uma gama de fatores ligados aos condutores de veículos. E para prevenção e redução efetiva é necessário

que sejam empenhados esforços por todos aqueles que atuam no trânsito, como uma educação adequada em campanhas preventivas, melhoramento da estrutura das rodovias e elaboração de estudos sobre o comportamento de homens e mulheres no trânsito.

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