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O diferencial por gênero nos acidentes de trânsito no Brasil em 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS

NATALIA ABREU DE CARVALHO

O DIFERENCIAL POR GÊNERO NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NO BRASIL EM 2017.

Natal, RN UFRN/CCET

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Natalia Abreu de Carvalho

O DIFERENCIAL POR GÊNERO NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NO BRASIL EM 2017.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Demografia e Ciências Atuarias, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Atuariais.

Orientadora: Profª. Drª. Luciana Conceição de Lima

Natal, RN

Centro de Ciências Exatas e da Terra

Departamento de Demografia e Ciências Atuariais - UFRN 2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Ronaldo Xavier de Arruda - CCET

Carvalho, Natalia Abreu de.

O diferencial por gênero nos acidentes de trânsito no Brasil em 2017 / Natalia Abreu de Carvalho. - 2018.

58f.: il.

Monografia (Bacharelado em Ciências Atuariais) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Departamento de Demografia e Ciências Atuariais. Natal, 2018.

Orientadora: Luciana Conceição de Lima.

1. Acidente trânsito - Monografia. 2. Gênero - Monografia. 3. Polícia Rodoviária Federal - Monografia. I. Lima, Luciana Conceição de. II. Título. RN/UF/CCET CDU 343.618

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Natalia Abreu de Carvalho

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Atuariais, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial para à obtenção do título de Bacharel em Ciências Atuariais.

Aprovada em: ____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Drª. Luciana Conceição de Lima – Orientadora

_______________________________________ Prof. Dr. Jarvis Campos – Avaliador

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EPÍGRAFE

“Tudo posso naquele que me fortalece”. Filipenses 4:13

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, o criador da vida por me conceder sabedoria e me proporcionar o aprendizado nessa jornada da graduação. Agradeço a Orientadora Professora Drª Luciana Conceição de Lima pela orientação e paciência na elaboração desse trabalho, e a banca examinadora. A minha família pelo incentivo para que pudesse chegar até aqui.

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RESUMO

Os acidentes de trânsito ocupavam, em 2015, a 10ª posição no ranking das principais causas de morte, não apenas no Brasil como em todo o mundo (AMBEV, 2017). Segundo a OMS (2015), esses óbitos representam custos que podem chegar a cerca de 3% do PIB para a maioria dos países. Considerando o diferencial por gênero, é bem reconhecida na literatura a maior participação masculina entre os condutores e também entre as vítimas de trânsito (PERUANA, 2014). Todavia no caso do Brasil há evidências de aumento da participação das mulheres entre condutores, sobretudo de automóvel e motocicleta (VELOSO, 2010). Diante desse cenário de mudanças, o objetivo principal dessa monografia é identificar o diferencial por gênero nos acidentes de trânsito no Brasil em 2017, utilizando dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Foram analisados 40.410 casos de condutores de automóvel, motocicletas e motonetas, do sexo masculino e feminino, e que tiveram ferimentos (leves ou graves) ou que vieram a óbito no momento da ocorrência. Os resultados foram obtidos por meio de análise descritiva dos dados, tendo sido verificado, entre outros: maior participação de homens nos acidentes registrados (85,7%), sendo o maior percentual de mulheres condutoras registrado para a Região Sul (40,3%). Ocorrências envolvendo mulheres foram mais comuns de ocorrerem em pleno dia (64,6%), em pista dupla (43%), em colisões transversais (17,2%), e sendo a falta de atenção à condução como a principal causa do acidente (47,7%) e resultante em condutores feridos (14,9%). Destacou-se para as condutoras mulheres os acidentes envolvendo motonetas (19,1%). Os dados encontrados sugerem um padrão distinto de acidentes de trânsito envolvendo homens e mulheres, porém é necessária uma investigação mais a fundo, servindo assim esse trabalho de base para trabalhos futuros. E também, para que autoridades responsáveis possam discutir e encontrar soluções para redução dos acidentes de trânsito envolvendo tanto homens quanto mulheres.

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ABSTRACT

In 2015, traffic accidents ranked 10th in the ranking of the leading causes of death, not only in Brazil but worldwide (AMBEV, 2017). According to WHO (2015), these deaths represent costs that can reach around 3% of GDP for most countries. Considering the gender differential, it is well recognized in the literature the greater male participation among drivers and also among the victims of traffic (PERUANA, 2014). However in the case of Brazil, there is evidence of an increase in the participation of women among drivers, especially motor vehicles and motorcycles (VELOSO, 2010). Given this scenario of changes, the main objective of this monograph is to identify the gender differential in traffic accidents in Brazil in 2017, using data from the Federal Highway Police (PRF). A total of 40,410 cases of car, motorcycle and motorcycle drivers were analyzed, male and female, and had injuries (minor or severe) or who died at the time of the occurrence. The results were obtained through a descriptive analysis of the data, among others: the highest percentage of men in recorded accidents (85.7%), the highest percentage of drivers in the South Region (40.3%). Occurrences involving women were more common (64.6%), double-track (43%), cross-bumps (17.2%) and lack of attention to driving as the main cause of the accident (47.7%) and resulting in injured drivers (14.9%). It was highlighted for the female drivers the accidents involving scooters (19.1%). The data suggest a distinct pattern of traffic accidents involving men and women, but further investigation is needed, thus serving this groundwork for future work. And also, so that responsible authorities can discuss and find solutions to reduce traffic accidents involving both men and women.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 - Pirâmide etária: de óbitos por acidentes de trânsito, Brasil, 2008 e 2016. ... 20 Gráfico 2 - Mortalidade proporcional por acidentes de trânsito, Grandes

Regiões, Homens, 2008 e 2016. ... 21 Gráfico 3 - Mortalidade proporcional por acidentes de trânsito, Grandes

Regiões, Mulheres, 2008 e 2016. ... 22 Gráfico 4 - Pirâmide etária: internações por acidentes de trânsito, Brasil, 2008 e 2016. ... 23 Gráfico 5 - Internações por acidentes de trânsito, Região e Sexo Masculino no Brasil, de 2008 e 2016. ... 24 Gráfico 6 - Internações por acidentes de trânsito, Região e Sexo Feminino no Brasil, de 2008 e 2016. ... 25 Gráfico 7 - Percentual de benefícios concedidos pela Previdência Social, Brasil, 2010 a 2016. ... 32 Gráfico 8 - Percentual de benefícios concedidos pela Previdência Social, por sexo, Brasil, 2010 a 2016. ... 33 Gráfico 9 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, Brasil, 2017. ... 38 Gráfico 10 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e regiões, Brasil, 2017. ... 39 Gráfico 11 - Pirâmide etária: percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito em rodovias federais por sexo, Brasil, 2017. ... 40 Gráfico 12 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e período da semana, Brasil, 2017. ... 41 Gráfico 13 - Percentual de envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e fase do dia, Brasil, 2017. ... 42 Gráfico 14 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e classificação do acidente, Brasil, 2017. ... 45 Gráfico 15 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e condição meteorológica, Brasil, 2017. ... 46

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Gráfico 16 - Percentual de envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e tipo de pista, Brasil, 2017. ... 47 Gráfico 17 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo e traçado da via, Brasil, 2017. ... 48 Gráfico 18 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo e tipo do veículo, Brasil, 2017. ... 49 Tabela 1 - Prêmio médio e indenização por colisão, por região e sexo, Brasil, 2008. ... 26 Tabela 2 - Prêmio médio e indenização por colisão, por região e sexo, Brasil, 2017. ... 27 Tabela 3 - Prêmio médio e indenização por colisão, para automóvel, região e sexo, Brasil, 2008. ... 27 Tabela 4 - Prêmio médio e indenização por colisão, para automóvel e sexo, Brasil, 2017. ... 28 Tabela 5 - Prêmio médio e indenização por colisão, para motocicleta, faixa etária e sexo, Brasil, 2008. ... 28 Tabela 6 - Prêmio médio e indenização por colisão, para motocicleta, faixa etária e sexo, Brasil, 2017. ... 29 Tabela 7 - Prêmio médio e indenização por colisão, por faixa etária e sexo, Brasil, 2008. ... 29 Tabela 8 - Prêmio médio e indenização por colisão, por faixa etária e sexo, Brasil, 2017. ... 30 Tabela 9 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e causa do acidente, Brasil, 2017. ... 43 Tabela 10 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e tipo do acidente, Brasil, 2017. ... 44 Quadro 1 - Descrição das variáveis contidas no bando de dados de acidentes de trânsito utilizadas no estudo. ... 34 Figura 1 - Fluxograma da filtragem da base de dados. ... 36

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMBEV - Companhia de Bebidas das Américas AND - Associação Nacional de Detrans

CNT – Confederação Nacional dos Transportes CID – Classificação Internacional das Doenças CTB – Código de Trânsito Brasileiro

DETRANPR – Departamento de Trânsito do Paraná

DETRANRS – Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul

DPVAT - Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre

FAPETEC - Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura FUNENSEG – Fundação Escola Nacional de Seguros

OMS – Organização Mundial da Saúde

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas PIB – Produto Interno Bruto

PRF – Polícia Rodoviária Federal

SIH/SUS - Sistema de Informações Hospitalares do SUS SIM - Sistema de Informações sobre Mortalidade

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 12

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

2.1. Conceitos básicos ... 15

2.2. Panorama recente dos acidentes de trânsito no Brasil ... 17

2.3. Causas de acidentes de trânsito ... 18

2.4. Diferenciais de envolvimento em acidentes de trânsito entre homens e mulheres ... 18

2.5. Proporção de mortalidade e internações em decorrência de acidentes de trânsito. ... 19

2.6. Diferenciais nos custos de acidentes de trânsito entre homens e mulheres. 25 2.6.1. Seguro DPVAT ... 30

2.7. Acidentes de trânsito e previdência social ... 31

3. METODOLOGIA ... 33

4. RESULTADOS ... 37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 50

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1. INTRODUÇÃO

No mundo e no Brasil, os acidentes de trânsito ocupavam a 10ª posição no ranking das principais causas de morte em 2015 (AMBEV, 2017). Segundo a OMS (2015), no mundo morrem 1,25 milhão de pessoas vítimas de acidentes de trânsito, chegando a custar cerca de 3% do PIB para a maioria dos países. Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2015), o Brasil estava entre os cinco países com o maior número de óbitos no trânsito nas Américas em 2013.

Considerando o diferencial por gênero, sobretudo entre condutores de veículos automotores, a sobremortalidade masculina é bem relacionada na literatura (TEIXEIRA; CALIXTO; PINHEIRO, 2008; OLIVEIRA; SOUSA, 2012; ROCHA; CHOR, 2013; MORAIS et al., 2014, BIFFE et al, 2017). Dados dos anos de 1998 a 2000 no Brasil, mostravam que no trânsito, para cada 4,5 homens morria uma mulher (BACCHIERI E BARROS, 2011). O Ministério da Saúde registrou em 2010 que o número de mortes no trânsito de indivíduos do sexo masculino foi quatro vezes maior do que o número de óbitos de mulheres (PORTAL DO TRÂNSITO, 2015).

Segundo a Associação Nacional de Detrans (AND) (2015), em estudo realizado em parceria com os Detrans estaduais, foi divulgado o perfil dos condutores em 2015, o qual mostra que na maioria dos estados brasileiros o número de condutores do sexo masculino é superior aos condutores do sexo feminino, chegando a superar a cifra de 70% nos estados do Ceará, Alagoas, Pará e Piauí (AND, 2015). Porém, em matéria jornalística divulgada pelo Portal G1 (2009), verifica-se que o número de mulheres habilitadas tem crescido no país: de 2004 a 2009 houve elevação de 44% no número de condutoras. No Estado do Paraná, por exemplo, esse aumento foi de 30% em cinco anos (DETRANPR, 2015). Com a adoção por parte das mulheres de estilos de vida mais práticos e que requerem maior autonomia para se deslocarem para realizar tarefas diárias gerais, estudo e trabalho, tem aumentado o número de condutoras em praticamente todas as faixas etárias, ou seja, não apenas entre as mais jovens (PORTAL, G1, 2015). Observa-se, também, que as mulheres têm se

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habilitado não apenas na condução de carros como também de motocicletas: no estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, o número de condutoras habilitadas para esse tipo de veículo passou de 22,6% em 2007 para 41% em 2017, evidenciando que o perfil por gênero no trânsito está em transformação (DETRANRS, 2018).

Diante desse cenário de mudanças, o objetivo principal dessa monografia é identificar o diferencial por gênero nos acidentes de trânsito no Brasil em 2017, utilizando dados da Polícia Rodoviária Federal. Os objetivos específicos são averiguar as principais causas de ocorrências, se de caráter comportamental ou estrutural das rodovias brasileiras, entre condutores do sexo feminino e masculino, e identificar o diferencial regional nos acidentes de trânsito envolvendo homens e mulheres em 2017.

Os acidentes de trânsito têm um reflexo significativo para a sociedade. Eles causam um grande impacto em áreas como a saúde e a previdência social, pois são demandados grandes recursos para atendimento de urgências e emergências em vítimas de acidentes, e afastamento temporário ou definitivo quando o acidentado perde sua capacidade laborativa, deixando de ser contribuinte e passando a ser beneficiário de recursos de previdência pública. O Brasil perdeu em 2017, algo em torno de 200 bilhões de reais com acidentes de trânsito, prejuízo causado pela perda laborativa das vítimas, o que representa 3,04% do PIB (ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS, 2017).

Os dados que serão analisados nesse estudo são registros de acidentes ocorridos em rodovias federais e organizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ela é responsável pela segurança das rodovias federais e áreas de interesse da união, atendendo 70 mil quilômetros de rodovias. Além de combater a criminalidade, a PRF presta auxilio ao cidadão, fiscaliza, autua e atende os acidentes (POLICIA RODOVIARIA FEDERAL, 2018). A potencialidade dos dados são a sua variedade de informações relacionadas a esses eventos, pois é conhecida desde a hora, local, tipo de veículo, feridos leves e graves, sexo dos envolvidos, idade e outros. Estudos prévios têm utilizado essa fonte de dados como o trabalho de Fey et al., (2012) que cita o perfil dos acidentes de trânsito com vítimas fatais em determinada rodovia usando dados como: as condições climáticas, dia da semana de ocorrência, e o uso de álcool como causa

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predominante dos acidentes. Sendo assim, é de grande relevância avaliar os dados e analisar as causas dos acidentes de trânsito diferenciando o protagonismo de homens e mulheres nesse tema que é uma das maiores causas de mortes no mundo, e do pesado impacto gerando pelas mortes e lesões causam as economias nacionais e para as famílias (OMS, 2015).

Além desta introdução, esta monografia apresenta mais quatro capítulos, sendo o Capítulo 2 o referencial teórico, em que são apresentadas as literaturas utilizadas para o entendimento e argumentação do tema estudado, o Capítulo 3, em que são apresentados os dados e a metodologia empregada, o Capítulo 4 apresenta os principais resultados, e o Capítulo 5, as conclusões desse estudo.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Conceitos básicos

Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), “considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga” (Brasil, 1997).

Alguns autores definem trânsito como sendo a utilização de vias públicas, assim Miditiero (2005, p.23) diz que o vocábulo trânsito no Código de Trânsito Brasileiro expressa-se como:

[...] “a movimentação e a imobilização das pessoas, nas acepções de pedestres e condutores de veículos e animais, nas vias terrestres abertas à circulação, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga, sendo-o, por igual, a ocupação instintiva, pelos animais, dessas referidas vias, nelas movimentando-se e imobilizando-se”.

Para Machado (2003), trânsito configura-se como sendo uma disputa pelo espaço físico e pela afluência das engrenagens urbanas, sendo uma esfera na sociedade de âmbito conflituoso, pois gera de disputa pelo espaço e depende do comportamento das pessoas. Outros autores como Rizzardo (1998) diz que a essência de trânsito é a circulação ou movimentação ou deslocamento de qualquer pessoa, animal e veículos de um local para outro. Portanto, para fins de estudo do presente trabalho, fica definido como sendo trânsito o deslocamento de veículos automotores de vias terrestres, com o fim de se estudar o envolvimento dos mesmos nos sinistros, com foco no comportamento de seus condutores, diferenciando homens e mulheres. Os dados analisados são referentes aos acidentes ocorridos em rodovias federais, sob a jurisprudência da PRF, que é o órgão responsável pela missão de garantir a segurança nas rodovias federais e de interesse da União.

O risco é algo presente em qualquer atividade desenvolvida, sendo um fator que implica em determinadas tomadas de decisão. Para efeito de estudo

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deste trabalho o risco é bastante considerável levando em conta a quantidade de sinistros ocorridos no trânsito brasileiro. Autores como Bernstein (1997) define risco em seu livro, onde a palavra vem do italiano “riscare”, e significa a exposição, de tal maneira que seria uma escolha e não uma aleatoriedade, uma fatalidade, o qual não se poderia escapar.

Todavia, a Funaseg (1998), expressa o conceito no mercado segurador como uma ocorrência incerta, sem uma data marcada para acontecimento e que independe da vontade do contratante ou do contratado num contrato de seguro. Sendo o risco a possível realização do sinistro, da qual se não existir o risco não existiria o seguro. Alvim (1999) diz que: “deve ser um acontecimento possível, mas futuro e incerto quer quanto à sua ocorrência, quer quanto ao momento em que deverá produzir, independentemente da vontade dos contratantes”. Portanto, o risco é algo incerto, tanto pela magnitude de sua ocorrência, ou pelo momento em que irá acontecer, ou seja, gerando ou não um prejuízo, a materialização de um risco é sempre cabível de medidas para que se possa evitar ou amenizar sua ocorrência.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2006, apud CNT, 2018) define acidente como um evento independente e não intencional do desejo do homem, causado por uma força externa, alheia, que atua subitamente e deixa ferimentos no corpo, na mente e danos materiais e ao ambiente. Condutor é toda pessoa que conduz veículo automotor, ou outro tipo, ou que guie por uma via rebanho, cabeças de gado isoladas, manadas, bando, entre outros (CNT, 2018). Os tipos de acidentes são definidos como atropelamento, quando o(os) pedestre(s) sofrem impacto de um veículo, capotamento, quando o veículo gira em torno de si mesmo, em qualquer sentido, choque, quando ocorre impacto de um veículo com objetos fixo ou móvel em que não estejam em movimento, colisão, é quando um ou mais veículo sofre impacto com outro veículo, tombamento, quando o veículo sai de sua posição normal, indo para qualquer uma de suas laterais, para frente ou para trás e os demais tipos de acidentes são todos aqueles não enquadrados nas definições anteriores (CNT, 2018).

O termo gênero vem do Latim genus, que significa “nascimento”, “família”, “tipo”. Tradicionalmente, o termo gênero é utilizado como um conceito gramatical de classificação de palavras, dividindo-se entre: masculino e feminino. Foi a

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partir do século XV que passou a associar o termo gênero como sinônimo do sexo biológico dos indivíduos.

Para Scott (1990) o conceito de gênero foi elaborado para responder a um determinístico biológico na relação entre os sexos, lhe dando um significado sobretudo social. Assim, como noção estreita de gênero é definido em termos recíprocos, e homens e mulheres não poderiam ser entendidos separadamente. Para as ciências sociais e humanas, o conceito de gênero se refere à construção social do sexo anatômico. Gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não decorrência da anatomia de seus corpos. Para Alves (2004) a concepção de gênero evidencia um avanço teórico no grau em que deixa de analisar os papéis desempenhados pelos sexos, para analisar as afinidades sociais compreendidas no inter-relacionamento entre homem e mulher em todos os domínios de atividade. As informações contidas no banco de dados dos acidentes em rodovias federais não permitem distinguir papeis de gênero entre os envolvidos, sendo possível utilizar apenas como aproximação a esse conceito a classificação por sexo, e de acordo com o preenchimento realizado pelo agente da PRF ao registrar as ocorrências.

2.2. Panorama recente dos acidentes de trânsito no Brasil

O cotidiano do trânsito brasileiro tem se tornado uma atividade de risco, tanto pela infraestrutura da malha viária quanto das mudanças comportamentais dos condutores. Esses eventos nunca possuem uma única causa, e sim um somatório de fatores que resultam nas ocorrências dos acidentes.

Segundo levantamento da OMS (2015), a imprudência ao volante produz cerca de 1,25 milhão de vítimas fatais do trânsito, sendo previsto que em 2020 esse número alcance a marca de 1,9 milhão de óbitos no trânsito por essa causa. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (2016), as principais causas de morte no trânsito de condutores estão relacionadas à falta de atenção, velocidade incompatível com a via, condução sobre efeito de álcool, desrespeito as sinalizações, ultrapassagens e o sono. Somente a falta de atenção corresponde a mais de 30% das causas de morte por acidente de trânsito.

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2.3. Causas de acidentes de trânsito

As causas de acidentes de trânsito são das mais diversas, envolvem condições meteorológicas, estrutura das estradas, comportamento dos condutores de veículos, desrespeito às leis de trânsito, uso de aparelhos eletrônicos, dentre outros. De acordo com Scalassara et al (1998) as mais comuns são o cansaço, consumo de álcool, excesso de velocidade e o não cumprimento da sinalização, em que pese observar que não é difícil de ver nas rodovias ultrapassagem irregulares.

No quesito infraestrutura, as rodovias brasileiras registraram uma piora em 2017, segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo (2017) um levantamento feito pela Confederação Nacional de Transportes - CNT, as rodovias consideradas péssimas, ruins ou regular passou de 58,2% no ano de 2016 para 61,8% em 2017. No tocante a essa falta de boa estradas, é um fator contribuinte para a causa de acidentes, pois condutores de veículos muitas vezes precisam trafegar pela contramão para livrar de buracos nas estradas, sendo um risco tal atitude, a falta de rodovias com faixas duplicadas também é uma condicionante, pois motoristas se arriscam em ultrapassagens perigosas e até proibidas.

Consumir álcool e dirigir em seguida, uma ação irresponsável e perigosa, um fator relevante em ocorrências de acidentes de trânsito, pois o que indivíduo que faz uso de substâncias alcoólicas e assume o risco de dirigir tem algumas de suas habilidades necessárias para conduzir veículos prejudicadas, a tomada de decisões e os reflexos são exemplos. Um dispositivo usado para coibição e conscientização dessa prática foi o endurecimento das leis, com penas e multas mais severas, como o caso da famosa lei seca.

2.4. Diferenciais de envolvimento em acidentes de trânsito entre homens e mulheres

Conforme mencionado anteriormente, a maioria dos condutores de veículos automotores são do sexo masculino. Levando em consideração somente este dado, seria fácil dizer que os homens se envolvem mais em acidentes de trânsito porque são maioria, porém, outros aspectos além da distribuição dos condutores por sexo também devem ser levados em conta. Segundo Machado (1996), os indivíduos conduzem os veículos como vivem e

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como são: indivíduos bons condutores são aqueles que tem bom equilíbrio social, que são detentores de confiança, cuidadosos e sóbrios. De outra parte, tem-se aqueles pronunciados antissociais, que são propícios ao envolvimento de acidentes em maior número, basicamente por não respeitarem as regras e leis de trânsito.

Com relação ao comportamento de homens e mulheres no trânsito, as mulheres tendem a serem mais cuidadosas na condução de veículos automotores, sejam de duas ou quatro rodas. Ou seja, contrariando o dito popular que diz “mulher ao volante, perigo constante”, as mulheres são exemplos de comportamento seguro no trânsito (APÓLICE, 2018). No Estado de São Paulo, a maior capital do país, dados governamentais dizem que apenas uma em cada cinco pessoas envolvidas em acidentes de trânsito é mulher, o que é atribuído ao comportamento mais acautelado e a menor hostilidade nas estradas em se tratando de condutoras (APÓLICE, 2018).

São esses fatores que diferem o comportamento entre homens e mulheres no trânsito, ou seja, a prudência e a paciência. Pois enquanto o homem tende a infringir mais as regras, como fazer uma ultrapassagem não permitida, fumar ao volante, uso de aparelhos eletrônicos, entre outros fatores que aumentam potencialmente o risco de acidente, as mulheres primeiramente trazem para si a responsabilidade que podem causar algum dano se agir de forma imprudente (APÓLICE, 2018).

2.5. Proporção de mortalidade e internações em decorrência de acidentes de trânsito.

Os acidentes de trânsito implicam grande número de óbitos e internações. A seguir, será apresentado um breve panorama dos óbitos e das internações por acidentes de trânsito entre homens e mulheres, no Brasil e Grandes Regiões. Para isso, serão utilizadas informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), ambos sob responsabilidade do Ministério da Saúde, tendo sido utilizada a metodologia adotada por Kilsztajn et al. (2001) para deduzir do total de óbitos e internações por acidentes de trânsito aqueles envolvendo aeronaves, embarcações, trens, bondes, bicicletas e outros acidentes ocorridos fora das vias

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públicas (Capítulo 20V da CID-10, deduzidos V01, V05-06, V10-11, V15-18, V81-86, V88, V90-98).

Verifica-se pelo Gráfico 1 que o número de óbitos de mulheres aumentou nas faixas etárias acima dos 30 anos e diminuiu abaixo dos 30 anos, acontecendo o mesmo para os homens, com um agravante em que os homens são maioria nos óbitos registrados na faixa etária dos 20 aos 29 anos.

Gráfico 1 - Pirâmide etária: de óbitos por acidentes de trânsito, Brasil, 2008 e 2016.

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM

O gráfico 2 mostra a mortalidade proporcional por acidentes de trânsito por regiões e sexo masculino nos anos de 2008 e 2016. Observa-se a concentração das mortes por acidentes de trânsito na Região Sudeste (39,7%) seguida pela Região Nordeste (24,9%) no ano de 2008, quando em 2016 a Região Nordeste passou a liderar (33,1%), ficando um ponto percentual acima da Região Sudeste (32,1%), sendo que, verifica-se também na Região Norte (7,3%) em 2008 e (9,4%) em 2016, e na Região Centro-Oeste foi onde ocorreu a menor diminuição de óbitos por acidentes de trânsito.

-30,0% -20,0% -10,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 0 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

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Gráfico 2 - Mortalidade proporcional por acidentes de trânsito, Grandes Regiões, Homens, 2008 e 2016.

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM

Observa-se a concentração das mortes por acidentes de trânsito na Região Sudeste (39,7%) seguida pela Região Nordeste (24,9%) no ano de 2008, quando em 2016 a Região Nordeste passou a liderar (33,1%), ficando um ponto percentual acima da Região Sudeste (32,1%), sendo que, verifica-se também na Região Norte (7,3%) em 2008 e (9,4%) em 2016, e na Região Centro-Oeste menor redução de óbitos por acidentes de trânsito.

O gráfico 3 mostra a mortalidade proporcional por acidentes de trânsito entre indivíduos do sexo feminino, por região, nos anos de 2008 e 2016:

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Gráfico 3 - Mortalidade proporcional por acidentes de trânsito, Grandes Regiões, Mulheres, 2008 e 2016.

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM

No gráfico 3 é observado os óbitos de mulheres por Grandes Regiões, em 2008 as mulheres morriam mais na Região Sudeste (40,5%), e continuando maior na Região Sudeste (35,7%) em 2016, mesmo que menor (35,7%), em 2016 houve aumento nas regiões Norte e Nordeste (8,5% e 26,5% respectivamente).

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Gráfico 4 - Pirâmide etária: internações por acidentes de trânsito, Brasil, 2008 e 2016.

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

O gráfico 4 mostra o elevado número de internações de homens da faixa etária de 20 a 29 anos apesar da redução de 2008 para 2016, com alta a partir dos 30 anos e uma leve redução na faixa etária de 15 a 19 anos. Com relação às mulheres, as proporções de internações de homens provocadas por acidentes de trânsito foram bem superior à das mulheres. A redução das internações de mulheres de 20 a 29 anos foi menor nos dois anos considerados.

O gráfico 5 mostra a proporção de internações por acidentes de trânsito entre homens, por Grandes Regiões e nos anos de 2008 e 2016.

-35,0% -25,0% -15,0% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 0 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais

(25)

Gráfico 5 - Internações por acidentes de trânsito, Região e Sexo Masculino no Brasil, de 2008 e 2016.

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Como nos dados de mortalidade o gráfico 5 mostra que a Região Sudeste também liderava entre as internações. Observa-se, porém, uma redução considerável na Região Sudeste, passando de 49,9% em 2008 para 38,1% em 2016. Já na Região Nordeste houve aumento de 23,6% em 2008 para 29,7% em 2016, seguida da Região Norte (6,4% em 2008 para 11,9% em 2016), e a Região Sul demonstrou uma pequena redução no período analisado (variação de 0,2%).

O gráfico 6 a seguir mostra as internações de mulheres por região provocadas por acidentes de trânsito dos anos de 2008 e 2016.

6,4% 23,6% 49,9% 11,1% 8,9% 11,9% 29,7% 38,1% 10,9% 9,4%

Região Norte Região Nordeste

Região Sudeste Região Sul Região Centro-Oeste

(26)

Gráfico 6 - Internações por acidentes de trânsito, Região e Sexo Feminino no Brasil, de 2008 e 2016.

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

No gráfico 6 verifica-se que a redução de internações de mulheres provocadas por acidentes de trânsito ocorreu apenas na na Região Sudeste, que em 2008 possuía 48,6% e passou para 36,2%em 2016. Verificou-se aumento nas outras regiões, sendo o maior deles na Região Norte (7,8% em 2008 e 13,2% em 2016), e Região Nordeste (de 22% em 2008 para 27,1% em 2016).

2.6. Diferenciais nos custos de acidentes de trânsito entre homens e mulheres.

Utilizando as indenizações por colisões pagas para homens e mulheres que contratam um seguro de automóvel como uma estimativa de custos de acidentes de trânsito, verifica-se algumas diferenças considerando faixas etárias e Grandes Regiões. Os dados foram retirados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), dos anos de 2008 e 2017, sendo utilizadas médias para os valores obtidos. As diferenças de prêmios e indenizações foram calculadas a partir da diferença percentual dos valores entre homens e mulheres conforme equações: ((𝑃𝑟ê𝑚𝑖𝑜 𝐻𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠

𝑃𝑟ê𝑚𝑖𝑜 𝑀𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠) − 1) ∗ 100 e ((

𝐼𝑛𝑑𝑒𝑛𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠 𝐻𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠

𝐼𝑛𝑑𝑒𝑛𝑖𝑧𝑎çõ𝑒𝑠 𝑀𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠) − 1) ∗ 100.

(27)

A tabela 1 mostra o prêmio médio e as indenizações pagas para o ano de 2008, e conforme é possível observar, os valores médios dos prêmios pagos para a contratação do serviço são menores para as mulheres do que para os homens. Na Região Centro-Oeste essa diferença chega a 35%. Já nas indenizações pagas pelo motivo do sinistro ser a colisão, a diferença entre homens e mulheres foram grandes na Região Nordeste (81%), seguida pela Região Norte e Sudeste (76% para ambas), e aproximadamente 60% para as Regiões Sul e Centro Oeste. Isso mostra ou convém dizer que o maior motivo dessa diferença talvez seja a menor participação de mulheres em acidentes de trânsito, mesmo que em condições iguais, se o seguro for para a mesma região, para o mesmo tipo ou modelo de veículo, para homens e mulheres de mesma idade.

Tabela 1 - Prêmio médio e indenização por colisão, por região e sexo, Brasil, 2008.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

A tabela 2 mostram os prêmios e as indenizações por região do ano de 2017, e verifica-se que a diferença entre homem e mulher é maior na Região Centro-Oeste (19,2%) seguida da Região Norte (18,3%), sendo que as maiores indenizações ocorreram na Região Sudeste, e a maior diferença no pagamento de indenizações entre homens e mulheres foi na Região Nordeste. Nessa região foram pagos 80% a mais de indenizações aos homens com relação às mulheres. Com os dados analisados, foi possível observar que a diferença entre homens e mulheres quando o assunto é seguro tem diminuído com o passar dos anos, tanto para a equiparação de pagamentos de prêmio, como para o pagamento das seguradoras quando há ocorrência de sinistros por colisão.

Feminino Masculino Feminino Masculino

Norte R$ 1.065,57 R$ 1.405,29 R$ 5.294.165 R$ 9.363.086 31,9% 76,9% Nordeste R$ 845,44 R$ 1.106,78 R$ 16.043.431 R$ 29.065.170 30,9% 81,2% Centro-Oeste R$ 860,80 R$ 1.166,40 R$ 24.838.906 R$ 40.243.057 35,5% 62,0% Sudeste R$ 854,83 R$ 1.034,33 R$ 50.778.946 R$ 89.800.696 21,0% 76,8% Sul R$ 744,00 R$ 924,71 R$ 34.455.322 R$ 55.362.118 24,3% 60,7%

Prêmio Médio (R$) Indeniz. Colisão (R$)

Região Diferença

prêmio

Diferença indenizações

(28)

Tabela 2 - Prêmio médio e indenização por colisão, por região e sexo, Brasil, 2017.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

A tabela 3 apresentam os valores médios dos prêmios para a contratação de seguros para automóveis no ano de 2008. A maior diferença foi registrada na Região Centro-Oeste (23,3%), e a menor, na Região Norte (15,9). As indenizações pagas foram maiores na Região Sudeste, sendo de 55,5% a diferença entre homens e mulheres.

Tabela 3 - Prêmio médio e indenização por colisão, para automóvel, região e sexo, Brasil, 2008.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

A tabela 4, mostra que no ano de 2017 o custo para se ter um seguro de automóvel era maior na Região Norte em média, sendo o homem pagava o prêmio de R$ 1.931,79. A diferença entre os valores pagos por homens e mulheres chegou a 16,7%. As indenizações foram maiores para a Região Sudeste, porém, observando as diferenças de indenizações pagas entre homens e mulheres, elas foram maiores para a Região Nordeste.

Feminino Masculino Feminino Masculino

Norte R$ 1.555,14 R$ 1.839,29 R$ 12.660.991 R$ 19.411.878 18,3% 53,3% Nordeste R$ 1.312,89 R$ 1.519,11 R$ 50.027.163 R$ 90.059.337 15,7% 80,0% Centro-Oeste R$ 1.393,80 R$ 1.662,00 R$ 85.237.590 R$ 113.808.670 19,2% 33,5% Sudeste R$ 1.257,67 R$ 1.402,00 R$ 131.286.176 R$ 203.788.224 11,5% 55,2% Sul R$ 1.169,63 R$ 1.308,75 R$ 96.089.131 R$ 143.143.745 11,9% 49,0%

Região Prêmio Médio (R$) Indeniz. Colisão (R$) Diferença prêmio

Diferença indenizações

Feminino Masculino Feminino Masculino

Norte R$ 1.561,86 R$ 1.809,50 R$ 2.095.241 R$ 2.787.020 15,9% 33,0% Nordeste R$ 1.176,56 R$ 1.434,89 R$ 6.635.688 R$ 10.025.221 22,0% 51,1% Centro-Oeste R$ 1.094,40 R$ 1.349,00 R$ 10.535.206 R$ 13.133.407 23,3% 24,7% Sudeste R$ 1.116,17 R$ 1.353,96 R$ 23.054.330 R$ 35.856.841 21,3% 55,5% Sul R$ 939,13 R$ 1.118,63 R$ 13.572.436 R$ 19.262.160 19,1% 41,9%

Região Prêmio Médio (R$) Indeniz. Colisão (R$) Diferença prêmio

Diferença indenizações

(29)

Tabela 4 - Prêmio médio e indenização por colisão, para automóvel e sexo, Brasil, 2017.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

A tabela 5 mostra o prêmio médio para a obtenção de seguros para motocicletas em 2008. Na Região Sudeste o prêmio médio foi o maior (R$ 1.100,75), e a maior diferença entre homens e mulheres ficou na Região Centro-Oeste, com uma diferença de 58,1%. Não é por menos que se observarmos as indenizações, as diferenças vão muito além, provavelmente, pelo fato dos homens serem as maiores vítimas dos acidentes envolvendo motocicletas.

Tabela 5 - Prêmio médio e indenização por colisão, para motocicleta, faixa etária e sexo, Brasil, 2008.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

A tabela 6 refere-se aos prêmios e indenizações por região e sexo do ano de 2017, no qual, foi verificado que um seguro de motocicleta na Região Sul custou 85,6% mais barato para as mulheres, e na Região Sudeste o maior valor pago em indenizações por colisão.

Feminino Masculino Feminino Masculino

Norte R$ 1.655,86 R$ 1.931,79 R$ 4.361.950 R$ 4.966.269 16,7% 13,9% Nordeste R$ 1.485,94 R$ 1.697,28 R$ 18.898.021 R$ 26.675.903 14,2% 41,2% Centro-Oeste R$ 1.594,00 R$ 1.780,90 R$ 31.509.845 R$ 31.547.143 11,7% 0,1% Sudeste R$ 1.447,21 R$ 1.628,38 R$ 51.853.276 R$ 70.053.802 12,5% 35,1% Sul R$ 1.377,19 R$ 1.517,94 R$ 37.012.703 R$ 44.910.233 10,2% 21,3% Indeniz. Colisão (R$) Prêmio Médio (R$) Região Diferença prêmio Diferença indenizações

Feminino Masculino Feminino Masculino

Região Norte R$ 495,43 R$ 643,57 R$ 5.315,29 R$ 38.914,86 29,9% 632% Região Nordeste R$ 521,00 R$ 663,89 R$ 3.995,67 R$ 45.323,67 27,4% 1034% Região Centro-Oeste R$ 578,60 R$ 914,80 R$ 7.276,80 R$ 126.195,80 58,1% 1634% Região Sudeste R$ 806,67 R$ 1.100,75 R$ 93.941,42 R$ 1.019.036,92 36,5% 985% Região Sul R$ 675,13 R$ 1.079,00 R$ 10.146,25 R$ 109.726,00 59,8% 981%

Região Prêmio Médio (R$) Indeniz. Colisão (R$) Diferença prêmio

Diferença indenizações

(30)

Tabela 6 - Prêmio médio e indenização por colisão, para motocicleta, faixa etária e sexo, Brasil, 2017.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

A tabela 7 mostra por faixa etária a média do prêmio pago às seguradoras para aquisição de um seguro contra colisão em 2008. O menor valor foi observado para as idades maiores ou igual a 55 anos (R$ 969,00), e no que se referem às diferenças entre homens e mulheres, entre as idades de 26 a 35 anos foi onde se verificou a maior diferença: as mulheres pagaram em média 27% a menos que os homens. Já no que se refere às indenizações, o maior montante pago foi observado para o grupo etário 36 a 45 anos.

Tabela 7 - Prêmio médio e indenização por colisão, por faixa etária e sexo, Brasil, 2008.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

A tabela 8 mostra que a diferença entre os valores dos prêmios para homens e mulheres diminuíram, quando em 2008 a diferença chegava a 27%, em 2017 o máximo foi de 15,4%, já as indenizações tiveram aumento muito considerável, e verificou-se que para a idade maior ou igual a 55 anos, os homens receberam 97,2% a mais que as mulheres em indenizações.

Feminino Masculino Feminino Masculino

Norte R$ 696,00 R$ 898,43 R$ 96.926 R$ 257.566 29,1% 166% Nordeste R$ 580,78 R$ 745,44 R$ 145.594 R$ 1.084.635 28,4% 645% Centro-Oeste R$ 723,20 R$ 1.152,00 R$ 225.269 R$ 1.457.461 59,3% 547% Sudeste R$ 721,67 R$ 1.136,08 R$ 471.346 R$ 4.342.552 57,4% 821% Sul R$ 681,00 R$ 1.264,13 R$ 153.261 R$ 1.974.875 85,6% 1189%

Região Prêmio Médio (R$) Indeniz. Colisão (R$) Diferença prêmio

Diferença indenizações

Feminino Masculino Feminino Masculino

18 a 25 anos R$ 958,00 R$ 1.185,00 R$ 69.065.734 R$ 145.256.269 24% 110% 26 a 35 anos R$ 866,00 R$ 1.096,00 R$ 279.966.128 R$ 458.554.129 27% 64% 36 a 45 anos R$ 859,00 R$ 1.081,00 R$ 306.516.991 R$ 465.731.170 26% 52% 46 a 55 anos R$ 879,00 R$ 1.084,00 R$ 277.510.356 R$ 431.546.986 23% 56% ≥55 anos R$ 814,00 R$ 969,00 R$ 175.338.205 R$ 395.077.626 19% 125%

Faixa Etária Prêmio Médio (R$) Indeniz. Colisão (R$) Diferença prêmio

Diferença indenizações

(31)

Tabela 8 - Prêmio médio e indenização por colisão, por faixa etária e sexo, Brasil, 2017.

Fonte: Superintendência de Seguros Privados - Susep

2.6.1. Seguro DPVAT

O seguro DPVAT é uma proteção para dados pessoais causados por acidentes de trânsito em decorrência de veículos automotores terrestres, que abrange toda a população brasileira, para em caso de materialização dos sinistros as vítimas ou seus dependentes recebam um montante como indenização. A todos os proprietários de veículos automotores que trafegam nas rodovias brasileiras é obrigatório o pagamento anual do seguro, sendo a administradora a Seguradora Líder.

Do total de recursos arrecadados 45% é transmitido ao Ministério da Saúde para o custeio do atendimento das vítimas dos acidentes de trânsito, 5% destinado ao Ministério das Cidades para aplicação em programas que visem a prevenção dos acidentes, e 50% é revertido para o pagamento das indenizações (SEGURADORA LIDER, 2018).

Os acidentes de trânsito causam um forte impacto na economia de um país. No Brasil em 2017 foram pagas 19.753 indenizações de morte, 224.882 indenizações por invalidez e 41.087 indenizações para despesas médicas. As motocicletas foram responsáveis por 74% das indenizações, mesmo elas representando menos de 30% da frota brasileira. Entre as motocicletas, 21% das indenizações foram pagas às mulheres e 79% aos homens. Os demais veículos representaram 35% por mulheres e 65% por homens (SEGURADORA LÍDER, 2017).

A Região Nordeste foi a que mais indenizou por invalidez e morte (38%), seguida pela Região Sudeste com 25%. A faixa etária mais atingida foi de 18 até

Feminino Masculino Feminino Masculino

18 a 25 anos R$ 1.395,00 R$ 1.584,00 R$ 99.663.795 R$ 146.477.045 13,5% 47,0% 26 a 35 anos R$ 1.293,00 R$ 1.492,00 R$ 692.304.951 R$ 856.423.653 15,4% 23,7% 36 a 45 anos R$ 1.325,00 R$ 1.503,00 R$ 897.605.418 R$ 1.140.160.611 13,4% 27,0% 46 a 55 anos R$ 1.324,00 R$ 1.487,00 R$ 758.412.976 R$ 1.064.005.052 12,3% 40,3% ≥55 anos R$ 1.226,00 R$ 1.370,00 R$ 735.270.939 R$ 1.450.204.271 11,7% 97,2%

Faixa Etária Prêmio Médio (R$) Indeniz. Colisão (R$) Diferença prêmio

Diferença indenizações

(32)

34 anos, e do total de indenizações por sexo, as mulheres representaram 25% e os homens 75% (SEGURADORA LÍDER, 2017).

2.7. Acidentes de trânsito e previdência social

As estatísticas brasileiras mostram com relevância o grande número de mortes, atendimentos em serviços de emergências e internações pelas causas de acidentes de trânsito (BAHIA et al, 2013). Com o aumento da frota de veículos circulando nas vias devido os últimos programas de isenção de impostos, principalmente de motocicletas, que por sua vez têm um maior risco de exposição e estão mais propensas a se envolverem em acidentes de trânsito.

Desse modo, a tendência é de aumento dos impactos econômicos e sociais. Destaca-se nesse contexto que as tecnologias da medicina têm melhorado com o passar do tempo e assim tem dado um suporte maior a vida e a reabilitação dos acidentados, resultando em um número maior de sobreviventes, embora muitos deles apresentem sequelas irreversíveis e grande perda de qualidade de vida. Não se pode calcular o quanto vale uma vida humana ou qualquer dano que vítimas e de acidentes de trânsitos são submetidas em fatos dessa natureza. E também, quando há ocorrência de um acidente também ocorrem custos, que impactam não só as famílias, mas também o governo e toda a sociedade.

Para o atendimento de vítimas de acidentes de trânsito é demandado custos pré-hospitalares, hospitalares, pós-hospitalares, e o mais importante neste tópico, a perda de produção. Quando um contribuinte da previdência social se envolve em acidente de trânsito e por consequência se afasta de sua atividade laborativa e passa a receber auxilio, ou aposentadoria em casa de invalidez permanente, ou o pagamento de pensão em caso de morte da vítima (FAPETEC, 2015).

Acredita-se, que no Brasil tais acidentes geram um valoroso impacto econômico-financeiro para a Previdência Social. Dados do DPVAT dizem que os maiores envolvidos em acidentes de trânsito se concentram entre as pessoas mais jovens, em plena idade produtiva, que dependendo do grau de incapacidade receberão benefícios por muito tempo, deixando de contribuir para a previdência. (IPEA, 2009). E conforme demonstrado anteriormente com

(33)

informações do Datasus para 2008 e 2016, a parcela de jovens que acidentam é bastante elevada, e para ambos os sexos.

O gráfico 7 mostra o percentual dos benefícios que foram concedidos pela Previdência Social no Brasil, devido à perda laborativa das vítimas de acidentes de trânsito:

Gráfico 7 - Percentual de benefícios concedidos pela Previdência Social, Brasil, 2010 a 2016.

Fonte: DataPrev.

No ano de 2016 verificou-se a maior concessão de aposentadorias por invalidez (37%) e o auxílio-doença atingiu seu maior valor em 2014. Aposentadorias por invalidez ocorrem quando a vítima não retorna ao trabalho, e auxílio-doença é quando a vítima passa um determinado tempo afastado de suas atividades laborais.

O gráfico 8 mostra os benefícios concedidos pela Previdência Social, por sexo e tipo de benefício dos anos de 2010 a 2016. Verificou-se que os benefícios de auxílio-doença para os homens têm sofrido uma queda desde 2013, enquanto as mulheres aumentaram no período de 2010 a 2011 e 2013 a 2015. Já as aposentadorias por invalidez registraram suas maiores altas em 2014 e 2016, sendo que a grande maioria dos benefícios concedidos a contribuintes vítimas de acidentes de trânsito são o auxílio-moradia.

2% 2% 4% 12% 31% 13% 37% 7% 12% 15% 17% 18% 16% 16% 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

(34)

Gráfico 8 - Percentual de benefícios concedidos pela Previdência Social, por sexo, Brasil, 2010 a 2016.

Fonte: DataPrev

3. METODOLOGIA

3.1. Dados

A base de dados utilizada neste estudo é de propriedade pública, dados esses coletados, informados e gerenciados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). A PRF é uma instituição fundada no ano de 1928, pelo então presidente Washington Luiz, por meio do Decreto n° 18.333, sendo primeiramente chamada de Polícia das Estradas, e os primeiros agentes eram chamados de Inspetores de Tráfego, quando em 1988, através da promulgação da Constituição Federal, a PRF passou a integrar a Carta Magna em seu Art. 144, com a missão do patrulhamento das rodovias federais e designada atualmente no cuidado de aproximadamente 70 mil quilômetros de rodovias federais em todo o Brasil. (PRF, 2018).

Os dados podem ser encontrados na PRF pelo endereço eletrônico: www.prf.gov.br/portal/dados-abertos/acidentes. Os dados utilizados

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Masculino Aposentadoria por invalidez Masculino Auxílio-doença Feminino Aposentadoria por invalidez Feminino Auxílio-doença

(35)

referem-se aos acidentes de Trânsito em rodovias federais, do ano de 2017, e as variáveis utilizadas nesse estudo se encontram no Quadro 1:

Quadro 1 - Descrição das variáveis contidas no bando de dados de acidentes de trânsito utilizadas no estudo.

Fonte: Policia Rodoviária Federal, 2017.

Idade do envolvido no acidente. Se o envolvido é homem ou mulher Condição do clima: com chuva, sem chuva, céu claro, granizo, neblina, e outros.

Quantidade de faixas: simples, dupla ou múltipla

Rotatória, viaduto, ponte, túnel, e outros.

Conforme CTB: Automóvel, motocicleta, caminhão, ônibus, e outros.

Envolvido no acidente: condutor, passageiro, pedestre, e outros. Gravidade das lesões causadas pelo acidente: óbito, ferimentos leves e graves.

Variável Descrição

Dia da semana em que ocorreu o acidente.

Estado Brasileiro onde ocorreu o acidente.

Reconhecimento da principal causa que ocasionou o acidente.

Qual o tipo de acidente. Exemplos: ultrapassagem, saída da pista, colisão frontal, e outros.

Gravidade do acidente: com vítimas feridas, vítimas fatais, sem vítimas. Momento do dia em que ocorreu o acidente: se pela manhã, a tarde ou a noite. Tipo de envolvido Estado físico Idade Sexo Classificação de acidente Fase do dia Condição meteorologica Tipo da pista Traçado da via Tipo do veículo Dia da semana Unidade da Federação Causa de acidente Tipo de acidente

(36)

A base inicial de dados continha 204.289 casos, e desse total foram retiradas as vítimas que saíram ilesas e os casos não informados, restando 90.501 casos. Após a filtragem para deixar somente os casos de condutores e retirados os passageiros, os pedestres, os cavaleiros e as testemunhas, restaram 53.798 casos. Em seguida, foram excluídos casos em que não havia informação do sexo dos condutores ou assinalados como ignorados, totalizando 53.666 casos. Posteriormente, após mais uma filtragem, foram retirados casos de condutores com idade inferior a 18 anos e com idades ignoradas ou não informadas, restando 52.339 casos.

Finalmente a última filtragem foi retirar do banco de dados, casos de condutores de ônibus, bicicleta, caminhão, caminhão-trator, carroça-charrete e outros, ficando apenas os automóveis, motocicletas e as motonetas. Então a base final de dados analisadas reuniu 40.410 casos como mostra o fluxograma expresso na Figura 1. Todos os dados referem-se ao ano de 2017.

(37)

Figura 1 - Fluxograma da filtragem da base de dados.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal.

O estudo tem interesse em tipos específicos de veículos, como o automóvel, motocicleta e motoneta. Este último veículo foi incluído pois na Lei Nº 13.281, tornou-se obrigatória o uso da permissão para conduzir, além do que possui menor preço e maior facilidade para pilotar, e com isso vem ganhando maior uso nas rodovias brasileira (BRASIL, 2016).

(38)

3.2. Método

O método utilizado para as análises dos dados será através da estatística descritiva, área da estatística que cuida em explicar os dados de um determinado conjunto, e cujo objetivo é condensar uma série de valores de mesma natureza, proporcionando uma visão comum desses valores, em que se organiza e expõe os dados por meio de gráficos, tabelas e medidas descritivas (GUEDES et al, 2018).

Com análise dos dados o objetivo é diferenciar as ocorrências nos acidentes de trânsito nas rodovias federais por sexo do condutor envolvido em tais acidentes. Para uma leitura e uma fácil organização dos dados foi utilizado o software IBM SPSS Statistics versão 25, e o Microsoft Excel para elaboração a de tabelas e gráficos.

4. RESULTADOS

Nesse capítulo são analisados os dados da PRF, com ênfase no ano de 2017, retratando o perfil dos acidentes de trânsito no Brasil, explorando o diferencial por gênero dos indivíduos.

A partir dos dados citados foi possível observar os seguintes resultados: De acordo com o gráfico 9, considerando a base de dados utilizada, em 2017 o percentual de mulheres que se envolviam em acidentes de trânsito em rodovias federais correspondia a 14,3%, enquanto os homens representavam 85,7% dos casos de acidentes.

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Gráfico 9 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Entre as regiões brasileiras, segundo a base de dados avaliada, contidas no gráfico 10, as mulheres condutoras que mais se envolveram em acidentes de trânsito estavam localizadas na Região Sul, com um percentual de 40,3%, seguida da região Sudeste (26,6%), Centro-Oeste (12,7), Nordeste (13,5%) e por fim a região Norte, com 6,8% dos envolvidos. Já a região de maior destaque para os homens foi a Região Sudeste (30,7%), Região Sul (30,2%), seguidas das Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte respectivamente.

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Gráfico 10 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e regiões, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O gráfico 11 mostra o percentual por faixa etária por sexo dos envolvidos em acidentes de trânsito nas rodovias federais do Brasil, em que a maior parte dos envolvidos se concentraram nas idades entre 20 a 39 anos, tanto para os homens quanto para as mulheres. Observa-se que as mulheres condutoras estavam envolvidas mais do que os homens na faixa de 25 a 29 anos, de 30 a 34 anos e de 35 a 39 anos, em todas as outras faixas os homens predominaram.

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Gráfico 11 - Pirâmide etária: percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito em rodovias federais por sexo, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O gráfico 12, quando cruzados os dados de dia da semana com o sexo do envolvido, mostra o percentual de envolvidos em acidentes de trânsito. No final de semana, ou seja, sábado e domingo os homens representam 87,9% e as mulheres 12,1%, e de segunda a sexta-feira os homens também foram maioria com 84,5% dos casos (e as mulheres com 15,5%).

-0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 15 a 19 anos 25 a 29 anos 35 a 39 anos 45 a 49 anos 55 a 59 anos 65 a 69 anos 75 a 79 anos Mulheres Homens

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Gráfico 12 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e período da semana, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O gráfico 13 diz respeito em qual fase do dia ocorreram os acidentes. Os resultados indicaram que a maioria dos acidentes ocorreram em pleno dia, fase que inclui os horários de “pico”, quando há uma maior incidência de veículos transitando pelas rodovias. Observa-se que as mulheres se envolveram mais em acidentes em pleno dia (64,6%), seguido de plena noite (25,4%); ao amanhecer e ao anoitecer juntos somam 10%. Já os homens condutores que se envolveram nos acidentes em pleno dia representaram 54,8%.

87,9% 84,5%

12,1% 15,5%

Final de semana Meio da semana

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Gráfico 13 - Percentual de envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e fase do dia, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A tabela 9 mostra que a falta de atenção à condução foi classificada como a causa principal do acidente de trânsito pelo agente da PRF, sobretudo para acidentes envolvendo condutoras do sexo feminino: 47,7% das ocorrências. Esse percentual superou o alcançado pelos homens para essa mesma categoria (43,2%), assim como os itens “Defeito na via” (2,0% para as condutoras e 1,3% para os condutores), “Não guardar distância de segurança” (7,3% para as condutoras e 6,8% para os condutores), “Pista escorregadia” (5,2% para as condutoras e 3,4% para os condutores) e “Sinalização da via insuficiente ou inadequada” (0,5% para as condutoras e 0,4% para os condutores). Esses resultados evidenciam um padrão de acidente de trânsito distinto entre homens e mulheres, em que para elas parecem predominar causas relacionadas ao ambiente externo como condições das vias e de sinalização, e para eles, causas relacionadas ao comportamento do condutor em assumir o risco do acidente, como excesso de velocidade e ingestão de álcool.

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Tabela 9 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e causa do acidente, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Quando a variável estudada é o tipo do acidente, verifica-se na tabela 10 que entre condutores do sexo feminino a maior ocorrência foi para o tipo “Colisão transversal” (17,2%), seguida pela categoria “Saída de leito carroçável” (16,8%) e “Colisão traseira” (16,5%). Entre condutores do sexo masculino, observou-se um padrão distinto, com a maior parte das ocorrências registrada para o item “Colisão traseira” (18,2%), “Colisão transversal” (16,8%) e “Colisão lateral” (14,7%).

Feminino Masculino

Animais na Pista 2,0% 2,7%

Avarias e/ou desgaste excessivo no pneu 1,9% 2,0%

Carga excessiva e/ou mal acondicionada 0,2% 0,2%

Condutor Dormindo 3,0% 3,2%

Defeito Mecânico no Veículo 2,7% 2,7%

Defeito na Via 2,0% 1,3%

Deficiência ou não Acionamento do Sistema de Iluminação/Sinalização do Veículo 0,1% 0,4%

Desobediência às normas de trânsito pelo condutor 8,1% 8,7%

Falta de Atenção à Condução 47,7% 43,2%

Falta de Atenção do Pedestre 0,8% 1,1%

Fenômenos da Natureza 0,3% 0,3%

Ingestão de Álcool 3,7% 8,3%

Ingestão de Substâncias Psicoativas 0,1% 0,1%

Mal Súbito 1,5% 1,2%

Não guardar distância de segurança 7,3% 6,8%

Objeto estático sobre o leito carroçável 0,8% 0,8%

Pista Escorregadia 5,2% 3,4%

Restrição de Visibilidade 1,0% 1,0%

Sinalização da via insuficiente ou inadequada 0,5% 0,4%

Ultrapassagem Indevida 2,4% 3,1%

Velocidade Incompatível 8,7% 9,3%

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Tabela 10 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e tipo do acidente, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

No cruzamento da variável sexo com a variável classificação dos acidentes como mostra o gráfico 14, é constatado que nas ocorrências de acidentes com vítimas feridas as mulheres condutoras são 14,9% e os homens 85,1%, já nos acidentes com vítimas fatais as mulheres representaram 7,7% e os homens 92,3%, mostrando assim que na base de dados analisada morreram absolutamente mais homens do que mulheres em acidentes de trânsito nas rodovias federais.

Feminino Masculino Atropelamento de Animal 1,0% 2,2% Atropelamento de Pedestre 0,8% 1,5%

Capotamento 7,5% 4,5%

Colisão com objeto em movimento 0,5% 0,6% Colisão com objeto estático 6,6% 5,2%

Colisão frontal 6,5% 10,9% Colisão lateral 14,7% 14,7% Colisão transversal 17,2% 16,8% Colisão traseira 16,5% 18,2% Danos eventuais 0,1% 0,2% Derramamento de carga 0,0% 0,1% Engavetamento 1,6% 0,8% Incêndio 0,1% 0,0%

Queda de ocupante de veículo 5,8% 7,7% Saída de leito carroçável 16,8% 10,9%

Tombamento 4,4% 5,4%

Sexo Tipo do acidente

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Gráfico 14 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e classificação do acidente, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Considerando as ocorrências por condição meteorológica e sexo do condutor apontada pelo gráfico 15, verifica-se que as condições adversas do clima não foram as principais influências para a ocorrência dos acidentes, pois a maior parte desses eventos ocorreram quando as condições do clima eram consideravelmente boas (céu claro), e menor parte em condições adversas como chuvas, garoa ou chuvisco que deixam a pista mais escorregadia e requer mais atenção ao condutor em reduzir a velocidade. As ocorrências mais frequentes foram para “céu limpo” (58,3% para homens e 55,2% para as mulheres), “nublado” (19% para os homens e 18,5% para as mulheres), e em menor grau, “chuva” (10,4% para os homens e 13,2% para as mulheres).

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Gráfico 15 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e condição meteorológica, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O gráfico 16 é referente à estrutura da pista (simples, dupla ou múltipla). Observa-se que os acidentes ocorreram com maior frequência em pista simples (53,6% para homens e 49,3% para as mulheres). No caso da pista dupla, os acidentes envolvendo as condutoras foi maior com relação aos acidentes envolvendo os condutores (43% e 38,6%, respectivamente). No caso das pistas múltiplas os percentuais foram similares para ambos os sexos.

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Gráfico 16 - Percentual de envolvidos em acidentes de trânsito por sexo, e tipo de pista, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O gráfico 17 mostra que quando considerada a variável traçado da via, os acidentes ocorreram predominantemente em retas (63,8% para homens e 61,5% para mulheres). O menor percentual foi para os túneis (0,1% para ambos os sexos). O percentual dos acidentes ocorridos em vias retas foi cerca de três vezes mais elevado em relação ao percentual daqueles ocorridos em curvas (e para ambos os sexos), embora as curvas apresentem um risco maior do evento acidente acontecer.

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Gráfico 17 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo e traçado da via, Brasil, 2017.

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O gráfico 18 indica que os automóveis foram líderes no percentual de acidentes com mulheres condutoras (58,1%), e no caso dos homens, a maior parte dos acidentes ocorreram com condutores de motocicletas (57,4%). Destacou-se para as mulheres os acidentes envolvendo motonetas (19,1%), sendo esse meio de transporte muitas vezes adotado por mulheres por apresentar maior facilidade de condução.

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Gráfico 18 - Percentual de condutores envolvidos em acidentes de trânsito por sexo e tipo do veículo, Brasil, 2017.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa monografia analisou o banco de dados disponibilizados pela Polícia Rodoviária Federal para o ano de 2017, tendo sido selecionados casos de condutores do sexo masculino e feminino, para o objetivo de analisar o diferencial de acidentes de trânsito por gênero.

A revisão da literatura sugere aumento o da participação feminina na condução de veículos anteriormente dominada pelos homens, como no caso da condução de motocicletas, além da habilitação precoce por parte delas, o que, consequentemente esteja promovendo maior participação das mulheres como condutoras de veículos. Estudos futuros poderiam explorar melhor a tendência de aumento tanto de habilitação das mulheres quanto da ocorrência de acidentes envolvendo condutoras ao longo do tempo, cabendo destacar que a literatura sobre o tema é escassa no Brasil. Isso constituiu um desafio a essa monografia que teve que recorrer em vários momentos para notícias veiculadas na mídia para obtenção de informações sobre condutoras do sexo feminino, visto que as informações dos DETRAN estaduais não se encontram consolidadas em uma única plataforma e disponibilizadas via internet.

Considerando a base de dados analisada no presente trabalho, 14,9% do total de acidentes com vítimas fatais eram mulheres, enquanto os homens foram 85,1% de vítimas fatais, indicando maior letalidade dos acidentes envolvendo homens. Sendo possível identificar em quais idades e regiões os homens e mulheres tinham suas participações nos acidentes. Daí quando analisado na base da PRF as características gerais dos acidentes, observa-se um padrão distinto entre condutores homens e mulheres: colisões, fase do dia, causa principal do acidente etc.

De acordo com os dados analisados nessa monografia para 2017, e comparando com o Relatório Acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras: caracterização, tendências e custos para a sociedade no ano de 2015 (IPEA, 2015), verificou-se manutenção de antigos desafios a serem superados para redução dos acidentes de trânsito, como a falta de atenção, velocidade

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incompatível com a via, condução sobre efeito de álcool, desrespeito as sinalizações, ultrapassagens e o ato de dormir durante a condução.

Este trabalho pode servir de base para que trabalhos futuros explorem melhor o diferencial por gênero nos acidentes e sua repercussão sobre o setor de seguros, uma vez que os dados discutidos no referencial teórico mostraram que as mulheres se envolvem menos em acidentes de trânsito em comparação com os homens, consequentemente geram menos indenizações a serem pagas pelas seguradoras e assim barateando o custo para a contratação desse tipo de serviço para elas.

É incontestável que a solução para este problema dos acidentes de trânsito não é fácil, pois sua complexidade está estabelecida na circunstância de que os acidentes de trânsito são provocados por uma gama de fatores ligados aos condutores de veículos. E para prevenção e redução efetiva é necessário

que sejam empenhados esforços por todos aqueles que atuam no trânsito, como uma educação adequada em campanhas preventivas, melhoramento da estrutura das rodovias e elaboração de estudos sobre o comportamento de homens e mulheres no trânsito.

Referências

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