• Nenhum resultado encontrado

Mapa 12 – Fotos de danos em anexo

16 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Centro de Convivência Cultural de Campinas não é reconhecido pelos órgãos de preservação, reflexo da precariedade estrutural dos departamentos competentes, bem como da dificuldade de reconhecimento do prédio moderno como patrimônio a ser preservado, fato observado em todos exemplos colocados nesta pesquisa, portanto dois fatores que não nos surpreendem. Indiferentemente a este fato, o prédio deve ser observado como um equipamento público cultural a ser utilizado e para tanto deve ter um caráter multidisciplinar e se submeter às normativas de segurança, acessibilidade e conforto.

A informação levantada permite entender o funcionamento e desenvolvimento do prédio e seu decaimento; alimenta a tomada de decisão no processo de intervenção para reabilitação; identifica a obsolescência de elementos e sua substituição por produtos mais eficientes. Também sinaliza as diversas origens dos danos com graus de relevância diferentes e possibilita uma priorização de serviços. Sabemos que a não correção da causa da perda, que gera o dano, propicia a recorrência do dano, antes dos materiais ultrapassarem sua vida útil. Este fator coloca como essencial a utilização de um plano de manutenção com vistorias e intervenções regulares.

A estrutura de concreto armado é muito diversificada, mas seus danos são comuns e devem ser observados caso a caso. O prédio exige maior cuidado quanto à estabilidade das estruturas. A complexidade das estruturas modernas impõe constantes desafios para a equipe envolvida, a qual deve ser multidisciplinar. O restauro do concreto armado deve respeitar a mínima intervenção e a máxima experimentação quanto à reprodução da cor e a

estampagem da textura superficial. Com a correção das fontes geradoras dos danos, é plenamente

possível a utilização na sua plenitude como um espaço para confraternização social e cultural, de que a cidade é muito carente.

A comparação com uma obra 40 anos mais velha e outra contemporânea, que apresentam um grau de deterioração consideravelmente menor, confirma quanto a falha no procedimento de projeto e/ou construtivo torna-se onerosa no uso de cada prédio.

Figura 15 - comparativo entre (série 1) Centro de Convivência, (série 2) Casa Flavio de Carvalho e (série 3) Loja Matriz de Gilberto Pascoal

Exemplos que constatam como a qualidade, em todas as instâncias – projeto, obra, material e uso, afeta diretamente a qualidade do envelhecimento de um prédio. Os números de projeto, estabilidade e estanqueidade, com melhor desempenho da Loja Matriz constituem valores antagônicos ao Centro de Convivência, evidenciando as falhas pelas quantidades mais elevadas e concequente pior desempenho.

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5674: Manutenção de edificações.

_____ NBR 6118: Projetos de estrutura de concreto.

_____ NBR 7680: Extração, reparos e analise de testemunho de estrutura de concreto.

_____ NBR 12654: Controle tecnológico de materiais componentes do concreto.

_____ NBR 14037: Diretrizes para elaboração de manual de uso e manutenção.

_____ NBR 14931: Execução de estruturas de concreto - Procedimento, 2004. _____ NBR 15575: Desempenho de edificações.

ACCETTA, C. La Conservazione del moderno nella cultura architetonica

contemporânea. Dissertação de Doutorado – Universitá deghi Studi di Napoli

Frederico I. 2005.

ANDRADE, J.O. Durabilidade das estruturas de concreto armado: análise das manifestações patológicas em estruturas do Estado de Pernambuco. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Faculdade de Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 151 f., 1997. ARAUJO, Maria E. S. O. Análise das manifestações patológicas em

edifícios escolares pré-fabricados na cidade de Campinas. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas, 144 f., 2017.

_____________. Projeto e destino. São Paulo: Ática, 2004.

AZEVEDO, M. T. Patologia das Estruturas de Concreto. In: ISAIA, G. C. (Ed.). Concreto Ciência e Tecnologia. São Paulo: PhD, 2011, v. 2.

BANHAM, R. The new brutalism. Architectural Review. 118 December 1955, p. 354-61.

BARDELLI, P. G. Curare, Documentare, Manutenere. Politecnico di Torino. BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. São Paulo: Perspectiva, 1976.

BEZERRA, J. E. A. Estruturas de Concreto Armado: Patologia e Recuperação. Fortaleza: PhD, 1998.

BILL, Addis. Edificações: 3000 anos de projeto, engenharia e construção. Porto Alegre: Bookman, 2009.

BRANDÃO, A. M. S.; PINHEIRO, L. M. Qualidade e durabilidade das estruturas de concreto armado: aspectos relativos ao projeto. Cadernos de Engenharia de Estruturas. EESC. Universidade de São Paulo. São Carlos, 1999.

CARMONA, T. G. Modelos de previsão da despassivação das armaduras estruturas de concretos sujeitas à carbonatação. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. 2005.

CÁNOVA, M. F. Patologia e terapia do concreto armado. São Paulo: Pini, 1988.

CASCUDO, O. Inspeção e Diagnóstico de Estruturas de Concreto com Problemas de Corrosão da Armadura. In: ISAIA, G. C. (Ed.). Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: Ibracon, 2005.

CASTRO, E. K. Desenvolvimento de tecnologia para manutenção de estruturas de concreto armado. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Universidade de Brasília, 1994.

CINCOTTO, M. A. Ação do meio sobre o concreto. Anais do Workshop sobre

Durabilidade das Construções. ANTAC – 1997.

CINTRA, C.R.C. A utilização da ISSO 6241 na avaliação de edifícios

escolares através dos métodos e técnicas da APO: o caso escola de “Cara

Nova” de Mogi das Cruzes. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Faculdade Engenharia Civil de Itajubá, 2001.

COHEN, I, BRITO C. , MORGADO, J. Plano de manutenção pró ativa da

envoltória de edifícios – Univ. Técnica de Lisboa, Research Gate. Lisboa,

2015.

________ Plano de inspeção e manutenção do pavilhão de engenharia civil do IST. Lisboa.

CÓIAS, V. Inspeções e Ensaios na Reabilitação de Edificações. Lisboa: I. PRESS, 2006.

CORREIA, M. Manifestações patológicas na construção – Implantação de

programa de manutenção preventiva e corretiva em estruturas de concreto armado. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE PATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS – CINPAR. João Pessoa, 2013.

COUTO, J. P.; COUTO, A. M. Importância da revisão dos projectos na redução dos custos de manutenção das construções. In: CONGRESSO CONSTRUÇÃO 2007, Coimbra, Portugal. Universidade de Coimbra.

DORFLES, Gillo. A Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1986. FACCIO, P. Il Calcestruzzo di Carlo Scarpa: come il vaso reca l‟impronta del vasaio. Universitá IUAV – Venezia, 2011.

FAGUNDES NETO, J.C.P. Vida Útil e Desempenho das Edificações na ABNT NBR 15.575. Revista Concreto – Ibracon, Ano Xl, n. 70, 2013.

GONÇALVES, E. A. B. Estudo de Patologias e suas causas nas estruturas de concreto armado de obras de edificações. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015.

GRANATO, J. E. Apostila Patologia das construções. São Paulo, 2002. HELENE, Paulo. Manual para reparos, reforço e proteção de estruturas de concreto. São Paulo: Editora Pini, 1993.

IPHAN. Cartas Patrimoniais. Carta de Atenas, 1934. ______ Carta de Veneza, 1964.

______ Carta de Burra, 1978. ______ Carta de Nara, 1994.

ISAIA, G. C. Durabilidade do concreto ou das estruturas de concreto. In: WORHSHOP SOBRE DURABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES. São José dos Campos, 2001.

JOHN, V. M. Durabilidade e sustentabilidade: desafios para a construção civil brasileira. In: WORKSHOP SOBRE DURABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES. São José dos Campos, 2001.

LICHSTENSTEIN, Norberto B. Patologia das construções. Boletim técnico da Escola Politécnica Universidade de São Paulo. São Paulo, 06/86, 1986. MEDEIROS, M. H. F.; HELENE, P. R. L. Durabilidade e proteção do concreto armado. Revista Téchne. São Paulo, 2009.

MORETTINI, Renato. Tecnologias construtivas para reabilitação de edifícios: tomada de decisão para uma reabilitação sustentável. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

OLIVEIRA, Mário M. Tecnologia de conservação e do restauro – materiais e estruturas: um roteiro de estudo. Salvador: EDUFBA, 2011.

OLLIVIER, J.P.; VICHOT, A. Durabilidade do concreto: base científica para a formulação de concretos duráveis de acordo com o ambiente. São Paulo: Ibracon, 2014.

ORNSTEIN, S.W.; MARINS C.A. Arquitetura, manutenção, segurança de ambiente escolares: em estudo aplicativo da APO - Ambiente Construido. Porto Alegre, 1997.

________. ROMERO, M. A. Avaliação Pós-Ocupação: metodologia e técnicas aplicadas à habitação social.

PEDRO, J.B. Método de avaliação do estado de conservação de imóveis: desenvolvimento e aplicação. Laboratório Nacional de Engenharia Civil – LNEC.

PENTEADO, Fábio. Ensaios de Arquitetura. São Paulo Empresa da Arte, 1998.

PINTO, Luiz A. A. P. As escalas da cidade: a obra de Gilberto Pascoal na cidade de Campinas. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Pontifícia Universidade Católica de Campinas, São Paulo, 2013.

PREISER, W. F.E.; VISCHER J. – Assessing Building Performance.

PRUDON, T. H. M. Preservation of Modern Architecture. New Jersey: John Wiley & Sons, 2008.

REIGLE, Alois. O culto moderno dos monumentos: sua essência e sua gênese. Goiânia: Ed. Univ. Católica de Goiânia, 2006.

RODRIGUES, R.M.G.C. Manutenção de edifícios: análise e exploração de um banco de dados sobre um Parque Habitacional. Faculdade de Engenharia Civil. Universidade do Porto.

SIMÕES, João R.L. Patologia, origens e reflexos no desempenho técnico construtivo de edifícios. Tese (Livre docência) – Faculdade de Universidade Arquitetura e Urbanismo. USP, 2004.

SOUZA, V.; RIPPER, T. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. São Paulo: Pini, 1998.

TINOCO, J. E. Mapa de danos: recomendações básicas. Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada, CECI. Olinda, 2009, vol. 43.

TREVISAN, R. Centro de Convivência de Campinas: um olhar sobre arquiteto Fábio Penteado. Revista Ricco, 2010.

VLACK, Lawrence H. Princípios de ciência e tecnologia dos materiais. Rio de Janeiro: Campos, 1984.

VOORDT, T.J. / Wegen, H. B. R. Arquitetura sob o olhar do usuário: programa de necessidades, projeto e avaliação de edifícios.

Documentos relacionados