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As vivências e tudo o que a Arte proporcionou, foi na realidade um grande impulso para o modo como trabalhamos o Design, actualmente. A partir das perspectivas e das visões futuristas observadas em todos os períodos, procura-se um encontro entre arte e necessidade de deixar um registo tempo de forma. O Design é área que por excelência desenvolveu-se partir da sua relação com a tecnologia. As mudanças sentidas no processo de industrialização incentivaram notoriamente as mudanças tecnológicas, impulsionando em massa o Design. Este momento na História, por muitos autores é apontado como o período do surgimento do Design, como tal Giuluo Carlo Argan num dos seus artigos escrito em 1961 publicado no ano 2000, refere que:

“O homem moderno, o homem das grandes cidades, não identifica seu ambiente com a natureza, mas com o mundo das coisas artificiais, feitas pelo homem para o homem mediante uma tecnologia da qual sente orgulho como de uma criação própria: ele quer, portanto, inserir o objecto no contexto de um mundo não natural, mas social”

Argan, 2000

Na sua plenitude as manifestação do Design, seja gráfico, industrial, entre outros, são correspondentes à realidade vivida dos seus períodos e contextos. Poder-se-á afirmar que o Design assim como a Arte são uma peça fundamental da cultura e da sociedade. O Design contribui para a formação de diferentes realidades, ao mesmo tempo que é formado por essas realidades, tem um impacto grandioso na organização social e vivência dos indivíduos. Os designers como profissionais, têm de ter consciência no impacto que causam e como isso influência na organização de nossa sociedade e nas próprias articulações individuais. Ou seja, na temática da investigação apresentada observou-se que o Design Gráfico compõe a realidade mas também é composta por ela.

Em termos histórico-culturais, esta disseminação informacional sentiu-se na sociedade do Pós-Modernismo pela sua hiper-realidade; supremacia de consumo, criação e sobrevalorização de realidade “ilusórias”.

Os meios de desenvolvimento de criação no mundo digital expandem-se a um ritmo veloz. As tecnologias proporcionam mais agilidade e facilidades a uma velocidade notória. É importante saber utilizar esta tecnologia da melhor maneira.

Este texto não tem como propósito apresentar conclusões definitivas, mas sim de apontar temáticas presentes no universo do design como questões a serem ampliadas, desenvolvidas, discutidas. Questões que devem ser analisadas, observadas através das interfaces que estas áreas – design, arte e tecnologia estabelecem, modificam e constroem o design contemporâneo. A influência da Bauhaus, e de todo o ideal funcionalista, para o design digital está, em parte, na mesma relação que o funcionalismo e a transparência têm com o design gráfico. No intuito de que a compreensão e leitura da mensagem ocorram de maneira clara e fácil, no entanto, aquilo que é mensagem, numa interface gráfica, não se limita aos elementos textuais que devem ser compreendidos no acto da leitura. O design para o suporte digital envolve a compreensão da informação, que está sendo visualizada na interface, e o destino pelo qual o utilizador será encaminhado. Ao se pensar numa interface funcionalista, é importante analisar que, essa função, não é apenas a exposição do conteúdo de forma legível, mas também, a exposição de uma navegação clara, onde cada acção do usuário poderá levá-lo. Esse é um dos itens que diferenciam o design gráfico do digital. Numa interface, a participação do usuário é mais activa do que apenas ler; é ler, decidir e clicar. Considerando que a fusão “Arte – Desenho – Tecnologia”, tem como resultado o processo de Design, como fase de desenvolvimento, deveremos ficar atentos às evoluções de cada tecnologia, já que elas trazem funcionalidades diferentes que podem ajudar a inovar cada projecto.

A proximidade e as relações entre o Design, a Arte e a Tecnologia são discussões separalistas de variante recorrente, que podem ser vistas como um todo, ou independentemente como campos oponentes. Historicamente o design surgiu coligado ao campo da arte e foi-se enraizando paralelamente até hoje, -como por exemplo- na educação escolar secundária através do curso profissionalizante de artes e ofícios ou do 2º agrupamento de Artes, ou até mesmo pela ministração de cursos de design em várias escolas e universidades, adjacentes ao departamento das Artes. Deste pressuposto assume-se que a prática interdisciplinar e transdisciplinar entre as áreas do Design e da Arte rompeu fronteiras dividindo entre si conhecimentos entre vários campos do conhecimento, somando resultados mais complexos e abrangentes. A importância desta coligação desdobra-se da forma como estes campos estabeleceram relações de proximidade, de modo a contribuir e ampliar directa ou indirectamente a sua acção, em consequência das demandas da sociedade.

Em suma…

Arte e Design colmatam as necessidades visuais do Homem. Resta-nos projecta-las metodologicamente com eficácia, garantido uma aplicabilidade funcional e esteticamente agradável.

RESULTADO FINAL

Como antes visto, o papel do artista de vanguarda influenciou (e influência) o designer como criador e produtor. Agora de forma mais condensada, a tecnologia marca a era do Design Gráfico pela multiplicidade de canais de informação, pelos diferentes suportes visuais e sobretudo pela facilidade interactiva. Design Interactivo tem como missão principal: facilitar a capacidade de pensar e desenhar a estrutura, a forma e o comportamento de novos produtos, sistemas e serviços digitais interactivos. Sendo o principal objectivo estimular o desenvolvimento de produtos e serviços que potenciem relações de engagement entre pessoas e sistemas interactivos de forma a disponibilizar uma experiência de utilização que seja útil, envolvente e gratificante. Enquanto a capacidade e complexidade dos dispositivos evoluem, estes profissionais tem um papel importante na consolidação da tecnologia em benefício das pessoas, das necessidades do Indivíduo. A virtualização da realidade é uma migração da realidade física para um mundo de interacções virtuais. Esta migração em direcção a um novo espaço-tempo estabelece uma realidade social virtual que, aparentemente mantendo as mesmas estruturas da sociedade real, é diferente da física, porque tem os seus próprios códigos, estruturas e sobretudo novas formas de interacções. Aqui assiste-se ao processo de comunicação enquanto interacção e resposta.

O despoletar de um novo meio dinâmico (Hipermédia, virtual, digital) ampliou a profissão do designer gráfico ao projectar para novos suportes de interacção, alusivos à interactividade. Indo ao encontro deste pressuposto, o resultado final desta dissertação reside em revitalizar a importância da interactividade projectual, como resposta à propagação das novas tecnologias. Aqui, não se apresentou um modelo metodológico, apenas se apontou temáticas inerentes à acção como forma de estudo e análise precisa. Este resultado fica em aberto, para numa posterior fase, sob análise de casos de estudo mais fidignos apresentar uma proposta de “metodologia projectual da interactividade para os novos rumos do Design Gráfico, em consequência da evolução histórico-social do Homem.