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CAPÍTULO III – MELANIE KLEIN E O TRATAMENTO DO SINTOMA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Par tim o s d e u ma q u estão q u e, d e m ane ir a ins ist ente, o s p sicanalista s d e o r ientação lacania na intr odu zem nas d iscu s sõ es d e caso s clí nico s, tanto na p r ática d a su p ervisão11 qu anto no s esp aço s institu cio na is d o s nú cleo s d e p esq u isa em p sicaná lise co m cr ia nç as . T rata- se d e se p er gu ntar , em cad a caso , se a ap lica ção d a p sica ná lise co m cr ianças se m o str a u m a p r ática q u e, co mo aqu ela co m su je ito s ad u lto s, p r ivilegia a fo r m ação d o sinto ma e su a art icu laç ão co m a d im en s ão pu ls io na l, o u se a m esma se lim ita a u m a p r ática d e ad ap tação d a cr iança ao so cial.

Algu ns au to res q u e se d ed icaram ao tem a d a p sicaná lise co m cr ianças s inalizam e ste d es vio d a r efer ên cia ao sinto ma em d etr im ento d a ad ap tação . Sant iago (2 00 5) , po r exem p lo , em seu livr o A in ib ição in telectu a l da p sican á lise , d emo nstr a u ma inf lexão o co rr id a na p rática co m cr ianç as co ncer ne nte à r ef erê ncia centra l d e Fr eu d so br e a fo b ia d a cr iança, q u e p er d e esp aço p ar a u m a p er sp ect iva ma is p r o filát ica d o tratam ento d e cr ian ças, no tad am ente na p r ática d as a nalist as A nn a Fr eu d e M elanie Klein, q u e se d ed icar am a es sa clí nica no s ano s 1 920 . Naq u ela ép o ca , qu e po d e ser situ ad a co m o o mo mento do nasc im ento e d esen vo lvim ento d a p sican álise co m cr ia nças, as fo r mu laçõ es so b r e o

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A psicanálise como prática, comporta um saber-fazer, e podemos dizer que ele se transmite pela supervisão” (LÁZARO ELIAS, 2003).

so fr ime nto inf antil d esco ns id er am o p ar ad igm a d a fo b ia e p r ivileg iam a p r esença co nstan te d a p r o b lemática d a inib ição , sina liza nd o u ma d eso rd em neu r ó tica. E ssa inf lexão , segu nd o Sant ia go ( 20 0 5) , “q u e se op era na t emát ica d a fo b ia p ar a a inib iç ão , tem co mo p a no d e fu nd o o qu estio nam ento so b r e a ef icácia e o s lim it es no tr atam ento co m cr ianças” ( p . 6 7) . M ais esp ecif icament e, o qu e se d estaca va naq u ela d ata era “co mo evitar q u e a cr ian ça s e to r ne u m adu lto neu ró tico ” ( id em). E ssa p o sição se anco r a na d es co b er ta d e Fr eud (1896 /1980 ) sob r e a neu r o se do adu lto e d e su as reminiscê ncia s em r ela ção à sexu alid ad e.

Ap ro fu nd and o na p esq u isa d as r azõ es d es sa inf lexão , enco ntr am o s tam b ém a r eferê ncia ao co nceito fr eu d iano d e p u lsão d e mo r te, qu e p ar ece ter sid o d e d ifí cil e d iver sa ap r eensão p ar a o s p sican alis tas d a ép o ca, inc lu s ive o s a nalist as d e cr iança. E sta p esq u isa p er mit iu a fo r mu lação d a hip ó tese d e q u e ho u ve, p o r p arte d as p io ne ir as d a p sicanálise co m cr ianças, A nna Fr eu d e M elan ie Kle in, u m a leitu r a sin gu lar d a d ime nsã o pu ls io na l inser id a no sinto ma. T al le itu r a p ro m o ve, em certa med id a, o d estaq u e ao r ecu r so d a ad ap tação d a cria nça ao so cial, n ão sem a co n seq u ência d e cer t o silenc iam ento d a m ensag em sin gu lar d o sinto ma do su jeito . E m su ma, o r ecu r so à ter ap êu tica d a ad ap tação d a cr iança ao so c ial, co m f inalid ad e d e su p ressão d o sinto ma, acar r eto u a d esco ns id er ação d a d im ens ão pu ls io nal d o sinto ma.

O p er cu r so realizad o , ne ste tr ab alho , b u sco u inve st igar no s te xto s d e Anna Fr eu d e M elan ie Kle in co m o cada u ma d essas d u as p io neir as d a p r ática p s ica nalít ica co m cr ianças art icu lo u o co nceito d e pu lsão d e mo r te e o co ns id er o u na m anif est ação p u lsio nal d o sinto ma.

A a nálise d as co ntr ib u içõ es teó r icas e clí nicas d e An na Fr eu d no s po ssib ilito u co ns id er ar q u e es sa au to r a d efine co m o o b jetivo p ara su a p r ática c lí nica a ad ap tação d a cr iança ao so cial med iante a e lim inaç ão do s sinto m as. S eu o fício d e p ed ago ga e su a in clinação à ob serv ação d e cr ianças, na su a p rática co mo p ed ago g a, cer tame nt e teve inf lu ência imp o rtante no estab e lec im ento d e u ma p r ática clí nica ad ap tacio n ista. Algu m tem p o d ep o is, a p assagem d es s e o fíc io p ed agó g ico p ar a o mo vim ento p sican alít ico não su b tr aiu de su a p r át ica o p r ivilég io d a ob ser vação d ireta d e cr ian ça s. An na Fr eud fez d a o b ser vação su a

fer r am e nta p r inc ip al p ar a a e xp lo r ação d o mater ial inco ns cient e, d e fo r ma a a sso ciar o sent id o inco nsc iente à co m p reen são d o co m po r tam ento d a cr iança. A ênfa se no s elemen to s d a co nsciên cia , t ão r eco rr entem ente u tilizad a p o r Anna F r eu d em d etr ime nto d e u ma exp lo r ação do inco ns cient e, p er mit iu a c o ncep ção d e su a p r ática fo cad a no v iés p ed agó g ico . Do mesm o mo do , a em er gência so c ial p r o ve niente d a Gu er r a r ef let iu na p r ática d e A nna Fr eu d : a cr iação d e cr ec hes - lar es p ar a o aco lh im ento d e cria nça s q u e so frer am as d if icu ld ad es d a Gu er r a, as exp er iênc ias ed u cativas na E sco la He it inzing, anco r ad a na p er sp ect iv a d a cr iança em d esen vo lvim ento , b em como o s texto s d e Freu d q u e exam inavam esse m o me nto so cial, no s p ar ecer am ter co lab o r ado , so b r emane ira, na inte nção d e se b u scar em so lu çõ es m ed iante a ad ap tação d a cr ianç a ao so cial.

Do mesm o mo d o, M ela nie K lein p ar ticip o u d esse mo mento d e entr ad a d a p sica nálise co m cr ian ças no ano d e 192 0 . Inf lu e nciad a p elo s fu nd ame nto s p sicana lítico s fr eu d iano s, a n co ro u su a p r ática no s p r im eir o s tem p o s em u ma p ersp ectiva mais c lín ica, p o sição q u e a d ifere ncia va d efinit ivam e nte d a p r ática p ed agó gica d e Ann a Fr eu d .

A o b r a d e M elanie K lein p r opo sta p o r su a b ió gr afa Hann a Sega l ( 1975 ) se d ivid e em d o is m o mento s : u m , anco r ad o no s fu nd a mento s freu d ia no s, q u e se inic io u no ano d e 1 921 até 1 9 3 2, e o u tro mo m ento , qu e se inicio u em 19 34 e cu lmino u em 19 57 co m o livr o I n veja e Gra tidã o, em qu e se d estacam su as p r óp rias fo r m u laçõ es teó r icas.

Nes sa d iv isão p ro p o sta por S ega l ( 1 97 5 ) , p od em o s d estacar , med iante no ss as le itu r as, q u e, no p rim eir o mo m ento d e su a ob r a, m ais esp ec if icam ente na le itu ra d o caso relatad o no ano d e 1 921 , o caso Fr itz, u m m enino d e cinco a no s, no s levo u a reco nhecer u m a p r át ic a d e tratam ento q u e se d es via p ar a u m v iés d e ad ap tação . É a ên fase na p ro filaxia d o co mpo r tamento qu e se d estacava, ness e ca so , na m ed id a em qu e u tiliz ava eleme nto s d e p r evenção contr a o s sin to mas d as cr ia nças. De fo r ma s im ilar , é a p ersp ect iva d a cr ia nça em d esenvo lvim e nto e a u tilização d e r ecu r so s ed u cativo s p ar a o esc lar ec imento sexu al a e sta, as so ciad o ao s elem ento s d a co nsc iênc ia q u e to mam a ce na nesse caso d e Fr itz. O s fu nd amen to s clí nico s u tilizad o s po r M elan ie K lein não

p assar am d esp er ceb id o s ap ó s a exp o sição d esse caso . No f inal d a co nfer ênc ia so b re o caso Fr itz, Dr . Anto n Fr eu nd ( 1 921 /196 5 /1981 ) fez u m qu estio n am ento a M elan ie K lein em r ela ção à su a p r ática e qu estio no u o tipo d e tr atamen to u tiliz ad o p o r ela. Sub lin ha, ne ss e ca so , qu e as o b ser va çõ es r ea lizad as p o r M ela nie Kle in er am c er tam ent e ana lít icas, p o r ém não su a int er p r etação , p o is, se gu nd o ele, ela to ma va “ap en as em co nsid er ação as p er gu ntas co nscientes, d eixand o d e lad o as inco nsc ientes” ( p . 5 4 ). Do mesm o mo d o , pod emo s o b ser var q u e a e ntrad a d e M elanie K lein na p rática co m cr ian ças se d eu no m o mento so cial d a Gu er r a, na q u al a d emand a p ar a a so lu ção em er gent e d o s co nflito s a ela iner e ntes no s p ar eceu ter in flu enc iad o , so b r emaneir a, M e lanie K lei n nes se mo m ento inic ial. Nesse p r imeir o mo mento d a elab o r ação d e M ela ine Kle in, é p o ssíve l r eco nh ecer u m v iés ad ap tativo no se nt id o d e es sa au to r a visar à p ro filaxia d o sinto ma e à ad ap tação d a cr ian ça ao so cial s inalizar cer ta ef icá cia ter ap êu tica.

I nicia lment e, a hip ó tese p o r nó s fo r mu lad a co lo ca va A nna Freu d e M ela nie Kle in no m esmo co ntexto d e gu iar o tratam ento p ara u m vié s ad ap tativo d o sinto ma na c lí nica, o u se ja, d e sco ns id er ar a p u lsão . A p ar tir d as leitu ras d o s te xto s d es sa s d u as au to ras, co nclu ím o s q u e essa hip ó tese não se co nf ir mo u no qu e se r efer e à p er sp ect iva c lí nica d e M ela nie K lein. E mb o r a ela se ap r esent e em u m p r im eir o mo m ento d e su a p r ática a nco r ad a na u t iliz ação d e recu r so s p ro filát ico s q u e visa vam à p r eve nç ão d a neu r o se, is so não no s au tor iza a r eco nhecer em to d a su a p r ática u m encam in ham ento d e ad ap tação ao so cial.

No q u e co ncer ne à p r ática c lí nica d e M elan ie K lein, u m segu nd o mo m ento d e su a teo ria , ta l co m o p rop o sto po r Segal ( 1 97 5 ), situ a- se em u m temp o mais ar ca ico d o d esenvo lv im ento d a cr ianç a, n ão p od end o d esco nhe cer neste a p r esença d a d im ensão p u lsio n al inser id a no camp o d a fa ntas ia e na r elação d e o b jeto . A an sied ad e p er secu tó r ia, r esu ltad o d a p r esença d a p u lsão d e mo r te iner en te a o su jeito , co lo ca em cena o s mecan ism o s d e d efesa p ro jet ivo s e intr o jetivo s no in tento d e se livr ar em e, p or tanto , d e se d ef end er em d es se im pu lso d estr u tivo . Des sa fo r ma, es sa ans ied ad e q u e se ma nif est a na cr ianç a se co lo ca co mo d efesa fr ent e a p u lsão d e mo rte e a s er viço d a p u lsão d e vid a. É o eq u ilíb r io n es sa

int er ação q u e p er mite a inte gr aç ão do eu d a cr iança. Da m esm a ma neir a, o sinto m a é u ma r esp o sta d o su jeito fr e nte a a nsied ad e p rim ár ia e a p r esença d a p u lsão d e m o r te, ou se ja, o q u e se ap r esent a co mo ir reco nciliáve l no inco ns cie nt e.

E mb o ra M elanie K lein não d esco nheça a p r esenç a d a p u lsão em tod o seu p er cu rso teó r ico , a p ersp ectiva do sinto ma co mo so lu ção não to ma o p r imeir o p lano nes se tr atam ento . Is so po rq u e a le itu ra d e su a teo r ia a nco rad a na p er sp ectiv a d e u m a r elação d e o b jeto é fe ita ap o iad a em u ma u nid ad e po ssí vel d ess a r elação em d etrim ento d a teo r ia d as pu lsõ es. De ss e m o d o, o inco nsciente e s eu s ef eito s, na p r átic a d e M ela nie Kle in, p o d em ser d edu zid o s d essa r elação d e o b jeto co nceb id a co m o r elação d e co mp letu d e (AM P, 1 996 ) . O tr atamento clín ico co m cr ianças em M ela nie K lein p r etend e alcan çar u ma realização p le na co m o ob jeto , po sição qu e se d istan cia d a p r átic a a na lít ica q u e se a nco r a no qu estio nam ento d essa fa lta, e n ão em su a co mp letu d e.

E nf im, na p er sp ectiva d e u m d es vio d a clí nica co m cria nças em r elação ao r efer encial d a p u ls ão , pod e -se d izer, a p ar tir d est e estu do , qu e se enco ntr a em A nna Freu d u m a d esco ns id er ação maio r d a pu lsão em su a elab o r ação e su a p r ática, enq u anto em M elanie K lein enco ntr a- se u ma me no r d esco ns id er ação .

Segu ind o ess e p o nto d e v ist a, é p o ssíve l co ns id er ar q u e o sinto m a em A nna Fr eu d era tr atad o visand o - se ao id eal d e ad ap tação . Da m esm a ma neir a, no caso d o menino Fr itz ap r esen tad o no ano d e 1 921 p o r M ela nie Kle in, p o d emo s co ns id er ar, nesse p r ime ir o mo mento , u ma anco r ag em em u ma p ersp ect iva ad ap tacio n ista. Des se m o d o, o sinto ma, d ecid id ament e em An na F reu d e no caso d e M elan ie Kle in, em u m p r imeiro m o mento d e su a clí nica , se d ista ncia d e u ma p r ática q u e r eco nhe ce no sinto ma u m a r esp o sta do suje ito ao q u e lhe é o fer t ad o p elo Ou tro so cial (p ai, mãe) . A p o sição d a clínica co m o b jetivo s ad ap tativo s , fre nt e o co mp o r tamento d a cr iança, no s p er m ite r eve lar q u e no s d ep ar amo s, ne ss a clí nica, co m u m a desco nsid er aç ão d a pu lsão no sinto ma. Po d emo s citar co mo exemp lo o cam po edu cacio na l, no q u al , mu itas veze s, so b a p er sp ectiva d e faz er o alu no ficar b em na es co la, d e se gu ir o p adr ão no r m al d o d esenvo lv ime nto , p er d e - se a d im ens ão

pu ls io na l d o sinto ma. Ass im, e le se afast a d a d imensão d e so lu ção co mo p ropo sta p o r Jacq u es Lac an ( 1 9 69 /20 03) em seu texto No ta sob re a cria n ça . E sse te xto , r efer encial na clí nica co m cria nça s, é centrad o sob r e a q u estão d o sinto ma. O sinto ma d a cr iança, se gu nd o Laca n, p o d e se ap r ese ntar co m o r espo sta ao sinto m a do casa l p ar ental o u ao sinto m a d a mãe. Ass im, nes sa d im ensão d e resp o sta, o sinto ma q u e rep r esenta a ver d ad e do casa l p ar e ntal, o u o sin to ma qu e r epr esenta a su b jetiv id ad e d a mãe, p r ecisa, em u m p r imeir o mo mento , ser “d es fe ito ” p ara q u e d ep o is u ma no va co nstr u ção po ssa se to rnar u ma so lu ção p o ssí ve l p ar a a cr iança. Um a so lu ção q u e se ap r esent a co mo r espo sta. To d avia, u ma r esp o sta q u e po d e ser b em m e lho r p ar a o su j e ito e, so b retu do, qu e não ven ha elim in ar o qu e é p róp r io d o su je ito em p ro l d e u m bo m co m po r tam ento .

A o r ienta ção laca niana s e d ir ig iu a u m mo vime nto d e d enú ncia ao s d esvio s p e lo s q u ais p ass ava a t eo ria d e Fr eu d, b u scand o r eco nd u zi- la à su a p r áxis o r iginal ( LA CAN, 1 9 64 /20 0 3) . E la e st ab ele ceu co mo p r ática, p r o po ndo u m resg ate d a letr a d e F reud em su a o r igina lid ad e. Na p er sp ectiva d a p r ática clí nica co m cria nças , p o d em o s co ns id er ar qu e, a p ar tir d a entr ad a d a o r ient ação lacan iana , há u m ant es e u m d ep o is na p r ática d o tr atam ento co m cr ianç as em r efer ê ncia ao sinto ma. A nter io r a es sa o r ientação , o sinto ma er a to m ad o p ela nec es sid ad e d e su a su p r essão , caso est iv es se em d esa co r do co m o so cialme nte a ce it áve l. Ap ó s essa o r ientação , o sinto m a e su a r elação co m a p u lsão to mam a d imensão d e r esp o sta p ara o su jeito ; p or tanto , po ssu em valo r d e mens agem co mo p rodu ção do inco nscie nt e.

Ro b ert e Ro s ine L efo r t, a lu no s d e J a cq u es Lac an, p rivile giam ess a r elação entre p u lsão e s into m a. É o sint o m a co m o so lu ção qu e to ma a ce na, p ertu rb and o a tend ência à ad ap tação . O afo r ismo p r eco niz ad o p o r es se s au to r es d e q u e “a cria nça é u m su jeito em p leno s d ire ito s” p r ete nd e r o mp er co m as p ráticas ad ap tacio nist as ao co lo car em r ele vo o inco nsc iente e su as p r od u çõ es.

No co nte xto d a clí nica co m cr ianç as , d epo is d a o rient ação lacania na, não se to r na ma is p o ssí ve l to m ar a ad ap tação co m o a ú n ica p er sp ectiva. A o r ie ntação lac ania na d á im pu lso a u m a no va fo r ma d e

r eco nhe cer e trab alh ar a d ema nd a r eco r rente d e so lu çõ es p ar a as d if icu ld ad es ap r ese ntad as p elas cr ia nça s, p o r exemp lo , na e sco la. Du as ver te ntes d e r e sp o stas p o d em ser co nsid er ad as fre nt e o co m po r tam ento inad equ ado d a cr ia nça na e sco la: u m a ver tente se d ir ige a r eco nhecer q u e o s p ro b lem as q u e as cria nça s ap resent am estão atrap alh a nd o a ad ap tação d ela s na esco la, a o u tr a ver te nte se d ir ige a co nsid erar q u e são sinto m as e q u e m er ecem ser tr atad o s. Ass im, co nceb er a cr ianç a co mo u m ana lisa nt e em p le no s d ir eito s, na p er sp ect iva d a o r ientação lacan ia na, ir á d estacar essa s egu nd a verte nt e d o s into ma esco lar q u er er d izer o u tr a co is a q u e não nece ssar iam ente a d if icu ld ad e d e ad ap tação d a cr ian ça . E nf im, o qu e po d em o s r eco nhecer é q u e , no intento d e ad ap tar a cr iança ao amb ie nt e es co lar , a d im ensão do sinto m a co m o p rodu ção do inco nsc iente se p erd e , po rqu e ele p erd e o p o tencial d e qu er er d ize r algu ma co isa além d o co mp o r tamento em s i. É im p o r tant e re ss altar q u e a qu estão do sinto ma é a q u estão d o su jeito d o inco nsc ient e. Dessa fo r ma, ele não p od e ser tr atad o visand o ao id eal d a esco la, ao alu no id ea l p ar a a esco la; p o sição aves sa ao qu e enco ntramo s a ntes d a e ntr ad a d a o r ientação lac ania na na tend ênc ia a resp ond er ao Ou tro so cia l.

Po r tanto , na clí n ica d e o r ie ntação lacan iana , q u and o mencio nam o s o sinto ma co m o so lu ção é p ar a d esta car q u e o sinto m a é u m a so lu ção q u e p er m ite ao su je ito fazer u m laço co m o so cial. Ou seja, o sinto ma p er m ite u m a ad ap tação p ela singu lar id ad e d e cad a su jeito , p o is e le é u ma so lu ção p ar a cad a su jeito e star b em no so cial. Des se m o d o, no tr ab alho d a clí nica p sicana lítica co m cr ia nça s, o o b jet ivo d o p sican alista não v isa à ad ap tação d a cr ia nç a ao so c ial. No ent a nto , ele ir á trab alhar p ar a q u e a

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