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As considerações aqui aduzidas não se bastam, mas pretendem nortear novos questionamentos não como um fim em si mesmo, mas como paradigma, um modelo de reflexão inesgotável. Assim, partiu-se de um raciocínio lógico-dedutivo na medida em que se buscou conceitos estruturantes com o fito de servir de método jurídico-hermenêutico, cuja finalidade foi servir de base para o estabelecimento do principal objeto aqui proposto: a eficiência energética.

Nesse sentido, discutiu-se os conceitos de meio ambiente, desenvolvimento (sustentável) e eficiência energética, elencando alguns dos principais projetos e programas voltados para o setor energético em geral, mas sempre com um traço na indústria do petróleo, gás-natural e biocombustíveis.

Posteriormente, aprofundou-se no contexto da regulamentação das empresas privadas na exploração e produção de petróleo no Brasil, oportunidade em que se buscou trazer um aparato histórico e geopolítico na narrativa da regulação de setores essenciais na estrutura político-administrativa do país, mais sabidamente os setores energético e do petróleo, gás-natural e biocombustíveis, sobretudo, no que se refere às empresas privadas. Finalmente, fez-se a conexão de toda essa construção com a eficiência energética.

Identificou-se que a energia elétrica tem forte impacto nos custos das indústrias, sendo que investir em eficiência energética pode ser mais viável do que investir na expansão do sistema energético, além disso, com o investimento em projetos de eficiência energética, as empresas podem economizar recursos, ganhar competitividade e amenizar a pressão sobre o aumento de oferta de energia.

A indústria do Petróleo, Gás-Natural e Biocombustíveis, ainda que tenha uma natureza altamente impactante, no que diz respeito ao meio ambiente, tem tecido esforços para promover o desenvolvimento, quantitativo e qualitativo, de forma sustentável e eficiente por meio de estruturas de leis e normas que lhes assegurem de uma lado a manutenção da função social da empresa a qual lhe é inerente, visando, naturalmente, o lucro, como também, a promoção constitucional de um meio ambiente equilibrado.

Concluiu-se que as empresas as empresas exploradoras e produtoras de petróleo tem o dever legal de se promover a eficiência energética, inclusive sob pena de responder pelos danos eventualmente cometidos, além disso, deve estar

submetida à regulação e fiscalização dos órgãos competentes, sem perder, contudo, sua autonomia.

Percebe-se, portanto, um avanço no processo legiferante na medida em que surgem novos acontecimentos econômico-sociais, avanço tecnológico o qual demanda mais energia e, por conseguinte, novas regulamentações, mostrando a necessidade de o Direito sempre estar acompanhando os acontecimentos como forma de proteger – mesmo que impondo sanções em caso de descumprimento à norma – os cidadãos. Sobre o Direito propriamente dito, percebeu-se um relativo déficit na pesquisa sobre a juridicidade da eficiência energética, embora essa discussão já transcorra entre várias outras áreas como na engenharia elétrica, engenharia civil, arquitetura e economia. A consequência imediata é a necessidade de se promover o debate jurídico acerca dessa temática com a finalidade precípua de que o Direito consiga alcançar e atender as demandas advindas desse fenômeno.

Para a sociedade de forma mais concreta, pode-se atribuir o legado do desenvolvimento sob o ponto de vista social, ou seja, aquele qualitativo, de forma sustentável e, como direito intergeracional, promover a capacidade de ela mesma se autossustentar por meio da educação, capacitação, mudança de hábitos e de boas escolhas políticas, com a possibilidade de se promover o meio ambiente equilibrado tal que preconiza o art. 225 da Constituição Federal de 1988.

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